Estresse e qualidade de vida

O estresse nasceu com o ser humano como uma forma de proteção


Já falamos em um texto anterior aqui no site sobre as reações do nosso corpo ao estresse. Na realidade, ele faz parte do mecanismo de adaptação do nosso organismo tanto para situações ‘boas’ quanto para ‘ruins’.

Sabemos que em estado de estresse nosso corpo produz substâncias que nos preparam para sobreviver: fugindo ou lutando. Em suma, o estresse agudo nasceu com o ser humano como uma forma de proteção, ajudando a nos livrar de um perigo ou ameaça iminente.

Então, nessa perspectiva ele é necessário e nos dá ‘gás’ para realizar. O problema surge quando esse estado de estresse e ansiedade é disparado sem estarmos em contato com situações que exijam a reação de “fuga e luta”, mas tão somente frente à correria da vida moderna que não representa, necessariamente, perigo ou ameaça de vida ou morte.

É o estresse crônico e  as reações orgânicas permanecem, trazendo muito mais efeitos negativos que benéficos. Assim ele favorece, em longo prazo, o adoecimento físico e emocional.

A forma de lidar com o estresse crônico depende de uma série de fatores, como genéticos e comportamentais. A boa notícia é que ele pode ser tratado e a pessoa alcançar e manter qualidade de vida.

Adotar hábitos saudáveis, cuidar da saúde, ter tempo para o lazer e falar sobre as emoções com um profissional de saúde mental, por exemplo, são alguns dos meios de conseguir ficar de bem com a vida e consigo mesmo.  Realizar caminhada com regularidade é mais uma estratégia para manter o equilíbrio, pois se sabe que a prática libera endorfinas, responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar.

 

Por Adriana Lemos – Jornalista e Psicóloga

Da Equipe Cuidarte

Reação ao estresse pode variar de pessoa para pessoa

Em situação de estresse nosso corpo produz uma grande quantidade de hormônios, como a adrenalina, que nos preparam para lutar ou fugir. Assim acontece, por exemplo, num episódio de assalto.

A psicóloga Adriana Lemos, da equipe Cuidarte, em recente reportagem na TV Clube, falou sobre o assunto. A questão principal da matéria foi a de explicar porque em um mesmo episódio estressor, no caso o assalto, dois indivíduos respondem de modo diferente.

A reação à situação depende de uma série de fatores, como fisiológicos (descarga de hormônios do estresse no corpo), cognitivos (avaliação da situação) e comportamentais. De modo simples, podemos dizer que a forma de reagir depende também da personalidade da pessoa.

Mas isso não quer dizer que um indivíduo que é tranquilo, tem certo treino para manter a calma durante o evento estresso vá reagir conforme o esperado. Ele pode ter uma reação inesperada e, no caso do assalto, colocar sua vida em risco, lutando com o agressor, por exemplo, ou mesmo fugindo ainda que sob a mira de uma arama de fogo.

“Como a pessoa vai reagir ao mesmo evento, vai depender da questão fisiológica, cognitiva, um pouco da personalidade da pessoa. Por isto que numa situação como um assalto, uma pessoa obedece ao agressor, tenta manter a calma e já outras mesmo treinadas acabam brigando com o criminoso, pondo a vida dela em risco”, comenta a psicóloga Adriana Lemos.

Para a especialista, algumas pessoas ao passarem por situações como essa podem superar normalmente, isso vai depender de questões individuais e outras podem desenvolver estresse pós-traumático. “Nesses casos, a vítima pode ter ansiedade, depressão, insônia e viver esse momento em flash black, ter pesadelos”, revela.

Do ponto de vista psicológico, em caso de mal estar e o aparecimento de sintomas como os citados anteriormente a indicação é procurar um profissional de saúde mental, como o psicólogo, ou mesmo associar o tratamento psicoterápico ao medicamentoso, com a avaliação de um médico psiquiatra.

A reportagem em vídeo pode ser conferida AQUI, incluindo as recomendações da polícia para situações como a abordada nesta matéria.

 

*Com informações do portal G1 Piauí

Como falar da morte do bicho de estimação para as crianças

Os pets ajudam a criança a ter contato com todas as fases da vida.

Já falei em outro texto por aqui, sobre Terapia Assistida por Animais (TAA), que o contato com animais pode ajudar o Homem a enfrentar questões dolorosas, trazendo mais qualidade de vida, pois o animal é um ser que não julga e aceita as pessoas como elas são. Quem é dono de um cachorro, por exemplo, pode passar o dia fora de casa e quando chega à noite tem seu fiel companheiro abanando o rabo pronto para dar carinho e fazer companhia sem nada perguntar ou cobrar.

Costumo dizer que uma casa com bicho de estimação é um lar mais feliz e se ela tem criança, os bichos ajudam na socialização, brincam, dão amor incondicional e, através da convivência com os pets, é possível ainda ensina-las a cuidar do outro, a ter responsabilidades, aprender sobre adoecimento, a ter contato com os ciclos da vida, como nascimento, crescimento, reprodução e morte.

Por isso, quando um bicho de estimação morre o correto é não poupar o filho de viver a dor do luto. É uma oportunidade de aprendizado para a vida e protegê-las não vai ajudar, mas o sofrimento pode ser amenizado por meio do acolhimento.

A melhor forma de abordar o tema sobre a morte do bichinho é falar com clareza e responder tudo que a criança pergunta na linguagem que ela entenda. O modo como a criança vai reagir depende também da forma que a família trata o tema da morte.

Tentar dar outro animal logo que o pet da família morreu não é o mais recomendado. É necessário dar tempo para que a criança elabore a perda. Para amenizar o sofrimento é preciso acolher seu filho, como já falado, respondendo suas perguntas. Oferecer livros adequados à idade da criança, e que falem sobre perdas, pode ser outra opção para ajudar aos pequenos nesse momento.

A revista Pais e Filhos, na edição do mês de junho deste ano, sugere alguns livros que falam sobre perdas de bicho de estimação. As obras podem ajudar, de modo lúdico, as crianças nessa fase:

Os Porquês do Coração, de Nye Ribeiro e Conceil Correa da Silva, Editora do Brasil

Por Que o Elvis Não Latiu, de Robertson Frizero, Ed. Inverso

O Céu dos Cachorros, de Flávia Vallejo, Ed. Realejo Edições

 

Por Adriana Lemos – Jornalista e Psicóloga
*Da equipe Cuidarte

 

Aulas do curso em Trânsito têm novo endereço

O período de aulas é de 13 a 26 de julho e elas serão ministradas a partir das 8h.

As aulas do módulo intensivo da especialização em Psicologia do Trânsito, promovido em Teresina pela Posgraduar(MG) e viabilizado pela Cuidarte, serão ministradas em novo endereço. O local é a UNINOVAFAPI (BLOCO B – Salas 11 e 16).  O centro universitário fica localizado na Rua Vitorino Orthigues Fernandes, 6123 , no bairro Planalto Uruguai.

Para os alunos que são de fora de Teresina informamos sobre a existência de hotéis em região mais próxima do local das aulas. São eles:

ÁGUA LIMPA HOTEL
Av. João XXIII, 1661 – Bairro: Jockey Club
(86) 3232-6500

HOTEL POTY
Rua Lima Rebelo, 62 – Bairro: Noivos
(86) 3232-6500

GRAN HOTEL ARREY
Rua Jaime da Silveira, 433 – Bairro: São Cristovão
(86) 3214-9292

A especialização visa oferecer aos psicólogos uma visão geral de todos os conteúdos relacionados ao Trânsito. Qualificar e especializar os psicólogos que pretendem atuar no Sistema Nacional de Trânsito e demais áreas afins, bem como proporcionar uma iniciação cientifica.

 

Reflexões sobre solidariedade e trabalho voluntário

No texto abordo as motivações que levam algumas pessoas a se dedicarem ao trabalho voluntário.

Outro dia fui solicitada por uma emissora de televisão a falar sobre o tema solidariedade e o trabalho voluntário, e fiquei pensando que é um bom tema para expor aqui no site da clínica também. Então resolvi discorrer sobre o assunto, que afinal desperta simpatia, curiosidade e indagações, entre elas o que leva uma pessoa a trabalhar como voluntário?

Para início de conversa a solidariedade é própria das relações humanas. Por outro lado existem motivações para esse tipo de relação. É sabido que um dos princípios para o voluntariado é a não compensação financeira, mas ele implica em recompensas que são simbólicas.

Há a formação de um vínculo entre os pares envolvidos e a aproximação das pessoas no serviço voluntário se dá de um lado por um que oferta ajuda e o de outro um que tem uma carência. No espaço do vínculo circulam desejos, ideais e sentimentos.

Alguns afirmam que a recompensa simbólica sustenta o voluntariado, como por exemplo, perceber que seu trabalho produz um efeito positivo no outro.

Entretanto há o oposto que pode dissolver essa relação, como o medo do fracasso do voluntário, bem como a percepção deste do pouco esforço por parte de quem recebe ação.

Voltando para o aspecto que motiva a solidariedade e o trabalho voluntário podemos citar “n” motivos a impulsionar o ser humano. Um deles é o fato de a pessoa se sentir útil.

Por meio do voluntariado ela pode desejar resignificar experiências ruins da sua própria vida, preencher vazios e até colocar simbolicamente no outro o sofrimento pessoal e, com isso, se sentir melhor, pois através da condição de quem é cuidado possibilita a ele ver sua vida mais leve.

Então não é incomum ouvir alguém que é voluntário em alguma causa dizer “vejo tanto sofrimento, que volto para casa achando minha vida uma maravilha”.

Tem ainda o fato de o altruísmo e a solidariedade serem e admirados na nossa sociedade. Por fim, mesmo que não seja consciente, o voluntário espera ser investido afetivamente nessa relação de cuidado, ser reconhecido, admirado.

Perguntaram-me se o trabalho voluntário traz qualidade de vida para quem dele faz sua bandeira. Eu respondi que sim, na medida em que o voluntário tem a oportunidade de ser importante para alguém, e se faz esse trabalho de modo espontâneo e qualquer que seja a motivação se de cunho emocional, cultural, política ou religiosa.

Se te faz bem, mãos a obra!

Por Adriana Lemos – Jornalista e Psicóloga
*Da equipe Cuidarte
**Texto originalmente publicado na revista + Saúde 

Psicopedagogo clínico pode ajudar de crianças a adultos

Você sabia que o psicopedagogo  pode ajudar desde crianças com dificuldades de aprendizagem até adultos, que estão, por exemplo, com algum obstáculo para passar em um concurso?!  Se não sabia, tome conhecimento do trabalho desse profissional que hoje está atuando também nos consultórios de psicologia, e não só dentro da escola.

Quem nos esclarece mais sobre o assunto é a psicopedagoga Patrícia da Costa Sampaio, que faz atendimento clínico na Cuidarte nessa área. Ela diz que além do atendimento às crianças e adultos com dificuldades escolares, o trabalho do profissional alcança ainda crianças com distúrbios como o TDAH, dislexia, síndrome de down, autismo, dentre outros.

“Temos uma atuação também no sentido de orientação aos pais e como lidar em cada caso. Trabalhamos a questão ainda sobre ‘limites’, pois algumas vezes os pais transferem a responsabilidade da educação para a escola. Quem dá limites e ensina regras é a família”, opina.

Patrícia explica que, via de regra, as sessões com o psicopedagogo têm dois momentos, um lúdico onde se resgata o prazer de estudar por meio da brincadeira e o segundo no qual trabalha a leitura, o raciocínio lógico, a produção de texto, a percepção visual, a resolução de problemas, conforme a demanda do cliente.

Ela acrescenta que a idade de seus clientes varia de 2,5 anos até 21 anos. “Os adultos que nos procuram geralmente estão com dificuldade para passar em um exame, um concurso. A partir de uma anamnese vamos trabalhar a dificuldade evidenciada. “As atividades são as mesmas que trabalhamos com crianças, vai depender da necessidade do cliente. Então, o lúdico e o prático estão presentes no processo”, disse.

A psicopedagoga finaliza pontuando que pessoas que têm distúrbios ou dificuldades de aprendizagem, às vezes, podem usar, até de modo inconsciente, o fato para se colocarem num lugar indevido (incapaz ou que com ganho secundário). Patrícia incentiva os clientes a criarem estratégias para superar o problema, como técnicas de memorização, por exemplo. “A pessoa necessita lidar com a dificuldade e superá-la, pois o mundo lá fora exige”, alerta.

 

Reunião do corpo clínico da Cuidarte

Mais uma reunião de entrosamento do corpo clínico da Cuidarte e administrativa aconteceu nesta sexta-feira, 24, na sede da clínica. Além de um bate-papo descontraído, as coordenadoras Kislley Sá e Janua Janson fizeram o sorteio, entre os presentes, do livro “Corações Descontrolados – o jeito borderline de ser”, da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva. Veja quem prestigiou o encontro na foto.

Dedicação ao filho único e a síndrome do ninho vazio

Essa semana, por conta do dia das mães, fui procurada por uma repórter para falar sobre os sentimentos e emoções que invadem a mulher que é mãe de filho único. A pauta tinha como gancho a síndrome do ninho vazio. Ela queria saber se as mulheres nessa condição são mais propensas a desenvolver a síndrome ou não. A literatura sobre o assunto traz que as mulheres de um modo geral são mais vulneráveis que os homens, mas isso acontece com eles também. A síndrome se caracteriza pelo sentimento de solidão, irritação e depressão quando os filhos deixam a casa. Confira a entrevista na íntegra e saiba como evitar o problema!

Quais os conflitos mais comuns na relação entre pais e filho único?

Não dá para precisar isso, então varia de família para a família. Mas um dos nós está no fato de que quando só se tem um filho é comum jogar muitas expectativas sobre ele e aí pode haver excessos, como superproteção, cobranças em relação às expectativas lançadas sobre o filho.

Como eles podem ser contornados? 

Procurando não depositar no filho essas expectativas, conversar, ser maleável e dar uma educação maleável também; não viver apenas para o filho e em função dele, mas cuidar de si, ter vida própria. Isso evita adoecimento e proporciona a possibilidade de uma vida saudável em família.

Qual a fase mais difícil para o filho? E para os pais? 

Isso também depende de vários fatores, de situação para situação. Todas as fases do desenvolvimento humano têm suas dificuldades e encantos.

A Síndrome do Ninho Vazio é mais comum em mães que tiveram apenas um filho? 

Não está relacionada diretamente ao fato de existir só um filho. A síndrome se caracteriza pelo sentimento de solidão, irritação e depressão quando os filhos deixam a casa. A literatura sobre o assunto diz que é mais comum em mulheres que nos homens, mas pode acontecer com eles também, ou seja, pai e mãe.

O que o filho, na fase adulta, pode fazer para que os pais não se sintam abandonados?

Aqui prefiro falar o que os pais podem fazer para não se sentirem assim. Como falei, é cuidar de si também e não ter sua vida limitada ao filho. É natural do fluxo da vida ter o filho ou filhos, eles cresceram, ficarem adultos e saírem de casa ou para casar ou para estudarem ou trabalhar fora. Isso se chama amadurecer. Os pais têm de ver isso é como vitoria, e não como abandono. O filho adulto e criado rumo à independência tem na sua história ‘o dedo dos pais’, então eles contribuíram para sua formação e amadurecimento, no preparo para a vida.

O que é recomendado aos pais para que não se tornem superprotetores  durante a adolescência do filho? 

 Já respondi anteriormente, no que se refere a maleabilidade da educação e do cuidado consigo mesmo. Se a mãe ou o pai sentirem depressão e tristeza quando os filhos saem de casa, a primeira coisa a fazer é reconhecer a situação e em seguida aceitar. A recomendação é que a pessoa procure fazer coisas que deem prazer, como dançar, viajar, fazer um curso para usar tecnologia, participar de grupos, praticar esporte. Enfim, iniciar uma nova fase da vida, pois nossa vida é processo e tem diversas fases. É preciso entender que a fase da vida mudou e se a pessoa não buscar outras fontes de prazer ela pode adoecer. O importante é tirar o foco da ausência do filho. Caso não consiga dar conta sozinha disso, é recomendado buscar apoio psicológico e /ou até ajuda médica, caso haja necessidade do uso de medicação.

 

Por Adriana Lemos – Jornalista e psicóloga
*Da equipe Cuidarte
*Foto: Wagner Santos 

O fabuloso destino de Amelie Poulain e a personalidade de esquiva


“Ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente do que criar laços com aqueles que estão presentes.”

 

As obras cinematográficas, via de regra, nos emocionam, contam histórias baseadas em fatos reais, ou não; e ainda nos fazem refletir sobre diversos temas. É assim com o filme O fantástico Destino de Amelie Poulain, que traz como temática de fundo a personalidade de ‘esquiva’ da sua personagem principal.

A sinopse do filme diz que a ingênua Amélie (Audrey Tautou) deixa o subúrbio, onde morava com a família, e muda-se para o bairro parisiense de Montmartre, onde começa a trabalhar como garçonete. Certo dia encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e, pensando que pertencesse ao antigo morador, decide procurá-lo ­ e é assim que encontra Dominique (Maurice Bénichou). Ao ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo. Então, a partir de pequenos gestos, ela passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência. Contudo, ainda sente falta de um grande amor.

Esta última frase da sinopse é, a meu ver, a principal para definir o ‘x’ da questão psicológica na temática do filme. Na verdade, essa mocinha tem um tipo de personalidade que denominamos de Esquiva. E assim sendo, tem uma desconfiança nas relações, ela não consegue ‘se entregar’/estar toda nelas; possui um medo de perder o que ainda nem tem: o amor, por isso vive a procurar sinais de rejeição para perder antes de ter.

Pessoas com esse estilo de personalidade parecem medrosas e ansiosas. Do ponto de vista gestáltico, podemos compreender a personalidade de esquiva, como àquela na qual uma pessoa tem dificuldade em certo ponto do contato, promovendo a descontinuidade deste. As pessoas com personalidade de esquiva são do tipo introjetoras, têm uma tendência ao humor depressivo; têm necessidade de afeto, mas vacilam entre isto e o medo da rejeição e o entorpecimento das emoções.

Ouvi de um professor de psicopatologia em uma especialização que estou terminando, que pessoas com esse padrão de personalidade dificilmente aparecem em nosso consultório. Bem, é verdade em parte a afirmação do mestre, mas na prática clínica conclui que mesmo em um padrão de comportamento, como o de Esquiva, há variação de pessoa para pessoa, pois a subjetividade é única. E o bom dessa experiência é que as pessoas com esse tipo de personalidade chegam em busca de ajuda, sim!

Para nos aprofundamos um pouquinho mais sobre o assunto, vamos falar sobre o conceito de personalidade. Numa compilação livre de vários conceitos, podemos entendê-la como um modo estrutural de pensar, sentir e comporta-se. Allport diz que personalidade é a organização dinâmica no indivíduo de sistemas psicofísicos que determinam as suas adaptações singulares ao próprio meio.

Isto quer dizer que temos envolvidos na personalidade componentes da genética, do crescimento e desenvolvimento, relações familiares (hereditariedade e apresentação do mundo), cultura, geografia, época (campo) e classe social (oportunidades).

Já para o DSM IV, “são padrões de perceber, relacionar-se e pensar sobre o ambiente e sobre si mesmo. Os traços de personalidade são aspectos proeminentes da personalidade, exibidos em uma ampla faixa e contextos sociais e pessoais importantes. Apenas quando são inflexíveis, mal adaptativos e causam prejuízo funcional significativo ou sofrimento subjetivo, os traços de personalidade constituem um transtorno de personalidade”.

Qualquer que seja seu estilo de vivenciar o mundo e se você está incomodado (a) com ele, a boa notícia é que pode ser trabalhado na psicoterapia. Como estrutura e sistema, a personalidade tem um padrão, mas ela pode ser flexibilizada e é nisso que a terapia vai ajudar. E sobre a Amelie, ela consegue entregar-se a um grande amor no final do filme, e assim, deduzi que ela flexibilizou seu estilo de personalidade.

 

Por Adriana Lemos – Jornalista e Psicóloga (gestalt-terapeuta)

*Da equipe Cuidarte

Falta de diálogo ainda é realidade na educação sexual dos filhos

Tema deve ser apresentado para os filhos desde a infância de modo natural

A falta de diálogo entre pais e filhos, principalmente, quando o assunto é sexualidade ainda é regra nos dias atuais. Essa é uma das conclusões que a psicóloga e terapeuta sexual Kislley Sá Urtiga chegou ao longo da sua experiência profissional com adolescentes.

O tema da exacerbação da sexualidade ficou na berlinda, no último mês, em Teresina, após vídeos íntimos de adolescentes vazarem numa rede social.

Segundo a psicóloga 40% dos seus pacientes são adolescentes e muitos trazem para o consultório a temática sexual. Para ela, esse número revela que a falta de diálogo dentro de casa tende a desencadear sofrimento psíquico e problemas na sexualidade, inclusive na vida adulta.

Isso catalisado, de um lado, pelo falta diálogo, e por outro pelo estímulo produzido pelos meios de comunicação, como a televisão e a Internet. “Percebemos que até mesmo as músicas que fazem sucesso na atualidade, via de regra, são carregadas de conteúdo erótico. As novelas têm sido outro meio de propagar e banalizar o tema.

“Essa acessibilidade é positiva pelo sentido de que a sexualidade não é algo para ser tratado veladamente ou com tabu. Ao contrário, ela deve ser apresentado para os filhos desde a infância de modo natural”, pontua Kislley Sá Urtiga.

De acordo com a terapeuta não há idade para se falar sobre sexualidade, mas existem sim maneiras e formas de linguagem para abordar o assunto.

“Medo de falar sobre sexo é inaceitável, porque nós precisamos educar os nossos filhos para a vida, incluindo a área da sexualidade.  Se essa educação não vem de casa eles irão procurar em Internet e na experiência dos amigos da mesma idade, que podem não ser os mais seguros e adequados”, diz.

Kislley Sá encerra frisando que o diálogo franco com os filhos é o meio mais adequado para orientar e acolher as necessidades deles sobre a vida.

 

Por Adriana Lemos – Jornalista e psicóloga
Da equipe Cuidarte