Sono reparador e exercício são essenciais para equilibrar a rotina

Dizem que quem faz atividade física, dorme melhor. Mas nem todo mundo tem tempo para fazer os dois. Encaixar a atividade física na rotina nem sempre é fácil.

Dizem que quem faz atividade física, dorme melhor. Mas nem todo mundo tem tempo para fazer os dois. Encaixar a atividade física na rotina nem sempre é fácil. Segundo a pesquisadora do Instituto do Sono Monica Andersen, o ideal é conciliar os dois.

É cientificamente comprovado que o exercício melhora o sono. Entretanto, se a pessoa estiver no dilema entre dormir mais um pouco ou privar o sono para se exercitar, é melhor dormir.

“A privação de sono mexe com a produção dos hormônios, aumenta o da fome e diminui o hormônio da saciedade”, explica a pesquisadora. Além disso, a privação de sono diminui a vontade para o exercício físico. A longo prazo, a tendência é desistir.

Outras formas de se exercitar
Para fazer alguma atividade física, você não precisa ir até a academia. Andar até o ponto de ônibus, preferir escada ao elevador, levantar da cadeira para beber água, dar uma volta durante o horário de trabalho, ir ao banheiro. São atitudes aparentemente pequenas, mas que já mexem com o corpo.

O preparador físico Márcio Atalla lembra que 30 minutos por dia de exercício já são suficientes para garantir os benefícios da atividade física, e um deles é o sono!

A atividade física ajuda a diminuir o estresse e, só por isso, já tem uma grande influência no sono. Fora isso, ela libera substâncias que contribuem para a indução do sono.

Fonte: BemEstar

Oito técnicas para parar de enrolar e completar suas tarefas

Como a psicologia pode nos ajudar a procrastinar menos e manter a motivação?

Todos nós temos o hábito de procrastinar, ou enrolar, antes de cumprir as nossas tarefas. Isso se torna um problema se faz parte de um padrão crônico de adiar tarefas, apesar das consequências que possam existir se você perder os prazos. A procrastinação crônica pode até ser ruim para sua saúde, colocando-o sob estresse prolongado com prazos prestes a vencer, fazendo adiar exercícios físicos ou a decisão de comer de forma mais saudável – ou até mesmo atrasando a visita ao médico quando começarem a aparecer sintomas.

Então, como a psicologia pode nos ajudar a procrastinar menos e manter a motivação?

1) Não confie apenas na força de vontade
Segundo Ian Taylor, psicólogo esportivo que estuda a motivação na Universidade de Loughborough, no Reino Unido, as pessoas geralmente acreditam que a força de vontade é a resposta. Isso pode funcionar ocasionalmente, mas, como ele disse, “força de vontade é um tipo de motivação, mas não é a melhor”. “A motivação é como o combustível que leva você ao resultado. Alguns combustíveis são muito bons, mas outros são de qualidade inferior.”

O problema de confiar apenas na força de vontade é que ela pode ajudar a atingir suas metas algumas vezes, mas é algo frágil, que nem sempre funciona. Em vez de confiar na força de vontade para tentar ignorar os aspectos desagradáveis de uma tarefa, considere-os uma parte importante e inevitável da conquista de sua meta. Imagine que você está correndo há 30 minutos. Até agora seus músculos estão doendo, mas isso não é necessariamente uma coisa ruim a ser combatida. É parte do processo de ficar em forma.

2) Procure os pontos positivos da tarefa que você está evitando
Uma maneira de descobrir se você é um procrastinador crônico é se perguntar se está deixando a tarefa de lado porque tem medo de fracassar. Após 15 anos de pesquisa sobre procrastinação, Fuschia Sirois, da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, descobriu que o problema da procrastinação não é simplesmente o da preguiça ou do mau gerenciamento do tempo – envolve dificuldades na regulação das emoções.

Se você está preocupado com o fracasso, pode acabar usando desculpas para adiar completamente a tarefa e evitar esses sentimentos desagradáveis de ansiedade. Temporariamente, isso pode até fazer você se sentir melhor. O problema surge quando você entra em um ciclo vicioso. Devido ao atraso, agora você tem menos tempo para realizar o trabalho, aumentando o risco de fracassar e fazendo com que você se sinta ainda mais ansioso e menos propenso a começar.

Para lidar com essas emoções, uma coisa que ajuda é procurar os aspectos positivos da tarefa. O ideal é que essas não sejam as recompensas que possam trazer no futuro, mas algo de bom no próprio processo. Talvez você aprenda alguma coisa ou talvez se sinta mais absorto na tarefa do que esperava ao começar.

3) Planeje com antecedência
Se você sabe que uma determinada tentação pode te levar a procrastinar, então pode ser uma boa ideia adotar a estratégia psicológica conhecida como “se/então”. A ideia é que você planeje com antecedência o que fará se encontrar uma tentação específica. Imagine que você se programou para colocar seus estudos em dia num determinado fim de semana, mas ao mesmo tempo sabe que um amigo seu pode te chamar para um churrasco no sábado à tarde.

Nesse caso, você pode se programar para sugerir a ele uma troca – ao invés de ir ao churrasco, vocês podem se encontrar à noite. Você pode decidir que, se alguém sugerir um encontro para um café no fim de semana, quando você souber que precisa acompanhar seus estudos, vai contrariar a sugestão deles com a opção de se reunir à noite.

Peter Gollwitzer, psicólogo americano, revisou 94 estudos sobre pessoas que usaram esta estratégia. Ele descobriu que eles eram duas a três vezes mais propensos a manter suas metas do que pessoas que não empregaram a estratégia.

4) Reduza o esforço
Você precisa facilitar o máximo possível para começar. O conceito de arquitetura de escolha é bem conhecido hoje em dia, e é empregado, por exemplo, nas lanchonetes de algumas empresas: elas colocam frutas perto do caixa, ao invés de chocolate. O objetivo é fazer com que os funcionários se alimentem de forma mais saudável.

Nós podemos fazer isso por nós mesmos também. Se você pretende correr no parque de manhã, vista sua roupa de corrida logo que levantar. Ou deixe seu material de trabalho aberto na mesa na noite anterior, para que a primeira coisa que você veja seja relacionada àquela tarefa que você precisa cumprir. Remova qualquer distração.

Desative os alertas na tela do computador, silencie o smartphone e, se você não conseguir resistir às redes sociais, evite ficar logado automaticamente nelas. O fato de ter de colocar sua senha todas as vezes, especialmente se você escolheu uma longa e complicada, pode ser o suficiente para empurrá-lo na direção certa.

5) Recompense a si mesmo
A procrastinação é atraente porque, se você adiar a tarefa difícil, você é imediatamente recompensado pelo fato de ter suprimido os sentimentos negativos a respeito dela. Para equilibrar isso, você precisa se recompensar com outros “prêmios”. A pesquisadora Kaitlin Woolley, da Universidade Cornell (EUA), mostrou que, como esperado, recompensas imediatas motivam as pessoas a se esforçarem mais do que as recompensas pelas quais elas precisem esperar. Você precisa encontrar uma recompensa imediata que faça tudo parecer mais fácil.

Em um estudo com o adorável título de Mantendo o Livro Jogos Vorazes Refém da Academia, a pesquisadora Catherine Milkman, da Universidade da Pensilvânia (EUA), descobriu que, se as pessoas recebessem audiolivros emocionantes para ouvir na academia (e somente na academia), era mais provável que elas voltassem aos exercícios para descobrir o que acontecia a seguir.

A trama do livro se tornou a recompensa imediata das pessoas. Houve até um teste de um curso online de duas semanas destinado especificamente a reduzir a procrastinação.

Marcus Eckert, da Leuphana University de Lüneburg (Alemanha), deu aos alunos vídeos diários e exercícios com estratégias que não apenas os ajudaram a planejar melhor seu tempo e a calcular os custos e benefícios de adiar tarefas diferentes, mas também os ajudou a tolerar sentimentos negativos que poderiam aparecer. O curso orientava os alunos a se lembrarem de sua resiliência no passado, por exemplo.

Eles também recebiam dois textos por dia, perguntando-lhes qual tarefa poderiam adiar naquele dia e considerando as possíveis consequências. Dois meses depois, os alunos que fizeram o curso online ainda estavam procrastinando menos.

6) Tenha uma visão mais realista do seu futuro
A maioria de nós acredita que, no futuro, teremos mais tempo. Acreditamos com otimismo que seremos versões mais organizadas de nós mesmos, vivendo uma vida em que nada nunca dá errado. Isso não vai acontecer necessariamente, é claro. E é por isso que muitas vezes subestimamos quanto tempo uma tarefa levará. Isto é chamado de falácia do planejamento.

Meu exemplo favorito da falácia do planejamento é a primeira edição do Dicionário Oxford da Língua Inglesa. Em 1860, os autores anunciaram que levariam dois anos para terminar a obra.

O dicionário só foi iniciado em 1879. Cinco anos depois, os autores só tinham chegado à palavra “ant” (“formiga”, em inglês). Em 1928, finalmente foi concluído, 68 anos depois. Mas aí o dicionário já estava desatualizado, e as revisões começaram imediatamente. Precisamos evitar criar essa versão irreal de nós mesmos no futuro. Caso contrário, podemos nos preparar para a decepção e ainda mais procrastinação.

7) Seja gentil consigo mesmo
Isto pode soar como a última coisa a fazer quando você está enrolando na internet durante metade do dia, quando deveria estar trabalhando. Mas na verdade, a pesquisa mais recente mostra que as pessoas que procrastinam têm níveis de auto-compaixão mais baixos que a média. Elas já são duras consigo mesmo, e claramente não está dando certo. Um estudo com alunos que não estudaram para suas provas mostrou que aqueles que se perdoaram por sua procrastinação foram mais propensos a estudar na próxima vez do que aqueles que se sentiram incapazes de se perdoar. As pessoas já se sentem mal com a tarefa que têm em mãos, por isso adicionar mais emoção negativa não vai ajudar.

8) Use a linguagem certa
Mesmo pequenas coisas como a linguagem que você usa podem fazer a diferença. Pouco antes das eleições presidenciais dos EUA em 2008, um estudo foi realizado na Califórnia. Os pesquisadores pediram às pessoas que se registraram para votar que preenchessem uma pesquisa sobre como se sentiam sobre “votar” ou como se sentiam sobre “ser eleitores”. A diferença na linguagem era sutil, mas quando chegou a hora de ir efetivamente às urnas, 95% no grupo do substantivo (“ser eleitor”) efetivamente votaram, comparado com 82% no grupo do verbo (“votar”). Simplesmente nos ver como um certo tipo de pessoa pode afetar nosso comportamento.

Então, se você pensa em si mesmo não como alguém que às vezes corre, mas como “um corredor”, você pode estar mais propenso a fazê-lo. Ou, em vez de ser alguém que segue uma dieta, você é “alguém que come de forma saudável”. Ian Taylor diz que a razão pela qual isso pode funcionar é que faz uma conexão entre você e o comportamento em questão. “Então, você não está mais fazendo o comportamento (esporadicamente), você está apenas vivendo sua vida do jeito que você quer.”

Fonte: BBC

‘Temos que nos livrar da carga negativa que envolve o fato de ser velho’, diz geriatra

Estereótipos e preconceitos podem inclusive levar a distorções nos tratamentos de saúde.

A médica geriatra Louise Aronson tem uma missão: incentivar a visão de que as décadas de vida depois dos 60 anos devem ser celebradas, em vez de temidas. Isso inclui as faculdades de medicina e os profissionais de saúde, que precisam entender e apoiar as muitas fases que compõem a velhice.

Afinal, se há diferentes abordagens para tratar um ser humano do nascimento à adolescência, o mesmo se aplica quando somos velhos. Essa é a tese do livro “Elderhood: redifining age, transforming medicine, reimagining life” (“Velhice: redefinindo idade, transformando a medicina, reimaginando a vida”, em tradução livre), lançado em junho.

Louise também é professora na Universidade da Califórnia, em São Francisco, e tem mais de 20 anos de experiência em geriatria, o que a transformou numa militante da causa de que devemos encarar o envelhecimento com outros olhos. No livro, ela se vale de História, literatura e antropologia para mostrar como o preconceito está impregnado em nossa cultura.

Dentro da medicina, aponta duas distorções graves. “Os estereótipos relacionados à velhice podem levar a excessos no tratamento (“overtreatment”) ou, na ponta oposta, a subtratamentos (“undertreatment”). Ela gosta de contar a história de um homem de 90 anos que, ao se queixar de dor num joelho, ouviu do médico que o problema era compatível com a sua idade.

“No entanto”, respondeu o paciente, “meu outro joelho tem a mesma idade e não me incomoda”. Um outro idoso foi levado às pressas para a emergência por causa de uma trombose, deixando para trás seu aparelho de surdez. No hospital, foi diagnosticado com demência porque não respondia às perguntas que, obviamente, não ouvia. “O sistema tem falhado com os mais velhos”, sentencia.

“Os corpos se comportam de outra forma com a progressão dos anos, o que deve ser levado em conta na hora da prescrição de medicamentos. O fígado e os rins mudam, o cérebro muda, o risco de efeitos adversos cresce. É essencial considerar o que o paciente quer e como a intervenção vai impactar em sua qualidade de vida”, afirma.

Uma de suas preocupações é o pouco treinamento que os médicos recebem para lidar com os mais velhos, embora eles representem 40% dos pacientes tratados por esses profissionais. Nos EUA, por exemplo, há cerca de 7 mil geriatras para 49 milhões de idosos. No Brasil, esse número não chega a 2 mil, para um contingente de 30 milhões. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda um especialista para cada mil idosos, ou seja, temos um déficit de 28 mil profissionais.

Fonte: UOL
Texto:Mariza Tavares

Limites: você conhece e respeita os seus?

Entender quais são seus limites e expressá-los é necessário para ter uma vida mais saudável e real.

Você sabe quais são seus limites? Sabe dizer ou pelo menos sente quando foram ultrapassados? Você costuma respeitá-los ou extrapola seus limites com você mesmo, seu tempo, seu trabalho, com a sua família, suas finanças e nos seus relacionamentos? Você consegue dizer “não” para os outros, para o que não quer, não pode, não gosta? Se coloca em relações e situações que não tem como lidar no momento? Alguns acreditam que colocar limites é ser egoísta. Será que é isso mesmo?

Eu não saberia responder a estas perguntas há alguns anos atrás. Não saberia dizer quase nada sobre o que eram os meus limites. Até que comecei a entender que muitos dos meu problemas vinham da falta deles.

Dizer não pode ser uma tarefa difícil quando não sabemos porque, quando e como dizer. É preciso ter autoconhecimento para se entender, para saber o que vale o nosso sim e o que vale o nosso não. O que sentimos, o que queremos. E quando e como vale dizer: “Ei, não gostei, não quero, prefiro assim, que tal se… etc”.

Entender porque e pra que estamos dizendo não e depois como vamos dizer esse não – às vezes até sem precisar falar de fato a palavra “não” – vale demais a pena. Muda nossas vidas completamente.

Em alguns momentos vamos precisar saber dar um “não” firme, para nós e/ou para o outro. Em outros momentos cabe um não amoroso e generoso, cabe negociar, e principalmente cabe antecipar situações para não termos que chegar nos limites delas. Cada caso é um caso e cada passo dado é um treinamento, uma experiência somada onde vamos ganhando confiança e aprendendo a lidar com os desconfortos que vem de se apropriar e expressar os nossos nãos e nossa verdade. Desconfortos estes que evitamos tanto, e que por evitarmos, nos trazem desconfortos muito maiores, muitas vezes.

Limites x egoísmo

Sempre que falo sobre limites, uma das primeiras questões que aparecem é o egoísmo. E isso trata-se de um mito. Temos essa ideia de que colocar limite é ser egoísta, porque acreditamos estar privando uma pessoa de algo e que o amor não incluiria isso. Mas quando a gente coloca limites em nossa vida, podemos notar que é justamente o oposto.

Nosso amor pode ser infinito, mas nossas relações precisam de limites para prosperarem de forma uma saudável. Deixar nossos limites claros e respeitar o do outro é um cuidado com a nossas relações.

Se eu não coloco limites nas minhas relações, o que poderá acontecer é um grande desgaste. Eu vou me sentir ressentida quando o outro ultrapassar meus limites, e vou tentar conseguir o que quero de uma forma não clara e indireta, tentando manipular o outro, ou posso me tornar passivo-agressiva. O que gera muita toxidade numa relação e falta de confiança.

A clareza que vem dos limites é muito mais saudável, amorosa e gera muito mais intimidade e confiança numa relação, seja ela qual for. Claro que geram desconfortos e nos pedem para lidar com frustrações, mas isto faz parte de se relacionar e amadurecer.

Quando colocamos limites nas relações vamos também deixando mais claro nossos desejos e intenções e dando espaço para o outro fazer o mesmo. E assim, vamos permitindo que o outro nos conheça de verdade e deixando o outro se mostrar também, criando mais confiança. Afinal, se todos temos nossos limites, eles fazem parte de quem somos.

O que você preferiria: uma relação que tenha mais clareza, transparência e confiança ou uma relação com uma comunicação mais indireta, talvez bastante passivo-agressiva e imprecisa, onde as coisas ficam apenas subentendidas?

Acredito que quando a gente coloca esses dois pontos na balança, a maioria de nós começa a perceber: “Nossa, pode ser muito mais egoísta não colocar os meus limites e não comunicá-los de uma forma clara, deixando o outro no escuro, tentando adivinhar o que quero, privando-o de conhecer o que gosto e/ou não gosto e o que é importante pra mim”. E vice e versa.

A gente começar a perceber que colocar limites na verdade é cuidar da relação para não deixar ela chegar no ponto de desgaste, quando a gente perde muito mais a força de tomar decisões boas para todas as pessoas envolvidas.

E os limites nas relações familiares?

Nas relações familiares, bem sabemos, é muito comum que os limites de todos fiquem vulneráveis por conta da pseudo intimidade que existe entre seus membros. Essa aparente “liberdade” maior pode fazer um parente se sentir livre para nos tratar como desejar, opinar muito sobre nós e tentar controlar o que fazemos. Porém, é importante lembrar que intimidade não é sobre invasão, e sim, poder dizer como me sinto, poder me mostrar e ser vista de verdade.

Para estabelecer limites nas relações em família, comece a ter clareza do que você gostaria nestas relações e o resultado que deseja das interações que participar. Quando você sabe o que quer, até onde quer ir, você pode começar a expressar como quer ser tratado e como não gostaria de ser tratado. No começo pode não ser nada fácil pois é estranho, novo. Mas com pequenos passos, e com a linguagem adequada vamos tomando confiança.

Por exemplo, saiba se ao contar uma determinada coisa em família, o que deseja: opiniões, feedbacks, sugestões, empatia, apenas escuta, celebrar, etc. Depois disso seja pró-ativo, antes de começar, explique porque está contando aquilo e o que gostaria ou precisa: “Estou contando isso porque queria apenas dividir com vocês e celebrar isto”, diga que não está aberto a opiniões no momento se você não gostaria de receber a opinião/conselho não solicitado do outro. Assim o outro também se sente mais seguro.

Deixando as coisas mais claras nas nossas relações elas podem fluir muito melhor. E o outro entende mais como é que ele pode contribuir para a nossa situação, se for da vontade dele.

Todavia, as coisas não funcionam de uma maneira linear, e nem preto no branco. Ainda vão ter aqueles que se intrometem na vida alheia de forma impositiva, taxativa, constrangedora, etc, mesmo quando já foram alertados. Como colocar limites diante dessas situações?

Nesse caso, você pode estabelecer consequências caso essas ações continuem. Deixe claro para esta pessoa como você vai agir. Explique que se ela continuar você vai: se retirar, deixar de compartilhar estas questões com ela, etc. E caso esta pessoa volte a insistir, realmente faça o que prometeu, seja firme pois, desta forma, esta pessoa terá a oportunidade de sentir o impacto do comportamento dela. Muitas vezes é isso o que é necessário para que alguém comece a mudar seus comportamentos e a respeitar mais o limite dos outros.

É importante lembrar que intimidade não é invasão, e sim sobre poder dizer como me sinto, poder me mostrar e ser vista de verdade.

Além disso, quando conseguimos dar um basta, nos posicionar ou negociar situações que nos incomodam, vamos nos fortalecendo. Começamos a entender que podemos contar com nós mesmos para enfrentar desafios. E mesmo que tenhamos que lidar com culpa – pois no começo é muito provável que a gente vá sentir ela ao estabelecer nossos limites – sabemos que podemos cuidar dos nossos sentimentos pois temos alguém do nosso lado que nos protege e acolhe. E esse é alguém somos nós.

Limites nas finanças

Agora existem também outros limites nas nossas vidas. Diversas pessoas têm dificuldades para entrar em contato com limites, principalmente quando falamos de dinheiro. O que fazer? Uma das coisas mais belas sobre aprender limites é que isso nos obriga a estar em contato com a: realidade. Isso significa sair da fantasia e da ideia de que as coisas são infinitas. A palavra limites já diz: algo que é limitado. E o que é limitado? Nosso tempo, nossa energia, nossos recursos. E isso é estar em contato com a realidade.

Se nosso tempo e energia são limitados, não poderemos dizer sim para tudo, não conseguimos dar conta. E por isso precisamos priorizar as coisas baseadas nos nossos valores e objetivos mais importantes para nós.

Assim é também com a nossa vida financeira. Se sabemos que este é um recurso limitado (e cada um sabe das sua situação), podemos encarar a nossa realidade financeira pensando no quadro geral dela, revendo os gastos, dando prioridades. E isso não significa tirar o nosso prazer também. Apenas ter uma ideia clara do que será destinado a isso de acordo com o que podemos agora.

E é interessante pensar que quando realmente sabemos do que gostamos e nos dá prazer, podemos dizer não mais facilmente a muitas das gratificações instantâneas impulsivas que muitas vezes são ralos de escoamento que não nos permitem investir no que realmente importa: em criar uma vida boa para nós, com mais segurança, prazer e menos desespero.

Agora podemos também depender financeiramente de alguém, isso pode trazer várias questões para nossa vida também. Nestes casos limites também serão importantes. Se está é a nossa situação, o ideal é que possamos pensar na prevenção de futuros problemas deixando tudo sempre muito claro e acordado. Alinhe expectativas, deixe claro as suas e de todos os envolvidos.

Se tiver dúvidas, pergunte. Pergunte para a pessoa o que ela espera de você enquanto está te ajudando. Veja se isso funciona para você. Ao fazer isso, você estará estabelecendo um acordo entre vocês, e você se sentirá mais seguro entrando de forma mais tranquila e transparente nessa situação. Além de estar prevenindo muitos desgastes nesta relação.

E sim, é possível que você possa ficar decepcionado com algumas respostas, sempre que decide deixar as coisas mais claras. Entretanto sabendo do desejo e intenções do outro, e podendo expressar os seus, terá como negociar os quesitos desse acordo antes de ficar refém de situações ou sentimentos desconfortáveis.

E saiba: sempre existe a possibilidade de reconfigurar um acordo, checar como as coisas estão para todos e se existem formas de melhorar.

Para pôr limites é preciso que a gente entenda o que eles são, quais são os nossos e que temos direto a eles e os outros também.

Fonte: MSN
Texto: Ariana Schlösser

Saiba como falar sobre sexo em cada idade na faixa de 0 a 17 anos

Livro ‘Educação sexual em 8 lições’ é destinado a pais e professores.
Sexóloga Laura Muller baseou obra em perguntas que recebeu.

A dificuldade de pais e professores em falar sobre sexo começa muitas vezes na própria vida e acaba se estendendo aos filhos e alunos. As dúvidas, de ambos os lados, surgem logo na primeira infância das crianças, que querem saber de tudo. E os adultos se questionam: “Preciso falar alguma coisa? Devo tomar iniciativa para introduzir um assunto? Como responder a uma pergunta, o que dizer e até onde ir?”

O problema não para por aí, e só aumenta, com a chegada da adolescência e da iniciação sexual, entre os 15 e 17 anos, em média.

Para esclarecer assuntos ainda considerados tabus e ajudar os mais velhos a falar sobre sexo e sexualidade com crianças e adolescentes, a sexóloga Laura Muller, que participa do programa Altas Horas, na Globo, escreveu seu quarto livro, “Educação sexual em 8 lições”.

“Me baseei em ações e palestras que fiz para pais e professores. Eles reclamavam de que não havia uma bibliografia clara e simples, e não conseguiam lidar com o tema. A maior dificuldade é falar: as pessoas têm medo de que uma conversa estimule o sexo, ou receio de dizer algo errado. Mas ninguém tem todas as respostas”, destaca a especialista, que reconhece que também não sabe tudo.

Segundo Laura, o mais importante é apresentar limites e possibilidades aos mais jovens. Quando uma criança de até 5 anos, por exemplo, pergunta de onde veio, como entrou na barriga da mãe ou se os pais namoram pelados, o casal deve explicar o que se passa, usando a linguagem infantil e deixando claro que essas coisas pertencem ao mundo dos adultos e farão parte da vida dos filhos no futuro.

“O mais importante é não ter medo de lidar com o tema, não é fácil mesmo. Nós, adultos, não tivemos educação sexual na adolescência, por isso é preciso buscar informações de qualidade onde for possível, atualizar-se e não ter vergonha de ultrapassar essa barreira”, diz a autora.

Dúvidas ao longo do tempo
A sexóloga explica que, na primeira infância, as perguntas sobre sexo costumam ser “O que é?”, “Como é feito?” e outras curiosidades simples, ainda bastante distantes da prática.

Até os 5 anos, os pais se preocupam mais se as crianças estão tocando as partes íntimas, e se fazem isso na frente dos outros, afirma Laura. O importante, nesse caso, é explicar para o menor que isso não pode ser feito o tempo todo, que ele está na fase de brincar e se divertir, acrescenta a especialista.

“A partir do momento em que a criança se aproxima da adolescência, surgem questões mais elaboradas, sobre as mudanças do corpo, sobre como se faz sexo, como usar camisinha, como evitar a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis (DST), além de dúvidas sobre masturbação, desejo, excitação, sexo oral ou anal, e orgasmo”, enumera Laura.

Com esse “empurrão” hormonal, vem também a primeira menstruação e a primeira ejaculação espontânea. Em média, isso ocorre aos 12 anos, mas entre 9 e 16 ainda é considerado um período normal.

De acordo com a sexóloga, os adolescentes em geral vivem quatro grandes dilemas nessa difícil fase de transição: sexual (fazer ou não, e como), profissional (qual carreira seguir), existencial (quem eu sou, do que gosto e qual é o meu grupo) e tóxico (como lidar com álcool, cigarro e drogas).

“A casa deve ser um complemento da escola, um porto seguro, e os pais precisam estar abertos ao diálogo, apoiar uma educação sexual de qualidade, conversar sobre prática, prazer, afeto e diversidade”, aponta Laura.

Os limites, segundo a sexóloga, vão até o ponto em que algo não fere a pessoa e seu parceiro tanto física quanto emocionalmente. Além disso, não se deve fazer nada só para agradar ao outro, nem se sentir pressionado pelo companheiro ou por colegas.

“O jovem vai estar pronto para o sexo quando estiver bem informado e amadurecido. É preciso se perguntar: ‘Estou pronto? Quero mesmo?'”, ressalta.

E não deve haver nenhuma distinção de ensinamentos para meninos e meninas, segundo Laura.

“Às vezes, as pessoas acham que é preciso criar diferente, mas a educação deve ocorrer da mesma forma. O que difere são as fases de cada um, cada gênero vai ter um grau de amadurecimento conforme a experiência de vida e outros fatores, mas as dúvidas são muito parecidas”, diz.

8 lições
O livro é dividido em oito capítulos, cada um com uma lição diferente. O primeiro aborda os conceitos de sexo, sexualidade e outras definições básicas.

“Sexo é diferente de sexualidade. Sexo é o ato em si, já sexualidade é o jeito de cada um ser no mundo, homem ou mulher, de se relacionar com as emoções, os sentimentos e o mundo ao redor. O sexo é apenas um aspecto da sexualidade – que existe desde a infância”, compara a autora.

Laura explica, ainda, que há um terceiro conceito, o de gênero, que é a identidade sexual de cada pessoa, um conjunto de jeitos de ser que pode depender ou não do sexo com o qual se nasce.

“Precisamos de uma flexibilização desses significados, dos papéis, e refletir o que realmente é da mulher e do homem, com tolerância e múltiplas possibilidades”, acredita.

O segundo capítulo do livro, por sua vez, é destinado à história da sexualidade humana, pois o que vivemos, destaca Laura, é fruto de uma série de questões culturais, de repressão sexual (principalmente feminina), do surgimento da Aids e da emancipação da mulher. Com essa retrospectiva, é possível entender como o ser humano chegou até aqui e por que o sexo ainda é um tabu.

Em seguida, vem um capítulo sobre o papel dos pais e professores na educação sexual de crianças e adolescentes. Nos quatro capítulos seguintes, do quarto ao sétimo, Laura divide as recomendações por faixa etária: de 0 a 5 anos, de 6 a 11, de 12 a 14, e de 15 a 17.

O livro termina com uma seção que tem como objetivo fazer com que os adultos reflitam sobre a própria educação e vida sexuais.

“É preciso olhar para si antes de educar os outros, ver quais são seus valores e crenças. Os adultos de hoje, por exemplo, não usavam redes sociais quando eram adolescentes, então precisam entender um pouco mais sobre o uso da internet nos relacionamentos, com quem os filhos falam, o que publicam”, afirma Laura.

Por outro lado, segundo a sexóloga, os jovens têm que compreender que o sexo pertence ao mundo privado, e não ao público, razão pela qual deve haver limites.

“Muitas vezes, não nos damos conta do quanto expomos coisas que precisam ficar na intimidade”, enfatiza.

Laura, que já publicou dois livros com respostas para 500 perguntas cada (o primeiro para homens e mulheres e o segundo para jovens, educadores e pais) e um terceiro sobre as dúvidas que recebeu no Altas Horas (para pessoas de 12 a 80 anos), planeja daqui para frente algo mais reflexivo na área da sexualidade, destinado ao mundo adulto.

Ficha técnica
Livro: “Educação sexual em 8 lições”
Editora: Academia do Livro
Número de Páginas: 147
Preço: R$ 19,90

 

Fonte: Bem Estar

Parcerias certas também promovem saúde física e mental

“Você pode fazer todos os movimentos possíveis para estar bem física, emocional e mentalmente. Mas, se você convive diretamente com pessoas que vibram em sintonia totalmente contrária, que sabotam sua energia e que vivem colocando você para baixo, como se diz, dificilmente terá uma saúde equilibrada”. A frase é do fisioterapeuta Sérgio Bastos Jr, que realiza um trabalho de Saúde Integrativa, apostando em tratamentos com técnicas como Microfisioterapia. Segundo ele, exatamente por isso, além do autocuidado, é preciso saber observar quem está à nossa volta, e aprender a escolher parcerias que promovam mais saúde física e mental.

Sérgio lembra que muitas linhas de estudo falam que nos tornamos a soma das cinco pessoas com quem mais convivemos: “isso porque elas dizem muito sobre como vemos o mundo e, especialmente, sobre as escolhas que fazemos. Mesmo que você tente cultivar pensamentos mais positivos sobre a vida, estar perto de pessoas negativas certamente vai dificultar essa tarefa. Ou mesmo travar seu processo pessoal”, revela.

Por isso, para ele, é tão importante escolher as parcerias certas: “Sabemos que, muitas vezes, as pessoas que mais ‘jogam contra’ podem estar muito próximas, ser um membro da família, por exemplo. E aí, o que eu devo fazer, me afastar? Nem sempre, sair completamente de cena é a solução. A primeira grade mudança nunca é externa, acontece em nosso interior”, lembra o fisioterapeuta.

Sérgio explica que o primeiro movimento que precisamos fazer é o de buscar a consciência sobre o que acontece: “quem não está na mesma sintonia que eu? Quem, ao invés de me ajudar, sabota meus planos”? Segundo ele, observar quem convive com você é um exercício de humildade e autoconhecimento: “não é para simplesmente julgar o outro – cada um tem seu momento, seu caminho e sua forma de ver a vida. É para observar, com cuidado e respeito, quem não está andando na mesma direção que você, e mudar as próprias atitudes diante disso”.

A partir daí, a escolha é muito pessoal. Talvez, você tenha que se afastar um pouco ou por um tempo, para colocar seus próprios sentimentos no lugar e conseguir ter uma postura mais pragmática sobre a vida. Mas, muitas vezes, a tomada de consciência e o entendimento de que é você quem deve fazer suas próprias escolhas já “viram a chave” e conseguem diminuir a influência do outro sobre nossa vida.

Outra lembrança de Sérgio é que nem todo mundo que nos atrapalha nesse caminho de autoconhecimento e crescimento pessoal é alguém ruim: “a dualidade é algo que precisa ser vista e tratada com parcimônia, já que aquela pessoa pode, sim, acreditar que está fazendo o melhor por você”. Nossos pais, por exemplo, muitas vezes nos empurram na direção que eles acreditam ser a melhor, o que nem sempre condiz com as nossas próprias escolhas. Sérgio dá a dica: “o importante não é confrontar, mas, sim, ter a certeza, em si, de onde quer chegar, e conseguir escolher parcerias que ajudem a conquistar seus objetivos. Naturalmente, se você estiver no caminho que deseja profundamente, as pessoas certas vão acabar aparecendo para somar”.

 

Fonte: CidadeVerde.com

A importância de seguir o fluxo para ter uma vida feliz

Desenvolver novas habilidades ou criar oportunidades novas e desafiadoras são fatores decisivos para ter momentos de fluxo, em que a criatividade é fundamental.

Já observou uma criança brincando? Se sim você deve ter notado como ela parece 100% envolvida no seu mundo imaginário, na fantasia que criou naquele momento do brincar! Ela nem vê o tempo passar. Parece nem escutar se alguém chamar. Ela cria personagens, histórias, cria saídas ultra mega fantásticas para as situações mais inimagináveis de sua história.

E você, já se pegou tão envolvido em uma atividade que nem percebeu o tempo passar? Nem ouvia as pessoas à sua volta e parecia que nada existia além de você e daquilo que estava fazendo? E era tão bom, que quando terminou se pegou sorrindo, suspirando, olhando para si e para seu feito com aquele orgulho do bem! Tem pessoas que se percebem assim quando cozinham, quando escrevem, quando desenham, quando estão montando um quebra cabeças, pintando, restaurando um móvel, fazendo uma planilha…

Pois é, este é o estado de flow.  Flow – que poderia ser definido como um estado subjetivo em que o sujeito experimenta uma entrega total na atividade desempenhada. No estado de flow (ou fluxo) há um envolvimento tão intenso com a tarefa que a sua realização promove grande satisfação. Além disso, é durante um estado de flow que:

Nutrimos nossa criatividade;

Que apresentamos alta performance;

Focamos nossa atenção;

Fortalecemos nossa determinação e

experimentamos de mais felicidade!

Sim, é o que afirma Mihaly Csikszentmihalyi, psicólogo húngaro, doutor pela Universidade de Chicago e reconhecido no meio como uma das maiores autoridades em pesquisa no campo da Psicologia Positiva. “É por estar totalmente envolvido com cada detalhe de nossas vidas, seja bom ou ruim, que nós encontramos a felicidade, não tentando procurá-la diretamente.” Diz ele, sobre esse estado chamado flow.

Olhando para a figura abaixo visualizamos o conceito de flow e já podemos ate fazer o exercício de nos questionarmos sobre: quão satisfeitos estamos diante de nosso dia a dia no trabalho, com nosso relacionamento conjugal, com nossas amizades, nossos grupos sociais?

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Para entender:

Se o desafio é grande e me percebo com pouca habilidade para resolvê-lo, sinto ansiedade.

Se tenho pouca habilidade para lidar com certa situação, mas não me sinto desafiado(a), surge uma sensação de apatia.

Ou ainda se me percebo hábil mas sem desafios, relaxo, permaneço ali na zona de conforto.

Mas não é nem ansiedade, nem apatia, muito menos a estagnação que nos leva a experimentar de Felicidade e Satisfação, seja no trabalho, seja em seus relacionamentos, seja na sua vida como um todo.

Então como, como experimentar mais de Felicidade e Satisfação no meu dia a dia, em casa ou no trabalho? A resposta é: desenvolva novas habilidades ou crie oportunidades novas e desafiadoras. Sim, é o que você leu. A escolha é minha, é sua, é nossa, de criar esses momentos. De sair da posição de vítima para protagonistas do que queremos.

É isso o que há em comum entre as pessoas que vivem momentos de flow, e por consequência se dizem felizes e satisfeitas com suas vidas. Elas sabem aproveitar cada situação como uma oportunidade de colocar suas habilidades em prática ou adquirirem novas, e desafiarem-se!

Nas palavras de Mihaly Csikszentmihalyi: “De todas as virtudes que podemos aprender, nenhum traço é mais útil, mais essencial para a sobrevivência e mais propenso a melhorar a qualidade de vida do que a capacidade de transformar a adversidade em um desafio agradável.”.

Apresento, a seguir, três ensinamentos do próprio Dr. Csikszentmihalyi para você começar hoje a viver mais em flow, e então experimentar a sensação de completude, de atenção plena, de realização, de pertencimento, e de todas as sensações positivas que nos levam a experiência da felicidade:

1 – Concentre-se na sua tarefa e perceba que está no controle

Imagine que você é um alpinista, escalando uma montanha desejando chegar ao topo, claro, com segurança. Desconcentrar-se ou sentir que não está no controle de suas ações (e de sua vida ali) é um risco. No seu dia a dia haja como esse alpinista que não tira o foco do que esta fazendo e não se deixa dominar pelo medo de perder o controle. Comece uma tarefa sabendo onde deseja chegar, siga com foco e concentração, e troque o medo pela certeza de que você está no controle.

2 – Enfrente desafios crescentes e desenvolva novas habilidades

Muitas vezes desejamos encarar novos desafios, mas paralisamos diante da ideia de não possuirmos determinada habilidade para tal. O que pode ser verdade, uma vez que para cada desafio é necessário um conjunto específico de habilidades. Mas não desista. Olhe para esse desafio e enxergue-o em pequenos passos. Imagine que você quer jogar tênis mas nunca jogou. Primeiro você pode começar sozinho, rebatendo as bolinhas contra a parede. Depois pode ir para uma quadra e fazer o mesmo, só que tentando ultrapassar a rede. Depois pode convidar alguém para um jogo.

Você sai da zona de conforto, passa pela zona de aprendizagem, até alcançar o seu desafio. Se deixa de passar pela zona de aprendizagem, se nesse caso deseja jogar tênis sem nunca ter jogado e de cara entra numa quadra contra alguém, você está saindo da zona de conforto direto para a zona de desespero. No primeiro caso você vai ganhando novas habilidades, experimentando de satisfação a cada nova etapa. No segundo caso… bem, no segundo talvez só tenha seu medo e crenças limitantes reforçadas.

3 – Envolva-se com sua família e tenha boas amizades

Essa lição de Mihaly Csikszentmihalyi eu experimento todos os dias já que aqui em casa tenho três filhos e um marido. Mihaly nos afirma com seus estudos e pesquisas que uma das principais formas de crescermos e termos a oportunidade de verdadeiramente nos expressarmos é quando nos envolvemos com nossa família, com nossos amigos e nossa comunidade.

O dia a dia atribulado, o corre corre, as pressões e cobranças podem nos tirar a oportunidade de expressarmos nossa individualidade.  Além disso, muitas vezes passamos o dia com pessoas e num local onde não nos sentimos importantes e pertencendo àquilo. É no tempo em família, em comunidade e com bons amigos que isso acontece. Sentir-se importante, pertencendo, com liberdade de expressar quem você verdadeiramente é, é crucial para estar em flow e experimentar de satisfação e felicidade.

Lembra da criança do inicio do texto? Procure não interrompê-la quando estiver brincando. Procure também não interromper o seu estado de flow, seja em qual for a atividade.  E lembre-se também: flow acontece de dentro para fora, mas cabe a nós identificarmos quais atividades nos levam a esse estado. E, a partir disso, criar e viver com mais frequência tais momentos.

Fonte: Vida Simples
Texto: Ana Paula Puga
Edição: C.S.

Saudade: o que é, quando se torna prejudicial e como lidar

 

A perda deixa vazios em nossa existência, mas é possível preenchê-los ou aceitá-los ao nos abrir para a vida

O que é saudade
A saudade é um sentimento misto, pois podemos nos sentir nostálgicos e relembrar uma boa época com carinho, mas também um vazio melancólico por conta do que ficou no passado. A sensação pode impedir a nossa adaptação ao que temos no presente, pois a dor do que ficou para trás transborda em nossa rotina.O sentimento pode gerar distúrbios emocionais, como ansiedade e depressão, principalmente quando tentamos reprimir a falta.

Lidar com a saudade é difícil, entretanto, é importante e possível. Saiba como lidar com a sensação no luto, após o término de um relacionamento e se um dia a tristeza vai embora.

Diferença entre saudade e nostalgia
Apesar de serem sentimentos semelhantes, a saudade assume um caráter mais afetivo e pessoal. De acordo com a psicóloga Adriana de Araújo, o termo é utilizado com maior frequência para descrever a falta que sentimos de ex-namorados, amigos, parentes ou entes queridos que não estão conosco.

Já a nostalgia pode englobar situações, experiências ou tempos passados. Músicas, filmes ou locais podem nos fazer resgatar memórias, mas não necessariamente causar incômodos. Em geral, a falta de uma pessoa é mais intensa do que a de um momento perdido.

Quando a saudade se torna prejudicial
A saudade nos faz resgatar boas memórias, e pode trazer a sensação de gratidão pelos momentos vividos. Entretanto, quando acreditamos que o passado nos dava mais alegria que o presente, é necessário reavaliar nossos pensamentos.

Segundo Adriana, a saudade se torna prejudicial quando nos impede de reconhecer o que temos de bom no presente. “Desanimar-se com a possibilidade de viver melhor no agora também é um sinal de alerta”, diz a psicóloga.

Saudade e distúrbios emocionais
Quando a saudade é recorrente, e nós não conseguimos reduzir o impacto dela sobre a rotina, começamos a sentir tristeza em grandes níveis. A melancolia, além de retirar nossa energia, também nos deixa mais estressados por não conseguirmos nos adaptar ao presente.

Quando essa situação se torna constante, podemos desenvolver distúrbios emocionais como a ansiedade e depressão. Para evitar que isso aconteça, é importante ter o acompanhamento de um especialista que nos guie durante momentos difíceis.

Além da ajuda profissional, também devemos nos permitir sentir todas as nossas emoções, incluindo a falta. De acordo com Milena Lhano, quaisquer sentimentos quando reprimidos podem gerar quadros clínicos graves, como a síndrome do pânico.

A terapeuta Wanessa Moreira alerta que a repressão da saudade também pode causar o surgimento de vícios. “Acabamos desenvolvendo hábitos que preencham nossos vazios”, explica.

Segundo a especialista, precisamos viver toda a dor da falta, para aprendermos a lidar com esse tipo de situação. Caso o contrário, continuaremos a tentar mentir para nós mesmos para não sentir dor, o que apenas prolonga e intensifica o sofrimento.

Saudade é viver no passado?
A psicóloga Milena Lhano explica que pessoas que fazem comparações constantes com o passado, criticam o presente e têm dificuldades para construir planos para o futuro podem estar dominadas pelo saudosismo.

“Frases como ‘Na minha época não era assim’, ‘Antigamente as coisas eram melhores’, ou ‘o mundo está piorando’ são comumente utilizadas por indivíduos saudosistas”, sinaliza a especialista.

Estar dessincronizado com o agora traz a sensação de vazio, insatisfação permanente e despertencimento. Caso você se sinta dessa forma, é necessário refletir sobre suas motivações e iniciar um processo de autoconhecimento.

A saudade pode ser provocada por diversos fatores, como a partida de alguém que amamos ou um ciclo que chega ao fim. Entretanto, é necessário entender que a motivação da falta e a forma em que ela se reverbera dentro de nós são questões diferentes.

“O novo é sempre incômodo e desafiador. Ele nos tira da nossa zona de conforto e nos joga no desconhecido, e isso nem sempre é fácil”, afirma Milena Lhano. Apesar do passado trazer a melancolia, ele também traz acalento.

Isso acontece porque a falta está presente no agora. Viver no passado ou no futuro são bons mecanismos para evitar a realidade, e assim, diminuir a dor de encarar o vazio de algo ou alguém que foi embora.

Como lidar com a saudade profunda
Reprimir um sentimento é prejudicial, mas senti-lo em sua totalidade também nos atinge de maneira profunda. E nos momentos em que não vemos saída ou formas de aliviar a falta de algo, Milena Lhano indica que olhemos para o passado com gratidão.

“Ser grato por ter tido a oportunidade de vivenciar boas experiências e conhecer pessoas especiais pode ajudar”, explica. Relembrar não apenas um momento, mas o que ele significou para nós ameniza a tristeza.

A existência de bons momentos em nossa trajetória nos lembram de que todos os dias representam uma chance de encontrarmos felicidade novamente.

Ter consciência de que o sofrimento não é inútil também é uma forma positiva de encarar a saudade. “Toda a frustração nos ajuda a criar bagagem emocional para aprendermos a lidar com nossas próprias dores e encontrar as soluções que mais se adequem a quem somos. É um processo construído aos poucos, e por isso é importante senti-lo”, afirma Wanessa Moreira.

Como superar a saudade
Após perder alguém e vivenciar as fases da saudade, podemos querer nos fechar, para evitar novas frustrações. Entretanto, é importante que nos autorizar a conhecer novas pessoas e viver novas experiências.

“Tem uma frase minha que eu gosto muito: ‘Quando você encontra o seu lugar, a vida transborda para você’. Portanto, devemos focar no presente. Abrace o seu passado e agradeça por quem você é e todos que fizeram parte de sua jornada. Depois, volte para o agora”, conclui Wanessa Moreira.

Aspectos positivos da saudade
Adriana de Araújo afirma que, para vermos a saudade de maneira otimista, é necessário cultivar o sentimento de agradecimento por termos vivido uma parte de nossa jornada com alguém que nos inspirou.

Depois disso, precisamos encarar o que não temos mais, e compreender o que vivemos agora. A partir desse momento, é possível criar estratégias para retomar um modelo de vida que nos trazia alegria, ou então, viver o luto do que já foi.

Após seguir esse raciocínio, podemos nos preparar para experienciar novos cenários e capítulos em nossos caminhos. Por mais que a tristeza esteja presente, a saudade pode ser uma oportunidade de olharmos para dentro de nós e descobrir para qual direção queremos ir, com um maior autoconhecimento.

Saudade no luto
A saudade no luto é a mais intensa, pois a morte representa a impossibilidade de termos novos momentos de felicidade com a pessoa que amávamos. Entender e aceitar o desaparecimento da vida é um processo lento e doloroso, e não devemos nos sentir fracos por isso.

O luto envolve uma grande tristeza, e em alguns casos, até um sentimento de culpa. É comum que muitos de nós pensemos em tudo o que poderíamos ter feito por alguém quando sentimos saudades. Gostaríamos de não ter tido aquela briga, não ter dito aquelas palavras.

Wanessa explica que pensamos assim porque é uma forma de nosso cérebro manter o passado no presente. “Se eu tivesse feito isso ou aquilo, é uma maneira de dizer: ‘Preciso de mais tempo para lidar com isso'”, esclarece.

A psicóloga diz que esse raciocínio é como uma falha no sistema, pelo que nossos pensamentos não avançam. É como uma garantia de que a pessoa permaneça viva na história. Para lidar com essas situações, é necessário respeitar o próprio tempo e entender a dimensão da dor.

Entretanto, existem algumas dicas práticas: Wanessa indica escrever cartas com tudo o que gostaríamos de ter feito e então, imaginar elas acontecendo. “Essa pode ser uma forma de contar para o cérebro que a missão foi cumprida”, conta.

Perder alguém dói. Mas a finitude das coisas sempre será uma verdade a ser encarada. Resta a nós aproveitar o que temos agora, e entender que todas as decisões que tomamos hoje são feitas a partir de nosso repertório emocional. Os erros que cometemos são reflexos de quem éramos em determinada época. Porém, todos estamos buscando aprender a cada dia. O passado não nos define, apenas nos transforma.

Saudade vai embora?
Superar a falta não significa esquecer. Para Adriana de Araújo, a saudade sempre irá morar dentro de nós. Entretanto, com o tempo, ela perde o caráter melancólico, e transforma-se em alegria. Passamos a olhar para trás sem sentir o peso do que não temos.

“Quando você se lembra com carinho e suavidade do passado é o momento em que o sentimento está elaborado e mais leve”, aponta Milena.

Referências
Milena Lhano (CRP 102952), psicóloga clínica sistêmica, com vasta experiência no atendimento de questões familiares e amorosas
Adriana de Araújo, psicóloga especializada em Hipnose Ericksoniana, programação neurolinguística e Novo Código da PNL
Wanessa Moreira, terapeuta transpessoal, orientadora e Master Mentoring em Coaching Corpo e Mente.

Fonte: Minha Vida

Medo: como vencer e quando se torna fobia

O medo em excesso pode se transformar em fobia, que pode prejudicar a saúde

O que é medo
O medo é uma resposta do organismo a uma situação de ameaça. Quando precisamos enfrentar um evento estressante, o cérebro libera mais substâncias, o coração bombeia mais sangue, os músculos ficam enrijecidos e a força física aumenta substancialmente. Entre as causas mais comuns do temor, estão os insetos, altura, injeções e falar em público.

Segundo o psicólogo e professor Jair Kappann, da Unesp, o sentimento também está ligado à ansiedade gerada pela antecipação mental do perigo a ser enfrentado. Apesar de servir para a sobrevivência da espécie, o medo em excesso paralisa a pessoa e pode se transformar em uma doença na sociedade atual: a fobia.

Veja a seguir, como superar os medos e em que momento o nosso senso de ameaça se transforma em fobia.

O que é fobia
Segundo a psicóloga Neuza Corassa, membro da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental, o medo funciona como um sinalizador, ajudando a pessoa a se preparar para alguma situação, como, por exemplo, dar uma palestra. Entretanto, o medo além da medida é considerado fobia, que imobiliza as pessoas, fazendo elas se esquivarem do problema.

“Os medos considerados patológicos, que são excessivos e desproporcionais ao perigo enfrentados, foram nomeados com uma palavra grega, ou latina, acrescida do sufixo fobia”, ressalta o psicólogo Jair. Temos, como exemplo, agorafobia (medo de grandes espaços, multidões e do escuro), acrofobia (medo de lugares altos), claustrofobia (medos de lugares fechados) e muitas outras.

“O ataque de pânico, um medo tão intenso que paralisa o indivíduo, ocorre de forma espontânea e involuntária, sempre frente aos mesmos objetos ou situações”, diz a especialista.

Funciona assim: a pessoa canaliza toda a angústia, a ansiedade e o medo para um objeto ou determinada situação, que não causa o mesmo medo em quem não tem o problema. “Para a Psicanálise, esses medos têm uma origem comum e, na maioria dos casos, as causas estão em situações vividas na infância”, explica Jair.

O medo de altura, por exemplo, está relacionado à insegurança do bebê em dar os primeiros passos, enquanto a fobia de sair à rua, ao medo da criança de perder-se dos pais. Nessas situações extremas, qualquer adulto pode ter atitudes infantis, como fazer xixi nas calças, gritar e chorar.

De acordo com a psicóloga, a fobia pode surgir de três maneiras:

Por ouvir histórias ruins que fazem a pessoa ficar traumatizada com a situação
Por associação. Exemplo: A pessoa está ansiosa em um dia horrível, entra em um elevador e o associa ao momento ruim
Por ter passado pela experiência traumática com o objeto/situação de sua fobia.

Como surge a fobia social?
Todos nós temos certa ansiedade natural frente às outras pessoas e situações sociais desconhecidas, como falar em público, pedir aumento de salário, paquerar, entre outras. Essa sensação pode ser uma característica normal da personalidade da pessoa, considerada mais tímida que as demais.

“Em alguns casos, esse medo é exagerado e é descrito como fobia social, uma sensação difusa de angústia e apreensão acompanhada de várias sensações físicas de palpitações, sudorese, tremor, aperto no estômago e a nítida sensação de que vai morrer”, adverte o psicólogo Jair.

O ataque de pânico, um medo tão intenso que paralisa o indivíduo, ocorre de forma espontânea, involuntária e recorrente, sempre frente aos mesmos objetos ou situações que se tornam ameaçadores. Com medo de ter os ataques, o sujeito acaba se trancando em casa e tem dificuldade em ter uma vida normal, por ter medo de entrar em pânico.

Jair ainda explica que, sem um tratamento adequado, a pessoa vai enfrentar uma série de limitações na sua vida social, mesmo tentando conviver com a situação, que prejudicará a sua qualidade de vida e as relações com os outros.

Como superar o medo
Os especialistas recomendam tratamento psicológico que pode ser acompanhado do uso de medicamentos receitados por psiquiatras para amenizar os sintomas e evitar as crises.

De acordo com o psicólogo Jair, existem vários tipos de psicoterapia que podem ser utilizadas nesse caso. A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) é a mais breve, pode durar só algumas sessões e eliminar totalmente os sintomas.

Já as psicoterapias mais profundas e de longa duração vão buscar as causas desses temores e, além de eliminar os sintomas, irão proporcionar um crescimento pessoal mais amplo e duradouro para o paciente, evitando o aparecimento de outros transtornos psicológicos ligados à mesma causa.

Se a pessoa já tem um medo acentuado, a família deve prestar atenção e ajudar a pessoa a enfrentar o problema com auxílio de um profissional. Segundo Neuza, a maior dificuldade para tratar a fobia é a pressa do paciente em melhorar.

No tratamento que a especialista utiliza em sua clínica, ela recomenda o exercício físico três semanas antes de se “expor” ao medo, para o relaxamento muscular e para produzir as endorfinas que neutralizam a noradrenalina em excesso que surge nas situações de fobia. Em seguida, ela ressalta a importância da respiração do diafragma porque, sem oxigenação no cérebro, a pessoa fica mais ansiosa.

De acordo com essa técnica, entre a quinta e a oitava sessão no consultório, os resultados começam a aparecer. “A exposição é feita aos poucos. No caso de fobia de elevador, por exemplo, a pessoa é levada até ele para observá-lo. Em um segundo momento, ela vai usá-lo até o primeiro andar e volta de escada, depois, usa até o segundo e volta de escada e por aí vai. No entanto, nada é forçado e nunca a pessoa é exposta a uma situação muito complicada”, explica.

Medo comum: deve ser tratado?
Se os medos que você sente estão te causando desconforto, problemas na vida pessoal ou profissional, é preciso buscar ajuda especializada.Também é preciso lembrar que toda pessoa, mesmo que não tenha um problema grave, pode ter benefícios em uma psicoterapia ou análise.

“Além de melhorar a saúde – já que 80% das doenças estão ligadas a causas emocionais – ela mudará o seu modo de pensar e as suas atitudes e proporcionará um desenvolvimento psicológico maior, favorecendo o crescimento pessoal e aumentando as chances de ter uma vida mais feliz”, conclui o especialista.

Fonte: Minha Vida

Práticas para o controle do estresse e da dor

O nosso sistema nervoso central (SNC) já foi considerado uma estrutura rígida e imutável mas após diversos estudos comprovou-se a sua plasticidade neural. Esta seria a capacidade que o SNC tem em modificar algumas das suas propriedades morfológicas e funcionais em resposta aos estímulos do ambiente. Sendo assim, consideramos que existe uma adaptabilidade do SNC às mudanças e lesões que venha a sofrer. Acreditando nisto a psicologia e outras ciências do comportamento humano acreditam que se o indivíduo sofreu um trauma, ou tem dificuldade de mudar a sua maneira de pensar e agir através de uma reestruturação cognitiva, ele pode modificar comportamentos não-adaptativos por adaptativos.

Nossa mente e nosso corpo estão intimamente ligados. Portanto na medida em que sentimos determinadas emoções ou nos submetemos ao estresse, eles reagem juntos. A reação por sua vez pode desencadear em uma psicossomatização.

Quando estamos submetidos a um alto nível de estresse e dor, o nosso sistema nervoso simpático produz uma resposta de “luta ou fuga”, utilizando suas energias para se proteger de um perigo iminente, sinalizando para as glândulas liberarem cortisol e adrenalina, hormônios responsáveis por acelerarem os batimentos cardíacos, aumentarem o nível de açúcar no sangue e dilatarem os vasos sanguíneos. Assim, o corpo fica submetido a um estresse crônico ocasionando em um adoecimento.

Nestas situações precisamos ativar o sistema nervoso parassimpático, responsável por relaxar e abaixar os níveis de estresse. Dentre as atividades mais reconhecidas e comprovadas cientificamente, a meditação é a mais utilizada, já que pode ser adaptada em qualquer situação.

Porém quando estamos estressados e ansiosos, temos dificuldade de fazer uma pausa e acreditamos que para conseguir meditar, precisamos esvaziar a cabeça. E nós sabemos que vivendo em meio a tantos estímulos estressores, é quase impossível tentar não pensar em nada. Mas atualmente tem se falado bastante da Mindfulness, uma meditação orientada e dirigida, que produz relaxamento, atenção plena e uma abertura para lidar com as emoções negativas e positivas.

A prática do Mindfulness favorece uma melhora na regulação da emoção, que é a capacidade que o indivíduo tem de lidar com situações adversas e estressantes, sem trazer prejuízos para a própria vida. Assim, associada a uma prática psicoterápica é possível aprender novas respostas adaptativas.

Além disso a Terapia baseada em Mindfulness ajuda a reduzir sintomas de ansiedade, depressão e dores crônicas. Diversas pesquisas evidenciam os benefícios da técnica em pacientes oncológicos, diminuindo efeitos colaterais das drogas quimioterápicas como por exemplo enjoo, dor e ansiedade, e permite que o paciente consiga levar a atenção para longe das preocupações e pensamentos negativos que potencializam o estado deprimido do paciente, reduzem o stress e aumentam a imunidade.

Além disso a prática do Mindfulness permite que o paciente possa, através da curiosidade, investigar o momento presente sem julgamentos para ao invés de reagir aos estímulos externos, poder aceitar o presente, perceber e acolher as emoções que surgem, mesmo que negativas e assim responder com assertividade ao meio.

Fonte: Dr. Juliana Orrico, Psicologia