Atendimento x Coronavírus

Prezados Clientes,

Em decorrência da pandemia ocasionada pelo Coronavírus (2919-nCOV), de acordo com as orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e do Ministério da Saúde, recomendamos *aos pacientes que apresentarem febre associada a sintomas gripais* (coriza, tosse, congestão nasal, dificuldade para respirar, dor de garganta etc.) e/ou tenham retornado de viagem internacional, bem como mantido contato com caso suspeito/confirmado de infecção por coronavírus nas últimas 2 semanas, *que permaneçam em domicílio e reacendem sua consulta somente quando sanarem os sintomas*

A melhor maneira de impedir a contaminação é evitar a exposição ao vírus.

A Direção.

Brasileiro está dormindo menos; 60% diz ter problemas com o sono

De acordo com dados da Associação Brasileira do Sono (ABS), colhidos durante a Semana do Sono de 2018 e 2019, a população brasileira está dormindo menos durante os dias da semana – de 6,6 horas em 2018 para 6,4 horas em 2019. Entre as pessoas que relataram problemas com o sono, o número aumentou de 56,7% para 60,4% no último ano. Dentre as principais reclamações, estão: acordar durante a noite, acordar sentindo-se cansado, ter pesadelos e apneia do sono.

Em relação as atividades realizadas na hora que antecede ao início do sono (higiene do sono), a utilização de aparelho eletrônico segue em primeiro lugar entre os adolescentes, com 94%, e assistir televisão entre os idosos, com 68,7%.

Criada pela Associação Brasileira do Sono, a Semana do Sono deste ano aborda o tema “Sono e sonhos melhores para um mundo melhor”, e será realizada em mais de 60 cidades brasileiras entre os dias 13 e 19 de março, com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância do sono para a saúde física e mental.

De acordo com Danilo Sguillar, otorrinolaringologista especialista em medicina do sono, estamos passando por uma “epidemia de privação de sono”. “O ser humano nunca dormiu tão pouco. E quanto menos sono, menos sono REM (fase na qual ocorrem os sonhos mais vívidos). Outras condições que diminuem o sono REM são: uso de álcool, antidepressivos e ansiolíticos, além da apneia do sono”.

Ainda segundo Sguillar, respeitar as horas de sono, dormir no horário correto, evitar estimulantes luminosos próximos da hora de dormir, assim como refeições copiosas são fundamentais para uma boa noite de sono. “Procure aprender a relaxar. Você pode buscar auxílio no mindfulness, no yoga, na meditação. É fato que uma pessoa relaxada dorme melhor, aprofunda no sono e acorda descansada”, conclui.

 

Fonte: Cidadeverde.com

O que não dizer a uma mãe exausta.

A propaganda sobre a maternidade vende um estado pleno de felicidade, mas, a realidade do dia-a-dia não condiz com essa plenitude. Não quero dizer que ser mãe não tenha suas alegrias. Sim, tem. E como tem. O problema é entender que não são apenas alegrias. Há dores de natureza física e mental em conjunto com um volume enorme de expectativas.

Contudo, não podemos deixar que isso destrua a missão de ser mãe, afinal os pequenos não pediram para nascer, não é mesmo?

Outro dia na Internet assisti ao depoimento de uma mãe exausta, falando sobre seus dilemas maternais. Ela estava aos prantos relatando sua rotina com duas crianças e o quanto ela estava cansada da dupla jornada casa/trabalho. E, para piorar a qualidade de vida dela, as crianças estão ainda naquela fase de acordar durante a noite. Infelizmente, o ambiente virtual mostrou-se hostil, pois surgiram os seguintes comentários:


Pariu? agora aguente;
Essa não nasceu para ser mãe; Que tristeza!
Largue tudo e cuide só deles;
E você queria uma vida de princesa?
(…)

Pasmem! Notei, ainda, que a maioria dos comentários eram de mães. Nesse contexto, algumas reflexões são necessárias. Mas qual o motivo dessas mães pensarem assim? Provavelmente porque elas acreditam que a maternidade só é composta de felicidade plena, qual seja: descobrir a gravidez, as primeiras palavras, o engatinhar, os primeiros passinhos… Porém, ao mesmo tempo há aflições, angustias, dissabores e luto nesse processo. Nem sempre a realidade reflete as aspirações. Noites mal dormidas, problemas com amamentação, cólicas, choros que não são compreendidos etc. são o outro lado da moeda que entra em rota de colisão com felicidade plena de ser mãe. Eu, particularmente, não acredito que as expectativas frustradas devam ser silenciadas. Ao contrário, precisamos falar sobre isso, pois ao serem caladas potencializam a degradação da saúde mental. Nesse terreno, as sementes da depressão e ansiedade são plantadas, fertilizando o adoecimento mental das mães.

Então, o que dizer a uma mãe submetida à exaustão física e mental? Que tal:

Você precisa de ajuda?
Deseja descansar?
Quer um abraço?

Você também pode colaborar modificando falas como “onde está a mãe dessa criança?” por “onde estão os responsáveis por essa criança?” ou “essa criança não tem pais, não?”

Em verdade, devemos desconstruir esse discurso carregado de julgamentos retrógados. O que as mães precisam é de apoio, solidariedade e autocuidado. Aconselhe sair com as amigas, ir ao salão de beleza, ao cinema, namorar, fomentar seus projetos e enfocando sempre que isso não a fará uma mãe ruim, mas muito pelo contrário, digo: ao cuidar de si mesma ela estará mais fortalecida para enfrentar os dilemas maternais.

Desta forma, você estará contribuindo para que as mães descarreguem um caminhão de pedras das costas. Caminhão de pedras? Isso mesmo. São aquelas famosas culpas que “puxam pra baixo”, corroem por dentro e anulam sonhos e vidas de algumas mães.

Por fim, a maternidade não é uma receita de bolo. Cada uma vive de forma diferente. A mãe nasce com a chegada do filho, na labuta diária e com os modelos de referência que possui. Acredito que todas estão dando o seu melhor, mesmo que não seja o suficiente ao olhar do outro.

Karoliny Damasceno
Psicóloga CRP 21/02309
Teresina – PI

Alegria e Luto, combinam?

Durante a folia de Momo no Brasil deparei-me com comentários nas redes que diziam “Poxa! Ela acabou de perder o pai e já esta no carnaval; Nossa! Faz uma semana que fulano faleceu e você já esta rindo assim…”

Por muito tempo crenças sobre os comportamentos dos enlutados foram perpetuadas. É comum ouvirmos regras sobre a vestimenta, o que se deve ou não fazer ou até mesmo sobre o que se pode ou não comer. Certa vez uma cliente relatou-me que não poderia assistir televisão e tampouco sorrir durante o seu luto. Quebrar essa regra faria dela a pior pessoa do mundo, e acredite, ela sofreu por anos por ter essa crença como uma verdade absoluta. Finalmente, decidiu buscar ajuda profissional para se libertar dessas crenças e seguir com seu luto normalmente.

Assim como o relato citado, muitas pessoas estão paralisadas na dor do seu luto por conta de tais regras de comportamento. Esses preceitos não colaboram para que o luto siga o seu curso natural. Ao contrário, acabam trazendo mais sofrimento a um processo que já é angustiante por natureza. O problema maior dessas regras é que elas colocam o comportamento do enlutado dentro de um padrão de sofrimento, fato que é assustadoramente absurdo!  As pessoas não sentem ou expressam suas dores da mesma forma. Deixa eu explicar melhor…. Quando  o enlutado se sente fora do padrão de comportamento esperado, alguns pensamentos depressivos surgem:

  • o que os outros vão dizer ao me ver sorrir?
  • Sou uma pessoa ruim.
  • Eu deveria esta em casa chorando…

 

Dessa forma, o luto deixa de ser normal para se tornar um luto complicado, podendo inclusive, acarretar  depressão. Como assim? Luto e depressão não são a mesma coisa? Não. E já escrevi sobre aqui.

E qual a maneira correta para o enlutado se comportar? Bom, não existe uma maneira correta para se comportar, bem como não há um tempo mensurado para passar a dor. Existem pessoas que levam meses, outras semanas, dias… Enfim, o que de fato determinará a forma de reagir de cada um será o vínculo com o falecido, a forma da morte (repentina ou não; violenta ou não), nossa rede de apoio social e a capacidade individual de reagirmos perante as dores da vida.

O que na verdade precisamos é nos educarmos para a morte. Colocar isso em pauta não significa que iremos morrer imediatamente ou atrairemos a morte. Educar-se para a morte é praticar resiliência, é compreendermos a nossa finitude para que possamos conviver naturalmente com o fato de que todos nós um dia morreremos.

Portanto, ao se deparar com um enlutado que esteja se divertindo, tentando seguir sua vida normalmente etc; o melhor é não dizer nada. Às vezes, as palavras são desnecessárias. Ofereça seu apoio e talvez um abraço. Deixe-o livre para, assim, compreender que não está sendo julgado por seus comportamentos. Logo, você contribuirá para que o luto não se torne uma doença.

 

Por Karoliny Damasceno, psicóloga da Clínica Cuidarte (CRP 21/02309)

 

 

Semana do Sono acontecerá no Piauí para conscientizar população

De 13 a 19 de março, em 30 cidades brasileiras, incluindo Teresina, acontece a Semana do Sono 2020, realizada pela  Associação Brasileira do Sono (ABS). Este ano, o lema da campanha é “Sono e Sonhos Melhores para um mundo melhor”. Em entrevista ao Acorda Piauí, a psicóloga especialista em sono e membro da ABS no Piauí, Kyslley Urtiga, explica que a falta de sono pode interferir na incidência de diagnósticos como a obesidade, diabetes, hipertensão e outros problemas de saúde.

Ouça na íntegra: https://soundcloud.com/cidadeverde/kyslley-urtiga-psicologa-do-sono-acorda-piaui-020320

A importância de uma vida ativa e sociável na terceira idade

Vínculos afetivos e rotina de exercícios ajudam a conquistar um envelhecimento mais ativo e saudável

O envelhecimento da população brasileira é um fato incontestável, para o qual todos devemos estar preparados. De acordo com o IBGE, a expectativa de vida no País chegou aos 76 anos de idade em 2017 – as mulheres ainda vão além, com uma expectativa de quase 80 anos. Por isso, refletir sobre o futuro é fundamental para planejar e conquistar uma terceira idade com mais qualidade de vida, movimento e saúde.

Ao contrário do que muitos pensam, envelhecimento não é sinônimo de marasmo e solidão. Trata-se, na verdade, de uma etapa da vida em que o convívio social e a atividade – física e intelectual – se tornam ainda mais importantes, responsáveis por trazer muitos benefícios ao organismo, de uma forma geral. Com as devidas adaptações, é totalmente possível usufruir das experiências que terceira idade traz, sem abrir mão de prazeres, hobbies e planos.

O primeiro passo, portanto, é saber em que hábitos investir – ou reforçar, no caso de familiares de idades avançadas – para tornar o dia a dia mais saudável, leve e seguro. Cuidados com a alimentação e check-ups regulares são cuidados frequentemente lembrados, mas não os únicos. Manter-se socialmente ativo e estimulado também são aspectos que merecem atenção e, principalmente, dedicação.

Interação social e exercícios: hábitos para investir
A terceira idade traz mudanças significativas. De repente, nos vemos frente a limitações que, no passado, não existiam. Para lidar com essas transformações, é preciso manter a mente aberta e positiva, com o mesmo senso de propósito da juventude. Se o idoso não consegue abraçar essa nova realidade, corre o risco de se isolar socialmente, o que pode comprometer suas capacidades físicas, emocionais e até intelectuais.

Por isso, o convívio social é de extrema importância na terceira idade. A troca de experiências e o compartilhamento de emoções, por meio de atividades em grupo ou uma simples refeição com a família, trazem mais plenitude e bem-estar para o dia a dia de pessoas em idades avançadas, estimulando também habilidades cognitivas, como memória e atenção. Nem todas as famílias têm essa disponibilidade, no entanto.

Nestes casos, optar por um residencial sênior, como o Lar Sant’Ana, em São Paulo, é uma boa alternativa para idosos e seus familiares. O espaço conta com uma programação diversificada para os residentes, com o objetivo de promover a integração e o convívio social entre todos, aspectos que são fundamentais para o envelhecimento ativo. Dessa forma, os hóspedes podem desfrutar de momentos de lazer e ainda desenvolver a própria autonomia.

Além de afastar os riscos do isolamento e da depressão, o convívio social também estimula o interesse por atividades físicas, mesmo as mais simples. Os exercícios, nesta etapa da vida, são recomendados pois oferecem muitos benefícios simultaneamente, tais como: melhora do equilíbrio, manutenção das massas muscular e óssea, ganho de força, maior flexibilidade e menos dores articulares e musculares.

O Geros Center, um espaço exclusivo do Lar Sant’Ana, foi especialmente desenvolvido para este propósito. Nele, as atividades físicas podem ser praticadas pelos hóspedes com total tranquilidade e segurança, com o acompanhamento de profissionais especializados. Entre as modalidades oferecidas, estão ginástica, aulas de dança, artesanato, pilates, alongamento, coral, poesia, informática e muito mais.

Cuidados complementares
Estimular independência e a autonomia de pessoas de idade avançada é uma forma de mantê-los no controle da própria vida, o que garante um envelhecimento mais saudável. Ainda assim, é importante investir em alguns cuidados para garantir a segurança do ambiente em que eles vivem, sem limitá-los. É o caso de adaptações simples nos espaços comuns e dormitórios, que evitam quedas e outros riscos.

Fonte: MinhaVida

Cérebro promove “faxina” durante o sono para revigorar mente

Nada como um dia após o outro, com uma noite no meio, para que o corpo e mente fiquem revigorados. Afinal, uma boa-noite de sono ajuda a renovar as energias e consolidar as memórias. Mas o que alguns desconhecem é que o cérebro aproveita essas horas de descanso para promover uma “faxina”, removendo todo o “lixo” acumulado ao longo do dia.

Dessa forma, informações consideradas desnecessárias são eliminadas, liberando assim espaço. Já conteúdos sinalizados como relevantes permanecer gravados e, assim, seguem na memória para serem acessados quando necessários.

De uma forma geral, é por isso que estudantes muitas vezes não conseguem lembrar sobre um determinado assunto no momento da prova. Informações gravadas na memória de curto prazo são apagadas caso não sejam revisitadas periodicamente. Basicamente, a pessoa precisa convencer o cérebro que determinado assunto precisa ser arquivado, pois será útil e consultado futuramente. E é durante o sono que toda essa organização ocorre.

Quanto dormir?

De acordo com especialistas, não existe uma quantidade de horas de sono padrão. Para recuperar as energias necessárias, cada indivíduo possui um tempo mínimo necessário.

Alguns precisam de um tempo menor. Já outros ficam satisfeitos apenas após 12 horas de sono. Como regra, vale considerar de 7 a 8 horas como um período satisfatório. Entretanto, é importante conhecer as particularidades do organismo e, assim, identificar individualmente o tempo necessário.

Quem não dorme tempo suficiente pode ter problemas diversos problemas. Além do cansaço físico tradicional, o indivíduo apresenta sintomas como: lentidão de raciocínio e irritabilidade. Aliás, como já mencionado, a memória também é prejudicada.

 

Fonte: Estadão Conteúdo

Guia de habilidades sociais para adultos

Há até pouco tempo, as crianças só levantavam a voz na aula para recitar a tabuada; hoje, os professores as incentivam a participar de assembleias e ensinam-lhes técnicas para apresentar seu trabalho em público. Antes, os castigos com o aluno virado para a parede eram habituais, agora os conflitos são resolvidos distribuindo empatia e os problemas são abordados em grupo. Há até pouco tempo, as habilidades sociais eram a Cinderela da educação e isso deixou uma marca nos adultos de ao menos algumas gerações que vivem hoje na Espanha.

“Algumas gerações aprenderam isso de maneira selvagem e marcada pelo entorno”, lamenta o psicólogo Enrique García Huete, diretor do gabinete Quality, que realiza oficinas sobre habilidades sociais. O que as novas gerações pensam dos gritos e grunhidos que trocam diante deles alguns dos membros mais veneráveis de suas comunidades? É o momento de sermos compreensivos, mas não permissivos. Quem não aprendeu habilidades sociais de pequeno, pode fazê-lo quando adulto. Estas cinco são um bom ponto de partida.

Saber dizer não, em três etapas
Isso acontece com os amigos (como negar-lhes algo?) e com as pessoas que têm o que García Huete chama de desejabilidade social, ou seja, que “são incapazes de dizer não para não ficarem mal, para que não lhes retirem o afeto”. Mas agir de maneira diferente da qual o critério próprio dita pode provocar frustração e incentivar os outros a tirar proveito dessa fraqueza.

García Huete propõe atingir o objetivo de aprender a dizer “não” em três etapas. Primeiro, entender o pedido do outro e empatizar (o que não é tão fácil), expressar algo positivo sobre a relação ou sobre a pessoa que está pedindo o favor. Segundo, definir um objetivo próprio, sem excesso de justificativas “porque as desculpas são armas para o contrário, que sempre pode encontrar um arranjo para elas, o que desmontaria nossa estratégia”. Terceiro, dar alternativas, oferecer opções mais alinhadas aos nossos interesses e que não envolvam concordar com o pedido inicial.

Por exemplo. Um amigo nos pede o carro emprestado para levar a avó ao cemitério, que não fica fora de mão, fica em outra província, e alega que é o aniversário do avô, e quem sabe será o último ano em que ela poderá comemorá-lo. A resposta apropriada, seguindo essas três etapas, seria, como indica García Huete: “Você tem que levar sua avó como for. Eu sou um dos que prefere não emprestar o carro. Mas se você achar conveniente, posso buscar vocês, deixá-los na estação e, na volta, vou novamente à estação para levá-los para casa”.

A magia das críticas construtivas
Criticar bem é uma das habilidades mais especiais que se pode ter, seu efeito quase parece uma questão de magia. Para ver os resultados, como enfatiza Carlton Fong, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos (EUA), as críticas devem ser construtivas. Elas trazem “níveis mais altos de emoções agradáveis e níveis mais baixos de emoções desagradáveis” a ambas as partes, diz Fong. Nessa habilidade, a expressão facial e o tom de voz não são tudo, mas quase. Uma experiência relacionada à liderança empresarial concluiu que as críticas manifestadas em tom amável e cordial geralmente produzem uma sensação positiva naqueles que as recebem, enquanto as boas notícias manifestadas de modo distante tendem a deixar frio o interlocutor.

Vale a pena ter presente que, devido à acústica do crânio, ouvimos nossa voz diferente do que os outros… Por que não ouvi-la em uma gravação e aprender a domá-la? Fazer isso pode ser um bom investimento do nosso tempo. Para Mark Mulligan, professor da Universidade de Harvard (EUA), a retroalimentação produzida por boas críticas “desenvolve importantes habilidades acadêmicas e para a vida” e nos torna “genuinamente receptivos aos comentários de outras pessoas”.

Como aceitar uma crítica construtiva (e contornar as outras)
Isso não pode ser ensaiado com microfone e fones de ouvido. Ao contrário das críticas que partem de nós, que podem ser preparadas com antecedência, as que recebemos dos outros tendem a nos pegar desprevenidos. Caso venham de alguém que consideramos (provavelmente o faça com boas intenções), é necessário “indagar e perguntar até que a pessoa entre em detalhes. A maioria das pessoas faz críticas gerais: ‘você é um insensato’ ‘você é um mau amigo’… Se não for explicada, não sei se alguém pode ou deve mudar seu comportamento”, diz o psicólogo. Uma vez detalhada a crítica, pode nos parecer justa ou injusta. No primeiro caso (por exemplo, se nos acusam de sermos impontuais consumados), o certo é aceitar a crítica, pedir desculpas, explicar os motivos e propor alternativas. No segundo, cabe soltar um “talvez você tenha razão”, sem mais.

Quando quem diz algo negativo sobre nós não nos interessa, trata-se de “interromper a crítica o mais rápido possível e que a relação fique bem”. García Huete nos remete a uma técnica chamada banco de nevoeiro: “Consiste em aceitar parcialmente a crítica e oferecer alternativas ambíguas. Por exemplo: ‘Posso ter me comportado de forma inaceitável, tentarei não fazer mais isso’. A crítica não foi aceita, mas o outro pensa que sim, nem dei nenhuma alternativa concreta”. Primeiro de tudo, muita calma, e ainda mais diplomacia.

Falar em público e ser ouvido
Em 2017, David Deming, da Universidade de Harvard, escreveu em um estudo que “o mercado de trabalho recompensa cada vez mais as habilidades sociais. Entre 1980 e 2012, os empregos que exigem altos níveis de interação social cresceram quase 12 pontos percentuais como parte da força de trabalho dos Estados Unidos”. Uma das habilidades mais úteis que se pode demonstrar nesse ambiente é falar bem em público (tampouco é demais ter lábia para outras situações da vida).

Existem manuais inteiros dedicados ao assunto, mas, em termos gerais, a primeira coisa que deve ser alcançada para ter sucesso na oratória é combater a ansiedade e os medos para enfrentar o transe. A partir daí, “é preciso controlar o tom de voz, que seja um pouco elevado, as inflexões, dar ao discurso uma velocidade adequada e estruturar o conteúdo: introdução, gerar expectativas, desenvolvimento e conclusões”, enumera García Huete.

A arte de perguntar para fazer novos amigos
Os bares não fazem sucesso por acaso. Entre as muitas razões que explicam que podem se tornar negócios muito lucrativos é o fato de serem lugares onde a socialização é simples. A atmosfera descontraída, a música e o álcool fazem as interações sociais fluírem com notável facilidade. Na verdade, deveríamos ter desenvoltura suficiente para que as novas relações surjam em qualquer ambiente.

Mas nem sempre é fácil. Por exemplo, quem não se viu na situação de querer tomar um café com um colega de trabalho de que gostamos, e a proposta, lançada de maneira abstrata, nunca é realizada. Para iniciar um diálogo com essa pessoa interessante, García Huete propõe desenvolver a arte de perguntar: “Fazer perguntas abertas, interessando-nos pela outra pessoa, alternando-as com informações gratuitas; fazer algum comentário, mesmo que não tenha sido solicitado, para transformar a interação em um diálogo, não em um interrogatório”.

 

Fonte: ElPais/Miguel Ángel Bargueño

Transforme a sua relação com a comida

A idealização do “corpo perfeito” leva a transtornos que afetam a saúde. Aprenda a evitar esses problemas e a cultivar uma relação feliz com as refeições.

Os transtornos alimentares são a ponta do iceberg de algo mais abrangente e preocupante que assola toda a sociedade: nossa relação com a comida nunca foi tão ruim. Vivemos num mundo com índices alarmantes de sobrepeso e obesidade — mais de 50% dos brasileiros estão com quilos a mais, por exemplo. Ao mesmo tempo, seja em capas de revista, seja nas redes sociais, há uma eterna cobrança por um corpo perfeito, sem nada fora do lugar. “Estamos dentro de uma cultura neurótica, com uma pressão social constante pela magreza”, analisa a nutricionista Marle Alvarenga, idealizadora do Instituto Nutrição Comportamental, em São Paulo.

Ao mesmo tempo, dá pra notar certo desprezo coletivo pelas refeições: nossos almoços e jantares ficam cada vez mais curtos e impessoais. Comemos olhando para a tela de celulares, computadores e televisões. Os pratos já aparecem prontos: basta pedir pelo aplicativo que o motoboy entrega na porta de casa ou tirar o congelado da geladeira e botar dois minutos no micro-ondas.

“E isso sem contar a total perda de autenticidade: não temos ideia de como muitos alimentos são preparados. O que é um nugget senão um monte de conservantes, estabilizantes e um pouco de frango?”, questiona o historiador Henrique Soares Carneiro, coordenador do Laboratório de Estudos Históricos das Drogas e da Alimentação da Universidade de São Paulo (USP).

Para piorar, um grande volume de produtos industrializados peca no quesito saúde: estão empanturrados de sal, gordura e açúcar, ingredientes que dão sabor e cujo excesso pode promover ganho de peso, hipertensão, colesterol alto, diabetes…

“Esses alimentos estimulam demais nossas papilas gustativas e nos deixam com vontade de comer de novo para repetir aquela mesma sensação”, destrincha a nutricionista Ana Carolina Pereira Costa, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (IPq-HC).

Alimentos mocinhos e vilões
Ironicamente, a exigência do corpo perfeito leva a um cenário oposto: a preocupação exagerada com o valor nutricional de cada ingrediente. O pãozinho vira apenas um reduto de carboidratos. Brócolis só valem a pena por serem ricos em antioxidantes. E por aí vai.

Essa neura com a saúde, aliás, tem outro efeito colateral: a noção maniqueísta de que existem alimentos mocinhos e vilões. Tem hora que o glúten é o responsável pelos males que atingem a humanidade. Depois, a culpa recai sobre a lactose. Em paralelo, aparece a dieta detox como resposta para tudo. Na sequência, basta apostar no óleo de coco ou nos suplementos de magnésio. Parece que a gente está sempre à procura de respostas mágicas para problemas complexos.

Enquanto isso, a verdade segue diante de nosso nariz: uma alimentação equilibrada e variada, junto da prática regular de atividade física, até nos permite regalias à mesa de vez em quando. “O que é mais saudável: um bolo de chocolate ou uma maçã? Depende do contexto”, raciocina Ana Carolina. Se você estiver numa festa de aniversário cheio de vontade de experimentar um pedaço de bolo, comer apenas uma fruta não vai deixá-lo satisfeito… “A saúde envolve corpo, mente e a nossa relação com os outros”, completa.

Familiares e amigos contra os transtornos alimentares
Ok, deu pra entender que cozinhas e salas de jantar não são ambientes tão cômodos e aconchegantes quanto antigamente. Todo mundo é de alguma maneira afetado por isso no dia a dia. Mas por que somente uma parcela mínima das pessoas vai desenvolver um transtorno alimentar?

“Aqui entram na conta fatores genéticos, questões familiares e psicológicas, que se somam e levam ao desenvolvimento de quadros como a anorexia ou a bulimia”, responde Marle Alvarenga. Indivíduos cujos pais são muito rígidos e preocupados com a aparência, por exemplo, têm maior tendência a desenvolver esses quadros.

Para prevenir essas condições ou evitar seu agravamento, devemos prestar atenção em como encaramos os momentos à mesa e buscar ajuda de um profissional quando necessário. Em muitos casos, familiares e amigos podem dar o suporte e levar o paciente para a primeira consulta, pois ele não consegue visualizar o problema.

“Estima-se que aconteça uma demora de três a cinco anos entre o início dos sintomas e o diagnóstico”, informa o psiquiatra Eduardo Aratangy, supervisor do IPq-HC. Tempo demais desperdiçado: sabe-se que o acompanhamento feito por uma equipe composta de médicos, psicólogos e nutricionistas é essencial para apaziguar e reverter os distúrbios.

Claro que todos nós também podemos (e devemos) tomar medidas para melhorar nossa relação com a comida. O primeiro passo é entender que cafés da manhã, almoços e jantares são um momento sagrado para o corpo. Dentro de sua agenda de compromissos, planeje os pratos com cuidado e carinho.

Na hora do preparo, dê preferência aos ingredientes frescos — se forem frutas e verduras, veja se está na temporada de colheita, o que garante mais sabor e nutrientes. Por fim, visite feiras livres, mercados e empórios. “Comer bem não é necessariamente caro”, lembra Joana Novaes. Sim, a simplicidade é um ingrediente-chave para refeições mais completas e felizes. Reflita e… bom apetite!

Fonte: Saúde