Planejando o a Ano Novo!

“A pessoa sem planejamento é como um barco a deriva no oceano, não vai a lugar nenhum”.

 

Toda virada de ano é assim: a maioria das pessoas faz as famosas promessas de mudança de vida. As listas de desejos vão de emagrecer, passando por comprar a casa própria, casar, ficar rico, viajar, passar num concurso até arrumar um namorado (a) ‘perfeito’ e muito mais…

O fato é que esse hábito é comum entre nós e representa uma aposta na esperança de dias melhores, mais felizes, de sonhos realizados num ciclo que se inicia: o Ano Novo!

O hábito serve como um ritual de passagem, um marco e avalio como válido. Isso nós traz esperança, um gás a mais. Entretanto o importante é fazer disso um planejamento do nosso novo ano, com o estabelecimento de metas. O mais adequado nesse planejamento é ter os pés fincados na realidade.

Não adianta desejar que no ano novo você vá alcançar  metas fantasiosas. Isso é ilusão e vai, via de regra, levar a frustração. Não estou dizendo com isso, que você não pode ter metas audaciosas. Você pode!  Mas é preciso, além das metas, buscar os mecanismos de realização.

Um exemplo disso é a meta “passar num concurso que dê segurança e estabilidade financeira”. Para realizar esse desejo alguns meios de atingir a meta são: estudar com planejamento de horário, se matricular em um curso preparatório, obter material referente ao concurso, responder questões de certames anteriores, etc.

Mesmo assim, isso não é garantia de que sua meta vai ser alcançada. Pois outras variáveis interferem, a quantidade de vagas e candidatos inscritos no concurso e até mesmo o seu estado emocional na hora da prova concorrem para o resultado.

Isso nos faz lembrar que quando fazemos uma lista de metas para o ano novo precisamos levar em conta as condições de realizações delas e também  a necessidade de mudarmos e/ou adequarmos as estratégias para atingirmos os nossos objetivos, pois a própria dinâmica do ano proporciona isso. Então vamos adaptando a cada momento.

Em outras palavras, isso significa  que é interessante sermos flexíveis, ajustar nossa vida a cada dia conforme o que for ocorrendo ao nosso redor. Enfim, buscar o equilíbrio em tudo que fazemos. É o que posso chamar de desenvolver o ‘jogo de cintura’. Aliás, característica tão presente no nosso povo brasileiro.

Então, recapitulando: traçar metas realizáveis, buscar meios de atingi-las, se adequar aos imprevistos, verificando e refazendo, se necessário, as estratégias. Com isso a chance de realizarmos nossos desejos de ano novo é bem mais plausível.

 

Por Adriana Lemos – Jornalista e Psicóloga
Da equipe Cuidarte

Oportunidades na área do trânsito para psicólogos

O mercado de clínicas psicológicas credenciadas pelos DETRANs está aberto para psicólogos, porém, a partir de fevereiro de 2013, de acordo com as Resoluções 267 e 283/2008 do CONTRAN, só poderão atuar neste mercado os portadores do título de especialista em psicologia do trânsito.

O DETRAN de Minas Gerais exige recredenciamento anual e limita o número de clínicas, por município, por um parâmetro que é o número de eleitores do município. Assim a abertura indiscriminada de clínicas, que gera concorrência desleal está impedida. Além disso, como anualmente as clínicas precisam se re-credenciar e como o mercado está aberto, um parâmetro precisou ser estabelecido para, por um lado proteger as clínicas em funcionamento que investem em qualidade e por outro impedir a reserva de mercado tão prejudicial à oferta de serviços e produtos de qualidade. E o parâmetro escolhido foi à qualificação das pessoas (médicos, psicólogos, etc.) que atuam na clínica.

Outros DETRANs também estão realizando estudos para se adequarem a legislação e as novas exigências da nossa triste realidade do trânsito atual.

Mas existem muitas outras oportunidades no mercado para os psicólogos com boa formação e possuidores de titulo de especialização em Psicologia do Trânsito.

Pode-se citar:

· O transporte de cargas está em franca expansão. As transportadoras para se manter num mercado cada vez mais competitivo e exigente precisam adquirir veículos cada vez mais sofisticados e, portanto mais caros.

· Acidentes sofridos por tais veículos significam prejuízos de cifras enormes;

· Para cargas perigosas como petróleo e seus derivados os veículos são mais sofisticados ainda e os acidentes de prejuízos incalculáveis. Geralmente implicam em indenizações muito superiores ao preço dos veículos;

· Condutores aptos e muito qualificados são absolutamente necessários. Entretanto, encontrar tais profissionais no mercado é ainda muito difícil em função da cultura ainda presente de que motorista de caminhão não é uma profissão para pessoas com bom preparo educacional, etc.

· O que se sabe é que grandes transportadoras descobrem que um percentual elevado dos motoristas contratados, ou disponíveis, é – do ponto de vista da perícia psicológica – inaptos para atuar;

· Assim, além de descobrirem a aptidão – ou não – de seus motoristas ou candidatos, pela escassez de Mão de obra no mercado, precisam de alguma forma torná-los aptos. Por ai se vê a imensidão do mercado para psicólogos com ótima formação na área da psicologia do trânsito;

· Se é grande o número de acidentes envolvendo carretas, geralmente com vítimas fatais, é quase tão grande o número de acidentes envolvendo ônibus e de grandes empresas e que fazem grandes percursos no Brasil. Neste caso, o número de vítimas fatais é muito maior. E, conseqüentemente a necessidade de psicólogos especialista em trânsito também;

· Em razão do grande número de acidentes, outro mercado em expansão é o de reinserção do motorista causador ou vítima de acidentes grave na prática de direção e o treinamento especializado para portadores de CNH;

· Outro mercado ainda quase virgem, mas que começa a aparecer e expandir é a contratação de psicólogos para atuarem nas prefeituras junto a programas de mobilização humana. Uma lei recente obriga os municípios a criar e por em prática, Planos Diretores, que contemplem essa situação. E 2014 é o prazo limite para que tais planos se tornem lei municipal e sejam colocados em prática (Após este prazo as prefeituras que não implantarem este Plano ficarão impedidas de receber recurso federal para projetos de mobilidade urbana e infraestrutura viária);

· O Código de Trânsito Brasileiro prevê que o assunto trânsito seja trabalhado nas escolas regulares, desde a educação infantil. Isso ainda não foi colocado em prática e os Ministérios Públicos ainda não começaram a autuar secretarias estaduais e municipais de educação porque, na verdade não existem profissionais para atuar nessa área. Nem educadores estão preparados para trabalhar essa questão, nem outros profissionais têm conhecimento didático-pedagógico para levarem esse assunto para as escolas. Mas, psicólogos com especialização em trânsito possuem esses predicados. Apenas, ainda não foram despertados para isso.

 

É esta a visão que temos para o mercado da Psicologia do Trânsito para os próximos anos. Foi pensando desta forma que preparamos nosso curso (que será oferecido em Teresina em 2013 em parceria com a Cuidarte) e temos a certeza que nossos alunos chegarão ao final aptos para assumir as oportunidades que irão surgir, com a responsabilidade e competência que o Trânsito Brasileiro exige.

 

Marcius D´Avila
Diretor da Posgraduar

Álbum II da confraternização da Cuidarte 2012

A Cuidarte realizou sua  confraternização anual, no último dia 11 de dezembro e contou com a participação dos colaboradores, piscólogas e  também dos profissionais  do Espaço Urtiga, condomínio onde está nossa sede. O encontro aconteceu no restaurante Balzac.  Veja mais fotos

de

Álbum da confraternização da Cuidarte 2012

A Cuidarte realizou, no último dia 11 de dezembro, a confraternização anual, que contou com a participação dos colaboradores, piscólogas e  também dos profissionais  do Espaço Urtiga, condomínio onde está nossa sede. O encontro aconteceu no restaurante Balzac. Veja quem prestigiou o evento!

Mais fotos no álbum confraternização cuidarte 2012 em nosso Facebook

Melancolia do natal pode ser fonte de autoconhecimento

Permita-se viver esse momento, entre em contato com você e com seus sentimentos

É comum aflorar em algumas pessoas sentimentos de tristeza e melancolia com a proximidade das festas natalinas. Mesmo sem serem convidados estes sentimentos podem chegar e te acompanhar onde você for. A melancolia é um estado de agravamento da tristeza, que, em alguns casos, pode se tornar um problema grave de saúde mental. Normalmente nessa época do ano surgem sentimentos de ansiedade, depressão, solidão e angústia. A partir daí surge um sentimento melancólico.

O Natal é tempo de confraternizações, encontros, reflexões e reconciliações, principalmente com nós mesmos. Muitas vezes esses sentimentos melancólicos são a porta de entrada para entrar em contato com nós mesmos, com nossos sentimentos. No início pode ser difícil, mas é importante permitir-se, esse é um verdadeiro processo de autoconhecimento.

O verdadeiro sentido do Natal vem sendo esquecido e dando lugar ao consumismo, muitas vezes, exagerado, o que colabora para aumentar as angústias. Nos dias de hoje existem muitas ofertas de shows, festas em hotéis, cruzeiros, promoções de viagens que as pessoas acabam dando lugar a essas oportunidades deixando de se reunir e compartilhar com a família e amigos momentos de simplicidade e de boas conversas.

É importante fazer um resgate histórico sobre o papel da família.  Com essa visão podemos fazer uma conexão do natal com a crise do papel da família hoje, que tem sofrido diversas mudanças, tanto em suas composições, como nos papéis desempenhados por cada um. Ela já foi mais contestada, hoje parece menos questionada. A família que temos hoje não é mais a mesma fortemente contestada desde o pós-guerra, mas ainda é a família. Já até houve quem falou em “morte” da família. Essa família de hoje foi responsabilizada por quase todo o mal-estar de nosso tempo. Foi tida como formadora de neuroses e criadora da repressão sexual. Surgiram até várias propostas de como viver alternativamente a ela. Essas experiências não trouxeram nada de novo. Só quem lucrou com todas essas críticas foi ela própria que se reformulou por dentro. Na verdade a família mudou muito, há um espaço de liberdade e tolerância dentro dela que antes não existia.

Com o natal acontece algo parecido. A família geralmente mora longe e nem sempre é possível esse encontro, essa confraternização, e aí pode chegar a melancolia. Também o que pode despertar o sentimento melancólico é a desestrutura familiar, a não adequação da família aos “padrões”. Pois muitas vezes as pessoas acham que o natal exige famílias certinhas, com criancinhas, papai e mamãe cada um ocupando o seu devido lugar na família, não aceitando os novos arranjos familiares.

Portanto, o natal e o fim de ano marcam um tempo de recriar as esperanças, a possibilidade de sonhar com as impossibilidades e de nos reconciliarmos com nós mesmos. É tempo de se encontrar e festejar com quem se ama. Por isso, permita-se viver esse momento, entre em contato com você e com seus sentimentos e viva essa experiência de contato com seus sentimentos e sensações.

 

Polliana Melo – Psicóloga
Da equipe Cuidarte

 

Cuidarte celebra convênio com Sest/Senat

A  Cuidarte passa a fazer parte das empresas de saúde a atender pelo convênio SEST/SENAT

 

Pensando em atender cada vez melhor e ampliar as opções para seus clientes, a Cuidarte Terapias Integradas celebrou convênio com o Sest/Senat (Serviço Social do Transporte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) para atendimento na área de saúde.

A partir desta segunda-feira, 26 de novembro, a Cuidarte passa a fazer parte das clínicas a atender pelo convênio SEST/SENAT. Os agendamentos já podem ser realizados na sede da clínica, que fica localizada na Avenida Homero Castelo Branco, 2676, Horto Florestal, e por meio do telefone 3232 3209.

Antônio Leitão, diretor do Sest/Senat em Teresina, diz que  “a implantação do convênio, possibilita maior resolutividade e qualidade de vida aos  clientes. A Cuidarte passa a ser uma grande parceira dos profissionais do setor de transporte”.

 

Os atendimentos por meio deste convênio são nas seguintes áreas:

– Psicologia

– Psiquiatria

– Psicopedagogia

– Pediatria

– Fonoaudiologia

– Fisioterapia respiratória

– Pilates

 

 

Amar se aprende amando a si mesmo

Estamos chegando numa época do ano na qual ficamos mais sensíveis, pensamos mais em solidariedade e no amor ao próximo, no amor incondicional, no amor que sentimos por nossos amigos, parceiro (a), familiares e no amor que gostaríamos de ter. O fato é que o amor está mais perto da gente do que imaginamos e o tempo todo. É assim que devíamos pensá-lo!

 

Para a psicologia de um modo geral, o amor é definido como sendo, não simplesmente o gostar em maior quantidade, mas sim um estado psicológico qualitativamente diferente. Isto porque, “ao contrário do gostar, o amor inclui elementos de paixão, proximidade, fascinação, exclusividade, desejo sexual e uma preocupação intensa”.

 

Já para a psicologia social existem seis tipos de amor: romântico, que envolve a paixão, a unidade e a tração sexual, sendo bem mais comum na adolescência;  possessivo, que é determinado pelo ciúme; cooperativo, que nasce pela amizade; sendo alimentado por interesses e hábitos comuns; pragmático, características de pessoas que aprenderam a reprimir seus sentimentos. É desprovido de carinho; o amor lúdico, baseado na conquista e na procura de emoções passageiras; e o amor altruísta praticado por pessoas dispostas anular-se perante o outro.

 

Em relação a amor já me perguntaram se ele é cego. De fato, este estado leva a uma alteração da nossa capacidade cognitiva: tendemos a idealizar o parceiro no caso do amor romântico, exagerando nas suas qualidades e rejeitando todo o tipo de indícios menos positivos que dele possam surgir.

 

Em toda essa discussão, uma coisa importante a destacar é a vivência do amor por cada um de nós. É notório que para o indivíduo poder expressar amor pelo próximo, ele deve também amar a si mesmo. Só quem se ama, possui autoestima e energia suficiente para poder amar outra pessoa.

 

Diante do exposto, proponho olharmos mais para nós,  cuidando de nossas emoções e sentimentos, do nosso físico para fortalecer nossa autoestima e espalharmos muito amor por aí. Que tal?!! Antes que me perguntem como colocar em prática a sugestão, adianto que o autoconhecimento é o primeiro passo.

 

Janua Jansson – gestalt-terapeuta

*Da equipe Cuidarte

Perdas: como compreender e vivenciar

 “E enfrentando as muitas perdas trazidas pelo tempo e pela morte, tornamo-nos um eu que chora e se adapta, encontrando em cada estágio – até o último suspiro – oportunidades para transformações criativas”. JUDITH VIORST

Perda, palavra triste e temida por sua imediata associação com o significado de desaparecimento ou morte, atribuído a ela por vários dicionários da língua portuguesa. No entanto, mesmo nesses dicionários, sua significação pode trazer também algo mais abrangente como o ato ou efeito de perder ou ser privado de algo que se possuía (sem analisar a idéia de posse ou não), prejuízo, dano, o que remonta às suas origens no Latim Vulgar “perdita” significando tudo o que causa dor, sofrimento ou privação a alguém.

 

Que uma perda possa causar todos esses sentimentos a uma pessoa não há dúvidas, tampouco controvérsias quanto ao fato de elas não se constituírem apenas pela morte de entes que nos são muito queridos. O que podemos, então, pensar a mais sobre o assunto? Uma forma de responder a essa pergunta seria pontuar que essas perdas também incluem a perda consciente ou inconsciente dos nossos sonhos românticos, das expectativas de atingir algo impossível, das ilusões de liberdade, de poder e de segurança, além da perda do nosso “eu” jovem.

 

Todas essas perdas são universais, inevitáveis e inexoráveis, significando que nenhum de nós é capaz de proteger a nós mesmos ou aos que amamos de seus efeitos. Como nos proteger da dor e do sofrimento se eles são inerentes à vida? E sempre vai ser difícil e doloroso perder, em qualquer idade. Compreender o impacto dessa questão em nossa vida só mesmo nos permitindo refletir sobre a necessidade dessas perdas para o nosso crescimento pessoal.

 

Tão importante quanto essas reflexões é a percepção do amor, ou a perda dele, como causa de sofrimento, lamento e luto. Por que é tão difícil aceitar a perda de quem amamos? Talvez a explicação mais plausível esteja no que nos sugere John Bowlby, em sua Teoria do Apego. O ser humano apresenta a tendência em estabelecer fortes laços afetivos por necessidade de proteção, segurança e sobrevivência. Quando a figura de apego desaparece a resposta tende a ser de ansiedade e protesto emocional.

 

Como a perda da pessoa amada geralmente traz traumas psicológicos, são perfeitamente compreensíveis todas as manifestações apresentadas durante o processo de luto que se segue às perdas, tais como a lamentação, a descrença e negação, a raiva, a culpa, a idealização… Todas elas movidas pelo profundo amor dedicado à pessoa perdida. Elizabeth Kübler Ross organizou alguns estágios que conseguimos perceber em várias experiências de luto. A Negação e o isolamento; a raiva; a barganha; a depressão; e finalmente a aceitação. É claro que, como diz a própria Kübler Ross, e defendem alguns de seus críticos, não necessariamente nessa ordem ou obrigatoriamente em todos os casos.

 

Como as perdas não necessitam ser somente por morte, acrescentamos ainda as lamentações pelo fim de um casamento, de uma grande amizade ou ainda da pessoa que fomos um dia… No entanto, precisamos reconhecer a morte como a mais dolorida de todas as perdas, até mesmo por que é a mais definitiva. E como essas perdas representam o fim de coisas importantes que amamos, citamos novamente os estudos de Bowlby, para quando nos perguntarmos se essa lamentação nunca vai ter fim. É possível, sim, dar fim a um luto. Não há tempo certo, nem caminho perfeito, mas a necessidade da vivência do processo de luto a partir de algumas tarefas torna tudo um pouco menos difícil.

 

Uma dessas tarefas diz que precisamos reposicionar em termos emocionais a pessoa morta e a partir daí continuar nossas vidas. Como que encontrar para ela, um lugar especial em nossas vidas, que bem pode ser em nossas lembranças. Fácil? Muitos provavelmente dirão que não. Mas precisaremos certamente escolher o que fazer em caso de perda por morte, com os nossos entes queridos que se foram. Escolheremos entre morrer com eles; viver como incapacitados ante a perda; ou tecer com a dor, o lamento e a lembrança, uma forma de adaptar-se ao mundo sem este ser amado.

 

É possível e até esperado que superemos, naturalmente, um luto por uma perda muito significativa em nossas vidas, porém, às vezes necessitamos de ajuda quando esse mesmo luto se complica e não conseguimos sair sozinhos do processo. Em qualquer das duas situações acima e mais especificamente na segunda, é aconselhável que busquemos suporte na psicoterapia… Os sentimentos, sensações físicas e comportamentos típicos de uma pessoa enlutada poderão, na terapia, ser trabalhados e ressignificados através da tomada de consciência dos estágios e da facilitação da vivência das tarefas do luto.

 

Poderemos, ainda, nesse processo, perceber que somos suscetíveis a perdas, que elas são inerentes ao nosso processo de crescimento. São os resultados de nossas escolhas ao longo da vida. Aceitar que também convivemos com os ganhos, ninguém é tão somente perdedor ou ganhador. São os riscos dessas escolhas. A perda mais definitiva é a morte e todas as outras nos preparam para ela. A nossa própria e a dos que amamos. Para, enfim, resgatar a nossa compreensão sobre nascer, separar, crescer e morrer.

 

Que a nossa existência é finita não deixa mais dúvida nenhuma aos seres humanos, únicos seres vivos que têm essa consciência. Acreditamos que talvez, por isso, seja importante falar de esperança. De esperança de continuidade nos filhos e netos, na natureza, nas obras que realizamos ao longo de nossas vidas e também de continuarmos, após a morte, em outro tipo de vida como apregoam algumas religiões. Essa esperança, no entanto, jamais nos tirará a certeza de nossa finitude.

Glória Ferreira – Psicóloga
*Da equipe Cuidarte

Para além do sintoma de TDAH

Pais  devem ficar atentos  à generalização e rotulação de crianças ditas com TDAH

 

Conforme  Tovar Tomaselli, TDA ou TDAH, seja como for, a nosso ver constitui-se cada vez mais uma espécie de “certeza diagnóstica” muitas vezes infundada. Acaba sendo o resultado de uma espécie de “transtorno” de atenção, muitas vezes acompanhado de uma hiperatividade dos cuidadores e profissionais, que acabam muitas vezes não sabendo o que fazer com aquilo que é sintoma e não causa de situações conflitantes inter e intra-psíquicas.

Muito se tem falado em Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), sendo este um tema de muito interesse hoje, principalmente para os pais. Pois o indivíduo dito com “TDAH” precisa de uma atenção especial da parte dos cuidadores. O que ouvimos hoje é que o sujeito que tem “TDAH” é inteligente e criativo, mas não consegue desenvolver todo seu potencial em função do transtorno que tem três características principais: desatenção, impulsividade e hiperatividade. Apresenta dificuldade em assistir uma palestra, ler um livro ou permanecer em atividades que exijam concentração sem que desvie sua atenção para bem longe e se perca numa imensidão de pensamentos. É comum cometer erros por falta de atenção a detalhes e faz várias coisas ao mesmo tempo, ficando com várias tarefas por terminar. Estas são algumas das características que já são rotuladas como sendo comportamento do TDAH.

Devemos ficar atentos à generalização e rotulação de crianças ditas com “TDAH”. Tal olhar descartar a subjetividade humana e impossibilita a elaboração de suas questões, tornando o sujeito cada vez menos capacitado de opinar sobre o seu próprio percurso.

Sendo assim é importante ressaltar sobre o diagnóstico e tratamento corretos, pois se tratados de forma errada podem causar grandes prejuízos ao indivíduo nas várias esferas da sua vida (profissional, pessoal, social).

Portanto é importante um “diagnóstico” que compreenda a complexidade do agir das crianças nas suas diversas interfaces a fim de possibilitar um atendimento clínico ampliado e o tratamento correto que respeita a singularidade de cada um, não rotulando em características ou sintomas. Em alguns casos faz-se necessário o uso de medicamento, mas o que se observa é uma medicalização generalizada. A psicoterapia de base psicanalítica se coloca como importante aliada, uma vez que os sintomas secundários ao “transtorno” não são minimizados com a medicação. A psicoterapia psicanalítica com o sujeito dito com “TDAH” propõe o resgate do sujeito na cena, possibilitando que ele se encarregue daquilo que é seu, desenvolvendo possibilidades de lidar com conflitos em um nível que envolva também o intrapsíquico e não apenas o intersubjetivo. Tirando assim, o sujeito de uma posição de impotência e passividade frente à situação.

 

Polliana Melo – Psicóloga

*Da Equipe Cuidarte

 

 

O primeiro amor de seu filho chegou. E agora?

A psicoterapeuta  de crianças, adolescentes e adultos Kislley Sá fala sobre o assunto.

 

O primeiro amor dos adolescentes é tema de interesse para pais e filhos. Alguns pais se preocupam com o assunto, sentem ciúmes e de outro lado os filhos experimentam novas emoções afetivas. O que fazer? Foi essa a pergunta que a psicóloga Kislley Sá Urtiga respondeu em recente entrevista na TV Clube.
Para a psicoterapeuta o diálogo é o caminho para enfrentar a situação a começar pelo tema sexualidade, que vem implícito quando chega o primeiro namoro. Ela pontua que o assunto ainda é tratado com desconforto e os pais preferem deixar para a escolha, o que na sua visão não é papel dela, e sim dos pais.
“A educação sexual é ainda desconfortável para se tratar dentro da família, a escola tem um papel importante, abre janelas para discutir o tema, mas não é dela a responsabilidade, temos que trazê-lo para dentro da família fazendo com que a iniciação sexual seja muito bem partilhada”, frisa.
Ela cita um exemplo dos dias atuais em que não se dá ênfase a alguns avanços no campo da sexualidade, isso por ainda ser tema tabu. A psicóloga cita a vacina contra o HPV (indicada para adolescentes) e que não se comemora ou fala mais sobre isso. “A preocupação não é a de estar oferecendo isso (a vacina), mas a de estar colocando na cabeça das adolescentes o assunto,” frisa.
E como os pais devem se portar diante do momento que o filho começa a namora? Kislley Sá sugere que é se aproximar do filho, conhecê-lo, estar próximo para tentar identificar as dificuldades, saber com quem anda, quem são suas amizades. Isso favorece a aproximação. “Eu preciso ouvi-lo. Se eu escuto eu proporciono o diálogo”.
Quando o diálogo não existe entre os pais e o adolescente, aqueles acabam invadindo o espaço dos filhos. Isto acontece através da invasão de contas de e-mail e de redes sociais, por exemplo. Mas na apreciação da psicóloga, não é o caminho correto. Existe uma individualidade, um sujeito ali. “O namoro serve até como impulso para melhorar a autoestima e o amadurecimento desse adolescente”, diz.
Com relação ao namoro dos dias atuais, ela diz que não há como comparar com o do passado do tempo dos nossos pais e avós. “Hoje os adolescentes têm uma ideia de compartilhamento bem diferente.  É importante frisar, que os pais chegam aos consultórios tratando o tema como um problema gigantesco quando um adolescente de 12/15 anos quer se envolver com um colega na escola. Nem sempre essas relações estão voltadas para o sexo. Eles querem ali compartilhar afetos, provar para si mesmo e para os outros que ele é bonito, é capaz e está no grupo dos que ficam”.
Em suma, o mais importante é aproximação sadia dos filhos, o diálogo, a orientação e compartilhamento das vivências, visando o crescimento saudável dos filhos.

 

 

Por Adriana Lemos – Jornalista e psicóloga

Da equipe Cuidarte