Veja como fugir do estresse e ter equilíbrio com a correria do dia a dia

Cada vez mais as pessoas buscam equilibrar a vida nessa corda bamba com muita correria. Saúde e bem-estar são sempre temas em pauta para quem pretende manter a harmonia em todos os aspectos. Sejam físicos, emocionais e sociais, mudar hábitos, praticar a empatia, ter uma qualidade melhor de vida e ficar longe de doenças são tarefas difíceis, porém necessárias.

Portanto, precisamos começar com pequenas atitudes diariamente. Passar mais tempo com quem a gente gosta, ficar em casa sem fazer nada, caminhar… O objetivo é fugir do estresse. Para ajudar nessa missão, confira algumas dicas práticas:

Coloque o corpo em movimento

Caminhar por uma hora é um dos melhores hábitos para quem busca a saúde do corpo e da mente.

Beba água

Beber mais água ao longo do dia ajuda a manter o funcionamento do organismo e deixá-lo bem hidratado, favorecendo a eliminação de toxinas e filtragem renal. Para facilitar, tenha sempre uma garrafa de água por perto e beba, no mínimo, dois litros por dia.

Consumo consciente

Evite usar plásticos. Além de causar inúmeros danos à saúde, prejudica o meio ambiente. Uma dica é andar sempre com uma sacola de tecido na bolsa ou optar pelos modelos retornáveis.

Alimentação balanceada

Prefira comer de forma correta e equilibrada. O organismo necessita da ingestão regular de nutrientes para um bom funcionamento.

Solidariedade

Fazer uma boa ação ajuda a tornar o mundo de outra pessoa um lugar melhor. Ações desse tipo estimulam o bem-estar mental.

Família unida

Para driblar a falta de tempo, fortaleça laços como um jantar ou almoço em família. Além do vínculo afetivo, minimizamos os problemas rotineiros, o que torna a mente e o coração mais saudável.

Dormir cedo

Uma noite de sono tranquila, além de melhorar o humor, ajuda a prevenir doenças como as cardiovasculares, diabetes, obesidade, entre outras. Melhora o bom funcionamento da memória, diminui as olheiras e deixa a pele renovada. O ideal é dormir oito horas por noite.

 

Fonte: Estadão Conteúdo

Nova pesquisa comprova que otimistas vivem mais

Estudiosos das universidades de Boston e Harvard investigam fatores psicossociais que promovem o envelhecimento saudável

Depois de décadas de pesquisa, um novo estudo comprova a relação de otimismo com uma vida longa. O trabalho, realizado por pesquisadores das faculdades de medicina da Universidade de Boston e de saúde pública de Harvard, mostrou que uma dose maior de otimismo é combustível para indivíduos alcançarem uma longevidade notável, isto é, viver mais de 85 anos. Enquanto a ciência normalmente procura fatores de risco para o desencadeamento de doenças e mortes prematuras, muito pouco ainda é conhecido sobre as questões psicossociais que promovem o envelhecimento saudável.

E o que é otimismo? Para os estudiosos, trata-se de um sentimento persistente de que coisas boas vão acontecer. Ou ainda, acreditar que o futuro nos será favorável porque podemos controlar variáveis importantes para que isso aconteça. A pesquisa foi feita com base em dados de quase 70 mil mulheres e pouco mais de 1.400 homens. Os dois grupos responderam a questionários que mediam seu nível de otimismo, assim como da saúde de um modo geral e hábitos que a influenciam, como alimentar-se bem, fumar e beber álcool.

As mulheres foram acompanhadas por dez anos; os homens, por três décadas. Ao logo desse tempo, quando os pesquisadores checaram os índices iniciais de otimismo das pessoas, descobriram que os mais otimistas, independentemente do sexo, tiveram de 11% a 15% a mais de tempo de vida; além disso, apresentavam de 50% a 70% a mais de chances de chegar aos 85 anos se comparados com os menos otimistas. Os resultados não se alteraram mesmo levando-se em conta características como doenças crônicas, escolaridade, atendimento médico primário e hábitos de saúde.

Para Lewina Lee, PhD e professora assistente de psiquiatria da Universidade de Boston, o estudo tem enorme relevância do ponto de vista da saúde pública: “ele sugere que o otimismo é um ativo psicossocial com potencial para estender a expectativa de vida, e há técnicas e terapias que podem tornar as pessoas mais otimistas”. Laura Kubzansky, professora de Harvard, acrescenta: “o otimismo pode estar relacionado a saber regular e controlar emoções e comportamentos, assim como lidar com fatores de estresse e suportar dificuldades”. Os pesquisadores também consideram que os indivíduos dotados de um astral para cima tendem a cultivar hábitos saudáveis. “Nosso trabalho pretende ser uma contribuição para promover a resiliência ao longo do processo de envelhecimento”, finaliza Lewina Lee.

Fonte: Bem Estar / Por Mariza Tavares

Como treinar o cérebro para ser mais otimista (e saudável)

Um neurocientista dá dicas para reorganizar o cérebro contra a ansiedade e o pessimismo, o que poderia afastar problemas de saúde.

 

Pessoas pessimistas, ansiosas e neuróticas tendem a ter circuitos neurais reverberantes no cérebro. É como se a cabeça não conseguisse descartar informações desnecessárias e ficasse remoendo uma ou outra situação. Mas tenho uma boa notícia: dá para treinar o cérebro para nos tornarmos mais otimistas e calmos. Antes de dar algumas dicas nesse sentido, é importante reforçar que buscar uma vida mais leve melhora o seu bem-estar e o de quem convive com você. Estudos científicos sugerem que os pessimistas vivem, em média, sete anos e meio a menos do que os otimistas. É um bom motivo para mudar de atitude, não?

O que acontece no cérebro influencia diretamente no corpo. Diante de um problema de saúde, por exemplo, cultivar as emoções positivas pode reforçar o sistema imunológico e combater a depressão.

Várias pesquisas mostraram uma ligação indiscutível entre uma visão de mundo otimista e benefícios para a saúde, como pressão sanguínea mais baixa, melhor controle do peso e níveis adequados de açúcar no sangue. Mesmo diante de uma doença fisicamente incurável, sentimentos e pensamentos positivos aprimoram a qualidade de vida.

Isso não significa que todo mundo precisa estar sempre otimista para ser saudável e feliz. Naturalmente, existem momentos e situações que desencadeiam sentimentos negativos mesmo na pessoa mais esperançosa do mundo. Medo, preocupação, tristeza e raiva fatalmente irão aparecer na vida de qualquer um. Quem rejeita completamente esses pensamentos também acaba fazendo um mal para si mesmo.

A questão, portanto, é não olhar só para o lado ruim das coisas. Embora algumas pessoas tenham uma tendência para o pessimismo, o cérebro consegue criar novas células e sinapses, trilhando novos caminhos. É possível treinar esses circuitos para ser mais otimista. Ou seja, você pode aprender a ver as coisas de maneira mais positiva com algumas práticas que promovem o otimismo. Listamos dicas que vão nesse sentido:

* Coloque um sorriso no rosto e reconheça um lado ou um evento positivo na sua vida todos os dias
* Pense sobre o momento positivo desse dia e o registre na sua mente
* Agradeça sempre. Isso não tem a ver com religião, mas com a força de um bom pensamento
* Identifique uma qualidade pessoal sua e perceba como faz uso dela
* Estabeleça objetivos alcançáveis e avalie sempre o seu progresso
* Pratique atos de gentileza diariamente, por menores que sejam. O bem atrai o bem
* Preste atenção em você mesmo e se concentre no aqui e no agora, ao invés de se ligar ao passado ou ao futuro
* Medite. Ao se concentrar por 10 a 20 minutos, o corpo se acalma e nós prestamos mais atenção no que acontece conosco e com o nosso entorno. Deixe os pensamentos irem e virem na mente e sem ficar remoendo cada um.

Fonte: Saúde/ Fernando Gomes, neurocirurgião e neurocientista

Sono de qualidade ajuda a melhorar a vida sexual do casal

Já imaginou como o sono pode interferir na vida sexual de uma pessoa? Dormir bem é essencial para manter a saúde e bem-estar do indivíduo, inclusive na vida sexual. O descanso desempenha o importante papel de reparar o corpo e a mente, do homem e da mulher e a privação desse repouso pode se tornar uma grande dor de cabeça para o casal.

Nos homens, a falta do sono causa uma queda na produção da testosterona, já que é durante o repouso que o organismo regula os níveis dela no corpo. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Chicago revela que a diminuição do hormônio pode ser de até 15% para quem dorme menos de 5 horas por dia.

Para as mulheres, as poucas horas de sono afetam diretamente a disposição para a sexo. A má qualidade do repouso causa, além do cansaço, maior estresse. “Por causa da diferença de produção hormonal o público feminino necessita de mais horas dormidas para manter a saúde física e mental. O estresse libera cortisol e adrenalina o que dificulta relaxar na hora de se relacionar”, explica Renata Federighi, consultora do sono.

Segundo a consultora, algumas práticas ajudam a melhorar a qualidade do sono. “A postura é muito importante durante o repouso. Usar um travesseiro e um colchão que ofereçam conforto, que sejam adequados para o seu biótipo e alinhem completamente sua coluna na postura escolhida para dormir trará um descanso mais profundo e reparador, para homens e mulheres”, recomenda.

Uma boa notícia é que o sexo também ajuda a dormir melhor. Um estudo realizado na Universidade Central Queensland, Austrália, revela que 64% dos participantes relataram ter uma noite de sono melhor após fazerem sexo.

“Apesar do processo de relaxamento do corpo feminino e masculino serem diferentes, o sexo auxilia na hora do repouso de ambos. Nas mulheres, se eleva os níveis de estrogênio, melhorando o REM, estágio mais profundo e restaurador do sono. Para os homens são liberados a prolactina, associada à qualidade do descanso, tornando a noite mais revigorante”, completa a consultora.

“A relação do sono com o sexo é muito próxima, manter os dois juntos trará uma vida sexual de qualidade para o casal”, finaliza Renata.

Fonte: Cidadeverde.com

Setembro Amarelo Cuidarte

Setembro Amarelo da Cuidarte

Esta semana, os profissionais da Cuidarte encontrarão esses chaveiros nos consultórios da Clínica. No chaveiro, há uma mensagem de perseverança. De acordo com a diretora da Cuidarte, Kyslley Urtiga, a ideia é entregar a cada um dos cliente com o objetivo de mostrar o cuidado e carinho. “ A ideia final é que nossos clientes elejam alguém e repasse o chaveiro, fazendo a mensagem chegar ao máximo de pessoas. Precisamos motivar as pessoas a espalhar cuidados”, destaca.

Essa ação da Cuidarte é por entender que a prevenção do suicídio é, antes tudo, um ato de comunicação.

Como a atividade dos neurônios produz essa sensação única de estar vivo e consciente?

Dados mostram teimosamente que todas as nossas peculiaridades —linguagem, matemática, moralidade, artes e ciências— estão enraizadas nas profundezas da evolução animal.

Ninguém nega que entender o cérebro é um dos grandes desafios da ciência e que a pesquisa tem sido intensa, brilhante e abundante. Sabemos hoje que a chave da nossa mente é a conectividade entre os neurônios, a geometria de seus circuitos. Conhecemos os intrincados mecanismos pelos quais um neurônio decide enviar, através de seu axônio (seu output), o resultado de um complexo cálculo que fez integrando as informações de seus 10.000 dendritos (seu input). Entendemos os reforços dessas conexões (sinapses) que estão na base da nossa memória e usamos as ondas de alto nível, resultantes da atividade de milhões de neurônios, para diagnosticar doenças mentais e pesquisar o grau de consciência dos voluntários. Porém, continuamos sem entender como o cérebro gera a mente. Quem disser o contrário é um ignorante ou faz parte de uma trama criminosa.

Apesar das repetidas e audaciosas tentativas de associar a especificidade humana a uma porção do cérebro radicalmente nova, com uma arquitetura original e inusitada na história do planeta, os dados nos mostram teimosamente que todas as nossas peculiaridades —linguagem, matemática, moralidade e justiça, artes e ciências— estão enraizadas nas profundezas abissais da evolução animal, um processo que começou há 600 milhões de anos com o surgimento das esponjas e águas-vivas.

Foram as águas-vivas, precisamente, que inventaram os olhos. Existe um gene chamado PAX6 que se ocupa de desenhar o olho primitivo desses cnidários e sua conexão com os neurônios primitivos deles. Esse mesmo gene (inicialmente descoberto na mosca), também é responsável pelo desenho do olho humano e de suas leves mutações, que causam doenças congênitas, como a aniridia, ou ausência de íris; além de outra dúzia de anomalias no desenvolvimento do olho e de seus neurônios associados. Em um sentido genético profundo, nossos olhos e nosso cérebro visual tiveram origem nas águas-vivas há 600 milhões de anos.

E isso é apenas o começo da longa, longa história da nossa conexão com as origens da vida animal. A partir do lobo óptico dos animais primitivos, que é precisamente o domínio de ação do PAX6, vem o nosso cérebro médio (ou mesencéfalo), essencial para a visão, a audição, a regulação da temperatura corporal, o controle dos movimentos e do ciclo de sono e vigília.

Outro dos nossos sentidos, o olfato, também ancora suas origens na noite dos tempos da vida animal. Ele vem do nosso córtex, a camada mais externa do cérebro, que nas espécies mais inteligentes —nós, os golfinhos, as baleias, os elefantes— cresceu tanto que não caberia no crânio se não tivesse se enrugado para produzir essa fealdade abjeta que, compreensivelmente, sentimos relutância em aceitar como nossa mente. E, no entanto, ela o é.

Do córtex e seus associados, esses frutos evolutivos do ancestral do nosso cérebro olfativo, emanam todas as assombrosas aptidões da mente humana, tudo o que nos torna tão diferentes e de que tanto nos orgulhamos. Essa camada externa e antiestética do cérebro gera —ou, mais precisamente, encarna— nossas sensações do mundo exterior, nossas ordens voluntárias para mexer a boca ou os braços e um enxame de “áreas de associação” onde os sentidos, as lembranças e os pensamentos são integrados para produzir uma cena consciente única, o tecido do qual nossa experiência é feita.

Todo o cérebro é um enigma, mas se fosse preciso escolher um problema supremo nessa floresta, seria o mistério da consciência. E há uma história científica que precisa ser contada aqui. Quando adolescente, um dos grandes cientistas do século XX, Francis Crick, se preocupava com o fato de que, quando se tornasse adulto, tudo já teria sido descoberto. Quando cresceu, a primeira missão do jovem Crick foi projetar minas contra os submarinos alemães. Depois da guerra, no entanto, Crick parou para pensar que havia grandes problemas a resolver na ciência. Decidiu que os enigmas essenciais eram dois: a fronteira entre o vivo e o inerte e a fronteira entre o consciente e o inconsciente. Seu primeiro enigma foi resolvido satisfatoriamente com a dupla hélice de DNA, que descobriu com James Watson em 1953. E o segundo nunca chegou a averiguar —isso teria feito dele o maior cientista da história—, mas foi capaz de estimular pesquisadores mais jovens e os gestores dos financiamentos da ciência norte-americana para que se concentrassem nesse pináculo pendente do conhecimento. O principal de seus colaboradores nessa exploração foi Christof Koch, atual diretor do Instituto Allen de Biociência, em Seattle.

Quinze anos após a morte de Crick, Koch continua cativado pelo problema da consciência. Como a atividade dos neurônios individuais, e dos circuitos formado por milhares ou milhões deles, produz a sensação única e global de ser consciente, de ter acordado, de estar vivo? Essa convicção de que somos diferentes de uma água-viva, de que somos uma entidade transcendente, capaz de compreender o mundo e distinta de todas as anteriores. Vejamos o estado atual dessa linha de pesquisa crucial. É ciência básica. As aplicações sempre vêm depois de um profundo entendimento, como demonstra a história da ciência.

“A consciência é tudo o que você experimenta”, escreve Koch. “É a canção que se repete na sua cabeça, a doçura de uma mousse de chocolate, o latejar de uma dor de dente, o amor feroz por seu filho e o discernimento amargo de que, no final, todos esses sentimentos acabarão”. Há dois campos científicos que aspiram a competir com os poetas na interpretação do mundo: a cosmologia e a neurologia. Tem toda a lógica. Uma boa equação sintetiza uma imensa quantidade de dados em um centímetro quadrado de papel, assim como um bom verso.

Para filósofos como Daniel Dennett, o problema da consciência é inseparável do enigma dos qualia: o que sentimos como a vermelhidão da cor vermelha, a doçura de um doce, a sensação de dor que nos causa uma dor de dente. Esses filósofos acreditam que o enigma dos qualia não pode ser resolvido, nem sequer abordado, pela ciência, porque esses sentimentos são particulares e não podem ser comparados, aprendidos ou medidos por referências externas. Essa ideia, no entanto, contradiz o princípio geral de que a mente equivale ao cérebro, como Alcmeão de Crotona adiantou há 2.500 anos.

Se tudo o que acontece em nossa mente é produto de —ou melhor, é idêntico à— atividade de certos circuitos neurais, a consciência não pode ser uma exceção, ou então retornaríamos ao animismo irracional, à crença em uma alma separada do corpo, aos fantasmas e ectoplasmas. Crick e Koch decidiram pular o suposto enigma dos qualia para se concentrar em procurar os “correlatos neurais da consciência”, isto é, os circuitos mínimos suficientes para que se produza uma experiência consciente. A estratégia deu frutos.

Tomemos o efeito bem conhecido da rivalidade binocular. Com uma montagem simples, você pode apresentar uma imagem ao olho esquerdo de um voluntário (um retrato de Maria, por exemplo) e outra ao olho direito (um retrato de João). Você poderia pensar que o voluntário veria uma mistura chocante dos dois rostos, mas se você perguntar a ele, verá que não é assim. Ele vê Maria durante um momento, então de repente vê João, depois outra vez Maria e assim por diante. Os dois olhos rivalizam para fazer chegar suas informações à consciência (daí “rivalidade binocular”). O que muda no cérebro quando a consciência passa de um rosto ao outro?

Experimentos desse tipo, combinados com modernas técnicas de imagem cerebral, como a ressonância magnética funcional (fMRI), apontam repetidas vezes para a “zona quente posterior”. É composta por circuitos de três lobos (partes do córtex cerebral): o temporal (acima das orelhas), o parietal (logo acima do temporal, em todo o alto da cabeça) e o occipital (um pouco acima da nuca). Isso é em si uma surpresa, porque a maioria dos neurocientistas teria esperado encontrar consciência nos lobos frontais, a parte mais anterior do córtex cerebral e a que mais cresceu durante a evolução humana. Mas não é assim. A consciência reside em áreas posteriores do cérebro que compartilhamos com os mamíferos em geral.

Outra descoberta recente é que as áreas envolvidas na consciência —a zona quente posterior— não são as que recebem os sinais diretos dos olhos e dos demais sentidos. O que acontece nessas áreas primárias não é o que o sujeito vê, ou está consciente de ver. A consciência está em áreas que recebem, elaboram e interconectam essa informação primária, tanto na vista como nos outros sentidos.

Uma prática cirúrgica tradicional nos oferece mais pistas valiosas. Quando os neurocirurgiões têm de remover um tumor cerebral, ou os tecidos que causam ataques epilépticos muito graves, tomam uma precaução lógica: com o crânio aberto, estimulam as áreas vizinhas com eletrodos para ver exatamente onde estão no mapa do córtex, e até onde convém chegar (ou não chegar) com o bisturi. Foi assim, de fato, que foi mapeado o homúnculo motor, essa figura humana disforme que temos acima da orelha e que controla todos os nossos movimentos voluntários. Estimule aqui e o paciente move uma perna; estimule ali e moverá o dedo médio da mão esquerda, ou a língua e os lábios.

Quando a zona quente posterior é estimulada, o paciente experimenta todo um leque de sensações e sentimentos. Pode ver luzes brilhantes, rostos deformados e formas geométricas, ou sentir alucinações em qualquer modalidade sensorial, ou vontade de mexer um braço (mas desta vez sem chegar a movê-lo). Em sua forma normal, esse parece ser o material com o qual nossa consciência é tecida. Quando parte da zona quente é danificada por uma doença ou acidente, ou removida pelos cirurgiões, o paciente perde conteúdos da consciência. Torna-se incapaz de reconhecer o movimento de qualquer objeto ou pessoa, ou a cor das coisas, ou se lembrar de rostos que antes lhe eram familiares.

A neurociência, portanto, não apenas demonstrou a hipótese de Alcmeão de Crotona –que o cérebro é a sede da mente– mas também encontrou o lugar exato em que reside a consciência.

Entender como essa porção do cérebro funciona é uma questão muito mais difícil, que algum dia merecerá um Prêmio Nobel. Mas a mera localização da consciência na parte posterior do córtex cerebral tem uma clara implicação. A marca distintiva da evolução humana é o crescimento explosivo do córtex frontal. O córtex posterior, incluída a zona quente, nós herdamos dos nossos ancestrais mamíferos e além. Muitos animais, portanto, devem ser conscientes: eles têm uma mente no sentido de Alcmeão. É uma ideia perturbadora, mas teremos de aprender a viver com ela e a administrar suas implicações.

Compreender o cérebro é, sem dúvida, um dos maiores desafios que a ciência atual enfrenta. Trata-se do objeto mais complexo de que temos notícia no universo, e a tarefa é formidável. Mas a recompensa será grande para a pesquisa e o pensamento. Talvez não falte tanto para isso.

Fonte: ElPais – Javier Sampedro

Profissional da Cuidarte promove curso Entendendo o Suicídio

Profissional da Cuidarte promove curso “Entendendo o Suicídio”

No último sábado (31), o curso “Entendendo o Suicídio: Aspectos Gerais e Manejo Clínico”, promovido pela psicóloga da Clínica Cuidarte, Ana Deyvis, discutiu comportamentos suicidas e especificidades no ciclo vital e prevenção. O curso foi ministrado para estudantes e profissionais da área de psicologia.

A psicóloga Naira Tavanny, mestre e doutorando em psicologia pela Universidade São Francisco (Campinas-SP) e membro da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (ABEPS), que comandou o curso explicou como a Organização Mundial de Saúde (OMS) trabalha a questão do atendimento a pacientes com ideação ou tentativa de suicídio, a importância da atitude não julgadora e inserção de familiares no tratamento, dentre outros pontos.

De acordo com a coordenadora do curso, Ana Deyvis, a temática foi escolhida por estarmos no mês de Setembro e por este ser o mês mundial de prevenção do suicídio, chamado também de Setembro Amarelo. “Vamos dar continuidade a esse projeto de especializar profissionais e estudantes sobre diversos temas”. Este mês realizaremos outros cursos voltados para saúde mental “, ressaltou.

A importância do sono em todas as fases da vida

Nós devemos dormir quantas horas? Existe um padrão e um tempo total pré-definido?

O sono é um estado ativo do cérebro que prepara o corpo para enfrentar o dia seguinte de maneira eficiente. Ele é um momento de regeneração do corpo e de síntese de proteínas fundamentais para as funções dos nossos órgãos.

Mas nós devemos dormir quantas horas? Existe um padrão e um tempo total pré-definido? “Nós temos os pequenos dormidores e os grandes dormidores. Os pequenos dormidores são aqueles que precisam de menos de cinco horas por noite. Já os grandes dormidores precisam de mais de nove horas por noite. A maior parte da população precisa entre sete e oito horas”, explica a pesquisadora do Instituto do Sono Mônica Anderson.

O padrão de sono sofre mudanças constantes no decorrer da vida. Em recém-nascidos, o tempo total de sono é de cerca de 16 horas. Com o passar dos anos, esse tempo diminui e, em idosos, pode ser apenas cinco horas.

Dormir pelo tempo recomendado para cada faixa etária melhora a atenção, memória, comportamento, aprendizagem e controle emocional. Veja a recomendação por idade:

O sono para crianças e adolescentes
“A privação de sono pode provocar, por exemplo, menor atenção às aulas, menor concentração e maior chance de erros”, alerta a pesquisadora. Tanto na infância quanto na adolescência, dormir bem ajuda no desenvolvimento intelectual. Além disso, é durante o sono que o corpo libera os hormônios relacionados ao crescimento.

As crianças vivem em constante aprendizado, recebendo estímulos e passando por situações novas. Durante o sono, consolidamos a capacidade de falar, engatinhar, caminhas, comer e todas as outras tarefas.

Já a privação de sono na fase adolescente tem consequências para a saúde e para o desempenho escolar. Entre as consequências estão: aumento da sonolência diurna, distúrbio de humor, problemas comportamentais, uso de drogas, ganho de peso, propensão a acidentes e baixa imunidade.

Veja os riscos da falta de sono nas crianças e adolescentes:

Ganho de peso
Resistência baixa (ficam mais propensas a terem gripe e amigdalites)
Alteração de crescimento
Aumento da impulsividade
Agressividade
Desatenção
Dificuldades de aprendizado na escola
No adolescente, a falta de sono ainda pode piorar a acne e alguns estudos mostram que pode aumentar o risco de depressão

E como melhorar o sono do adolescente?

Jante cedo
Reduza luzes da casa
Reduza atividades físicas à noite
Leia um livro
E como melhorar o sono da criança?

Coloque a criança para dormir sempre no mesmo horário
Dê banho morno
Apague as luzes
Conte histórias com a criança de pijama na cama
Cante músicas de ninar
O sono para os idosos
“O sono ao longo da vida diminui. Na terceira idade, o tempo de sono gira em torno de cinco, seis horas por noite”, diz Mônica. Além de poucas horas dormidas, o sono na terceira idade não é reparador. Muitos deles ainda sofrem de apneia e insônia, comuns no idoso.

Veja os riscos da falta de sono no idoso:

Baixa imunidade
Aumenta o risco de quedas
Piora a memória
Alterações cardiovasculares
E como melhorar o sono do idoso?

Caso sinta vontade de cochilar durante o dia, prefira a soneca após o almoço e durma somente 20 minutos
Faça atividades durante o dia. Isso ajuda a sentir-se cansado para dormir.

 

Fonte: Bem-eSTAR

Redes sociais não fazem mal, desde que não substituam atividades mais saudáveis, diz estudo

Pesquisa entrevistou milhares de adolescentes em escolas inglesas e também revelou que meninas são mais vulneráveis a ‘cyberbullying’.

As redes sociais fazem mal para os adolescentes?

A pergunta que tira o sono de pais, educadores e cientistas em todo o mundo recebeu, por ora, uma nova resposta.

E ela é: as redes não prejudicam diretamente os mais jovens, mas podem tirar o tempo que eles gastam em atividades vitais e saudáveis, como dormir e se exercitar.

O alerta vem de pesquisadores do Reino Unido, que recomendam a proibição de celulares depois das 22h e incentivos a atividades físicas.

Segundo o estudo, as meninas são especialmente vulneráveis ​​ao cyberbullying, o que pode levar a problemas psicológicos.

No Reino Unido, nove em cada dez adolescentes usam redes sociais e há uma crescente preocupação com o seu impacto na saúde mental dos mais jovens.

Até agora, as conclusões das pesquisas são contraditórias devido à falta de estudos de longo prazo.

Neste estudo recente, publicado no na revista médica especializada “The Lancet Child & Adolescent Health”, mais de 12 mil adolescentes em idade escolar na Inglaterra foram entrevistados durante três anos, dos 13 aos 16.

Eles cursavam os anos 9, 10 e 11 (equivalentes ao 9º ano do ensino fundamental e 1º e 2º do ensino médio no Brasil) do sistema de ensino britânico.

O que o estudo fez?
Os adolescentes informaram com que frequência checavam redes como Instagram, Facebook, WhatsApp e Twitter diariamente, mas não quanto tempo gastavam usando-as.

No ano 9, a maioria (51%) das meninas e 43% dos meninos entraram em redes sociais mais de três vezes por dia; no ano 11, a frequência subiu para 69% entre os meninos e 75% entre as meninas.

Já no ano 10, os mesmos jovens preencheram um questionário sobre sua saúde mental e relataram experiências de cyberbullying, sono e atividade física.

No ano 11, os adolescentes avaliaram seus níveis de felicidade e ansiedade.

O que a pesquisa encontrou?
Os meninos e meninas que verificavam suas redes mais de três vezes por dia tinham pior saúde mental e maior sofrimento psicológico.

As meninas também parecem mais propensas a dizer que são menos felizes e mais ansiosas à medida que os anos avançaram, ao contrário dos meninos.

Os pesquisadores dizem que há indícios de um vínculo forte entre o uso de redes sociais e saúde mental.

Nas meninas, os efeitos negativos são revelados principalmente em perturbações do sono, ciberbullying e, em menor medida, falta de exercício.

Nos meninos, os fatores também têm um impacto, mas muito menor.

Os pais devem se preocupar?
O coordenador do estudo, Russell Viner, professor de saúde do adolescente do University College London, diz: “Os pais andam em círculos quando o assunto é o tempo que seus filhos passam nas redes sociais todos os dias.”

As redes sociais também podem ter um efeito positivo nos adolescentes e “desempenham um papel central na vida de nossos filhos”, acrescentou.

Também envolvida no estudo, a professora de psiquiatria infantil, Dasha Nicholls, da universidade Imperial College London, completa: “Não é o tempo na rede social em si, a questão é quando ela desloca os contatos e atividades da vida real.”

“A questão é encontrar um equilíbrio.”

É diferente para meninos?
A equipe de especialistas diz que, embora tenha observado diferenças no uso de redes sociais entre garotas e garotos, elas ainda não são bem compreendidas.

Também são necessários outros estudos para descobrir de que forma o uso das redes sociaiso pode influenciar o sofrimento psicológico dos meninos.

E quanto ao cyberbullying?
Nicholls diz que os pais devem monitorar as atividades de seus filhos para ter certeza de que não estão acessando conteúdo prejudicial, principalmente à noite.

“Com o cyberbullying, nem a nossa cama é um lugar seguro. Mas, se o seu celular estiver em outro cômodo da casa, você não pode ser intimidado em sua cama.”

Louise Theodosiou, do corpo docente sobre crianças e adolescentes do Royal College of Psychiatrists (organização profissional de psiquiatras do Reino Unido), diz: “Mais estudos são necessários para entender como podemos evitar os impactos mais negativos das redes sociais, particularmente em crianças e jovens vulneráveis.”

 

Fonte: G1

E se eu morrer hoje?

Pense nas providências que poderão facilitar a vida dos que ficam

O tema dessa coluna pode ser lúgubre, mas não tem nada de agourento ou assustador, uma vez que todos vamos morrer um dia. Se o tempo que nos resta é de semanas, meses, anos ou décadas, tanto faz: ninguém deveria se espantar com nossa finitude. A resistência em tratar de questões relacionadas à morte acaba tornando a vida dos entes queridos que nos rodeiam ainda mais difícil. No meio da dor da perda, com frequência eles têm que revirar papéis e tomar decisões num estado de grande fragilidade.

Uma amiga querida precisou fazer uma cirurgia delicada. Quando fui visitá-la, já totalmente recuperada, ela me disse que, na véspera da operação, pensou em contar para o filho onde estavam guardados documentos, registros de senhas e contatos com gerentes de banco. Acabou não fazendo, com medo de assustar o rapaz, que poderia achar que a mãe mentia sobre a gravidade da situação. Histórias semelhantes se repetem todos os dias, nem todas com um final feliz. Para quem ama os animais, a guarda de um bicho de estimação também é um assunto que deveria merecer atenção. São tristes os relatos de cães e gatos abandonados depois da morte do dono porque não havia ninguém para assumir a tarefa.

Deixar as coisas organizadas é demonstração de carinho pelos que nos rodeiam. Para começar, mantenha os documentos importantes numa pasta. Se precisar de mais de uma, identifique o conteúdo de cada uma com uma etiqueta. Senhas, informações sobre investimentos e telefones de pessoas que devem ser acionadas podem ficar anotados num caderno ou arquivados no computador, mas é indispensável que você explique ao pelo menos um ou dois do seu círculo íntimo como acessar esses dados.

Já tratei nesse espaço sobre a conveniência de fazer um testamento vital: o documento determina como diretivas antecipadas de vontade o conjunto de desejos, previamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer, ou não, receber no momento em que estiver incapacitado de expressar sua vontade. Ter um testamento evita desentendimentos quando há bens, principalmente se a pessoa se casou de novo e há filhos da primeira união. Embora 90% digam que é importante conversar sobre os cuidados e providências no fim da vida, apenas 27% dizem tê-lo feito. Além disso, 60% não gostariam de sobrecarregar os mais próximos com decisões difíceis, mas 56% não comunicaram seus desejos. Eu proponho o exercício. Pensar no fim da existência nos dá a dimensão do enorme prazer que é estar vivo.

Fonte: BemEstar/ Por Mariza Tavares