Como falar da morte do bicho de estimação para as crianças

Os pets ajudam a criança a ter contato com todas as fases da vida.

Já falei em outro texto por aqui, sobre Terapia Assistida por Animais (TAA), que o contato com animais pode ajudar o Homem a enfrentar questões dolorosas, trazendo mais qualidade de vida, pois o animal é um ser que não julga e aceita as pessoas como elas são. Quem é dono de um cachorro, por exemplo, pode passar o dia fora de casa e quando chega à noite tem seu fiel companheiro abanando o rabo pronto para dar carinho e fazer companhia sem nada perguntar ou cobrar.

Costumo dizer que uma casa com bicho de estimação é um lar mais feliz e se ela tem criança, os bichos ajudam na socialização, brincam, dão amor incondicional e, através da convivência com os pets, é possível ainda ensina-las a cuidar do outro, a ter responsabilidades, aprender sobre adoecimento, a ter contato com os ciclos da vida, como nascimento, crescimento, reprodução e morte.

Por isso, quando um bicho de estimação morre o correto é não poupar o filho de viver a dor do luto. É uma oportunidade de aprendizado para a vida e protegê-las não vai ajudar, mas o sofrimento pode ser amenizado por meio do acolhimento.

A melhor forma de abordar o tema sobre a morte do bichinho é falar com clareza e responder tudo que a criança pergunta na linguagem que ela entenda. O modo como a criança vai reagir depende também da forma que a família trata o tema da morte.

Tentar dar outro animal logo que o pet da família morreu não é o mais recomendado. É necessário dar tempo para que a criança elabore a perda. Para amenizar o sofrimento é preciso acolher seu filho, como já falado, respondendo suas perguntas. Oferecer livros adequados à idade da criança, e que falem sobre perdas, pode ser outra opção para ajudar aos pequenos nesse momento.

A revista Pais e Filhos, na edição do mês de junho deste ano, sugere alguns livros que falam sobre perdas de bicho de estimação. As obras podem ajudar, de modo lúdico, as crianças nessa fase:

Os Porquês do Coração, de Nye Ribeiro e Conceil Correa da Silva, Editora do Brasil

Por Que o Elvis Não Latiu, de Robertson Frizero, Ed. Inverso

O Céu dos Cachorros, de Flávia Vallejo, Ed. Realejo Edições

 

Por Adriana Lemos – Jornalista e Psicóloga
*Da equipe Cuidarte