Volta às aulas sem ansiedade de separação

Saiba como ajudar seu filho a ter prazer nessa nova fase

Estamos num período de início do ano letivo e nessa época sempre vem à tona o assunto do primeiro dia aula do filho em idade pré-escolar ou mesmo o que vai entrar no primeiro ano do ensino fundamental. O momento é de tensão para pais e também para a criança. Afinal é momento de separação, de entrar em contato com o novo e como tudo que é feito pela primeira vez pode ser fonte de ansiedade e medo.

Mas a ocasião não precisa ser transformada em problema, ao contrário, pode ser fonte de prazer, descobertas e alegria para pais e a criança. É preciso ter em mente que a forma como esta reage ao primeiro dia na escola tem muito do modo como o fato é encarado e vivenciado pelos pais e/ou cuidadores.

Uma criança que é agarrada em demasia a mãe, que não é incentivada a fazer amizades e a ser independente tem maior probabilidade de sentir dificuldade de adaptação. Sua reação poderá ser o choro, medo, ansiedade. Pode até mesmo desencadear o transtorno de ansiedade de separação. Entre os sinais de alerta do transtorno de ansiedade de separação está o sofrimento excessivo e recorrente frente a ocorrência ou previsão de afastamento de casa ou de figuras importantes de vinculação.

Segundo o manual do Código Internacional de Doenças, o CID 10, é normal crianças pré-escolares mostrarem um grau de ansiedade em relação a separações, real ou ameaçadas, das pessoas as quais está vinculada, porém o transtorno só deve ser diagnosticado quando o medo de separação constitui o foco da ansiedade e quando tal ansiedade surge durante os primeiros anos. Então não fique pensando que qualquer choro ou aversão do filho em ficar na escola seja o transtorno, ok?!

A criança leva um tempo para se adaptar a nova rotina. Para que esse momento seja sem dramas é importante os pais prepararem ela para essa etapa, como falar da sua ida a escola. Contar que toda criança passa por esse processo, incentivar socializações, ficar um período observando na escola, conversar com professores.

Em seu site , a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, dá, em um artigo sobre o assunto, a seguinte dica, que julgo interessante: “É importante que os pais e parentes próximos se conscientizem da importância de mudar seus possíveis comportamentos ansiosos e tendência à preocupação devido ao impacto negativo causado nas crianças. Além disso, os pais devem promover os comportamentos independentes dos seus filhos. Os pais precisam incentivá-los a superar seus medos e, jamais, subestimarem sua competência para lidarem com situações temidas”.

Ao chegar a sua casa, após a escola, faça um resgate do dia da criança com ela e continue a incentivá-la na nova rotina.  Apoiar o filho em suas demandas é um dos caminhos a ser percorrido e isto o ajudará a se tornar mais seguro e independente. Lembre-se que o objetivo da educação de um modo global é dar aos pequenos autonomia, em outras palavras, asas para eles voarem e serem felizes!

 

*Adriana Lemos – Jornalista e Psicóloga humanista
*Da clínica Cuidarte

Tem início aulas da especialização em trânsito

Teve início, no último sábado, 18, as aulas de mais uma especialização em Psicologia do Trânsito, facilitada em Teresina pela clínica Cuidarte em parceria com a Pos-Graduar de Minas Gerais. Pela intensa procura pelo curso, foram criadas duas turmas que assistem aulas na Uninovafapi. Confira fotos das aulas inaugurais da disciplina de Medicina do Tráfego em nossa fan page no facebook.

 

 

 

 

Relações sociais em tempos de Internet

As relações interpessoais  mudaram na contemporaneidade e são mediadas pela tecnologia. Nesse panorama, a Internet aproximou as pessoas e  modificou a forma de  se relacionar. As redes sociais são o expoente maior desse momento.  E é fato que a Internet assumiu um papel importante  e ocupou espaço e tempo na vida das pessoas. A psicológa Adriana Lemos, da equipe Cuidarte, foi entrevistada pela revista Cidade Verde sobre o tema  para a  matéria intitulada “Conectados 24 horas”, que  está na edição 72 da referida publicação. Aqui você confere a entrevista na íntegra, feita pela reporter Caroline Oliveira. 
 
O que a internet pode influenciar na vida de uma família?

Hoje vivemos o que chamamos de pós-modernidade em que as tecnologias ocupam um lugar considerável na vida dos indivíduos e essa era mudou a forma das pessoas se relacionarem; a Internet tem um grande peso nisso, pois se deslocou o foco dos relacionamentos reais para os virtuais. Nessa perspectiva, a Internet assume um papel importante na vida das pessoas, sobretudo dos adultos jovens, adolescentes (a chamada geração “Y”, nascida na década de 80 e com o ‘boom’ da tecnologia da Internet no início dos anos 90) e crianças. Vivemos na
contemporaneidade a sociedade do espetáculo na qual não há mais um sentido no limite entre o público e o privado; as pessoas sentem a necessidade de exposição, como se estivem num palco com plateia. Os amigos virtuais nas redes sociais compõe essa plateia e esse desejo de se sentir num palco é uma maneira que as pessoas têm de se reconhecer como indivíduos, de se sentirem confirmados/validados.

Quais os cuidados que os pais devem ter com seus filhos na internet?

Em linhas gerais, os cuidados que se tem ou se deve ter na educação dos filhos é o de esclarecer sobre o uso da Internet, impor limites, horários de acesso à internet, saber a senha das redes sociais, o conteúdo das conversas, com quem conversa. Enfim supervisionar o uso da Internet pelos filhos. É preciso estar próximo deles, dar abertura para conversar e que eles possam confiar nos pais, contar intimidades…

Qual a vantagem e desvantagem da internet wi-fi juntamente com os aparelhos celulares modernos que facilita o acesso em vários locais?

Vejo como vantagem a facilidade de acesso a Internet e a informação, mas se a pessoa não tem limites e não sabe dosar o uso disso se torna desvantagem, porque corre o risco de viver on line, mas não ter uma vida real rica e saudável em seus relacionamentos.

O que essa interação virtual pode causar na real (pontos positivos e negativos)?

Entre os pontos positivos está o fato de que o ambiente da Internet é um espaço democrático e há lugar para as mais diversas expressões da subjetividade. É um espaço no qual se pode interagir com amigos também da vida real, encontrar antigas amizades que o tempo e o rumo da vida de cada um separaram. Por outro lado, é necessário discernimento para entender que o mundo virtual tem uma dinâmica diferente da vida real, há perigos de perfis falsos, pedofilia, golpes financeiros e amorosos, é um mundo de ‘fantasia/fake’ no sentido de que muito do que está exposto não corresponde à realidade. Pare para pensar o que as pessoas, via de
regra, expõem nas redes sócias: só o lado bom da vida, como fotos de carrões, viagens, compras, baladas, etc. Parece não existir lugar para a expressão da vida real, na qual as pessoas se sentem tristes, têm problemas. Vejo como uma espécie de negação do real, da expressão de uma necessidade desenfreada de aprovação/admiração pelo outro, através da exposição do lado da aparência da vida. É o ter no lugar do ser. Se analisarmos mais a fundo ainda percebemos que existe no mundo virtual uma lógica capitalista e da indústria cultural que dita ou ao menos intermedia o modo de se vestir, de se relacionar, o modo de ser, de se divertir. Em suma, esse novo modo de se relacionar cria também novas necessidades e influencia na construção das individualidades, cria novos modos de viver.

O convívio virtual tem dificultado/atrapalhado ou ajudado no diálogo real dentro de casa, com os amigos ou nos relacionamentos sociais? Por quê?
Não tenho dados para uma análise dessa questão, pois a necessidade de espetacularização do cotidiano relacionar ainda é um fenômeno muito novo. É difícil precisar, mas suponho que pode dificultar quando a pessoa passa a viver mais virtualmente, pois pode até parar de dialogar com a família e amigos reais, o que se constitui em um problema sério, que traz desconforte emocional/psíquico inclusive. O importante é não haver exageros como, por exemplo, estar em um show ou em bar com amigos e preferir estar no celular interagindo virtualmente em vez de aproveitar a companhia ao lado. Entretanto, se o convívio virtual é sem excessos acredito que não há interferências significativas.

O que fazer com o volume de informações que recebemos?

Fazer escolhas do que é importante. É preciso eleger prioridades e relaxar em relação ao restante. Caso não façamos isso nos sentiremos estressados.

Como educar crianças nesse mundo virtual?

Como na educação convencional, dar limites, dialogar, e só dar acesso às crianças ao mundo virtual conforme sua fase de desenvolvimento, como um jogo para ela aprender a resolver problemas. Pergunto-me qual a necessidade de uma criança de três anos ter um celular com tecnologia de ponta ou a um tablet de última geração? Essa necessidade é do pai/mãe de exibir-se ou da criança? Creio que respondendo a essas questões os pais saberão o que fazer.

Especialização em Trânsito está com inscrições abertas

Curso começa em Janeiro e é facilitada em Teresina pela Cuidarte

Final do ano chegou e é hora de se programar para 2014 e isso inclui os estudos, que podem garantir mais oportunidade de trabalho para você que é psicólogo. Já estão abertas as inscrições para nova turma de Especialização em Psicologia do Trânsito, que acontece em Teresina através de uma parceria entre a Cuidarte e o Centro Universitário de Caratinga/UNEC de Minas Gerais.

O curso acontece na modalidade intensiva com módulos de 14 dias a cada seis meses (Janeiro/2014, Julho/2014 e Janeiro/2015). As aulas do primeiro módulo acontecerão no período de 18 a 31 de janeiro próximo.

As inscrições para a especialização podem ser realizadas até o dia 20 de dezembro. Mais informações podem ser obtidas na Cuidarte pelos telefones 3232.3209 e 88197404 ou através da Posgraduar: 0800 601 0568, bh@posgraduar.com.br e pelo site www.posgraduar.com.br.

O curso visa oferecer aos psicólogos uma visão geral de todos os conteúdos relacionados ao trânsito e qualificar e especializar os profissionais que pretendem atuar no Sistema Nacional de Trânsito e áreas afins, bem proporcionar uma iniciação científica.

O valor da matrícula é de R$ 200,00 e o curso pode ser dividido em 14 parcelas de R$ 469 ou em 08 parcelas de R$ 778,00. A especialização pode ainda ser paga à vista com investimento no valor de R$ 5.730,00.

 

Psicóloga realiza palestra a convite do Medplan

A psicóloga Adriana Lemos falou sobre estresse pós-traumático

O Medplan realizou, em parceria com a Eletrobrás Piauí, mais uma de suas palestras no último dia 1º de novembro. A psicóloga Adriana Lemos conversou com os colaboradores da empresa sobre estresse pós-traumático, problema que atinge pessoas que passaram por um grande trauma. No caso da Eletrobrás Piauí, um assalto ocorrido sete dias antes.

Recentemente, homens armados invadiram um correspondente bancário no setor de atendimento da empresa, fato que deixou a gerência preocupada com os efeitos sobre seus funcionários. Muitos relatam dificuldades para dormir e medo de ir ao trabalho. Daí, a necessidade de realização desta palestra. “Foi uma situação grave e atípica, violenta. Fica um trauma após isso, e nós queremos manter a qualidade do ambiente de trabalho”, diz João Carvalho, gerente do setor.

Durante sua palestra, Adriana relatou diversos casos de estresse pós-traumático e explicou como este tipo de situação afeta o cotidiano de cada um de maneira diferente. Para ela, é cedo dizer que alguém desenvolveu algum trauma após o ocorrido, devido ser um fato ainda recente, mas é bom ficar atento. Palestras como essa podem ajudar. “Ajuda eles a verem que não estão sós, e passam a ter mais informação sobre esse tipo de situação. Exteriorizar o que sentem também ajuda muito”, afirma a psicóloga.

Já o coordenador do setor de atendimento, Gileno Pontes, ressalta que a ida do Mais Por Você até a Eletrobrás Piauí é uma mostra de cuidado da empresa. “Mostra preocupação com os seus colaboradores, trabalhando para o seu bem estar”, diz ele.

Texo e foto: www.medplan.com.br

Um olhar da psicologia sobre Elena

Documentário fala sobre suicídio e resgata memórias afetivas da cineasta Petra Costa.

Há cerca de dois meses vinha pensando em escrever sobre um tema silencioso e ainda envolto em brumas: o suicídio. Ao pesquisar sobre o assunto assisti a um debate on-line promovido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), li matérias antigas e recentes sobre o assunto, baixei apostilas da OMS orientando médicos e profissionais de imprensa de como lidar com o tema, e por fim encontrei uma reportagem sobre o documentário Elena, da atriz e cineasta Petra Costa, que usou a história da irmã – nome título da obra – para estrear seu primeiro longa metragem. Então decidi usar o filme para abordar a questão pontuando o texto com um olhar da psicologia.

Após ver o documentário, acredito, como psicóloga humanista que sou, mais ainda que nós somos capazes de encontrar nossos próprios caminhos em busca do equilíbrio e da autorregulação. É isso que Petra faz nessa obra. Por meio dela, a cineasta consegue reelaborar o luto e exorcizar Elena de dentro de si, colocando-a no seu devido lugar (levando-a para suas memórias e guardando-a no seu afeto).

Petra consegue dialogar de modo brilhante consigo e com os expectadores sobre um tema ainda envolto em tabus de um modo realista, e sem o tom condenatório tão comum a ele, pois na obra não importam os porquês, mas o como a irmã se construiu, como foram suas vivências juntas.

Penso que o assunto precisa ser falado, discutido, esmiuçado para que as pessoas vulneráveis possam ser ajudadas e as que convivem com esses sujeitos consigam perceber os sinais que uma pessoa com ideação suicida dá, de modo que o suicídio possa ser evitado. Há um consenso que quando se noticia o suicídio pessoas vulneráveis podem se identificar e levar a ideia de eliminação voluntária a cabo. É fato que existe o fenômeno que os especialistas chamam de contágio, mas por outro lado uma matéria feita com responsabilidade, buscando profissionais respaldados para discutir sobre o assunto ajuda positivamente a informar. O que não vale e é pernicioso é o sensacionalismo e, infelizmente, o tratamento da imprensa no Brasil em relação ao tema ainda é superficial e distante. Mas basta concluirmos que silenciar sobre o suicídio, não o elimina.

A SINOPSE DO FILME

Elena viaja para Nova York com o mesmo sonho da mãe: ser atriz de cinema. Deixa para trás uma infância passada na clandestinidade durante a ditadura militar e uma adolescência vivida entre peças de teatro e filmes caseiros. Também deixa Petra, sua irmã de sete anos. Duas décadas mais tarde, Petra também se torna atriz e embarca para Nova York em busca de Elena. Tem apenas pistas: fitas de vídeo, recortes de jornais, diários e cartas. A qualquer momento, Petra espera encontrar Elena andando pelas ruas. Aos poucos, os traços das duas se confundem. Já não se sabe quem é uma e quem é a outra. Elena é um filme sobre a persistência das lembranças de Petra em relação à irmã, sobre a irreversibilidade da perda, e o impacto causado na menina de sete anos pela ausência da irmã, a quem Petra chama de sua “memória inconsolável”.

O documentário trata de questões como o feminino, o luto, a família e muito do que permeia a vida – não só dela e de sua família – mas a de todos nós, na ocorrência inexorável das perdas, da existência de vivências emocionais dolorosas e do nosso lado escuro (a depressão de Elena, a negação da depressão de Petra como reação à morte da irmã, a culpa e tristeza escancarada nos olhos da mãe).

Ela faz um resgate não só da história de sua irmã por meio de memórias, mas, sobretudo nos diz como mensagem de fundo acerca da sobrevivência dos que ficam após o suicídio de um familiar. O documentário fala de perto sobre as reações às perdas reais e simbólicas. Petra conseguiu com o documentário resignificar a vivência da morte trágica e precipitada de Elena aos 20 anos, e também a colocou no seu devido lugar, como já pontuei.

Tive a impressão que o documentário foi realizado, mesmo que como estratégia  inconsciente, não só para amenizar a dor da culpa que a irmã e a mãe sentiam pela morte de Elena, mas também como forma de Petra conhecer Elena e a si mesmo. Ao reviver tantas memórias da irmã deixadas em vídeos e diários. Para mim um dos momentos mais doces do filme é a dança na água, quando a narradora Petra diz: “As dores viram água, e pouco a pouco viram memória”.

A água nas cenas da dança simboliza exatamente nossas emoções, que para mantermos fluídas precisamos deixa-las escorrer. Se represarmos o rio nesse ponto, ele pode sair do leito e, assim, adoecermos, mas se vamos ao encontro delas, as águas voltam para o leito e correm tranquilas. Petra encontrou na realização do filme o seu caminho, fazer terapia pode ser outro meio para as emoções escorrem e encontrarem seu lugar.

Por Adriana Lemos – Psicóloga e jornalista
*Da equipe Cuidarte

O rompimento de laços afetivos na alienação parental

Saiba mais sobre esse tema e as estratégias de enfretamento para a alienação parental.

A alienação parental é hoje uma das mais graves formas de violência psicológica contra as crianças e adolescentes. É muito comum chegarem aos profissionais crianças com queixa de mudança de comportamento, tristeza, desanimo e agressividade. Tudo isso em decorrência da criança estar sendo vítima da Síndrome da Alienação Parental.

A Alienação parental acontece quando pai, mãe ou quem é responsável tenta, de forma abusiva, afastar a criança do outro genitor e sua família. Ou seja, quando um dos pais tenta destruir ou impedir a relação da criança com o outro. Muitas vezes a SAP se dá quando um dos pais, privados do convívio com a criança, passa então por vingança, mágoa ou até mesmo inconformismo com o fim do relacionamento, a usar a criança como um objeto para atingir o outro. O mesmo passa a desmoralizar, desqualificar o outro para o filho e, muitas vezes até criando histórias a seu respeito. A partir do momento que a criança começa a ouvir tudo isso, a fazer parte de problemas que não são seus, passa acreditar nisso e, consequentemente afasta-se do outro genitor.

É a partir daí que a criança começa a mostrar mudanças de hábitos no seu dia-a-dia:

De forma geral a criança apresenta:

–  Baixa autoestima

–  Comportamento autodestrutivo

–  Irritabilidade

–  Agressividade

–  Crueldade

–  Depressão

–  Ansiedade

–  Estresse pós-traumático

Em relação ao genitor que está sendo alienado:

–  Sentimento constante de raiva e ódio

–   Recusa a dar atenção, visitar ou até mesmo se comunicar com o genitor.

–  Guarda sentimentos negativos em relação ao outro, como lhe é narrado pelo alienador.

É importante ressaltar que nem sempre quando houver separação dos pais a criança vai reagir desta forma. No entanto, os efeitos do divórcio sobre a criança dependerão muito das circunstâncias em que se dá esta separação. Se o divórcio é feito de uma maneira em que há respeito mútuo entre os pais, o desenvolvimento psicológico da criança não estará necessariamente prejudicado. Se ela percebe que apesar das dificuldades inerentes a um processo de separação, há um clima de cooperação e convivência mínima, será mais fácil para a criança assimilar e elaborar a nova configuração familiar. Por outro lado, o que se constata é que quanto mais grave e intensa for a “guerra” entre os ex-cônjuges, incluindo aí a proibição de visitas, maior será o sofrimento psíquico dos filhos envolvidos. Neste caso, as crianças podem vir a desenvolver sintomas os mais variados como uma resposta emocional ao seu sofrimento. Podem apresentar sintomas de depressão, alterações no comportamento, diminuição do rendimento escolar, ansiedade de separação, ou podem ainda desenvolver fobias ou retraimento social.

È preciso que fiquemos atentos a todas essas situações, pois toda separação é difícil e, cabe a todos nós, principalmente à família dar o suporte necessário à criança para que isso não ocorra e que a criança passe por isso de forma menos conflitante. Os pais separados devem compreender os filhos. È muito importante também que estes pais estejam disponíveis e sensíveis à necessidade da criança, mesmo que à distância, e tentar pensar como estes eles enquanto pais poderiam se fazer presentes de outras formas, enquanto a presença física ainda não é possível ou é limitada. E, além disso, buscar uma ajuda profissional para lidar com esta ausência poderia ser muito benéfica também.

Entretanto vemos crianças e adolescentes, além do genitor alienado, sofrendo as consequências desta doença familiar, sem que providências urgentes sejam tomadas em sua defesa.

Pensar nas consequências para uma criança ou adolescente que passa tanto tempo excluído da presença do genitor, sendo alienados na sua percepção deste, sem que ele, mesmo repleto de provas seja ouvido pela justiça, preocupa. Os transtornos ocasionados a este sistema familiar são muito grandes, e muitas vezes sem possibilidade de resgate para estes.

Diante disso, é importante estarmos sempre alertas. Precisamos ver a SAP como um grito de socorro por parte do genitor, que em seu comportamento alienado e alienador, não consegue enxergar além de si próprio, provocando um grande sofrimento em todo o seu círculo familiar, principalmente aos filhos envolvidos e, cabe a todos nós colocar o limite necessário quando isso está acontecendo.

 

Polliana Melo – Psicóloga
Da equipe Cuidarte

Psicopedagoga fala sobre escolha profissional

Para Patrícia Sampaio é importante conhecer a área almejada para que não haja idealização.

Em recente entrevista ao portal G1/Piauí a psicopedagoga Patrícia Sampaio, que faz parte da equipe da Cuidarte, falou sobre escolha profissional, tirou dúvidas e deu dicas para quem está nessa fase da vida, como os pré-vestibulandos. Entre os diversos focos abordados estão questões como a realização profissional, vocação e retorno financeiro.

A psicopedagoga alertou que a família tem um papel importante durante esse período. Leia o texto na íntegra:

Muitas dúvidas permeiam a cabeça de um estudante que está próximo de escolher as opções de cursos oferecidos pelas faculdades: desempenho, profissão, retorno financeiro, vocação, horas trabalhadas, aptidão, família e realização pessoal estão entre os pensamentos mais comuns nesse momento. Segundo a psicopedagoga Patrícia Ribeiro Andrade, o principal subsídio para fazer a escolha correta é informa-se o máximo possível.

“Antes de qualquer escolha o aluno precisa conhecer tudo sobre aquela área pretendida. Faixa salarial, mercado, locais de trabalho, conhecer profissionais etc. Quanto maior essa pesquisa melhor. Uma boa escolha da profissão reduz muito a frustração durante a vida”, afirma.

Para Patrícia, esse conhecimento é imprescindível ao aluno, pois muitos criam uma grande expectativa e tomam como referência um profissional muito bem sucedido e não percebem que ele faz parte de uma minoria. “Os vestibulandos idealizam uma realidade de sucesso, dinheiro e realização pessoal, mas eles têm que saber que todas as profissões têm suas dificuldades e que certamente eles as enfrentarão. Acho que o estudante precisa de um choque de realidade para não idealizar a área pretendida”, opina.

O teste vocacional, afirma ela, pode ser uma importante feramente durante esse processo de escolha, pois ajuda o aluno a tomar um norte ao levar em conta suas características e aptidões pessoais.

“Os testes indicam um caminho, mas não dizem ‘siga essa profissão’. Ele mostra a área que você tem mais habilidade e disposição. Além disso, o estudante deve levar em consideração suas características pessoais. Se ele é muito tímido e envergonhado, é um pouco mais difícil para seguir uma carreira como a de jornalista, por exemplo”, conta.

A psicopedagoga alerta que a família tem um papel importante durante esse período, que um componentes que mais atua na escolha do curso é a expectativa dos pais e família sobre o estudante. “Os pais devem apoiar a decisão do filho. O ideal é a pessoa escolher aquilo que ela almeja, senão existe uma grande probabilidade de engrossar a estatística das pessoas que entram na universidade, mas não concluem o curso. Atualmente, entre 40% e 50% dos universitários abandonam a instituição”, relata.

 

Texto original extraído do portal G1/Piauí

Os prejuízos do consumo de álcool na gravidez

Uma das consequências graves do consumo de álcool durante a gravidez é a Síndrome Alcoólica Fetal 

Apesar das recomendações médicas e profissionais em relação à abstinência total de álcool durante a gravidez, ouvimos muitas vezes, até mesmo de amigos e pessoas próximas que um pouquinho de cerveja ou um vinhozinho não faz mal, pelo contrário, faz muito bem.

Infelizmente essa concepção e prática podem ocasionar graves consequências futuras para o bebê, pois o álcool pode provocar danos logo nas primeiras semanas de gravidez e afetar principalmente o cérebro da criança.

O álcool passa com facilidade para o feto em desenvolvimento através da placenta, por isso a criança pode nascer com problemas de ordem motora, física e mental.  Uma das consequências mais graves do consumo de álcool durante a gravidez é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF)

Não se sabe o nível mínimo de álcool que resulta na Síndrome, não foi estabelecido. O que se sabe é que o grau em que as crianças são afetadas não depende somente da quantidade ingerida, mas também da fase da gravidez em que aconteceu o consumo. Acredita-se que há maior prejuízo, quando consumido nas primeiras semanas.

A SAF possui vários níveis de gravidade e pode provocar desde disformismo facial, até déficit no crescimento, “problema” de coordenação motora, retardo mental e dificuldade de aprendizado e de memória. Além de distúrbios de comportamento e malformações nos principais órgãos como rins, pulmão e coração.

É percebido na criança com a síndrome:

– Dificuldade de atenção e memória.
– Amizade imprópria com desconhecidos.
– Dificuldade de aprender com as consequências.
– Hiperatividade, dificuldade atenção e de concentração.
– Habilidades pobres de resolver problemas.
-Inabilidade de Discernimento do uso do dinheiro.
– Comportamento social imaturo.
– Dificuldade de controle dos impulsos e das emoções.
– “Pobreza” de julgamento.

É importante salientar que há possibilidades de algumas crianças que se encontram no chamado “espectro” dos distúrbios provocados pelo álcool, apresentarem alguns dos problemas citados acima, mas que não chegam a preencher todos os requisitos necessários para serem classificadas com a síndrome. Mas, nem por isso, deixa de trazer vários comprometimentos para o seu desenvolvimento.

O diagnóstico precoce e acompanhamento da criança com SAF por uma equipe multiprofissional composta por especialista que cuidam das áreas afetadas é indispensável para que os acometimentos causados pelo uso do álcool sejam amenizados.

Há como prevenir? Sim, a única maneira de evitar que seu filho venha ser acometido pela síndrome é fazendo abstenção do uso de álcool durante a gravidez. Como não se sabe que quantidade pode ocasionar a síndrome, a recomendação é consumo zero durante a gravidez.   Além do mais, quem está planejando engravidar, o bom é que não se faça mais o uso desde já. Mesmo que pareça exagero, mas os bebês requerem cuidados que começam muito antes do nascimento.  É importante que a futura mamãe prepare seu corpo aumentando assim a probabilidade de gerar um filho saudável.

 
Vera Lúcia Coelho Costa – Psicóloga
Da equipe Cuidarte