Com o fim do ano chegando, entenda por que as pessoas ficam mais reflexivas

Mais um ano terminando, decoração nas lojas e nas ruas e aquela nostalgia toma conta. Épocas especiais como o Natal e Ano Novo costumam trazer memórias de bons tempos e, quase sempre, de pessoas que amamos. Dá saudade de tudo e de todos. Mas nem todo mundo encontra refúgio e conforto no “espírito natalino” para sentir a alegria que muitos sentem.

Enquanto alguns esperam ansiosamente por esse período do ano, outros desejam que ele acabe. Para muita gente, a melancolia aflorada vira sinônimo de stress, ansiedade, dor, perda, depressão, angústia. Olhar para o ano que está acabando e analisar tudo o que aconteceu também pode metas não alcançadas, os sonhos não realizados, os entes queridos que já se foram, a saúde debilitada, as crises familiares, os problemas financeiros, entre tantos outros desafios cotidianos.

De acordo com Flora Victoria, mestre em Psicologia Positiva Aplicada pela Universidade da Pensilvânia, o fim de um ciclo, qualquer que seja ele, pode despertar diferentes tipos de emoções e pensamentos. Dos mais simples aos mais complexos. “Mas é possível trabalhar esses sentimentos para que não se tornem opressores. Não é fácil, mas buscar o autoconhecimento é o primeiro passo para identificá-los e usá-los de forma positiva em prol daquilo que se deseja”, explica.

Para a especialista, outra iniciativa é evitar pensamentos negativos. É um grande desafio, mas faz toda a diferença no dia a dia de qualquer pessoa. Se algo estiver ruim ou desfavorável na vida pessoal, profissional ou em qualquer outra esfera, mudar o foco e olhar para os aspectos que estão dando certo ajuda a encarar os desafios sobre uma perspectiva mais encorajadora e positiva.

“É natural que a virada de ciclo desperte nas pessoas o senso de avaliação de suas atitudes e comportamentos, assim como a necessidade de se estabelecer metas para o próximo ano. No entanto, é mais produtivo e saudável que tais avaliações sejam feitas constantemente ao longo dos meses, possibilitando reavaliações, reorganizações de rota e adaptações de projetos em curso. Isso evita que carreguemos aquela “mochila” pesada de frustrações por tudo aquilo que não foi conquistado do longo do ano”, afirma Flora.

A psicologia positiva ensina que quando se tem conhecimento das próprias habilidades, valores e pontos fortes, é possível descobrir como ser mais eficaz em busca de melhores resultados. Com base nela, Flora Victoria lista algumas dicas para quem busca superar seus temores e, desta form, desfrutar das festas de final de ano com mais equilíbrio e positividade:

Pratique a gratidão

Ser grato pelo que já tem e considera valioso, independente da natureza, seja um filho, um amigo, um animal de estimação, um emprego, faz toda a diferença para o emocional. A gratidão nos mostra o valor de cada pessoa ou pequena conquista, e desperta a capacidade de criar outra relação com o mundo ao seu redor.

Se dê um presente

Aproveite o Natal e o Ano Novo para se dar algo importante e que tenha significado, seja uma roupa, um eletroeletrônico, uma viagem, um bichinho de estimação etc. Enfim, algo que te faça realmente feliz.

Socialize

Mesmo que você curta momentos a sós, evite isolar-se por muito tempo. Aproveite os dias de folga para ir ao cinema com um amigo, visitar aquele familiar que faz tempo que não vê para colocar o papo em dia, fazer atividades ao ar livre e conhecer outras pessoas. Circule!

Cuide de seus relacionamentos

Relacionamentos são todas as relações interpessoais que você desenvolve diariamente nas diferentes esferas da vida – seja no trabalho, academia, faculdade, em casa, com amigos ou vizinhos. Uma pessoa com uma rede saudável vive com mais qualidade e bem-estar.

Planeje e organize metas de forma positiva

Para a lista de desejos e objetivos do próximo ano, pense em cada item com comprometimento e consciência. Faça projeções e defina metas detalhadas, concretas e viáveis. Não torne sua lista uma fonte de frustração. Planejar e realizar gera emoções e substâncias químicas que nos impulsionam a buscar sempre mais.

Não se compare com os outros

A grama do vizinho sempre parece mais verde que a nossa, mas não é verdade. Com as redes sociais é comum achar que a vida do outro é melhor do que a sua. No entanto, nem tudo o que é postado no ambiente digital retrata a realidade como ela é. Afinal, ninguém expõe nas redes suas inseguranças, tristezas e fracassos.

Por fim, a dica é: use essa época de reflexão a seu favor. Invista em seu autoconhecimento, valorize suas qualidades, reconheça os aspectos positivos de sua vida e de quem está ao seu redor. Utilize todos esses elementos como motivação para superar seus desafios, corrigir o que não deu tão certo e conquistar seus objetivos no próximo ano.

 

Fonte:.folhavitoria

Ansiedade e Depressão nas festas de final de ano

Ansiedade e Depressão nas festas de final de ano

Basta dezembro chegar para sucumbir a sensação de culpa, de que não conseguiu fazer tudo o que devia (ou queria) durante o ano. Ao mesmo tempo, há um monte de tarefas domésticas a realizar. Excesso de trabalho e compromissos. Sem falar que as pessoas ficam, em média, três vezes mais estressadas do que o normal.

Família e amigos reunidos, mesa farta, muitos presentes, uma linda decoração de Natal e muitas selfies repletas de sorrisos. O Natal também é tempo de solidariedade e amor ao próximo, quando as emoções ficam à flor da pele. Configura-se, então, o compromisso de uma alegria plena. Aos que não têm esse cenário “perfeito” no fim de ano, o sentimento pode ser de melancolia, tristeza e, por vezes, solidão.

O coração, então, parece vazio e a vida, sem sentido. A saudade de uma pessoa que se foi, as lembranças da infância, reafirmar relações desgastadas e muitas outras coisas que nos levam ao fundo do poço e sem uma solução à vista. São pensamentos e sentimentos que rodam em uma espiral descendente e infinita.

Para piorar, há a chegada do dia 31 de dezembro, declarado como marco para o fim de um ciclo. Neste balanço dos últimos 12 meses, muitas coisas não aconteceram da maneira sonhada. A tendência é focar nas metas não cumpridas e o resultado, com certeza, é a frustração.

Falar, então, do ano vindouro, cria uma sensação de que tudo será diferente a partir do primeiro dia de janeiro. Aí, metas revolucionárias são impostas com a exigência do cumprimento. Só de pensar, o coração acelera e a respiração aperta em uma angústia e ansiedade sem fim.

Calma. É possível fazer com que esses sentimentos ditos “negativos” não sejam tão opressores quanto parecem. O primeiro passo para se livrar dessas sensações é identificar os sentimentos. Pode parecer algo simples, mas o autoconhecimento é uma das etapas mais importantes do processo da busca pelo equilíbrio emocional.

Seguem algumas dicas de como tornar a chegada do fim de ano, um processo mais leve e diminuir as crises de ansiedade e depressão.

Nessa hora, não perca a cabeça!

A primeira dica é viva o presente.

Não supervalorize a data. Dia 31 de dezembro é uma data como outra qualquer, mantenha a calma e a paciência.
Respire e medite. Quando se sentir ansioso a ponto de perder o fôlego, pare tudo o que está fazendo e respire fundo, isso fará você se acalmar naturalmente.

Alimentação sem excesso. Para controlar a ansiedade vale cuidar também da alimentação.

Organize seu dia com antecedência. Evite marcar milhões de compromissos e foque naquilo que for prioridade.

Dedique um tempo para cuidar de você. Uma boa e simples dica para diminuir a ansiedade é fazer, diariamente, algo que lhe proporcione prazer, alegria. Seja ouvir música, ler um livro, caminhar, meditar, assistir a um filme, praticar uma atividade física. Enfim, qualquer coisa que, de preferência, seja saudável e te faça bem!

Não tente atender às expectativas dos outros. Não valorize tanto a opinião dos outros. Ter uma boa noite de sono ajuda no funcionamento do organismo a relaxar.

Faça o bem. Ser generoso e se envolver com atividades voluntárias aumenta a satisfação pessoal e a autoestima. Isso deixa você mais feliz e, logo, alivia a ansiedade.

Faça uma lista das coisas boas que viveu, assim, você tira o foco do negativo e ilumina o positivo. Se possível, não passe as datas comemorativas sozinho, procure estar com amigos e pessoas que você ama.

Pare e respire – lenta e profundamente. Sinta o ar entrando no seu corpo.

E lembre-se que as festas de fim de ano, não são o fim do mundo. Relaxe!

Silvia Rezende é Psicóloga e Pedagoga há 25 anos, CRP 06/57937-5, formada pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), possui formação em Terapia cognitivo-comportamental, é coordenadora técnica da Clínica de Psicologia LARES. Especialista em Terapia Comportamental Cognitiva pelo Ambulatório de Ansiedade (AMBAN), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Possui certificação em Mindfulness e Redução de Estresse. É psicóloga colaboradora no Instituto de Psiquiatria – IPq HCFMUSP e também no Programa da Terceira Idade (PROTER), grupo do Instituto de Psiquiatria da FMUSP.
Silvia Rezende também desenvolve palestras e cursos em empresas na área de Recursos Humanos sobre Dependência Química.

Fonte: Terra

Sente ciúmes? Saiba quando o sentimento pode ser doentio e como controlá-lo

Que atire a primeira pedra que nunca sentiu ciúmes da pessoa amada, de algum familiar ou até mesmo de um amigo. No dia a dia, há quem diga que o sentimento incômodo, motivado pela insegurança, é normal. Isso porque sua ausência completa pode indicar indiferença. No entanto, a partir de quando ele deixa de ser sadio e pode afetar o seu relacionamento?

Até que ponto o ciúmes é saudável? Quando ele passa a ser doentio, é importante ir atrás de soluções para controlá-lo
Segundo Tatiana Pimenta, fundadora e CEO da Vittude, plataforma que conecta psicólogos com pacientes, existe uma porção saudável de ciúmes , que remete a cuidado, carinho e desejo de preservar a relação. “Mas, é preciso estar atento para que esse sentimento não seja dominante e acabe prejudicando o relacionamento, a ponto de causar um rompimento”, diz.

Tatiana explica que a possibilidade de ser desprezada ou até mesmo traída, por mais segura e autoconfiante que a pessoa seja, faz com que ela fique enciumada. “Todavia, pessoas inseguras têm uma tendência maior a sentirem ciúmes. Os motivos podem ser os mais banais e infundados”, destaca.

Diante disso, a melhor forma de evitar crises e até desconfiar do par é entender o ciúme a partir de algumas emoções e situações que fazem com que ele venha à tona. De acordo com a CEO da Vittude, é importantes investigar os “fantasmas do passado”, em que o sentimento possa ter sido desencadeado por uma experiência traumática.

“Ao passar por uma traição, por exemplo, a pessoa que antes não se considerava ciumenta, passa a se sentir desconfiada, com medo de passar por tudo aquilo novamente”, afirma Tatiana. “Se estiver em um novo relacionamento, pode achar que o parceiro atual tende a fazer o mesmo que o anterior”, completa.

Outro ponto é quando a autoestima está baixa e, com isso, a pessoa não se sente merecedora da atenção e do amor dos outros. “Por ter uma imagem distorcida de si mesmo, acreditando que não é bom o suficiente em determinados aspectos, pode acabar se tornando muito ciumento ao entrar numa relação”, pontua a empresária.

Querer controlar o outro é um sinal de possessividade e indica que o ciúmes está em um estágio ainda mais avançado
Tatiana defende que pior que do que o próprio ciúme é a falta de controle sobre ele. Quando isso acontece, o ciumento pode chegar ao descontrole e ter consequências graves. Com a sensação de abandono envolvida, a pessoa se torna mais vulnerável e passa a querer a controlar os passos da pessoa amada.

“Por se sentir impotente, surge a necessidade de controlar o outro e se manter o mais próximo possível, o que dá ao parceiro a sensação de estar sendo sufocado. Dessa forma, tentar exercer controle sobre o outro vem da incerteza – que é algo intolerável para o ciumento ”, analisa a profissional.

Diante disso, criam-se situações de possessividade. “Se chegar ao extremo de atitudes como vasculhar os pertences do parceiro ou até mesmo querer proibi-lo de sair sozinho e manter suas amizades, é importante ficar atento ao alerta de um estágio avançado do ciúme, que pode ser considerado doentio e profundamente prejudicial”, completa.

Pelo que podemos observar, a possessividade , que passa pela invasão de redes sociais, celular, e-mail e até reações mais agressivas, pode ter consequências desastrosas. Com isso, a pressão causada pela desconfiança e a perda da individualidade que o ciúme doentio causa podem levar uma pessoa a desenvolver depressão e transtornos de ansiedade graves.

4 dicas para vencer o ciúme e ter autocontrole
No início, lidar com o ciúme pode ser difícil, mas é necessário, principalmente quando chega a causar sofrimento em determinados casos. Por outro lado, é importante destacar que, além de ser possível, é importante administrar as próprias emoções e buscar alternativas para driblar esse sentimento e impedir que ele controle a sua vida.

1. Reconhecer o problema
A primeira etapa é reconhecer o sentimento, mesmo que seja complicado, em especial quando ultrapassa o limite do aceitável. “Esse é um requisito fundamental para não se deixar dominar pela insegurança e pelo medo da perda, sem que haja uma razão verdadeira para isso”, pontua Tatiana.

2. Trabalhar a autoestima
Em alguns casos, o ciúme está ligado com a insegurança. Por isso, é importante trabalhar a autoestima para que se possa sentir-se útil. Uma das formas é dedicar-se a tarefas que lhe dão prazer para se fortalecer emocionalmente. “Cuidar da aparência, fazer atividades físicas e alimentar corretamente o corpo e a mente também são formas de elevar a autoestima”, diz a CEO.

3. Manter um diálogo aberto entre o casal
Conversar com o par sobre seus sentimentos é extremamente importante. No diálogo, fale o que lhe deixa desconfortável e permita que ele faça o mesmo. A dica é não se fechar e, além disso, busque se colocar no lugar do outro. “Acredite que ele está ao seu lado porque escolheu você para amar”, destaca a empresária.

4. Ter mais confiança
“Confiar em si mesmo é requisito para manter longe as consequências desastrosas do ciúme excessivo”, afirma Tatiana. Dessa forma, ao reconhecer as próprias qualidades e saber que é digno do respeito do parceiro, a pessoa consegue deixar de ter motivos para tanta insegurança e passa a confiar mais em si mesma e no outro.

Terapia pode ser uma boa aliada

A terapia de casal pode ser uma boa aliada para ajudar a entender qual a origem do ciúmes e por que ele acontece
Quando o sentimento chega a ser destrutivo e prejudica a vida a dois, a ponto de refletir também na individualidade de cada um, é hora de buscar ajuda de um psicólogo. Segundo a psicóloga Ana Paula Dias, da Vittude, tanto a terapia individual quanto a de casal pode ajudar a entender de onde vem esse ciúme.

“Um dos papéis da terapia de casal é fazer com que o casal comece a enxergar a dinâmica da relação a qual eles estão inseridos. Como é a dinâmica da relação? Qual é o papel de cada um deles e como eles funcionam individualmente? Quando entramos em uma relação, não vemos o outro exatamente como ele é”, explica Ana Paula.

A psicóloga diz que, no início da relação, é comum colocar no outro o que gostaríamos que ele fosse. Com o passar do tempo, passa-se a ver como o parceiro é de fato. “Ele começa a se apresentar sem as nossas projeções e aí algumas coisas começam a incomodar e é natural que seja assim porque o outro não vai atender 100% das nossas expectativas”, destaca.

Durante a terapia, o casal terá esclarecimentos. “O papel dela é trazer autoconhecimento no que diz respeito à essa dinâmica na relação afetiva. Dentro de tudo isso, o ciúme é uma das queixas que pode estar presente em uma terapia de casal e cabe ao profissional, junto ao casal, entender qual é a ordem desse ciúme. É oriundo de onde?”, explica Ana Paula.

No final do processo, o psicólogo ou terapeuta terá condições de analisar se o atendimento continuará por um dos dois ou ambos os parceiros individualmente. Às vezes, as questões precisam ser analisadas de forma individual. O mais importante é encontrar soluções para o ciúmes e não deixar que esse sentimento interfira completamente em sua vida.

Fonte: odocumento.com

O que o perdão tem a ver com a redução de riscos cardíacos?

Pesquisas científicas estão relacionando fatores psicossociais como o estresse e sentimentos como a raiva e a mágoa à saúde do coração.

Com a proximidade das festas de fim de ano, as promessas para 2020 começam a ganhar corpo. Emagrecer, começar um novo curso, quitar as dívidas, praticar atividade física… Que tal incluir perdoar nas resoluções de Ano Novo e ainda reduzir os riscos cardíacos?

Segundo as definições dos dicionários de Língua Portuguesa, perdoar é absolver alguém ou algo de uma culpa, de uma ofensa, de uma dívida. E, de acordo com cardiologistas, o ato de perdoar faz bem ao coração no sentido médico do termo. Há pelo menos uma década, pesquisas científicas estão relacionando fatores psicossociais como estresse, ansiedade e depressão, além de sentimentos como a raiva e a mágoa à saúde do coração.

Isso porque sentimentos são sim capazes de alterar o funcionamento do nosso organismo. “Sentimentos como mágoa, raiva, ódio, rancor ativam o Sistema Nervoso Simpático e as vias inflamatórias. Ambas estão associadas ao aumento do risco de doenças do coração, inclusive o infarto”, diz Marcelo Katz, cardiologista e pesquisador da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

Ele explica que o funcionamento de todo o organismo está relacionado à atuação dos sistemas nervosos Simpático e Parassimpático, que integram o sistema nervoso e atuam em conjunto para manter um equilíbrio.

“Ao ser ativado, o Sistema Nervoso Simpático libera substâncias como cortisol e adrenalina, que nos deixam em estado de alerta, aumentam nossa pressão arterial e nos deixam preparados para a luta”, ensina. Sua atuação se sobressai ao Sistema Nervoso Parassimpático, que é exatamente o oposto: reduz nossa pressão arterial, reduz os batimentos cardíacos e deixa o corpo em um estado de relaxamento.

“Ruminar estes sentimentos negativos contribui para a ativação da cascata inflamatória no organismo que em última análise leva ao maior depósito de gordura nos vasos”, afirma o médico do Einstein. A mesma regra vale para o estresse. Estudo realizado por pesquisadores da Universidade da California, nos Estados Unidos, com 202 pessoas com idade entre 19 e 29 anos, mostrou, pela primeira vez, que o perdão tem efeito de longo prazo para a saúde do coração.

Pessoas que de fato perdoaram apresentaram pressão arterial mais baixa que as que cultivaram a raiva e a mágoa e as que simplesmente deixaram o assunto para lá. O benefício se estende para períodos posteriores, quando o evento é relembrado.

Mas para deixar de ser apenas uma palavra bonita e se tornar realidade, perdoar depende de um processo mental e sentimental que visa a eliminar ressentimento, mágoa, raiva, rancor ou qualquer outro sentimento negativo. “Não é fácil perdoar. É uma questão de resolução que precisa ser internalizada e trabalhada. O perdão tem que ser sincero”.

O cardiologista lembra que embora este processo de internalização da necessidade do perdão seja muito particular, algumas atividades podem ajudar no processo como aumentar a prática de atividades físicas, meditação, e eventualmente terapia com um profissional especializado em saúde mental.

Perdoar:

Reduz a pressão arterial
Reduz a frequência cardíaca
Diminui a tensão muscular
Benefícios do perdão:

Bem-estar
Proporciona sensação de relaxamento
Sensação de controle
Fonte: UOL

A literatura como remédio

Para o historiador Dante Gallian, a prevenção para os males do corpo e o padecimento da alma está na leitura dos grandes clássicos. Ele pesquisa o poder disso há quase duas décadas.

Foi o avô, um ex-combatente da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), quem aflorou a paixão pelos livros no menino Dante. “Meu avô não terminou o curso primário, mas era um grande autodidata e um apaixonado pelos livros. A única coisa que ele conseguiu trazer da Espanha para o Brasil foi sua pequena biblioteca, com autores como Pablo Neruda, Antonio Machado, Cervantes e alguns poetas espanhóis”, conta Dante, que aos 13 anos – e por insistência do avô – leu Dom Quixote de La Mancha, um clássico escrito, no início do século 17, por Miguel de Cervantes.

Foi a primeira de muitas outras obras, consideradas clássicos da literatura mundial, que lhe foram apresentadas e que moldaram seus gostos e também seu destino. Dante se formou em história e foi trabalhar com educação, e acumulou um acervo de cerca de 3 mil exemplares – ele garante já ter lido mais de mil.

Como professor universitário, recebeu o convite para dar aulas de história da medicina numa grande faculdade de São Paulo, onde incorporou ao dia a dia dos alunos a leitura de livros como Admirável Mundo Novo e Frankenstein. A bibliografia se transforma em material rico para ensinar, por exemplo, bioética aos futuros médicos. Foi desse jeito, colocando a literatura na rotina das pessoas, que o projeto cresceu – existe há quase 20 anos – e se transformou, entre outras coisas, em um laboratório de leitura. Essa experiência fez brotar no professor o interesse em entender o que nos livros era capaz de modificar a vida. Foi sobre isso que conversamos.

Como um historiador foi parar na faculdade de medicina?

Há mais de 16 anos recebi o convite para montar o Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde na Escola Paulista de Medicina (atual Unifesp), onde posteriormente fui dar aula de história da medicina. Só que os alunos não entendiam por que aprender história numa faculdade de medicina e chamavam minha aula de “sonoterapia”. Fiquei pensando sobre como chegar naquelas pessoas. E, então, tive a ideia de xerocar pequenos textos, clássicos da história da medicina como Hipócrates, para aproximar mais a história da vida deles.

Era uma disciplina eletiva e poucos a escolhiam. Então eu colocava 20 alunos sentados em roda e perguntava o que eles achavam da leitura, que sentimento aquele texto provocava neles. E passávamos por cinco minutos de silêncio sepulcral. Porque os alunos, de maneira geral e independentemente do curso, não estão acostumados a serem perguntados sobre o que acham ou sentem. Quando são incitados a participar, ficam muito intimidados porque, afinal, nunca alguém lhes perguntou isso. Mas, por mais que estejamos passando por um processo forte de desumanização, quando você dá espaço para que o outro manifeste seus sentimentos, esse sentir vem com força. E as pessoas passaram a se surpreender com as opiniões que tinham. Quando terminou esse primeiro ano de curso, um grupo pequeno pediu para se reunir comigo, num horário extracurricular, para seguir com a leitura.

O que você aprendeu nessas aulas?

Percebi que as pessoas se surpreendiam com o fato de terem uma opinião. E, aos poucos, iam perdendo o medo de se expor e se interessavam em falar. Costumo dizer que esse é o momento de descoberta em que as pessoas percebem que gostam de ouvir sua própria voz. Porque, no início, ouvir a própria voz numa sala de aula é quase um sacrilégio. É algo que o professor já corta na hora.

Mas depois esses encontros se transformaram em algo maior…

Sim. Passei a me reunir com esse pequeno grupo na hora do almoço e ele foi crescendo, aos poucos, pelo boca a boca, e se expandiu para alunos de outros cursos como biomedicina e enfermagem. No início, seguimos analisando os textos ligados à própria medicina, mas depois abrimos para artigos de jornal e ensaios filosóficos. Até que, um dia, um aluno sugeriu que discutíssemos uma tragédia grega: Antígona, de Sófocles. E a leitura dessa tragédia teve um impacto muito forte. As pessoas leram o texto e se emocionaram e começaram a ligar aquilo com a vida deles.

Lembro de uma moça que estudava enfermagem e comentou como o enredo de Antígona era a história dela. Ela, então, começou a contar um problema que teve no ambulatório, em relação a um paciente que havia morrido. A partir disso, eu me dei conta que através dessas leituras eu poderia discutir temas éticos. Indo além: isso deveria sempre fazer parte da formação não só dos profissionais de saúde mas de todos nós. Essa experiência me ajudou a desenvolver uma linha de pesquisa sobre humanização e estética, que deu origem ao Laboratório de Humanidades, que funciona dentro da Unifesp. Hoje, ele é um espaço não apenas para alunos de graduação como também para aqueles da pós-graduação e funcionários. Tenho grupos com um médico aposentado de 70 anos e um menino de 18 que acabou de entrar na faculdade.

Dá para dizer que a leitura fez diferença na vida dessas pessoas?

Sim. Alguns anos depois da formação desse primeiro grupo, entrevistei alguns dos participantes para descobrir o que estavam fazendo e de que forma aquela experiência impactou a formação profissional e de vida deles. E todos responderam que aquelas reuniões foram fundamentais, porque despertaram neles o interesse pela leitura. Os cursos da área de saúde são muito focados nos aspectos físicos e biológicos, e o fator humano costuma ficar mais relegado. Todos disseram que a leitura deu a eles um diferencial. Primeiro, porque se tornaram leitores, e não eram. Além disso, se tornaram bons ouvintes, o que é incrível.

Todo livro é passível de ser lido?

Um livro não é um clássico à toa. Autores como Homero, Cervantes, Machado de Assis não continuam sendo lidos, relidos e reeditados séculos depois porque têm uma boa assessoria de marketing. São obras que conseguem traduzir de maneira única o que está na alma das pessoas. Isso é um clássico. E o fator tempo é decisivo, porque os anos vão passando e a obra vai ficando. Temos autores mais modernos que podem ser considerados clássicos? Existem obras que apresentam marcas de que possivelmente se transformarão, ao longo dos anos, em um clássico. Acabei de ler um livro do escritor Valter Hugo Mãe, O Nosso Reino, que é de tirar o chapéu. É um livro muito perturbador.

Temos autores mais modernos que podem ser considerados clássicos?

Existem obras que apresentam marcas de que possivelmente se transformarão, ao longo dos anos, em um clássico. Acabei de ler um livro do escritor Valter Hugo Mãe, O Nosso Reino, que é de tirar o chapéu. É um livro muito perturbador.

Você já abandonou alguma leitura?

Já. Existem muitos livros que não valem a pena o tempo que você dispensa para a leitura. A opção pelo clássico é o caminho seguro, mesmo que às vezes seja difícil. A leitura guiada, nesses casos, ajuda muito. É isso que faço com meus grupos, vou mostrando o que deve ser observado em cada trecho do livro e como ele pede para ser lido.

Como um livro pede para ser lido?

Uma vez, trabalhei com um grupo a leitura da obra Odisseia, de Homero. Ninguém gostou, a não ser por uma única aluna, que achou maravilhoso. Então ela contou o segredo: leu em voz alta. Num segundo encontro, todos estavam igualmente maravilhados. Isso tem a ver com o tal exercício da escuta, de aprender uns com os outros. Um livro, nesse sentido, tem um potencial extraordinário de nos aproximar. E a leitura em grupo também é benéfica porque deixa de ser solitária e favorece os vínculos e a necessidade de estar junto. Isso é de um poder terapêutico enorme.

Como isso saiu da faculdade de medicina?

Os encontros do laboratório para mim eram um oásis. E passei a ser um leitor voraz. Deu um colorido à minha vida. Eu tinha sempre um livro embaixo do braço e ficava na expectativa do encontro para dividir as minhas descobertas e
percepções. Isso se tornou algo prazeroso e necessário. Aos poucos comecei a perceber que isso era muito mais amplo e que podia sair dos muros da universidade. E comecei a testar fora, em escolas e empresas [Dante dá aulas regulares na Casa do Saber, em São Paulo].

Algumas pessoas, no entanto, passaram a pedir um acompanhamento. E seguimos nos reunindo na casa dos alunos, onde houvesse uma sala ampla disponível. Até que surgiu a Casa Arca, um espaço que funciona numa casa no bairro de Moema (SP), onde há grupos de leitura dos clássicos, abertos ao público [a Casa Arca foi fundada por Dante e a esposa, Beatriz. O lugar tem grupos regulares de estudo dos clássicos, além de outras aulas que envolvem literatura, escrita e artes, como pintura, costura e o cozinhar].

Os livros já o salvaram?

Diversas vezes, o tempo todo. A literatura é um refúgio. O mundo em que vivemos é violento e difícil. E o livro me ajuda a ampliar a perspectiva da realidade. Porque a realidade não se resume a crise econômica e política ou mesmo a violência. A literatura, nesse ponto, é um remédio, porque ela derruba essas paredes. Através de um livro você viaja na história, na geografia e principalmente na alma e descobre coisas maravilhosas. Eu costumo dizer que não tomo nenhum remédio. Meu único remédio é minha leitura diária.

Fonte: Vida Simples

Terapia busca nas relações familiares determinados bloqueios

Todo mundo quer ser feliz. Em casa, no trabalho, no amor No entanto, o que realmente significa felicidade? Ainda não existe receita, mas uma terapia de autoconhecimento chamada Consciência Sistêmica já acena como uma opção.

O propósito é desenhar um caminho para se percorrer até chegar aos objetivos, reconhecendo-se e enxergando bem onde se pisa. Ela funciona a partir das constelações familiares.

A constelação familiar surgiu em1925 e foi criada pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger. É uma técnica terapêutica em que se desenvolvem “esculturas vivas” que reconstituem uma situação familiar, permitindo localizar e remover bloqueios de qualquer geração ou integrante da família.

Essas esculturas podem ser representadas por pessoas, quando a sessão é feita em grupo, ou com bonecos de plástico, quando é individual.

A prática consiste na criação de um campo energético. Com isso, os representantes conseguem acessar informações sobre os familiares representados.

Durante a terapia, é possível identificar as causas. Dessa forma, os medos e bloqueios são identificados, possibilitando assim um caminho para a solução dos problemas.

Fonte: Cidadeverde.com

Seis dicas para maximizar o descanso durante o sono

Dormir afeta diretamente o bem-estar físico e mental de qualquer pessoa. Uma boa noite de sono é tão importante para a manutenção da saúde quanto fazer atividades físicas e ter uma alimentação equilibrada. Mas, para algumas pessoas o merecido descanso parece ser um objetivo impossível de alcançar, o que é preocupante já que a curto prazo a privação do sono pode causar falta de energia, queda de produtividade, problemas emocionais e atrapalhar o processo de regulação de hormônios que acontecem durante o repouso.

Já a longo prazo, pode aumentar o risco de doenças como obesidade, diabetes, colesterol alto, hipertensão e, até mesmo, perda crônica da memória. Porém, ficar as 8 horas recomendadas na cama não garante que o descanso terá um impacto positivo no seu dia. A qualidade do descanso depende de outros fatores, como hábitos e opções de estilo de vida.

Segundo a consultora do sono, Renata Federighi, para manter a saúde em dia e acordar com disposição é necessário que o corpo descanse o suficiente e, principalmente, que o repouso da noite seja de qualidade. “Mais importante que a quantidade de horas dormidas é a qualidade do sono, que precisa passar por todos os estágios necessários para a recuperação das energias”, explica.

A especialista dá algumas dicas para manter o sono em dia e maximizar a qualidade das horas dormidas.

Sincronize o seu relógio interno

De acordo com a consultora, todos nós possuímos um relógio biológico interno que sofre influência de acordo com a variação da luz. Mais precisamente, pelo nascer e o pôr do sol. É por isso que dormimos à noite. Mas os “relógios” de algumas pessoas são mais atrasados do que outros. “Entrar em sincronia com o ritmo circadiano é uma excelente estratégia para otimizar o sono. Manter um horário regular para dormir, vai trazer um repouso revigorante, mais do que dormir a mesma quantidade de horas em momentos diferentes do dia”, explica Renata.

Para sincronizar esse “relógio” o ideal é sempre dormir e acordar no mesmo horário, mesmo nos finais de semana, estabeleça uma rotina para o seu sono e nada de cochilar mais do que 20 minutos durante o dia.

Fique atento com os hábitos alimentares

Também é importante evitar o consumo de alimentos gordurosos e bebidas estimulantes, principalmente nas horas que antecedem a repouso. “Durante o dia se atente ao consumo de cafeína. Ela é uma substância estimulante do sistema nervoso central. Em doses moderadas produz ótimo rendimento físico e intelectual, com aumento da capacidade de concentração e agilidade nos estímulos sensoriais. Por outro lado, doses elevadas podem causar ansiedade, nervosismo, tremores musculares, taquicardia, zumbido e aumento do estado de vigília, comprometendo o sono. Além disso, o café age no organismo até oito horas depois do consumo”, alerta.

Comer muito durante a noite também atrapalha a qualidade do sono. “Tente fazer a hora do jantar mais cedo e evite uma alimentação pesada em até duas horas antes de dormir. Alimentos condimentados ou ácidos podem causar problemas estomacais e azia” completa a especialista.

Faça exercícios diários, mas no horário certo

As pessoas que se exercitam regularmente dormem melhor a noite e se sentem menos sonolentas durante o dia. A atividade física ajuda a melhorar os sintomas de insônia e aumenta a quantidade de tempo nas fases profundas e restauradoras do sono.

Para aproveitar todos os benefícios do exercício e dormir melhor, o ideal é programa-los. “Atividades físicas aceleram o metabolismo, elevam a temperatura corporal e estimulam hormônios como o cortisol. Por esses motivos tente terminar os treinamentos pelo menos três horas antes de dormir”, explica a consultora.

Prepare o quarto para dormir

Deixar o ambiente silencioso e bem escuro é uma estratégia perfeita para que seu corpo consiga entrar em um sono profundo e restaurador. Portanto, luzes baixas e nada de eletrônicos nos minutos que antecedem a hora de dormir. O excesso de iluminação passa a mensagem de que cérebro precisa permanecer alerta, comprometendo a qualidade do descanso e o despertar no dia seguinte.

Fonte: CidadeVerde.com

Cultive a leveza

É possível lidar com as dificuldades da vida com mais leveza, suavidade e graça. E, de quebra, reduzir da rotina o rancor, o mau humor ou a dureza.

Era uma quarta-feira à noite. Eu estava na porta do Centro Cultural Banco do Brasil, de Belo Horizonte, aguardando um táxi para me levar ao encontro de uma amiga. Nessa espera, uma chuva de verão, dessas que caem de forma intensa, resolveu me fazer companhia.

Em poucos segundos, tudo começou a me irritar: a forma da chuva cair na diagonal molhando minha roupa e meus sapatos, as pessoas que se espremiam para também se proteger dos pingos e dos raios, a demora do motorista que precisou tomar um caminho mais longo por causa do congestionamento. O que seria uma espera pequena se tornou um tormento, ao menos ali, dentro da minha cabeça.

Entre o meu emaranhado de reclamações mentais, uma senhora de uns 70 anos parou ao meu lado e pediu ajuda para se abrigar. “Eu sou muito mais jovem que minhas netas. Ah lá: só sabe reclamar ao invés de agradecer”, disse sorrindo ao apontar uma moça que seguia caminhando pela calçada à nossa frente. Naquele momento, senti meu rosto corar e os músculos do meu corpo relaxaram. E eu só conseguia pensar que, certamente, aquela senhora era também mais jovem que eu.

Às vezes, colocamos tanto peso nas coisas corriqueiras que, sem perceber, vamos nos tornando pessoas rabugentas, que já parecem ter vivido uma existência inteira entre lamúrias e dias de tempestade. Maldizemos o sol, a chuva, as estações do ano, as palavras ditas na voz do outro, e criamos uma sucessão de inimigos imaginários, que rapidamente levam embora a nossa paz e principalmente a nossa leveza.

A vida com leveza depende de nós

Nesse caso, ter uma vida mais leve ou mais pesada nem tem realmente a ver com a idade ou com os quilos do nosso corpo na balança, mas com a forma com que escolhemos ver e encarar os acontecimentos em nosso dia a dia.

“A leveza com que as pessoas se preocupam hoje é a do corpo, estamos vivendo uma obsessão pela magreza. A gente não pode prestar atenção só nesse peso porque, enquanto isso, a alma engorda assustadoramente”, pontuou Leila Ferreira, jornalista, palestrante e autora do livro A Arte de Ser Leve. “Você vê pessoas com corpos esbeltos, malhados, e com almas pesando 150 quilos. Eu brinco que o grande risco que a gente vive hoje é de ver uma população com obesidade mórbida de espírito.”

E nem precisamos procurar muito para percebermos que Leila tem toda razão. No trabalho, no mercado, dentro do ônibus e até na própria casa: basta olhar com um pouco mais de atenção para identificarmos como andamos meio pesados e pouco gentis, cada vez mais estressados, intolerantes, raivosos e indelicados, presos em nossas buscas externas, nos esquecendo daquilo que trazemos por dentro.

Como me disse Leila, hoje em dia, tudo em nosso mundo nos incentiva um pouco a abrir mão de nossa leveza e a carregar esse excesso de coisas negativas dentro de nós. “É um mundo que nos estimula a correr, a nos endividar, a consumir de forma exagerada, a querer sempre mais”, afirmou a escritora. E, nessa mania incessante de buscar sempre mais e mais, terminamos nos esquecendo de viver o momento presente e de apreciar o ciclo natural de todas as coisas, carregando mais peso do que aquele que realmente nos cabe.

Um passo por vez

Mas é claro que conquistar novos objetivos também é importante para que a roda da vida continue a girar. No entanto, a leveza vai embora justamente quando essa necessidade do todo se torna uma obsessão, e as simplicidades perdem um pouco o sentido diante de nossos desejos tão grandiosos. “Quando falei que ia escrever sobre esse tema, muita gente repetiu: ‘nossa, mas o mundo com esse peso todo, como você vai escrever sobre leveza?’ E é justamente por isso: já existe tanto peso fora de nós, que a gente não precisa levar para o nosso interno”, explicou Leila.

Em seu livro, ela traz histórias reais de pessoas como eu e você, que dentro de suas simplicidades e limitações dominam com maestria e sem esforço essa arte de ser leve. São pessoas que sorriem mais diante da vida, que constroem suas histórias dentro de suas realidades particulares e que nos levam a refletir, afinal, sobre como estamos erguendo as paredes dos nossos dias e conduzindo a própria vida. “Conversei com uma cabeleireira e perguntei a ela como conseguia ser tão leve. E ela me disse: ‘tem gente que vem ao mundo de caminhão, tem gente que vem de bicicleta. Eu sou da turma da bicicleta’”, lembrou.

Caminhões, bicicletas…

Dependendo do tamanho, um caminhão pode carregar toneladas de carga. Agora, imagine passar a vida toda trafegando pelas estradas, cheios de tanto peso desnecessário? Uma hora, nosso caminhão corre sério risco de ter uma pane e paralisar, necessitando de manutenções urgentes. “Eu nunca vou conseguir passar pelo mundo de bicicleta, minha leveza nunca vai chegar a esse ponto. Mas o caminhão eu aposentei. Precisamos aprender a escolher cuidadosamente o nosso veículo”, alertou Leila.

Essa maneira como transitamos pela vida é responsabilidade nossa. Podemos seguir por aí carregando nossas angústias, nossos medos, dores e insatisfações, ou podemos diminuir um pouco essa bagagem. Mas, também, devemos prestar cada vez mais atenção em nossas ações, substituindo tanto peso por doses generosas de bom humor, gentileza e paciência com as imperfeições. Não é tão difícil assim. Reconhecer quando nossa alma pesa e propor a ela pequenas mudanças já é um passo e tanto para compreendermos a necessidade de esvaziar o bagageiro. E, mais tarde, até substituir o nosso veículo por um novo que ocupe cada vez menos espaço.

Pequenas pausas

É importante que a gente saiba também que, para quem não veio ao mundo de bicicleta, não é de uma hora para outra que essa leveza vai chegar. Tudo tem o seu tempo, não é mesmo? Leila me disse que, quando percebemos que esse “ser leve” nos falta, precisamos encontrar, entre nossos pensamentos e reflexões, a nossa própria maneira de reaprendê-lo. “Nós não paramos mais.

Estamos eliminando as pausas da nossa vida. Esse parar para pensar não existe mais”, comentou. E, se não fazemos isso, se não paramos para desacelerar um pouco, continuando pelo caminho com cargas excessivas de preocupações, dificilmente encontraremos uma forma de sermos mais leves. “Quando a gente elimina as pausas é complicado termos a consciência do que está nos angustiando, do que podemos fazer para diminuir o peso.”

Pause e retome

Por isso, bater mais uma vez naquela tecla do autoconhecimento é essencial para moldarmos nossa maneira de seguir em frente. Apenas quando compreendemos o que se passa dentro de nós e acolhemos nossas angústias, medos e até aquilo que nos deixa alegres, conseguimos ter a chance de cortar as raízes do que nos faz mal e que não harmoniza com dias de mais paz e menos peso. “Acho que uma das coisas mais essenciais hoje é a pausa. E com isso a retomada da reflexão, saindo um pouco do piloto automático”, me disse Leila.

E não precisamos parar por um tempo tão longo. Muitas vezes, alguns minutos com os pensamentos soltos, sem preocupações ou censuras, já são suficientes para iniciarmos o processo de “emagrecimento da alma”. Pois, a partir desse tempo que tiramos para nossas reflexões e para olhar nossos desejos e anseios com o coração aberto, encontramos a própria leveza que, no fundo, não carrega mistério algum: ela é tudo aquilo que torna mais simples o nosso caminho e nos liberta principalmente do mau humor e das insatisfações cotidianas.

Deixe-se contagiar

Esse encontro tão particular e intransferível pertence a cada um de nós. A minha leveza é diferente da sua, que não é igual a de seus amigos, nem de seus familiares, e por aí vai. Tenho um amigo, por exemplo, que sempre traz uma grande delicadeza no viver e me transmite uma sensação de ser mais leve quando chega. Mesmo entre a agitação de sua profissão (ele é ator), nunca o vi chateado ou maldizendo a vida.

Por isso é sempre uma alegria encontrá-lo: sua forma de ser e de sorrir contagia quem cruza seu caminho. “Cada um tem seu processo, né? Eu tento não renunciar à subjetividade. E sempre que posso construo narrativas em torno do otimismo. Fazer o que se gosta, ver gente, conversar com as pessoas, respeitar as diferenças, ser diverso e estar em contato com o que é diverso”, me contou Ramon Brant, quando perguntei de onde vem tamanha leveza.

Tire um tempo para você

Aprendi então que, mesmo sendo só nossa essa responsabilidade por uma maneira mais leve de encarar a vida, quando trazemos essa harmonia diante do cotidiano e dos obstáculos do caminho, automaticamente contagiamos quem está à nossa volta. E criamos uma espécie de onda de leveza: transmitimos em raios de distância o bem-estar que trazemos dentro de nós e tornamos mais agradáveis os ambientes à nossa volta, sem fazer qualquer esforço. “Para mim, é importante tirar um tempo para ficar em silêncio. Entender o que há de melhor na solitude, o que de melhor há em você para, depois, emanar para o mundo”, completou Ramon.

E, dessa mesma forma que ele encontrou a sua leveza dentro daquilo em que vive e acredita todos os dias, a jornalista Natália Dornellas também fez suas buscas para conduzir o caminho de uma maneira mais sábia e gentil. Há cerca de dois anos, ela passou por um episódio que poderia ter lhe arrancado toda a chance de viver de uma forma mais delicada. Foi a descoberta da doença de seu pai e todas as mudanças que se desenharam em suas vidas desde então. Senhor Adelair Toledo foi diagnosticado com degeneração corticobasal, uma doença rara que paralisa aos poucos os movimentos do corpo, dificultando a vivência de uma rotina comum.

Bom humor gera leveza

Diante de todos os impasses e dos desafios que surgiram, a maneira que pai e filha encontraram para tornar tudo mais leve foi o bom humor. “Somos assim desde sempre. Minha mãe teve esclerose lateral amiotrófica e minha avó também. Convivemos com perdas, e aprendendo a lidar com a dor de uma forma bem-humorada. Isso nos permitiu continuar pelo caminho sem maldizer a vida e suas surpresas”, contou Natália. Um pouco de suas vivências ao lado de Adelair, ela compartilha em um perfil no Instagram. É uma forma de tocar o outro e chamar um pouco a atenção para essas fragilidades e como elas não devem nos derrubar com tanto peso. “É importante que outras pessoas também vejam como dá para passar por tantas dificuldades, de um jeito leve.”

Falando assim, até parece fácil. Mas, se colocamos isso dentro dos nossos pensamentos, essa ideia de que dá para seguir encontrando alternativas para as dores e adversidades do dia a dia, não resolveremos todos os nossos problemas, é verdade. No entanto, daremos a nós mesmos a chance de lançar um olhar mais doce para a rotina e perceber que é uma questão de escolha seguir de um jeito menos duro e rude, principalmente com a gente mesmo.

Qual a sua leveza?

É claro que, como quase tudo em nossa estrada, não há um manual de instruções pronto e preciso para que possamos encontrar o nosso jeito de “ser leve”. Mas é necessário entender que, dentro de nossas limitações e das condições de vida, podemos encontrar algumas brechas que vão favorecer a nossa trajetória dentro dessa busca por um caminho que pese menos. “O Mário Sérgio Cortella diz que a leveza pede uma vida mais simples. E uma vida mais simples não é uma vida boba, simplória ou superficial. Mas é algo com menos desgaste, que nos desvitalize menos”, disse Leila.

E podemos ter essa vida, podemos reduzir esse peso interior, em qualquer lugar em que se esteja. Talvez diminuir a carga de trabalho, consumir cada vez menos, criar pequenas pausas em nossos afazeres, ter momentos de lazer, sejam coisas que até parecem pequenas, mas que no fim, na soma de tudo, contam muito na balança de nossas emoções.

“Acho que, dentro das nossas limitações, conseguimos fazer essas mudanças internas que favorecem a leveza”, concluiu Leila. Só quando identificamos e colocamos em prática essas pequenas mudanças que podemos realizar a curto e a longo prazo. Dessa forma, estamos efetivamente diminuindo o excesso de peso nas relações e no dia a dia. E podemos, enfim, respirar melhor. Afinal de contas, não desejamos de forma alguma continuar transitando por aí com um caminhão transbordando angústias, não é mesmo?

Nesse trânsito da vida, eu já escolhi o meu novo veículo. E você, já sabe qual é o seu?

Fonte: Vida Simples

Não fale que “vai passar”: veja como ajudar uma pessoa com ansiedade

Uma ajuda equivocada pode aumentar ainda mais a ansiedade causando mais sofrimento ao indivíduo.

Conviver com a ansiedade é um desafio, pois ela provoca uma tentativa de controle que, muitas vezes, antecipa situações que supostamente podem trazer sofrimento. Existem tipos distintos de ansiedade, desde aquela mais branda que gera maior expectativa, até transtornos classificados como patologia. E uma pessoa em crise de ansiedade pode desenvolver sensações de incerteza, medo e angustia, alimentando um padrão de pensamento que só espera pelo pior.

Nessa hora, não adianta apostar em frases otimistas para tentar estimular a pessoa a reagir. Menos ainda, menosprezar a situação como se fosse algo fácil de ser superado. “Uma palavra faz diferença desde que seja empática. E, às vezes, o que vale mesmo é escutar mais e falar menos”, avisa o psiquiatra Luiz Vicente Figueira de Mello, supervisor do programa de ansiedade do IPq do HC-FMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

Uma ajuda equivocada pode aumentar ainda mais a ansiedade causando mais sofrimento ao indivíduo, por isso é importante eliminar tudo que, ao invés de ajudar, só atrapalha. Saiba como oferecer apoio na medida certa:

1. Deixe o otimismo de lado

A intenção pode ser boa, mas na hora da crise ninguém está pronto para ouvir frases como “vai passar” ou “tudo vai dar certo”. Este tipo de apoio é irritante, pois o ansioso pode interpretar que o outro está desmerecendo sua dor. Em um momento de crise é muito difícil vislumbrar uma situação positiva, pois tudo parece ser muito difícil. Portanto, evite frases feitas inspiradas em autoajuda.

2. Evite dar um tranco

Definitivamente bancar o durão para fazer o outro reagir não vai funcionar. Este não é o momento. É essencial mostrar apoio, mas sem pressionar. Falar coisas como “Você é forte e vai superar” ou “Precisa enfrentar” só faz o outro sentir-se desvalorizado. Os especialistas entrevistados pelo UOL VivaBem classificam esse tipo de ação como reforço negativo, pois o ansioso irá se sentir ainda mais fraco, e sua autoestima, que já está abalada, ficará pior.

3. Ouça mais

Pode acontecer de o ansioso querer desabafar, escute! Nessa fase, não aposte em avaliações e julgamentos para não causar desmotivação e ele desistir de se abrir. No entanto, não force este diálogo dizendo: “me conta o que você está sentindo” ou “o que está pensando”, pois isso pode gerar mais ansiedade. Respeite o tempo da pessoa!

4. Demonstre preocupação sincera

Independentemente do tamanho da crise, o diálogo deve ser afetuoso. Vale apostar em um “eu entendo você, vamos dar um tempo até que passe, estou aqui com você”. Uma crise de ansiedade dura, em média, 25 minutos, portanto permaneça ao lado demonstrando empatia. Evite, porém, preocupação excessiva porque isso aumenta a ansiedade. Aja de maneira natural, sem transformar o episódio em uma catástrofe.

5. Procure distraí-lo com lembranças boas

É possível tentar desviar a atenção da pessoa, falando sobre algo aleatório ou relembrando coisas boas que já aconteceram ou que estão programadas, como uma viagem, por exemplo. Faça isso com muita atenção para não dar a impressão que está desqualificando aquele momento de ansiedade, tentando apenas desviar o foco. Com sensibilidade dá para notar se deve continuar com essa estratégia. O ansioso vai demonstrar receptividade ou não. Se ele não gostar, simplesmente pare.

6. Convide-o para dar uma volta

Nem sempre o ansioso terá disposição para algum tipo de atividade mais prazerosa, mas vale como tentativa convidá-lo para dar uma volta, fazer uma caminhada leve, respirar um ar diferente. Só não insista! Deixe-o livre para aceitar ou não. E se durante a crise ele não aceitar, diga: “quando você melhorar podemos fazer algo juntos”. Isso mostra acolhimento, pois o ansioso tende a se sentir sozinho. E oferecer qualquer solução pronta de maneira automática pode causar rejeição.

7. Não ofereça uma bebida

O álcool pode até parecer relaxante, mas não é uma boa saída. Pois, sempre que surgir a crise ele poderá associar a bebida como forma de alívio. Tenha cuidado para não criar maus hábitos que não ajudam efetivamente, apenas mascaram o sintoma.

8. Elimine expectativas ou suspenses

Quem convive com alguém muito ansioso precisa ser mais objetivo e assertivo, portanto, evite qualquer tipo de tensão. Não fale “vamos, estamos atrasados” ou “estou com um pressentimento ruim”, pois isso irá poupá-lo de ter uma crise. Outra dica é não marcar compromissos e atrasar, ou demorar para responder mensagens, pois tudo isso pode deixá-lo em estado de ansiedade.

9. Saiba reconhecer uma crise de ansiedade

Isso pode ajudar a prestar apoio no momento em que o ansioso mais precisa: durante uma crise. A agitação física pode ser um dos primeiros sinais: ficar balançando braços e pernas, se estiver em pé, ficar caminhado de um lado para outro, tremor, suor e parecer ofegante. Também dá para notar que algo está fora do ponto pela forma como se comunica, ou seja, sua fala está sempre prevendo algum acontecimento ruim, como: “ele não gosta de mim” ou “não gostam do meu trabalho”. Ao observar esses sinais, aumente a atenção e ofereça ajuda na medida certa.

10. Dicas simples para lidar com a ansiedade

Quer ajudar? Ofereça sugestões práticas e efetivas. Uma é sugerir melhoras no planejamento do ansioso, já que mantendo sua rotina mais controlada pode evitar situações que possam fugir do controle. Neste caso, sugerir uma planilha com compromissos e horários pode deixá-lo mais seguro, sem a sensação de que poderá esquecer algo importante.

A ansiedade também costuma afetar muito o sono, causando mais agitação. Por isso, sugira que ele deixe uma folha e caneta ao lado da cama e, se lembrar de algo importante para o dia seguinte, anote! Ao fazer isso, o ansioso divide sua responsabilidade com o papel e afasta pensamentos recorrentes que atrapalham o sono.

Fonte: UOL
Texto: Simone Cunha

Cuidarte ganha decoração sustentável

A decoração natalina da Clínica de Psicologia Cuidarte, em Teresina (PI), ganhou criatividade e sustentabilidade neste Natal 2019. 1.350 garrafas foram utilizadas para a confecção de peças e enfeites natalinos a partir da reciclagem de materiais que seriam descartados.

O projeto foi realizado pelos artesãos da cidade Ipiranga do Piauí, que há alguns anos se utilizam da mesma ideia para decorar a cidade com esse material.  A decoração levou cerca de quinze dias para ficar pronta – desde a arrecadação dos descartáveis até a confecção de novos enfeites.

De acordo com a diretora da Cuidarte, psicóloga Kyslley Urtiga, a proposta tem como objetivo mostrar para as pessoas que é possível  fazer uma decoração sustentável, preservando assim o meio ambiente.

“Atualmente plástico é um dos grandes violões do Meio Ambiente. Ao apoiarmos um projeto como este, estamos abrindo um canal de comunicação direto com a sociedade para passarmos a mensagem sobre a importância e a necessidade da reciclagem”, pontuou Kyslley.

Clínica Cuidarte

Referência no atendimento psicológico do Piauí, a Clínica Cuidarte possui uma equipe de psicólogos qualificados nas mais diversas áreas de atuação, que reúnem conhecimento e experiência prática na busca da excelência nos atendimentos.

A Cuidarte preza pelo acolhimento, proporcionando aos clientes um espaço de reflexão, escuta empática e autocuidado, fazendo com que a experiência na clínica se torne mais agradável e positiva.

A Cuidarte oferece horário diferenciado aos serviços especializados de psicologia, das 8h às 21h. Além de possuir uma localização privilegiada no coração da cidade, na Zona Leste de Teresina. Av. Homero Castelo Branco, 2676.