6 dicas para lidar com luto e a falta de rotina trazidos pela Covid

A pandemia da doença do coronavírus 2019 (COVID-19) mudou a vida das pessoas de muitas maneiras. Além de sentir luto pela perda de vidas causada pela COVID-19, você provavelmente está de luto pela perda da sua rotina normal. A Mayo Clinic, ONG norte-americana especializada em tratamentos e pesquisa na área médica, fez uma lista com algumas dicas para melhorar essa situação.

Restrições para ficar em casa impostas para prevenir a disseminação da COVID-19 afetaram os empregos das pessoas, a maneira com que crianças brincam e vão à escola e a habilidade de se reunir em pessoa com amigos e família. Essas medidas também mudaram a maneira com que as pessoas fazem compras, praticam suas religiões, se exercitam, comem e buscam entretenimento. Como consequência, a pandemia teve um impacto psicológico profundo, fazendo com que as pessoas perdessem seus sensos de segurança, previsibilidade, controle, liberdade e proteção.

Por que a perda da rotina é tão desoladora?

Você pode não perceber, mas você não se apega somente a outras pessoas. Você também provavelmente sente fortes vínculos com seu trabalho e com certos lugares e coisas. A experiência de perder esses vínculos, porém, não é tão bem definida quanto algumas perdas. E finais inesperados podem causar emoções intensas. Isso pode tornar difícil lidar com o que aconteceu e seguir em frente.

Você talvez também sinta que mudanças trazidas pela pandemia estão afetando seu senso de identidade. Por exemplo, se sua identidade é ligada estreitamente com seu emprego, perdê-lo pode provocar uma crise de identidade.

Sinais e sintomas de luto

Luto pode fazer com que você se sinta entorpecido ou vazio, com raiva, ou incapaz de sentir alegria ou tristeza. Você também pode ter sintomas físicos, como problemas para dormir ou comer, fadiga excessiva, fraqueza muscular ou tremores. Você pode ter pesadelos ou retirar-se socialmente.

Lembre-se, porém, de que o luto pode ter efeitos positivos também. Por exemplo, você pode se sentir grato por pessoas corajosas e atenciosas em sua comunidade. Você pode encontrar uma nova apreciação por seus relacionamentos e ter desejo de ajudar outros que estão passando por perdas similares.

Lidando com o luto do coronavírus

Por pior que faça você se sentir, o luto serve um propósito importante. O luto ajuda você a reconhecer que passou por uma perda e que precisará se adaptar.

Para lidar com o luto:

  1. Preste atenção nos seus sentimentos: cite o que você perdeu durante a pandemia. Talvez ajude escrever isso em um diário. Permita-se sentir tristeza ou chorar.
  2. Pense nas suas forças e habilidades de superação: como elas podem te ajudar a seguir em frente? Pense em outras transições difíceis pelas quais você passou, como uma troca anterior de emprego ou um divórcio. O que você fez que o ajudou a se recuperar?
  3. Mantenha-se conectado: não permita que o distanciamento social o previna de conseguir o apoio de que você precisa. Use ligações, mensagens de texto, chamadas por vídeo e mídias sociais para manter contato com seus familiares e amigos que são positivos e encorajadores. Procure aqueles que estão em situações similares. Animais de estimação também podem fornecer apoio emocional.
  4. Crie uma rotina adaptada: Isso pode ajudar a preservar um senso de ordem e propósito, apesar do quanto as coisas podem ter mudado. Além do trabalho ou estudo remotos, inclua atividades que possam ajudá-lo a lidar com a situação, como exercício, prática religiosa ou passatempos. Mantenha um horário regular para ir dormir e tente manter uma dieta saudável.
  5. Limite a quantidade de notícias que você vê: passar tempo demais lendo ou escutando notícias sobre a pandemia da COVID-19 pode fazer com que você foque demais naquilo que perdeu, além de aumentar a ansiedade.
  6. Lembre-se da jornada: se você perdeu seu trabalho, você não tem que deixar o jeito com que acabou definir a experiência toda. Pense em algumas de suas memórias boas e no panorama geral.

Conforme você se ajustar a uma nova realidade e focar nas coisas que pode controlar, seus sentimentos de luto irão diminuir.

Se você está tendo problemas em lidar com seu luto causado pelas mudanças decorrentes da pandemia, considere procurar ajuda de um profissional de saúde mental.

redacao@cidadeverde.com

 

Fonte: Cidadeverde.com

Sono em tempos de isolamento social

Mudanças de rotina, ansiedade, preocupação, adaptação ao home office e exposição exagerada às telas afetam diretamente o sono.

 

Estamos vivendo um momento histórico em nossa sociedade. Diante de situações como
essas, de isolamento social decorrente de uma pandemia, a ansiedade, o medo e as
incertezas nos invadem, levando a inúmeras consequências para nossa saúde, e as
alterações de sono é uma delas.
O sono é uma função importante para nossa saúde física e mental, pois ele permite não só a
restauração e recuperação energética do nosso corpo, mas também melhora do humor e
aprendizado. Em situações de estresse e alteração da rotina, mudamos também nosso
comportamento em relação ao sono, passamos a ter hábitos muitas vezes incompatíveis ou
que prejudiquem o inicio e a qualidade dele.
Os hábitos inadequados associados ao sono podem levar o cérebro a associar a cama, o
horário de dormir e seu quarto com situações aversivas e de estresse, levando a um aumento
da ansiedade e hipervigilância, dificultando assim o início do sono, podendo levar a várias
alterações como: insônia, pesadelos, sono agitado, sensação de sono não reparador,
alterações de ritmo de sono.
Diante da situação atual, dormir bem é uma estratégia importante para evitar o adoecimento
mental e físico. Mas como fazer isso frente à alteração da rotina, ansiedade e estresse?
Essa cartilha tem como objetivo apresentar algumas dicas e estratégias que podem ser
eficazes na melhora da qualidade do seu sono.

 

Confira, a cartilha:

Como manter a qualidade do sono em tempos de isolamento social

 

Sob o mesmo teto e sem sair: guia para superar a quarentena em casal

Alguns dos efeitos colaterais do coronavírus e do isolamento decretado em alguns países para contê-lo levaram ao aumento (já quantificado) dos pedidos de divórcio na cidade chinesa de Xi’an. O impacto da doença e das medidas necessárias para impedir sua propagação são sentidos na sociedade e na economia, mas também em nossos relacionamentos. As medidas de emergência que vem resultando na permanência das pessoas em suas casas podem ter influência sobre o casal ―e sobre a família―, podendo significar o fim do relacionamento ou o início de um vínculo mais profundo, dependendo de como investimos esse tempo. Partindo sempre de uma situação em que nenhum dos membros do casal tenha o vírus, é isto que os especialistas recomendam fazer para inclinar a balança para o segundo cenário.

Preparação anímica

Insistimos, é imperativo seguir as instruções de higiene estabelecidas pelos especialistas em saúde. A partir daí, podemos falar sobre o cenário psicológico. Carme Sánchez Martín, psicóloga clínica e sexóloga do Instituto de Urologia e Serrate & Ribal, em Barcelona, ​​explica ao EL PAÍS que devemos assumir que provavelmente sentiremos sensações de estresse. Mesmo que não estejamos confinados nem infectados, a pandemia pode provocar ansiedade e neste link estão as instruções de vários psicólogos para atenuá-la. Sentir medo e incerteza em um contexto tão desconhecido quanto imprevisível é natural: tomando o país asiático novamente como exemplo, um estudo da Sociedade Chinesa de Psicologia descobriu em fevereiro que 42,6% dos cidadãos chineses tinham sintomas de ansiedade relacionados ao coronavírus, com indícios de depressão em 16,6% dos casos.

Relativizar as sensações

“A primeira coisa que eu recomendaria a qualquer pessoa nesta quarentena é ter duas coisas sempre em mente: isto tem um começo e um fim (o que nos for indicado pelas autoridades) e o objetivo é o bem para si mesmo e para a sociedade; é importante ter muito presentes as duas ideias sempre que nos sentirmos confinados ou angustiados”, diz Sánchez, que também é autora de El Sexo que Queremos las Mujeres. Insiste que é muito importante confiar nas autoridades e nas informações oficiais, e não dar atenção a boatos ou opiniões infundadas. “O medo, seja de contrair a doença ou de ter um desenlace ruim, é uma emoção que pode nos deixar mais desconfiados e em alerta, mas devemos racionalizar e lembrar que os infectados são uma minoria e que, entre os doentes, a imensa maioria consegue se curar.”

Examinarmo-nos sem projetar no outro

Leire Villaumbrales, psicóloga e diretora do centro Alcea, em Madri, também tem um lembrete sobre o medo que devemos levar em consideração: “Quando individualmente estamos travando importantes batalhas internas que supõem, como neste caso atual, lidar com nossa própria angústia, os medos despertados pela incerteza e a sensação de falta de controle, é difícil compartilhar algo diferente de demandas ou conflitos que falam do nosso desejo de que o outro faça algo que ajude a acalmar o que sentimos por dentro”. Em outras palavras, o bem-estar e a tranquilidade são coisas que devemos buscar em nós mesmos e não no outro. “Nesta situação, será importante”, prossegue Villaumbrales, “que individualmente dediquemos tempo para refletir, olhar para dentro, nos perguntar como estamos vivendo tudo isso e o que está despertando em nós. Se pudermos fazer esse exercício individual será mais fácil poder compartilhar com nossos parceiros a realidade do que está acontecendo conosco e, assim, nos sentiremos mais acompanhados”.

Enfoque positivo

Villaumbrales aconselha a tentar não se concentrar no sentimento de imposição e desamparo diante da ideia de não poder escolher: “É uma boa oportunidade para voltar a nos questionar sobre o que é realmente importante em nossa vida. Recuperar o essencial, o contato com as pessoas que amamos (neste caso virtual) e buscar dentro de nós os verdadeiros motivos pelos quais fazemos isso: a responsabilidade social, os valores humanos e comunitários”.

Educação e respeito radicais

É possível que o confinamento nos obrigue a ficarmos sozinhos, com o parceiro, os filhos, outros parentes e até com colegas de quarto. De qualquer forma, a receita é a mesma: “Só existe uma maneira de evitar os atritos, e é sendo extremamente educado. Temos que tentar mentalizar que não estamos com o parceiro ou com alguém que confiamos, mas com alguém com quem devemos ser muito respeitosos e educados, controlando nossas pequenas manias e sendo benevolentes com as da outra pessoa”, aponta Sánchez.

Rotinas essenciais

Se quisermos que nosso relacionamento (e nossa paz de espírito) não seja muito perturbado pela quarentena, alguma disciplina e organização são necessárias. “É muito recomendável estabelecer horários organizados e rotinas para dar sentido aos dias e evitar a sensação avassaladora de perda de tempo. Podemos aproveitá-lo de maneira positiva e produtiva, por exemplo, passando algumas horas organizando fotografias, lendo, fazendo um tutorial no YouTube…”, sugere Sánchez. Algo com que Leire Villaumbrales concorda: “Nos mantermos ocupados e estruturar nosso tempo sempre ajudará a ter uma maior sensação de segurança interna. Podemos resgatar leituras, séries pendentes, dedicar tempo ao cuidado de si ou adiantar trabalhos que normalmente deixamos de lado por falta de tempo”.

Velhos e novos conflitos

“A vida de casal será complicada nos próximos meses”, explica a diretora da Alcea Psicología, “porque quando passamos muito tempo juntos, assim como durante as férias, surgem problemas pendentes. Às vezes a reunião é muito positiva e agradecemos a oportunidade de passar um tempo que normalmente não temos. Outras vezes os assuntos pendentes podem abrir a porta para o conflito.” Diante de tal perspectiva, Sánchez Martín enfatiza sua receita: “educação e respeito extremos”.

Fazer equipe

Leire Villaumbrales nos lembra que, em situações extremas, “é fácil exigir que o parceiro faça algo que possa aliviar o mal-estar que estou sentindo e isso muitas vezes se manifesta em exigências do dia-a-dia aparentemente superficiais, mas que podem trazer grandes conflitos: ‘não deixe tudo jogado’, ‘não fale comigo nesse tom’, ‘cuide um pouco das crianças, tenho que trabalhar’, ‘não tive tempo para nada’…”. São atritos diários que se multiplicam em situação de isolamento. “Temos de lembrar que esse faça algo para que eu me sinta melhor muitas vezes não é possível, pois ambos estamos vivendo uma situação potencialmente difícil e devemos reservar um tempo para observar o que está acontecendo comigo em vez de culpar o parceiro e usá-lo como bode expiatório”. Esse pequeno exercício mental pode transformar o confinamento em uma espécie de terapia de casal: “Esta é uma oportunidade de fazermos equipe, de nos colocarmos do mesmo lado, de compartilhar como estamos nos sentindo com tudo isso e encontrar alguém ao lado que nos escute, que nos fale também de sua própria experiência e, finalmente, nos acompanhe”, conclui Villaumbrales.

Divertirmo-nos juntos

Carme Sánchez propõe uma grande variedade de atividades que podem ser realizadas em casal: “Aproveitar para cozinhar aqueles pratos que não temos tempo para fazer no dia a dia, assistir aos vídeos de Marie Kondo no YouTube e organizar a casa do zero (isso pode criar conflito, mas talvez seja o momento de fazer algo construtivo), tirar o pó do tapetinho (e da Wii Fit) para praticar ioga, alongamentos e outros exercícios em casa, resgatar jogos de tabuleiro, etc.”. Se houver crianças, todas essas sugestões podem incluí-las “e inclusive podemos jogar online com outros amigos confinados”. Villaumbrales também recomenda que, no caso de estarmos confinados com os filhos menores, “aproveitemos em família um tempo que normalmente não temos, por exemplo, observando mais nossos filhos, conversando sem tanta pressa, brincando e soltando a criatividade”. Apelar à esperança e à nostalgia, aproveitando a oportunidade para fazer um plano futuro (como uma viagem, uma reforma da casa…) ou rever juntos fotos também são atividades recomendadas pelos especialistas.

Tréguas em solidão

Por mais harmoniosa que esteja sendo a convivência (o que provavelmente não seja o caso), é imperativo fazer coisas separadamente. “Se o tamanho da casa permitir”, diz Carme Sánchez, “seria muito interessante passar um tempo sozinho e não ficar o tempo todo juntos”. Mesmo que o tamanho da casa não ajude, devemos desdramatizar o silêncio. “É muito importante deixar claro que os silêncios não precisam ser incômodos, essa coisa de que você sempre precisa estar fazendo coisas ou conversando com seu parceiro é uma pressão que devemos tirar de cima. Não acontece nada porque um está fazendo uma coisa e o outro, outra (e não apenas durante a quarentena). Vocês podem estar tranquilamente abstraídos em assuntos diferentes e isso não significa que alguém esteja falando com uma terceira pessoa ou que tenha perdido o interesse.” Durante essas pausas para si mesmo, acrescenta a psicóloga, “pode ser uma boa ideia limpar a mente da crispação causada pela situação ou pela atitude do nosso parceiro, por exemplo, praticando o relaxamento progressivo de Jacobson por cerca de vinte minutos ou exercitando a respiração abdominal ou diafragmática durante cinco minutos, especialmente quando estamos prestes a perder a paciência”.

Existe vida lá fora

As novas tecnologias, tão frequentemente vilipendiadas, podem nos ajudar nessa quarentena: WhatsApp, Skype, Facetime, etc. servirão para que nos comuniquemos com outras pessoas e evitemos a sensação de isolamento. “Seria aconselhável fazer videochamadas com pessoas de que gostamos e compartilhar a experiência com elas”, explica Villaumbrales. “É muito importante não experimentarmos isso sozinhos”.

Fonte: ElPaís

Baixe cartilha sobre sexo e afeto em tempos de quarentena

A vida em quarentena causada pela epidemia de coronavírus ao redor do mundo e a maneira como a gente vive e como diversas necessidades básicas são solucionadas. Em tempos de isolamento e distanciamento social, o sexo seguro é uma parte importantíssima para contenção da Covid 19.

Por isso, o Programa de Estratégias de Saúde da Família da UFRJ fez um manual de sexo seguro que contém informações bastante específicas sobre como deve ser o comportamento sexual durante os tempos de quarentena.

Baixe o manual: Cartilha-SexoeAfeto

 

 

Luto em tempos de pandemia

Imagine perder alguém que você ama muito e não poder se despedir, não realizar os rituais fúnebres que você acredita, um último abraço, um adeus… é isso que a pandemia por COVID-19 está fazendo com os enlutados dessa tragédia. E ainda temos a outra parcela da população que morre por outras causas que também acaba sendo afetada na realização dos rituais fúnebres por conta do isolamento exigido para conter a propagação do vírus.

A pergunta que não quer calar é: como podemos viver a dor do luto simultaneamente ao isolamento social?

É, parece ser um fardo pesado. O luto por si só já é um processo angustiante e vivê-lo isoladamente, sem a realização dos rituais que acreditamos e longe dos demais enlutados o torna mais sofrido. A rede de apoio social é justamente um dos fatores de proteção para que o luto normal não se torne patológico, logo o convívio social se faz de suma importância.

O noticiário constantemente traz exemplos de solidariedade pelo mundo diante da solidão que a pandemia nos impôs. São pessoas tocando músicas em suas varandas, são aplausos, palavras de carinho e já ouvi até poemas, dentre tantas outras manifestações de afeto e cuidado para com o outro. Um convívio social sem beijos, sem abraços, porém, com a mensagem mais importante “eu me importo com você.  Você não está sozinho.”

É comum ouvirmos “eu não sei o que dizer”. Na verdade, ninguém sabe. Talvez não tenhamos nada a dizer. Nossas atitudes falam mais que palavras. Atitudes, como as já citadas e que não cabe mais a um abraço, por enquanto.

Realizar os  rituais fúnebres dentro do que pode ser feito no momento, ajuda a minimizar o sofrimento. E assim que possível, faça tudo de acordo com o que você acredita.

Ofereça ao enlutado espaço para viver a sua dor, mesmo que não estejam próximos fisicamente. Deixe – o chorar, falar se quiser e até mesmo gritar. É muito importante não silenciarmos essa dor. Vale uma vídeo chamada, uma mensagem de texto, rezarem por tele chamada, para que mesmo no isolamento ele não se sinta sozinho. Perceba que ele está vulnerável para desenvolver um luto patológico diante da crise global que estamos enfrentando. Aconselhe ter contato com a natureza, mesmo que no jardim de casa ou na varanda do apartamento. Encoraje – o  a voltar a rotina, mesmo que seja, a dos afazeres domésticos.

O momento é de solidariedade e união de todos para que possamos passar por essas dores de uma forma mais amena e para que o outro sinta um acalento, afinal, pandemia e luto ao mesmo tempo não é fácil. Acredite, a  vida sempre se reinventa e se renova. Vai passar.

Por Karoliny Damasceno – Psicóloga da Clínica Cuidarte (CRP 21/02309)

 

Veja como organizar o trabalho em home office

Controlar a ansiedade e distrações ajudam no desenvolvimento das tarefas, bem como a organização de uma rotina diária

O Brasil não cultiva o hábito do trabalho home office, mas a obrigatoriedade do isolamento social deslocou boa parte dos trabalhadores para dentro de casa. Para o psicólogo especialista em treinamento e desenvolvimento, Fredy Figner o ponto essencial dessa modalidade de trabalho e funcionar bem é a rotina.

“Algumas empresas não têm a cultura do home office, e existia a crença de que não existia a produtividade. Mas eu tenho escutado de vários times que eles estão tendo mais produtividade, porque o funcionário não está sofrendo o desgaste do transporte”, aponta o especialista.

Ele explica que ter uma rotina que auxilie quem está no home office é estabelecer horários para tomar café, para trabalhar e respeitar o horário do término do expediente. “Somado a isso, os pequenos prazeres diários também ajudam”, reforça.

De acordo com o psicólogo, um dos pontos mais importantes na hora de fazer o home office é preparar uma estação de trabalho. “A preparação do ambiente, mantendo o bom senso e os recursos disponíveis, fazendo uma adaptação com local iluminado, arejado, uma cadeira confortável, e objetos que gerem a sensação de bem-estar”, aconselha.

Figner explica que a organização “interna” e “externa” ajudam a trabalhar melhor. Outra dica é procurar fazer uma preparação mental e psicológica: “se sobrou tempo no seu turno de trabalho, aproveite para o seu desenvolvimento profissional. Aproveite para ler sobre a sua área e se aprimorar”, diz Figner.

Home office em família
Um dos problemas do trabalho ter mudado para dentro de casa, é que isto se deu com a família completa. A quarentena também colocou pra dentro de casa os filhos, maridos e esposas, o tempo todo. “E neste caso, é necessário criar uma rotina para as crianças também”, explica o especialista.

E a melhor forma para solucionar isso, é uma reunião para estabelecer as rotinas e critérios. Uma das dicas do psicólogo para evitar distrações é aplicar uma técnica chamada “pomodoro”, “na qual você trabalha focado dentro do tempo estabelecido, e o relógio te avisa quando fazer uma pausa”, conta Figner.

Ele lembra que existem outros canais que “drenam” as energias e podem afetar na produtividade. “Ficar muito tempo nas redes sociais lendo muitas notícias e ainda negativas – hiperinformação – faz com que nossa mente entre em looping, e faz com que gastemos energia vital que deveria ser aplicada em outras tarefas”, explica.

Neste período, é necessário se alimentar de coisas positivas. “Escolha apenas duas boas fontes oficiais de informação para acompanhar o tema do coronavírus”, recomenda Fredy Figner. Ele recomenda também relaxamento, meditação

Ele faz ainda uma alerta sobre as reuniões de vídeoconferências: “elas precisam ter pauta para não ficarem tediosas”. Além disso a roupa, ao menos a que aparece no vídeo, deve ser adequada. Também afirma que deve se prestar atenção no entorno, para que outras pessoas não apareçam no vídeo, nem em situações constrangedoras.

“Não exponha sua intimidade”, reforça o especialista. E por fim, faça uma lista das obrigações, ela é simples e funciona para a organização do trabalho. “Temos que ter a autorresponsabilidade das nossas escolhas para não drenar a energia. Ao fim do dia, reconheça aquilo que você fez”, ressalta.

Controle a ansiedade
O Brasil é um dos países mais ansiosos do mundo, segundo a OMS. Estes altos índices atrapalham o foco na hora do trabalho, aponta Figner. O especialista explica que uma das melhores formas de de combater a ansiedade é a rotina.

“Quando seu pensamento estiver te engolindo, é hora de se perguntar se seu pensamento realmente tem lógica, se ele faz sentido. Todo dia você precisa investir um pouco em inteligência emocional”, lembra o psicólogo.

Ele alerta também para o perigo do uso frequente de bebidas alcoólicas e a compulsão pela comida, eles precisam ser substituídos por hábitos saudáveis. “É bom incluir um pouco de atividade física diária na rotina porque ela ajuda a relaxar, além da meditação que também contribui bastante”, destaca.

Para aquelas pessoas que sentem falta do convívio social, ele recomenda manter contato com as pessoas especiais como familiares e amigos. Outra recomendação é se afastar daquilo que não faz bem, “se existe um grupo de discussão que está desagradável, deixe um tempo de lado”.

Por fim, ele lembra que as melhores ideias surgem em momentos difíceis. “Não foque na pandemia, mas nas soluções necessárias para o momento. O feito é melhor que perfeito”, finaliza.

Como lidar com as crianças na quarentena?

A pandemia de COVID-19 já é um desafio por si só para os adultos: preocupações com a saúde e economia têm ocupado boa parte do dia a dia. No entanto, também é preciso entender como lidar com as crianças na quarentena.

Com boa parte das escolas fechadas, os pequenos estão em casa com a família e também precisam enfrentar os desafios desse período de isolamento social. Enquanto alguns pais ainda precisam trabalhar fora e não têm com quem deixar os filhos, outros precisam conciliar a rotina de home office com as necessidades das crianças.

Neste cenário de caos e incerteza, cabe aos pais ou responsáveis adaptar o dia a dia das crianças de acordo com a nova realidade. No entanto, não podemos parar por aí, pois dependendo da idade é importante também conversar sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo. Afinal, com a internet à disposição não podemos achar que as crianças estão blindadas de todas as informações.

O isolamento social gera muitos questionamentos, deixa as pessoas desnorteadas e confusas. Faz parte, mas é possível amenizar a situação e cuidar das crianças de maneira saudável neste momento. Neste artigo, você poderá conferir algumas dicas para aprender como lidar com as crianças na quarentena.

Continue a leitura e vamos juntos superar os obstáculos desse momento atípico que o mundo todo está vivendo!

Como lidar com as crianças na quarentena?
Medo, angústia e ansiedade são as palavras da vez. Todo mundo está preocupado com um parente no grupo de risco ou com a situação econômica do país. Estamos todos juntos em um mesmo barco, mas diante de tantas incertezas, não podemos nos esquecer dos pequenos.

Muitos pais estão confusos e não sabem como lidar com as crianças na quarentena. É claro que cada ambiente familiar tem as suas peculiaridades, mas existem algumas recomendações gerais, principalmente no que diz respeito à abordagem do assunto e à rotina dos filhos.

Como falar sobre o COVID-19 com as crianças?
Para facilitar, vamos dividir esse guia em etapas. Dessa forma, você tem mais clareza sobre qual é o passo a passo indicado para abordar o assunto com as crianças.

1. Prepare-se emocionalmente
Muitas pessoas estão passando por picos de ansiedade e estresse por conta de todo o contexto de pandemia do coronavírus. Para que a abordagem do assunto não seja traumática para a criança, certifique-se de que você está apto para falar sobre o tema sem chorar ou demonstrar muito desespero.

A criança deve sentir confiança em suas palavras e não ficar mais apavorada. Para se preparar emocionalmente, medite e faça técnicas de respiração que irão acalmar a sua mente e abaixar os níveis de ansiedade.

2. Estruture o roteiro da conversa
Outra dica importante é não começar a conversa sem saber o que falar, pois dessa forma você pode acabar repassando informações desconexas e transmitir ansiedade. Se possível, antes de começar o papo organize as ideias na cabeça para falar apenas o necessário para a criança.

3. Tenha uma conversa aberta e franca
Saiba que ter uma conversa aberta, franca e solidária com os filhos é o melhor caminho para diminuir os níveis de ansiedade e ter um dia a dia mais agradável. Antes de tudo, vale considerar a idade do seu filho, pois se for muito pequeno para entender o contexto talvez não valha a pena entrar em detalhes sobre o tema. Nesses casos, o ideal é penas incentivar bons hábitos de higiene.

Para crianças maiores, a dica é introduzir o assunto de tal forma que haja uma abertura para a criança expor o que ela já sabe e as suas dúvidas. Em seguida, acalme suas angústias e assegure que é normal sentir medo e ansiedade, mas que é preciso ter coragem para enfrentar a situação com otimismo. A criança deve sentir que pode procurar conforto nos familiares quando precisar.

É importante ser honesto, ou seja, falar a verdade, mas de uma maneira que a criança entenda. Se necessário, utilize histórias ou desenhos para ajudar na explicação e torná-la mais didática.

Caso a região em que você more esteja enfrentando um surto, reforce para as crianças que a maioria dos casos de coronavírus são leves e que muitas pessoas estão trabalhando diariamente para conter a transmissão e manter todos seguros.

Considere que se a criança ficar doente você deverá explicar que ela precisará ficar em isolamento em casa ou no hospital, pois é mais seguro para a saúde de todos. Tranquilize suas inquietações, reforçando que é o momento de cuidarmos uns dos outros e que juntos todos sairemos com saúde da situação.

4. Filtre as informações
As crianças não precisam ser expostas a absolutamente tudo o que está acontecendo no mundo, portanto, filtre apenas as informações essenciais.

Tenha em mente um ponto super importante: poupe as crianças do excesso de informações fornecidas pela mídia, sobretudo televisiva, com expressões dramáticas, polêmicas desnecessárias e com um conteúdo muito aquém da compreensão delas.

Traduza o que for importante, não transmita uma sensação de pânico e simplifique. Detalhes sobre números de mortes e dramas familiares geram medos desnecessários e contraproducentes.

5. Dê orientações sobre prevenção
Neste momento não basta apenas falar sobre tudo de ruim que está acontecendo no mundo e se esquecer de orientar a criança em relação à prevenção da doença.

No caso do coronavírus o mais indicado é falar sobre as medidas básicas de higiene, como a lavagem das mãos e as maneiras adequadas de espirrar ou tossir. Use vídeos da internet ou algum outro recurso que possa ajudar nesse momento para que a explicação fique bem clara.

6. Avalie como a criança absorveu as informações
Ao encerrar a conversa, avalie se a criança ficou muito ansiosa com o assunto e sempre reforce a importância do cuidado, solidariedade e união neste momento, colocando-se à disposição para conversar sobre o tema quantas vezes for necessário. Enfim, procure trazer leveza para um tema que por si só já é muito pesado.

Como entreter as crianças durante a quarentena?
Quando o assunto é como lidar com as crianças na quarentena, muitos pais estão se descabelando por conta da suspensão das aulas como uma medida para ajudar a conter a disseminação do coronavírus. Por mais que algumas escolas estejam enviando atividades para serem realizadas em casa, não há como negar que a rotina mudou completamente.

Os contextos são muito diversos. Algumas famílias vivem em residências muito pequenas, de apenas dois cômodos, o que acaba afetando bastante a convivência. Em outros casos, as mães precisam trabalhar remotamente e não conseguem conciliar as tarefas pessoais e profissionais. Por fim, há também os pais que ainda precisam sair para trabalhar e não têm com quem deixar os pequenos.

E nem pense em deixar as crianças com os avós, pois como os mais velhos estão no grupo de risco não é recomendado que tenham muito contato com outras pessoas, principalmente as crianças, que às vezes podem acabar se descuidando um pouco.

Elas, por sua vez, estão acostumadas a ir para as aulas, brincar e fazer as atividades escolares, portanto, em uma situação em que são obrigadas a ficar em casa o tempo todo podem acabar ficando com energia acumulada.

Os pais precisam, mais do que nunca, estar atentos às necessidades dos filhos para que o período de quarentena não seja totalmente perdido. É necessário auxiliar os pequenos tanto na execução das tarefas escolares como na parte emocional.

Confira algumas dicas sobre como lidar com as crianças na quarentena por meio de uma nova rotina cheia de atividades!

1. Incentive a aprendizagem por meio de brincadeiras
Crianças em crescimento e desenvolvimento devem brincar, pois aprendem muito dessa forma. Além dos brinquedos prontos, estimule a criatividade por meio de atividades mais dinâmicas, como por exemplo, plantar uma flor, fazer uma receita ou brincar com um jogo de tabuleiro.

É sempre possível aprender algo novo por meio de brincadeiras como essas que fogem das telas de celular e da televisão. A criança explora sentidos como tato e o olfato, além de se divertir bastante e aprender coisas novas.

2. Estimule a imaginação
Já que não se pode ir ao cinema, teatro ou passear no parque, que tal estimular a imaginação em casa mesmo?

As crianças adoram inventar histórias e o momento de quarentena é ideal para esse tipo de brincadeira. Aproveite a mente fantasiosa do seu filho para estimular seus pensamentos e ajudá-lo a se desligar da realidade em alguns momentos.

Uma dica, por exemplo, é incentivá-lo a criar histórias e personagens em momentos em que você precisa realizar alguma tarefa ou trabalhar. Quando tiver tempo, participe das histórias junto com ele, mas se precisar que ele se vire sozinho, apenas estimule e depois peça para ele te contar todas as suas aventuras.

Outra forma de estimular a imaginação é por meio da contação de histórias. Leia um livro para a criança e depois a incentive a brincar e recriar o universo do livro.

3. Faça-o brincar sozinho
Em alguns momentos a criança vai precisar ficar sozinha (a não ser que tenha um irmão, por exemplo). Portanto, é importante oferecer brinquedos que não exigem a companhia de outras pessoas. Alguns exemplos são quebra-cabeças e jogos de Lego, que exigem tempo e dedicação.

Se a criança for muito pequena, isso não significa que deva deixá-la sem vigilância durante essas atividades. Enquanto está executando outra tarefa, coloque-o ao seu lado para brincar sozinho e prometa que mais tarde vocês passarão um tempo juntos.

4. Estimule a criatividade
Para que os pequenos não fiquem o dia todo vidrados na televisão, video game ou celular, incentive o desenho, a pintura ou o uso de massinhas. Atividades manuais são muito bem-vindas!

Quando as crianças estão entediadas não será um boneco ou carrinho que irá proporcionar entretenimento. Elas buscam brincadeiras novas e diferentes. Logo, permita que usem outros objetos da casa para brincarem: caixas de papelão, luvas de cozinha, ou qualquer outra coisa que possa estimular a criatividade.

Em alguns momentos os filhos podem acabar criando eles mesmos as brincadeiras, mas se perceber que estão com dificuldades, sugira algo novo e inove.

5. Crie uma rotina
Um dos pontos mais importantes quando o assunto é como lidar com as crianças na quarentena é, além de estabelecer a sua rotina, criar uma para as crianças também.

Dessa forma você irá introduzir na cabeça delas que cada atividade deverá acontecer em uma sequência de horários. Isso ajudará a organizar o seu dia e manterá a criança ocupada nos momentos em que você precisar focar no trabalho ou alguma outra atividade.

Faça seus filhos entenderem que a quarentena não é férias e que além das atividades escolares que deverão ser feitas dentro do prazo, também existirão algumas regras e horários a serem cumpridos.

Para cuidar das crianças, cuide da sua saúde mental
Falamos muito sobre os cuidados que se deve ter com os outros, mais especificamente com as crianças, mas sabia que para cuidar bem dos outros primeiro é preciso estar em dia com a sua saúde mental?

A quarentena tem sido um desafio para muitas famílias e adaptação não é tão simples como parece. Para lidar com todas as mudanças sem surtar é preciso tirar um tempinho para cuidar de si.

Isso quer dizer ter um horário na sua agenda para praticar exercícios, meditar, se conectar com os familiares e amigos por meio de video-conferências e, é claro, cuidar das emoções.

Caso sinta que seus níveis de ansiedade e estresse estão muito altos, prejudicando seu bem-estar e a convivência com a família, procure um psicólogo para ajudar nesse momento. Com o isolamento social, muitos profissionais estão atendendo virtualmente, o que torna os preços das sessões até mais acessíveis.

Fonte: Blog Vitude

Atividade física é aliada do bem-estar mental durante quarentena

Ficar em casa por tanto tempo pode ser um pesadelo pra muita gente. Quebrar a rotina, deixar de fazer as atividades com as quais o corpo já se acostumou… mesmo sabendo -e entendendo- que é necessário ficar em quietude e dentro de casa para conter o avanço do coronavírus, é normal que o corpo estranhe a mudança.

Estudante de psicologia, Arielle Reis, 21, faz um trajeto relativamente longo de 2 a 3 vezes por semana para fazer pole dance. Moradora do bairro de São Rafael, a estudante vai até Stella Maris para praticar sua atividade. O motivo é simples: Arielle sofre de ansiedade e depressão, por conta disso o confinamento é um fardo em sua rotina.

Para minimizar as dores, ela criou uma rotina de alongamentos e exercícios físicos para fazer dentro de casa e, assim, consegue ‘negociar’ com seu corpo e sua mente a abstinência das atividades que costuma fazer no dia-a-dia.

“Pratico atividade física para ajudar na pressão cotidiana. A reclusão impediu a ida ao pole dance. A quarentena e a preocupação com o avanço do vírus me dão muita ansiedade. E praticar alongamentos pela manhã ou no final do dia tem me ajudado a relaxar. O ócio me deixa ansiosa e os alongamentos me ajudam a reduzir essa sensação”, explicou Arielle.

No isolamento social, os cuidados com o corpo não devem se resumir à forma física. A psicóloga Jéssica Sousa explica que a saúde é composta pelo bem-estar físico, mental e social.

“Nesse momento, estamos nos isolando para evitar o contágio de uma doença e manter uma saúde física. Só que o próprio isolamento social pode ser prejudicial ao nosso bem estar mental”, explica Jéssica, que também é treinadora comportamental.

A ansiedade, explica a psicóloga, é o principal fator que pode ser gerado pelo isolamento. “A ansiedade quanto ao confinamento que é incerto, que de alguma forma pode trazer riscos, prejuízos profissionais, pessoais, fora os hábitos que a gente está acostumado a viver. Então, é natural que aumente a ansiedade e o estresse na maioria das pessoas”, avalia.

Para evitar esse quadro, Jéssica indica criar estratégias para manter a saúde mental. Uma dessas alternativas pode ser a atividade física. “Ela pode contribuir muito nesse período. Porque quando a gente pratica atividade física, o nosso corpo produz neurotransmissores que ajudam na sensação de bem estar e, inclusive, podem até diminuir a dor para pessoas que tem algum tipo de dor crônica”, ressalta.

O neurotransmissor mais famoso ligado aos exercícios físicos é a endorfina. “Ela contribui bastante para a produção dessa sensação de se sentir bem, que é diminuída durante o período do confinamento. Além da endorfina, tem também a produção de serotonina e dopamina, que é fundamental, inclusive, para quem sofre de depressão ao diminuir esses sintomas ou, até mesmo, sintomas similares a um humor depressivo, que é diferente da depressão”, esclarece a psicóloga.

A atividade física, revela Jéssica, pode contribuir para espantar o desânimo em meio a tantas mudanças comportamentais. Mas aí vem aquela preguiça de começar, aquela dificuldade de concorrer com a cama, o sofá, o descanso. Segundo a psicóloga, é normal querer adiar os exercícios e criar justificativas para não fazê-los.

No entanto, ela aconselha a começar devagar e dá uma dica: “Melhorar 1% a cada dia é uma forma sadia de desenvolver rotinas de auto cuidado. Assim que esses sintomas forem reduzindo, você vai criando o hábito de melhoria, progredindo em relação ao auto cuidado. Mas sempre evitando se culpar ou se frustrar por não estar nas condições ideais ou por não ter feito hoje”.

Estudante de direito, Peu Santos é criador da página Depressão Universitária no Twitter e Instagram. Ele criou uma alternativa a mais, para além dos exercícios físicos e usa as redes sociais para dar dicas aos seus seguidores de como sair do tédio e diminuir a ansiedade nessa quarentena.

As dicas do influenciador vão de livros, filmes e até produção de conteúdo de humor para que seus seguidores amenizem os quadros de ansiedade e medo de tudo que está acontecendo. É uma outra maneira de amenizar as dores da reclusão.

A psicológa Jéssica Sousa garante  que mesmo em confinamento e isolamento social, é preciso cuidar da saúde. “A gente precisa olhar para essa máquina que é o nosso corpo e cuidar dela para estar na melhor condição possível”. E inserir a atividade física, acrescenta Jéssica, faz todo sentido nesse contexto.

“Agora só existe o aqui dentro e nossas vidas serão dentro de casa, então a vida tem que acontecer. Sempre deixamos a nossa saúde para depois. Agora, tem tempo para cuidar”.

Fonte: Correio 24h

Como manter a saúde mental durante a quarentena

As pandemias são frequentemente marcadas por incerteza, confusão e senso de urgência. Por isso, é comum que nos sintamos estressados, preocupados, com medo e ansiosos. Tudo isso afeta de maneira significativa o bem-estar e a saúde mental e, por esta razão isso, é fundamental estabelecer estratégias que auxiliem o equilíbrio emocional.

Entre as principais, a psicóloga Marcelle Maia destaca algumas. “Converse com pessoas em quem você confia, mantenha um estilo de vida saudável (incluindo uma dieta adequada, sono e atividades físicas) e não use o cigarro, medicações, bebidas alcoólicas ou outras drogas para lidar com suas emoções”, destaca.

Além destas ações, ela pondera que é preciso evitar o excesso de informações e buscá-las sempre a partir de fontes confiáveis, evitar pensamentos negativos ou pessimistas e, caso se sinta sobrecarregado, conversar com um psicólogo, profissional de saúde ou pessoa confiável em sua comunidade.

Mas o que fazer quando se está completamente só fisicamente? Segundo a especialista, é preciso entender que a solidão não significa abandono, mas pode produzir tristeza em excesso e potencializar sintomas depressivos. Por isso, utilizar a tecnologia disponível para manter-se conectado com a vida e as pessoas que se ama é uma excelente estratégia.

“Una-se aos seus familiares e amigos, promovendo boas conversas por meio de videochamadas, telefonemas ou mensagens. Lembre-se de que você tem condições de se fazer presente ainda que esteja fisicamente longe ou separado de seu grupo social”, reforça.

E quando se mora com outras pessoas, o que pode ser feito para qualificar o convívio? Durante o período de isolamento, o mal-estar psicológico pode se instalar, comprometendo nossa capacidade de adaptação e reação ao estresse do confinamento, produzindo respostas fisiológicas e emocionais que podem impactar nosso sistema imunológico e a condição de equilíbrio mental para o enfrentamento de situações adversas.

Com o nível de estresse elevado, além da ansiedade e tristeza, é essencial manter a calma, demonstrar empatia e perceber a emoção do outro. Conseguir controlar os impulsos ajuda a evitar brigas. “Tente expressar sua opinião de forma tranquila. É importante também reservar algum tempo para que cada pessoa faça algo sozinha. Estar confinado não significa ter que passar todo o tempo juntos e, quando isso ocorrer, cultive o relacionamento com atividades prazerosas para ambos”, recomenda Marcelle.

Como envolver os idosos e as crianças na luta contra o coronavírus? Os adultos mais velhos, especialmente aqueles em isolamento e com declínio cognitivo/demência, podem ficar mais ansiosos, zangados, estressados, agitados, retraídos ou excessivamente desconfiados enquanto durar a quarentena.

“Desta forma, é essencial fornecer apoio emocional a eles com o suporte familiar e de profissionais de saúde mental. Compartilhe fatos simples sobre o que está acontecendo e forneça informações claras sobre como reduzir o risco de infecção em palavras fáceis de entender”, orienta.

Da mesma forma, é essencial explicar às crianças sobre a pandemia e seus riscos, incentivando a escuta ativa e uma atitude de compreensão. “As crianças podem responder a uma situação difícil ou perturbadora de diferentes maneiras: apegar-se a cuidadores, sentindo-se ansiosas, afastando-se, sentindo-se irritadas ou agitadas, tendo pesadelos, urinando na cama, apresentando mudanças frequentes de humor etc. É importante estar atento a esses sinais e incluí-las nas conversas, fazer atividades juntos, e oferecer muito carinho para gerar uma sensação de conforto e segurança”, finaliza.

 

Fonte: Hospital Santa Lúcia

Atenção

Seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e buscando prevenir a disseminação do Coronavírus (Covid-19) e preservar a saúde dos pacientes e colaboradores, a Clínica Cuidarte suspende as sessões de terapias presenciais para somar esforços no combate ao à doença.
O time de psicólogos da clínica permanecerá disponível para atendimento on-line. Para agendamentos nesta modalidade, entre em contato com a recepção via WhatsApp (86)99943-4917.