Clínica oferece atendimento psicológico a surdos

O atendimento psicológico ao surdo gera um vinculo afetivo  entre terapeuta e cliente uma vez que é um contato espaço visual.

 

Não existe abordagem terapêutica específica para atender o surdo usando a língua de sinais (LIBRAS), não se pode restringir o campo, ao contrário, ele deve ser ampliado.

A criança que nasce surda em uma família ouvinte necessita de acompanhamento e conhecimento em LIBRAS o quanto antes, e o atendimento Psicológico independe de faixa-etária.

A participação dos pais em todo esse processo de acompanhamento e aprendizado é essencial.

Surdez, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é a perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, de forma: leve, moderada, severa, profunda.

O surdo não oralizado necessita do conhecimento da língua de sinais, que é uma língua natural como as línguas orais. É importante ressaltar que a comunicação é uma necessidade expressiva do ser humano, o que possibilita a interação entre sujeitos em uma sociedade.

A falta de comunicação gera isolamento, preconceito e baixa autoestima, e estes conflitos muitas vezes são interpretados de forma equivocadas alterando assim o comportamento do surdo levando-o a agressividade, intolerância, individualismo.

É importante pontuar que ser surdo é ser diferente e não propriamente deficiente. O sujeito surdo tem e desenvolve habilidades próprias, a inclusão social do surdo acontecerá com a participação direta da família, responsáveis e cuidadores.

O acompanhamento psicológico em LIBRAS possibilitará condições para uma melhor convivência do surdo com a família, a sociedade e em especial ao grupo que estiver inserido.

A psicoterapia em LIBRAS permitirá ao surdo conhecer a si próprio como também o processo  relevante de construção de sua identidade e autonomia.

 

Maria Antônia do Nascimento Santos
Psicóloga – Especialista em Libras
*Da equipe Cuidarte 

Estresse interfere nas relações interpessoais

Tempo de trabalho invade a vida privada e estresse permeia essa relação

Uma pesquisa recente do IPEA com 3.796 pessoas residentes em áreas urbanas, das cinco regiões do país, aponta que cada vez mais as pessoas levam trabalho para casa, o que tem entre suas consequências o prejuízo nos relacionamentos com familiares, cônjuge e amigos. Em outras palavras cada vez mais o tempo de trabalho invade a vida privada e o estresse permeia essa relação.

De acordo com a análise feita pelo instituto, para um grupo dos entrevistados – entre 30% e 50% deles – há uma percepção comum da relação entre o tempo de trabalho e o tempo livre: a de que o tempo de trabalho remunerado afeta de modo significativo, crescente e negativo o tempo livre.

O estresse advindo do trabalho é reconhecido no mundo todo como um dos principais fatores de redução de qualidade de vida e vivenciado pelos trabalhadores como um estado desagradável e ameaçador ao bem-estar, segurança e estima.

Segundo o autor da área organizacional Álvaro Tamayo, as exigências do trabalho na modernidade, o excesso de tarefas, a redução de funcionários, a necessidade de manter-se empregado, a deteriorização das relações de trabalho são alguns dos fatores que contribuem para o aparecimento do estresse.

A degradação da capacidade de se relacionar é justamente um dos sintomas do estresse, por isso o reflexo imediato nas relações familiares e de amizade, pois a pessoa estressada sofre uma redução da capacidade de comunicação. Em alguns o estresse pode se manifestar com cansaço, dores pelo corpo, má qualidade do sono, dificuldade de concentração.

Mas se de um lado há a necessidade de manter-se empregado e ter como se sustentar, como não deixar o estresse tomar conta da vida de cada um? É certo que o gerenciamento do estresse é um desafio tanto para o trabalhador individualmente como também para as empresas.

Para o também escritor da área organizacional Gilberto Ururahy, gerenciar o estresse consiste em traçar perspectivas, antes de tudo, através dos nossos próprios pensamentos. Uma das dicas é não negligenciar os sintomas do problema, como fadiga, cansaço súbito, perturbação do sono.

Segundo ele, os sintomas e hábitos como recorrer a excitantes como o café ou o cigarro, revelam um estresse mal gerenciado. Ele alerta que tais sinais podem ser indícios de uma estafa. Procurar ajuda profissional de um médico e de um psicólogo é um dos caminhos para se cuidar, bem como fazer atividade física e manter uma alimentação saudável.

A psicóloga organizacional e da equipe Cuidarte Terapias Integradas, Laís Forte, dá dicas para melhorar o relacionamento interpessoal. Ela sugere aos casais que estejam vivenciando o que IPEA apontou, procurar um tempo só para a relação. Delimitar o tempo para o trabalho e o da relação, fazer programas a dois e sem as crianças.

Por Adriana Lemos
Jornalista e psicóloga
*Da equipe Cuidarte

Anorexia pode acontecer com crianças

Anorexia infantil se manifesta no primeiro ano de vida até os 12 anos.

Anorexia é um transtorno alimentar no qual as pessoas desenvolvem um comportamento de tornar o seu peso abaixo dos níveis esperados, associando a uma percepção de que está muito gordo. É a partir da adolescência que se percebe essa definição. Já a anorexia infantil não teria a mesma definição, esta se manifesta no primeiro ano de vida até os 12 anos.

Nesse caso não deixa de se classificar como transtorno alimentar causado pela recusa de alimentos, e tende a se agravar quando os pais insistem que a criança coma.

Definimos a anorexia infantil em dois tipos: o primeiro, de forma rara, a criança apresenta-se com recusa e apavoramento diante da comida o que ocasiona um isolamento dessa criança com o meio. O segundo apresenta-se mais frequentemente na nossa cultura, chama-se anorexia de oposição, essa caracterizada como uma verdadeira guerra entre a mãe e a criança e tem como causa a insistência dos pais para que a criança coma, podendo ter como reflexo o vômito.

A insistência e a importância que os pais dão a finalização de uma refeição levam esses pais a desenvolverem métodos para alcançar o seu objetivo, tais como colocar a criança na frente da TV para distrair, deixar sentado na mesa de castigo só podendo levantar quando terminar, oferecendo uma colher para a criança e outra para a boneca, entre outros.

Com esses atos os pais acreditam estar favorecendo uma dinâmica saudável, e na verdade estão provocando na criança uma tortura na hora da alimentação. É importante colocar que crianças perdem o apetite muito fácil e por diversos fatores, como viroses, crescimento da dentição e até mesmo a introdução de novos alimentos na dieta. A cada método reinventado pelos pais ou cuidadores se reafirma um ciclo que vai se agravando a cada nova rejeição da refeição, transformando-se em um hábito.

A criança anoréxica de oposição é geralmente muito ágil, estando à frente de outras crianças no desenvolvimento motor. Os bebês muitas vezes apresentam-se agitados e nervosos.

É importante pontuar que anorexia infantil muitas vezes é passageira, os pais necessitam buscar orientação com um psicólogo e com o pediatra de acordo com a vivência do momento. Havendo um trauma o psicólogo conseguirá identificá-lo e trabalhá-lo.  É necessário deixar claro que a anorexia infantil tem solução e muitas vezes é resolvida com boa distração (passeios em seus lugares preferidos), mudança nos hábitos alimentares e uma maior disponibilidade de atenção por parte dos pais a criança, demonstrar interesse, conversar sobre o assunto, elogiar boa conduta, mas na maioria das vezes a criança quer sentir-se segura e amada esse é o primeiro passo para a cura.

Por Kislley Sá Urtiga
Psicóloga clínica e gestalt-terapeuta infantil
*Da equipe Cuidarte 

 

Saiba tudo sobre autismo e como tratar o transtorno

Em 2 de abril  aconteceu o dia mundial do autismo para conscientizar acerca do tema

 

O autismo caracteriza-se por um comportamento aparentemente alheio ao ambiente social, uma tendência a movimentos e vocalizações repetitivas, uma resistência variável, mas sempre presente, a mudanças na rotina e dificuldades típicas de aprendizagem de habilidades sociais e de autocuidados, cuja precocidade é impeditiva, causando um empobrecimento generalizado do repertório de conduta das pessoas afetadas pelo transtorno.

Esses problemas afetam praticamente todas as áreas do desenvolvimento e em diferentes intensidades.

Para compreender como se dá a intervenção comportamental, é necessário entender que princípios estão por trás da teoria. B.F. Skinner, um dos teóricos da Análise do Comportamento.

Ele defendia o estudo do comportamento com objetivos de prevenção e controle e propunha uma tecnologia do comportamento, assim com um planejamento cultural da sociedade.

Essas propostas coincidem com a influência da teoria darwiniana da seleção das espécies sobre a Análise do Comportamento. Partindo do pressuposto de que, assim como as espécies, os comportamentos e as culturas passam por processos de variação e seleção, cujos efeitos retroativos sobre os organismos e os grupos se mantêm na medida em que contribuem para sua sobrevivência.

É importante esclarecer que, para a Análise do Comportamento, o comportamento de uma pessoa é controlado por sua história genética e ambiental, sendo o próprio comportamento humano uma forma de controle. O controle sempre está presente, e é em grande parte social.

A ABA (Applied Behavior Analysis ou Análise do Comportamento Aplicada), como o próprio nome diz, é a aplicação da Análise do Comportamento ao estudo e à intervenção de comportamentos socialmente relevantes e em ambiente natural.

Ela utiliza-se de métodos baseados em princípios científicos do comportamento para construir repertórios socialmente relevantes e reduzir repertórios problemáticos.

Os pressupostos básicos são os comportamentos observados  passíveis de serem modificados, e a emissão de comportamentos considerados inadequados não são vista como sintoma de uma doença; todo comportamento possui uma função (causa); a emissão de comportamentos pode produzir diversas consequências, e baseado na análise funcional, podemos investigar o que mantém tal comportamento.

Dentro da perspectiva da Análise do Comportamento pode-se afirma que as pessoas com autismo apresentam dificuldade em responder a estímulos discriminativos sociais, ou seja, relativos aos comportamentos de outras pessoas. Muitos reagem a estímulos incondicionados em magnitude e latência diferentes da média das outras pessoas

A ABA se baseia em quatro passos: “1) avaliação inicial, 2) definição dos objetivos a serem alcançados, 3) elaboração de programas (procedimentos) e 4) avaliação do progresso”.

As avaliações iniciais estabelecem uma linha de base dos comportamentos do paciente, através de sua observação, da investigação periódica dos possíveis reforçadores. A partir daí são estabelecidos os objetivos, e o planejamento das tarefas é feito.

Um dos objetivos dessa abordagem é identificar as relações funcionais entre comportamentos problemáticos e eventos ambientais específicos e propor alternativas para se conseguir a mesma consequência com um comportamento diferente.

O analista do comportamento também prepara o ambiente para que novas habilidades possam ser aprendidas, não sem antes identificar as habilidades do paciente e as que precisa aprender.

Habilidades básicas tais como contato visual, sentar independente, seguir instruções simples e imitação motora devem ser ensinadas, se necessário, antes de se introduzir habilidades descritas em um currículo mais intermediário, tais como reconhecimento de objetos, nomeação, reconhecimento de números, atividades da vida diária (por exemplo: escovar os dentes ou lavar as mãos) e, finalmente, as habilidades pertinentes a um currículo mais avançado, tais como gramática, conceitos matemáticos, emoções.

É importante ressaltar que as intervenções se dão através de reforçamento positivo. O processo é lento, dividido em pequenos passos e constantemente avaliado, verificando-se a eficácia ou não do programa.

 

Flávia Barros
Psicóloga Comportamental
*Da equipe Cuidarte

 

 

Abordagens são caminhos distintos que levam ao mesmo lugar

 

Saiba mais sobre as abordagens da psicologia e como funcionam.

Quando a gente quer chegar a um determinado lugar pensamos qual o melhor caminho para atingir nosso objetivo. Ponderamos, por exemplo, qual o percurso é mais curto. Podemos também considerar qual tem menos sinal de trânsito e assim, apesar de ser mais longo, possibilitará andar com mais rapidez Independente de escolher um ou outro, no final chegaremos ao mesmo lugar.

Em se falando de psicologia, melhor, nas abordagens psicológicas podemos fazer uma comparação com o relatado acima, no sentido de que podemos escolher uma das abordagens (caminhos) na hora de ser atendido (a) por um psicólogo e, independente de qual, alcançaremos nosso objetivo (autoconhecimento, acolhimento, alívio do sofrimento subjetivo).

Ao optar por uma ou outra abordagem psicológica, o que vai mudar na prática é o caminho escolhido para chegar ao objetivo. Em linhas gerais, o que difere uma abordagem da outra é a base teórica que a sustenta, bem como as técnicas usadas pelo profissional de psicologia para atender seu cliente/paciente.

Entre as abordagens mais conhecidas podemos citar a Psicanálise, a Humanista, a Comportamental e a Cognitivo-Comportamental.

De modo simples, a primeira trabalha com o inconsciente e com conceitos como id, ego, superego, pulsões, transferências e contra transferências. O método básico da psicanálise é o manejo da transferência e da resistência em análise.

Já a abordagem Humanista abarca conceitos apropriados da filosofia, tais como existencialismo e fenomenologia. E está mais centrada em acolher o sujeito em sua singularidade, importando-se menos com o sintoma (o que/transtorno/doença) e mais com o que o provoca (o como), o modo de o sujeito funcionar no mundo. Acredita nas potencialidades do ser humano e na sua capacidade de autorregulação.

A abordagem Comportamental ou Análise do comportamento, por outro lado, trabalha em termos de comportamentos, seus antecedentes e consequentes. Acredita que a pessoa  se comporta pela consequência de comportamentos anteriores. É uma abordagem de cunho educativo.

Como a anterior, a abordagem Cognitivo-Comportamental (TCC) é educativa, toma como base o arcabouço teórico daquela. Assim como a Análise do Comportamento, a TCC é mais diretiva, tendo como foco não só o comportamento, mas o pensamento.

Para a TCC o pensamento modifica o comportamento, já para a Análise do Comportamento o pensamento é uma classe de comportamento.

Após ter claras as diferenças entre as abordagens psicológicas, é escolher a que mais se adéqua às suas necessidades e desejos. Por fim, é importante destacar que a empatia com o profissional que vai lhe acompanhar é outro ponto a ser considerado.

Adriana Lemos
Psicóloga e Jornalista
*Da equipe Cuidarte

Psicólogo ajuda paciente a enfrentar hospitalização

No contexto hospitalar,  esse profissional auxilia no manejo multidisciplinar.

Sabe-se que o processo de hospitalização altera a dinâmica da pessoa que o vivencia e interfere diretamente na saúde mental dessa pessoa, comprometendo a qualidade de vida e as respostas do sujeito ao tratamento administrado.

Quando o paciente procura o hospital, constata-se que a experiência de adoecimento assume várias conotações e constitui elemento importante a ser considerado no âmbito da assistência multidisciplinar, pois dada a sua variedade, envolve diferentes tipos de abordagens – seja nos aspectos biológico, psíquico (mental), social ou espiritual.

A abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental vem sendo também utilizada no contexto hospitalar ao auxiliar os indivíduos hospitalizados a terem um manejo mais adequado do quadro vivenciado, tendo em vista que ansiedade, depressão, hostilidade, hipocondria, estratégias passivas de enfrentamento e crenças frequentemente infundadas fazem parte do momento vivenciado pela grande maioria desses pacientes.

O significado pessoal e subjetivo que a enfermidade desperta no ser humano lhe possibilita reagir de formas diferentes ao adoecer. Desse modo, o suporte exclusivamente pautado no modelo biomédico passou a ser questionado, visto a necessidade de se valorizar os aspectos psicológicos e sociais; fato que aponta a relação destes com a saúde e a doença e representa o modelo biopsicossocial.

Tendo em vista, que esse modelo de terapia é de intervenção breve, semi-estruturada e orientada para metas, esta tem sido utilizada nos centros de pesquisa e tratamento de transtornos decorridos da hospitalização. Vários estudiosos da área avaliaram sua eficácia e relataram que um procedimento psicoterápico eficiente deve considerar o desenvolvimento de estratégias que produzam compreensão e modificação dos processos físicos e psicológicos do adoecimento, promovendo o conhecimento sobre a capacidade existente para lidar com essa situação.

Assim sendo, a atuação em Psicologia com abordagem na terapia cognitivo-comportamental junto ao paciente no contexto hospitalar, à medida que identifica e compreende fatores emocionais associados à experiência de adoecimento, resgata junto a ele estratégias de posicionamento ativo no tratamento. E neste contexto, busca trabalhar não somente conteúdos psíquicos subjacentes às limitações e incapacidades, mas, também, o que é saudável e possível de ser empreendido pelo paciente no transcurso de tal processo.

Carla Keline Marinheiro
Psicóloga Cognitivo-comportamental
*Da equipe Cuidarte

Cuidarte oferece Terapia do Luto em grupo e individual

A clínica conta com profissionais especializados que conduzem a Terapia do Luto.

 

A Cuidarte Terapias Integradas está preparada para realizar trabalhos com grupos e dentre eles o que tem como tema o Luto, quer seja ele por perdas reais ou simbólicas. O grupo de Terapia do Luto está a cargo da psicóloga Celda Meireles, que nessa entrevista, fala sobre Tanatologia e explica o que é a Terapia do Luto, como ela acontece, bem como faz a diferenciação entre luto normal e o patológico.

 

O que é Tanatologia?

Literalmente é o estudo da morte, trazendo para o âmbito da Psicologia é ciência que estuda os processos emocionais e psicológicos que envolvem as reações à perda, ao luto e a morte.

O que é a Terapia do Luto?

É a terapia que visa ajudar as pessoas a enfrentar às dificuldades decorrentes de perdas reais ou simbólicas.

O luto é normal?

Sim. O luto é um processo normal e necessário porque a morte faz parte da vida. Estamos a todo o momento vivenciando perdas. Cada escolha que fazemos na vida representa uma perda, porém nem todas as pessoas conseguem passar por esse processo sem ajuda e algumas até adoecem em função de lutos mal elaborados.

Em que a terapia do luto pode ajudar as pessoas que sofreram perdas e que estão com dificuldade de enfrentá-las?

A terapia do luto ajuda a pessoa enlutada a realizar as tarefas do luto como a aceitar a realidade da perda, elaborar a dor da perda, ajustar-se a um ambiente onde está faltando a pessoa que faleceu, a reposicionar em termos emocionais a pessoa que faleceu e continuar a viver, sem necessariamente se sentir paralisada pela dor, ou adoecer por causa da dor.

Qual a diferença entre um luto normal e um luto patológico?

Em todo processo de luto é normal sentir falta, saudade, tristeza, chorar, querer ver a pessoa que morreu, sonhar, “ouvir” a voz do morto entre outras ocorrências. A intensidade dos sentimentos varia de acordo com o significado que a pessoa falecida tinha para quem fica. Esse significado pode está vinculado a diversos aspectos: afetivos, emocionais, dependência. Não existe luto sem sofrimento, mas em um processo de luto normal desde que a pessoa participe dos rituais (velório, condolências, enterro, missa de sétimo dia) que ajudam a realização da primeira tarefa do luto, que é aceitar a realidade da perda, ela pode vivenciar todo o processo sem ajuda profissional. Aos poucos voltar as suas atividades, poder contar com uma rede social de apoio formada por familiares e amigos, facilita a realização das outras tarefas do luto como elaborar a dor da perda e etc…

 

Quais os sintomas ou comportamentos indicam que uma pessoa não está tendo um processo de luto normal e que precisa de terapia do luto?

O tempo esperado para que cada tarefa do luto se realize pode sinalizar se o luto tende a se complicar. A família percebe a fixação de determinados comportamentos de uma pessoa em relação à perda. Pode acontecer depressão, dificuldade de voltar às atividades normais, não encontrar sentido para a vida, ir com freqüência ao cemitério, ressentir-se se as outras pessoas da família não comportarem-se de maneira semelhante a si mesma ou exigir que a família se reúna no cemitério em datas como Natal, Ano Novo, dia do aniversário do morto entre outros comportamentos.

 

Que tipo de atendimento pode ajudar uma pessoa com luto patológico?

Cada caso exige uma avaliação através de uma entrevista inicial para verificar se a pessoa pode ser incluída na terapia em grupo ou se há indicação para atendimento individual. O terapeuta também procura identificar em que fase do luto a pessoa se encontra para poder ajudar a finalizar o processo da melhor forma possível.

 

A terapia do luto é só para casos de morte?

Não. Pode ser indicada também em casos de separação, abortos espontâneos ou provocados, pessoas desaparecidas.

 

Como as pessoas podem procurar e receber atendimento?

A Cuidarte oferece atendimento a pessoas enlutadas individualmente ou em grupo. O psicólogo precisa ter pelo menos formação em Tanatologia e experiência de trabalho em grupo. Esse atendimento em Teresina pode ajudar as pessoas em todos os tipos de perdas, especialmente aos que perderam entes queridos por suicídio, devido ao alto índice dessa ocorrência em nossa cidade. O luto por suicídio é um tipo especial de luto, por essa razão, o grupo de atendimento aos enlutados por suicídio é homogêneo, ou seja, todos os participantes sofreram o mesmo tipo de perda.

 

Família contemporânea é marcada pela diversidade

Os novos arranjos familiares modernos permitem diversas configurações.

A complexidade presente em torno da questão família é apontada de forma recorrente na bibliografia; um único conceito é insuficiente para abrangê-la, diversas configurações são possíveis. As perspectivas sociais de análise e interpretação das configurações familiares enfatizam que essas configurações são construídas sócio-historicamente.

Em relação à dinâmica interna dessa instituição social, percebemos que ao nascer um bebê, nascem simultaneamente tantos outros papéis familiares assumidos pelos pais, irmãos, tios, avós… São essas pessoas, através de suas interações com a criança, que vão favorecer algumas condições e direções para seu desenvolvimento, dentro de ambientes culturalmente organizados. Nesse contexto de discussão podemos afirmar que os conceitos de família atuais não obedecem ao conceito tradicional de família nuclear, pois as famílias são compostas por grupos que, com variadas composições, são unidos por laços de aliança, afinidade, solidariedade, respeito, cuidados mútuos, para além dos traços de consanguinidade. Além disso, as diferenças socioeconômicas e culturais alteram os vínculos familiares.

A diversidade também é uma característica das sociedades modernas, em que as famílias se tornam espaço de interação entre várias raças, etnias e religiões. Homens e mulheres compartilham funções que antes eram mais precisamente definidos por gênero. Nas famílias tradicionais, ao homem era atribuída a função de sustento da família, enquanto a mãe cuidava das crianças e do lar. Atualmente, observa-se, mesmo em um modelo de família nuclear, um grande número de pais que participam dos cuidados de seus filhos enquanto a esposa trabalha fora. Sobre as transformações ocorridas na família moderna as que mais comparecem na literatura da área são: a separação dos pais, o que gera algum prejuízo à criança e a participação feminina na força de trabalho, que pode acarretar um distanciamento dos filhos, pois eles acabam passando menos tempo com os pais, e, provavelmente, sendo educados e cuidados em outros ambientes e por outras pessoas.

As famílias monoparentais, que são aquelas que possuem apenas a mãe e os filhos ou o pai e os filhos têm aumentado, principalmente, as que são chefiadas por mulheres. Além da presença da mãe é marcante, nas famílias atuais a figura da avó como representativa de mulheres nas famílias. As funções anteriormente atribuídas ao pai como provedor da família são descentralizadas, tendo a mãe como cuidadora e mantedora das necessidades das famílias. Sobre as famílias resultantes de recasamentos, elas se formam por buscas de novos parceiros, ou mesmo provedores que possam ajudar nas despesas e responsabilidades da casa. Quanto à família adotiva, essa surge à medida que as crianças são abandonadas ou doadas. Nas famílias contemporâneas ainda encontramos as famílias resultantes de uniões homoafetivas, onde em muitos casos ocorre a adoção de crianças.

Percebemos que embora as famílias hoje, apresentem diversas configurações, são grandes as dificuldades encontradas na sociedade para aceitá-las, pois ainda é forte a ideia da família nuclear tradicional, em que o pai é o provedor e a mãe continua sendo a dona-de-casa em tempo integral.

 

Karine Rodrigues
Mestre em psicologia e Gestalt-terapeuta

Tire as dúvidas sobre Transtorno Obsessivo-Compulsivo, TOC

 

 

O TOC é um problema comum e  atinge entre de 2 a 3% das pessoas ao longo de sua vida

Tem se verificado que o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um problema mais comum do que se imaginava, manifestando-se com diferentes níveis de gravidade. Pode ser leve, não acarretando maiores problemas, ou grave, incapacitando totalmente seus portadores, exigindo hospitalização e interferindo na vida de toda a família.

O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) caracteriza-se pela presença de: pensamentos obsessivos ou obsessões que são idéias, imagens, sons, frases, lembranças, dúvidas ou impulsos, usualmente desagradáveis e acompanhados de apreensão ou angústia, que invadem a consciência contra a vontade da pessoa, de forma repetitiva e estereotipada, que apesar de considerá-las absurdas, estranhas ou exageradas, não consegue afastá-las. Mesmo assim tenta resistir a eles, ignorá-los ou suprimi-los com ações, atos mentais, ou com outros pensamentos, geralmente sem sucesso.

Tais comportamentos repetitivos também chamados de rituais ou compulsões, são executados com a finalidade de reduzir o desconforto ou apreensão que acompanha os pensamentos invasivos ou obsessões, ou para prevenir algum evento temido, ou mesmo em virtude de regras auto-impostas pelo indivíduo e que devem ser seguidas rigidamente. Geralmente não possuem conexão realística direta com o que desejam prevenir ou neutralizar e são claramente excessivos. Podem ser observáveis ou encobertos (atos mentais). Por exemplo, a necessidade intensa de lavar as mãos (compulsão) sempre que toca em algo que considera sujo ou contaminado (obsessão), ou repetir tantas “x” vezes um determinado número para que algo de ruim não aconteça.

O TOC é um transtorno crônico que, muitas vezes, se inicia na infância e acomete principalmente indivíduos jovens até os trinta anos, podendo durar toda a vida. Pode consumir muito tempo da pessoa na execução de rituais, ou ocupar sua mente por muitas horas durante o dia pelas obsessões impedindo-a de ocupar-se com pensamentos mais produtivos. O que agrava ainda mais o quadro é que tal comprometimento é sempre acompanhado de muita angústia, aflição, sentimentos de impotência, diminuição da auto-estima e depressão.

Muitos pacientes têm vergonha de seus rituais e até mesmo de seus pensamentos obsessivos, e em função disto procuram ocultá-los dos familiares, precisando esconder- se das demais pessoas para realizar atos que eles mesmos consideram absurdos. Como não conseguem controlar-se e evitá-los, interpretam tal necessidade como “mania”, uma espécie de loucura, fraqueza, desvio da conduta ou perversão, o que aumenta a auto- crítica e os sentimentos de culpa. Muitos familiares também não compreendem as manifestações do TOC, ainda mais que em muitas situações interferem de forma acentuada nas rotinas da própria família e no desempenho profissional ou escolar do paciente.

As obsessões mais comuns são as relacionadas com sujeira e/ou contaminação seguidas de compulsões ou rituais de lavagens (das mãos ou do corpo) e da necessidade de evitar de tocar em objetos ou pessoas, ou andar em lugares considerados contaminados. Também são comuns pensamentos relacionados com agressividade, medos absurdos de que possa acontecer algo de ruim para si ou seus familiares, sexualidade, dúvidas acompanhadas da dificuldade de tomar decisões, preocupações exageradas com exatidão, perfeccionismo, simetria, alinhamento ou lentidão para executar as tarefas do dia-a-dia.

As compulsões mais comuns são a necessidade de lavar repetidamente as mãos, as roupas, o corpo; evitar tocar em objetos considerados contaminados como por exemplo trincos de portas, corrimãos de escadarias ou ônibus, assentos de banheiros públicos, não usar toalhas dos demais membros da casa, não sentar em bancos de praças; verificar repetidamente portas e janelas; realizar contagens, rezas, repetir números ou palavras mentalmente; repetir atos, toques, gestos. Alguns pacientes são também extremamente lentos, geralmente em função das dúvidas antes de tomar decisões, ou de compulsões mentais. Na maioria das vezes existem diversos tipos de sintomas simultaneamente.

O TOC é bastante comum pois atinge entre de 2 a 3% das pessoas ao longo de sua vida e é considerado o quarto diagnóstico psiquiátrico mais freqüente. O início da doença ocorre na maioria das vezes antes dos 25 anos, predominantemente ao redor dos 20 anos, afetando igualmente homens e mulheres. A prevalência é bem maior entre familiares de primeiro grau e em adolescentes masculinos.

A ciência tem conseguido esclarecer vários fatos em relação à doença embora não consiga ainda esclarecer suas verdadeiras causas. Provavelmente concorrem vários fatores para o seu aparecimento, embora seja cada vez mais evidente a conexão do TOC com fatores de natureza biológica envolvendo aspectos genéticos, neuroquímica cerebral, lesões ou infecções cerebrais, e fatores psicológicos e até culturais.

Sabe-se ainda que fatores de natureza psicológica influem no surgimento, na manutenção e no agravamento dos sintomas de TOC. É bastante comum que os sintomas surjam depois de algum estresse psicológico; conflitos psíquicos agravam os sintomas, e tem cada vez ficado mais claras certas alterações no modo de pensar, de perceber e avaliar a realidade por parte destes pacientes. Eles tendem a supervalorizar a importância dos pensamentos como se pensar fosse o mesmo que agir; tendem a supervalorizar o risco e as possibilidades de ocorrerem eventos desastrosos ; tendem a superestimar a própria responsabilidade quanto a provocar ou prevenir eventos futuros; são perfeccionistas, perdendo muito tempo com a preocupação de fazer as coisas bem feitas e evitar possíveis falhas ou imperfeições e imaginam modificar o curso futuro dos acontecimentos com a execução dos rituais (pensamento mágico). Cada paciente pode apresentar uma ou mais destas distorções, que são mantidas mesmo as evidências sendo contrárias a elas, ou apesar de não terem comprovação na realidade.

Estes pacientes aprendem a usar rituais ou outras manobras psicológicas como atos mentais e a evitação como forma de aliviar a aflição que normalmente acompanha as obsessões, e por este motivo passam a repeti-los, mesmo que isto significa estar mantendo a doença.

Foram desenvolvidos tratamentos que conseguem melhorar a vida de mais de 80% dos pacientes e, em muitas situações, eliminar os sintomas por completo, através da  associação entre duas modalidades: o acompanhamento psicoterápico e psiquiátrico.

 

Flávia Barros
Psicóloga Comportamental
Da equipe Cuidarte

Psicóloga da equipe Cuidarte dá dicas na revista Mais Feliz

Flávia Nobre fala de ações  que ajudam na dieta.

A psicóloga Flávia Barros  Nobre, da equipe Cuidarte Psicologia, dá dicas em matéria sobre dieta na revista Mais Feliz, da Editora Abril. A revista com  a matéria é a edição nº 23 de 20 fevereiro. Flávia, que segue a abordagem comportamental em seus atendimentos, fala sobre o que pode ser feito por aqueles que estão de dieta para ter sucesso no emagrecimento. A matéria pode ser conferida abaixo (clique na imagem para ampliar).