Passeando pelo Museu de Freud

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A casa em que Sigmund Freud passou o último ano da sua vida virou museu pelas mãos de sua filha, Anna Freud. E é sobre este lugar que vamos falar um pouco nesse texto. A nossa coordenadora, Kislley Sá Urtiga, teve a oportunidade de visitar o local, que fica em Londres, no Reino Unido, e nos fez um resumo do que viu por lá, e seu encantamento com a história daquele que é considerado o pai da psicologia.

O museu tem dois pavimentos, o térreo e o 1º andar. Na parte de baixo encontram se o hall de entrada, a sala da frente, o gabinete, a sala de jantar e um espaço dedicado hoje à loja que vendem lembranças. Já no 1º andar estão a sala de exposições, a sala de vídeo e a sala Anna Freud.
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“Ao visitar o museu, a melodia de fundo era -isso aqui, o que é- de Caetano Veloso. Muito emocionante! A sensação de acolhimento pela melodia brasileira, parecia que Freud estava me dando boas-vindas. Ao passar por cada cômodo e observar cada objeto, era reviver as histórias fantásticas e curiosas ouvidas na graduação em psicologia. Lá é tudo organizado e bem conservado. Ambientes íntimos, como sala de jantar, traziam a essência da vida simples e harmônica de Freud”, diz Kislley.

“Em Londres, em meio a tantas atrações e museus, não me contive antes de ter a experiência verdadeira, a experiencia de conhecer onde viveu Sigmund Freud, sua casa, suas obras, sua intimidade. Como ele dizia: Só a experiência própria é capaz de tornar sábio o ser humano. Certamente o que vivi lá valeu muito a pena”, pontua a psicóloga.

Kislley conta que no térreo na casa original havia uma varanda aberta para o jardim, mas hoje o local é um jardim de inverno. Este foi um dos espaços que mais lhe chamou a atenção. O local era onde Freud passava horas contemplando o verde. Tal varanda foi desenhada pelo arquiteto Ernest, filho de Freud. O aposento contíguo é a sala de jantar que contém mobília campestre austríaca, proveniente da casa de campo de Anna Freud e Sorrothy Burlingham.

O quarto que era seu gabinete, com sua biblioteca, foi conservado por Anna Freud depois da sua morte. Lá está o divã analítico original, trazido de Bergasse 19, onde os pacientes se deitavam enquanto Freud, fora do alcance visual deles na sua poltrona verde, escutava suas “livres associações”. Eles deveriam falar tudo que lhes viesse a mente, sem peneirar ou selecionar, conscientemente, as informações. Este método tornou-se o alicerce sobre o qual a psicanálise foi construída.

Nesse gabinete está a biblioteca de Freud. As circunstâncias históricas impediram Freud de levar todos os seus livros de Viena para Londres, mas a biblioteca contém aqueles escolhidos por ele. Abrangem uma vasta gama de assuntos: arte, literatura, arqueologia, filosofia e história, assim como psicologia, medicina e psicanálise.
No 1º andar o destaque fica para a sala Anna Freud que exibe aspectos do seu trabalho e da sua personalidade: mobílias do seu escritório (entre elas o divã analítico) e o tear que ficava no seu quarto de dormir. Anna gostava muito de tecer e de tricotar. Tricotava durante as sessões de análise de seus pacientes.

Esta casa na 20 Maresfield Gardens, London NM3 5SX, e onde Freud concluiu a sua obra e sua vida, oferece agora uma perspectiva ímpar do alicerce da psicanálise.

Por Adriana Lemos
Com informações do folder oficial do Freud Museum London