Rituais de autocuidado para incluir na rotina

Olhar para si com cuidado e afeto, prestando atenção às suas necessidades, nos ajuda a cultivar bem-estar físico e emocional

Cuidar da gente mesmo pode parecer um desafio em meio à rotina do dia a dia. Parece que somos atropelados pelas demandas do mundo, do trabalho, da família e mal dá tempo de lançar um olhar amoroso para as nossas necessidades. Mas encontrar valor nas pausas que fazemos para nutrir nosso corpo e nossa mente traz enormes benefícios para vivermos com mais bem-estar físico e emocional.

Aqui, compartilhamos algumas sugestões de práticas para inspirar você a escolher o que mais combina consigo e, assim, ter um momento de maior conexão – e uma vida mais bem nutrida do que você realmente precisa.

E o mais importante: não veja o autocuidado como mais uma tarefa da qual você precisa ticar ao longo do dia – ou uma prática que só gera mais culpa por não conseguir manter em dia. Acima de tudo, o autocuidado é esse olhar gentil consigo mesmo, que nos libera de uma relação contábil com a vida. Vá no seu tempo, no seu ritmo. Está tudo bem. <3

1. Escute seu corpo

Essa é a dica essencial, que vai nortear todas as suas práticas. Isso porque não há algo que seja plenamente eficaz para todo mundo. Abrir um canal de escuta consigo, reservar alguns minutos para tentar se ouvir e entender o que você precisa, é a prática mais necessária para começar a se cuidar.

2. Faça uma meditação

A prática da meditação também pode ampliar esse canal de escuta. Observar seus pensamentos e não se deixar levar pela nossa “mente de macaco”, que pula de pensamento em pensamento, pode ajudar a baixar a nossa ansiedade e a seguir o dia com mais clareza. Se você não tem costume de meditar, pode começar a prática observando a sua respiração – e toda vez que algo tentar tirá-lo disso, você retoma a consciência a ela. Também pode praticar conduzindo a sua atenção às partes do corpo: comece pelos pés e suba até a cabeça.

3. Esteja perto da natureza

Ficar um pouco mais próximo da natureza é, para muita gente, uma forma muito poderosa de recarregar nossas energias. Ela nos ajuda a acalmar, a ver o ciclo das coisas e a nutrir nosso corpo de algo que é também dele, mas que na correria do dia a dia a gente pouco nota. Coloque os pés na grama, sinta as folhas das árvores. Olhe para os animais – e você vai ver quanta vida está acontecendo agora.

4. Leia um livro

Pode ser que aquela pilha de livros só esteja crescendo e você já nem se lembre quando pôde parar e ler algumas páginas daquele livro que começou. Um bom jeito de retomar a sua prática é estipular pequenos períodos, como algo entre 5 ou 10 minutos, para a sua leitura. Assim, você sente que avançou e, se quiser continuar, estende a prática por mais 5 ou 10 minutos. Por vezes a gente idealiza um tempo ideal para ler mas, como esse tempo raramente chega, vamos deixando de lado uma prática por não desfrutá-la dentro do que é possível.

5.Fique na sua própria companhia

Às vezes o que a gente mais precisa é de um tempo só. E vale lembrar: solidão é diferente de solitude. Ter um momento consigo mesmo – seja assistindo a um filme, ou fazendo uma caminhada pela rua – é uma boa oportunidade de regar a sua própria presença interna e cultivar essa que é, no fim, a principal relação que a gente tem.

6. Tomar um banho demorado

É no banho onde, muitas vezes, somos invadidos pela lembrança de tarefas para cumprir. E se você aproveitar esse momento para relaxar mais profundamente? Experimente fazer uma oleação no corpo (coloque em um vidro um pouco de óleo de coco ou gergelim e adicione algumas gotas de óleo essencial de lavanda, por exemplo) e preste atenção na sua pele. A oleação é uma boa maneira de dar contorno ao nosso corpo e a colocar no lugar as nossas emoções. Ensaboe o corpo, e, depois, passe o óleo. Enxágue e, ao se secar, seja suave: a ideia é manter um pouco do óleo em você.

7. Fazer um escalda-pés

Esse momento relaxante para eles que nos sustentam o dia todo é um presente bem gostoso que você pode se dar ao final do dia. Coloque em uma bacia água quente, sal grosso e algumas gotas de um óleo essencial (o de lavanda é um coringa ótimo). Quem tem ervas em casa também pode experimentá-las. Mantenha seus pés na água por 15 minutos e depois esfregue o sal grosso na sola dos pés. Para a prática entrar na rotina, mantenha à mão o que você precisa para preparar seu escalda-pés: uma bacia de alumínio ou ágata (ou outro material, exceto o plástico, que pode liberar toxinas em contato com a água quente), uma chaleira elétrica e um óleo essencial que possa deixar ali, no banheiro.

8. Escreva sobre suas emoções

A escrita é uma ferramenta que pode nos ajudar a clarear nossos sentimentos e a nos conectar mais com a gente. Tentar colocar no papel como foi o dia ou escrever sobre o momento que você está vivendo ou o que gostaria de viver pode ser uma forma de nutrir essa reflexão que você faz sobre si e sobre as situações da vida.

9. Coloque atenção no momento presente

Prestar atenção nas práticas básicas do dia a dia também é um jeito de cuidar da gente. Seja enquanto troca de roupa ou escova os dentes, seja enquanto almoça ou brinca com os filhos. Buscar a presença nesses momentos pode ajudar a desfrutar deles com mais alegria.

10. Saiba dizer não

Muitas vezes somos demandados para muitas situações que só esvaziam nosso estoque interno de energia. E saber falar não para aquilo (e aqueles!) que nos esgota é uma forma muito valiosa de cuidar da gente, de respeitar nossos limites e de nos manter saudáveis emocionalmente.

Se você tiver uma prática de autocuidado que queira compartilhar conosco, comente aqui para mais gente se inspirar também. (:

Fonte: Vida Simples

Entenda como a meditação pode ajudar no seu dia a dia

Por hábito, muitos ligam o “piloto automático” e não observam como a correria do dia a dia pode desgastar a saúde física e mental. Mas, aos poucos, os sinais de desgaste vão surgindo, com dores de cabeça, estresse e irritabilidade, entre outras inúmeras complicações. Antes de forçar muito o motor conhecido como corpo até ele parar, dedique alguns minutos para você e veja como a meditação pode contribuir para eliminar esses problemas da sua vida, além de ajudar com a melhora da concentração e do foco.

Prática milenar, a meditação ganha a cada dia mais espaço no mundo ocidental. Afinal, descansa a mente e o corpo. Além disso, o praticante consegue controlar as emoções, aumentando o poder de concentração e reduzindo o estresse e a hiperatividade.

Os benefícios são conhecidos há muitos anos na cultural oriental e, atualmente, comprovados por estudiosos do mundo ocidental. No Brasil, a meditação faz parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. Disponível no SUS, a ação do Ministério da Saúde conta com o respaldo da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Benefícios

O estresse está relacionado com o surgimento de diversas outras doenças. Pesquisa desenvolvida por universidade do Estados Unidos por exemplo, demonstra que a meditação foi capaz de diminuir 40% das consultas médicas.

Entre os benefícios, a prática ajuda a reduzir a ansiedade e combater depressão e estresse. Além disso, melhora a respiração e a qualidade do sono dos praticantes.

Para quem pensar que apenas trabalhar mais trará melhores resultados, é melhor parar alguns minutos para refletir. Afinal, a meditação aumenta também a concentração, atenção e a memória.

Como praticar?

Existem diversas técnicas para meditar. Alguns utilizam mantras, outras priorizam o silêncio. Dessa forma, o ideal é o praticante encontrar o método que mais se identifique, já que os caminhos podem ser diferentes, mas os resultados são os mesmos, contribuindo para o equilíbrio do organismo.

Contar com a ajuda de um profissional é importante para conhecer as técnicas e praticar corretamente, aproveitando assim todos os benefícios. Alguns aplicativos também ajudam nessa tarefa, apresentando diariamente um passo a passo para a pessoa aprender e conseguir meditar perfeitamente.

A prática deve ser uma atividade prazerosa. Entenda que a meditação não é desligar a mente. Para dar início, escolha um ambiente agradável e fique em uma posição confortável, com a postura alinhada. A respiração é muito importante nesta jornada Portanto, tente eliminar outros pensamentos e concentre-se apenas na respiração, inspirando profundamente e soltando o ar lentamente.

Existem diversas técnicas de respiração que são indicadas na meditação. Outro fator importante: não fique preocupado em acertar tudo no início. É normal não conseguir focar a atenção na respiração e se deixar levar por outros pensamentos. Aos poucos a sua concentração aumentará e você conseguirá aproveitar cada vez mais os benefícios da meditação.

 

Fonte: Estadão Conteúdo

Conheça os principais distúrbios do sono infantil e como minimizá-los

Sinais como olheiras, irritação, choro excessivo, isolamento e agressividade são alguns dos sintomas de uma noite mal dormida

Três em cada dez crianças até 12 anos apresentam distúrbios do sono. A frequência é ainda maior em bebês: quatro em cada dez deles não dormem bem. Em casos severos, o mal-estar com o travesseiro compromete o desenvolvimento dos pimpolhos. Afinal, durante a noite, eles assimilam o conhecimento aprendido ao longo do dia e secretam hormônios responsáveis pelo crescimento. Mas, para isso, não basta fechar os olhos. O cérebro precisa entrar em um estado tal que o torne capaz de atingir diversas fases do sono, do cochilinho às mais profundas. Quem apresenta problemas noturnos, como ronco, falta de ar, pernas inquietas, entre outros, pode até não acordar durante a noite, mas tem esse equilíbrio comprometido. “Há casos em que a criança não cresce, não ganha peso e ninguém pergunta como ela dorme”, afirma a neuropediatra Márcia Pradella-Hallinam, coordenadora do setor de pediatria do Instituto do Sono.

Os sinais mais comuns do problema podem ser sutis, como irritação e choro excessivos, agressividade, desconcentração, isolamento e, se a criança já está na escola, dificuldade de acompanhar o ritmo da classe. Há, porém, indícios mais óbvios, como o surgimento de olheiras. “Muitas vezes, a criança é rotulada como hiperativa, quando, na verdade, a agitação ocorre porque ela está dormindo mal”, diz Márcia. A boa notícia é que parte desses males passa com a idade. Antes disso, a adoção de uma rotina na hora de dormir pode ser a solução. “É necessário ensinar os filhos a gostar de dormir”, afirma o neuropediatra do Hospital Albert Einstein, Saul Cypel, coordenador do Programa de Desenvolvimento Infantil da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. O médico orienta os pais a criar hábitos encadeados, numa espécie de ritual que antecede o sono. Pode-se dar banho, amamentar, colocar na cama e contar histórias. Nada de televisão. Ela até pode provocar certa sonolência, mas prejudica a qualidade do descanso.

Movimentos periódicos de membros
São pequenas contrações dos músculos que fazem com que as pernas e os braços das crianças se contraiam. Com isso, ela se debate durante a noite. Ao contrário do distúrbio das pernas inquietas, as contrações não acontecem durante o dia. O distúrbio, em geral, está ligado à baixa quantidade de ferro no organismo, o que pode ser checado com um exame de sangue e corrigido com a ingestão, por cerca de três meses, de suplemento vitamínico. Se as crises persistirem, também costumam ser indicados remédios semelhantes aos usados para tratar o mal das pernas inquietas, que agem no cérebro para regular a ação muscular.

Ronco

Uma vez ou outra, quando seu filho está muito cansado ou durante uma gripe, o barulho pode ser normal, mas, se ele ronca de três a quatro vezes por semana, é melhor procurar um otorrinolaringologista especializado em crianças. Em geral, o problema acontece quando há hipertrofia adenoide e amígdala, o que prejudica a passagem do ar. “ Para compensar essa falha, a musculatura das vias aéreas, como o nariz e a garganta, se relaxa”, afirma a neuropediatra Márcia Pradella-Hallinam. Esse processo pode não acordar a criança, mas certamente causa um tremendo mal-estar, aumenta o gasto de energia durante a noite e impede que os pequenos atinjam todos os estágios do sono. Há ainda roncos causados por doenças secundárias (rinite, asma, entre outras). Nesses casos, a orientação é procurar um especialista no mal que deu a origem a ele, como um alergista.

Sonambulismo

A criança senta-se, sai da cama, anda, fala, abre portas e não reage ao ser chamada. O sonambulismo é um distúrbio comum na fase pré-escolar e escolar e assusta os pais, principalmente porque a criança não se lembra de nada no dia seguinte. O melhor é cuidar da proteção do pequeno para que ele não se machuque durante o evento e conduzi-lo de volta à cama. Como outros problemas ligados ao amadurecimento do cérebro, a tendência é que ele suma logo sem provocar nenhum dano ao sonâmbulo. Mas, se o distúrbio alterar o bem-estar da casa ou comprometer a segurança da criança, deve-se procurar um médico. Nesses casos, costumam-se prescrever remédios da classe dos benzodiazepínicos, que agem nos neurônios, para estabilizar o sono.

Apneia

Doença que causa pequenas interrupções da respiração durante a noite, a apneia é mais frequente em crianças que têm o ronco agravado. Isso ocorre porque o problema piora a tal ponto que não há mais espaço nas vias aéreas para o ar passar. Outro fator de risco para o mal é a obesidade. A falha pode não levar ao despertar, mas interrompe o ciclo do sono. Quem sofre de apneia costuma ter olheiras, respirar pela boca, durante o dia, mostrar-se cansado aparentemente sem motivo, ficar desconcentrado e ter alterações de humor. O diagnóstico deve ser feito em um centro especializado em ciência do sono. O tratamento varia de caso para caso, de acordo com a origem da doença.

Pernas inquietas

Sabe aquela criança que não para de balançar as perninhas nem quando está concentrada lendo um livro? Então, ela faz isso porque sente incômodo nos membros, o que também acontece durante a noite e pode fazer com que demore para pegar no sono — mesmo depois de pequenos despertares antes do amanhecer. O difícil para os pais, no entanto, é descobrir o motivo que faz com que seu filho durma mal. Isso porque ele é quase imperceptível. Exceto se o garoto ou a garota relata uma sensação parecida com a de formigamento. “Tenho bichinhos andando nas pernas, mamãe”, dizem. Quando o transtorno é muito grande e persistente, os neuropediatras costumam indicar os remédios que agem no cérebro regulando os movimentos musculares.

Despertar confuso

Mais comum em recém-nascidos, esse mal não tem solução e passa logo, à medida que a criança cresce. No berço, o bebê inicia um choro intenso e inconsolável. Os pais pensam, primeiro, que o filhote acordou com problemas, daí o nome da doença. Quando veem que ele ainda está dormindo, acham que se trata de um pesadelo. O que fazer? Nada. O ideal é esperar e observar. Se, por um lado, a crise dura cerca de 15 minutos sob o olhar angustiado dos pais, por outro, pode chegar a mais de duas horas se eles resolvem colocá-lo no colo. “Como o cérebro não aprendeu ainda a passar de uma fase do sono para outra, é como se ficasse encalhado”, explica a neuropediatra Márcia Pradella-Hallinam. “Interferir, porém, costuma prolongar esse estágio”. Com o amadurecimento do sistema nervoso central, os episódios devem desaparecer.

Bruxismo

Dentes gastos, dores na face, no pescoço e na cabeça podem ser sintomas de bruxismo. As vítimas desse mal rangem os dentes ou apertam os maxilares um contra o outro enquanto dormem. Em crianças, costuma acontecer em uma fase da vida e desaparece logo, situações em que é considerado normal e não requer preocupação. O problema pode ser desencadeado, por exemplo, durante uma troca de dentes. Se for persistente, porém, o distúrbio pode prejudicar o ciclo do sono e a saúde bucal. Nessas situações, o aconselhável é procurar um ortodontista. Ele avaliará se é necessário adotar o uso de placas de acrílico ou aparelhos que protegem a arcada e relaxam a boca.

Insônia

Sim, criança tem insônia, mas, na maioria dos casos, ela está associada a hábitos inadequados e à falta de disciplina antes de dormir. Ocorre principalmente entre os bebês que se acostumam a depender de um adulto para dormir. São aquelas crianças, por exemplo, que só pegam no sono se forem embaladas no colo ou durante a amamentação. Também é comum em pimpolhos mais velhos que não têm hora para ir para a cama ou ficam até tarde em frente ao computador, ao videogame e à televisão. Reverter o problema não exige grandes esforços da medicina, mas requer rigor dos pais. É necessário adotar religiosamente uma rotina saudável durante a noite. Estabelecer horários fixos para pegar no sono e, antes disso, praticar atividades que acalmam, como tomar banho, ler histórias e tomar um leite.

Terror noturno

Para os pais, é o distúrbio mais assustador de todos. Comum na idade escolar e em adolescentes, ele aterroriza a casa inteira. Durante a noite, a criança fica agitada e, com os olhos arregalados, grita e chega até a pedir socorro. Mas nada de acordar. No dia seguinte, porém, ela não se lembra do que aconteceu. Os especialistas aconselham que, assim como ocorre com o sonambulismo, o melhor é manter a calma e não provocar o despertar. O mal costuma passar à medida que a criança cresce. Um especialista deve ser procurado se, no dia seguinte, seu filho demonstrar muito cansaço ou se as crises comprometerem o bem-estar familiar. Nessas situações, o médico pode prescrever remédios, como os benzodiazepínicos, que atuam nos neurônios regularizando o sono.

 

Fonte: Veja São Paulo/Abril

Encontro o silêncio de cada dia

Cada um precisa descobrir onde mora a sua quietude.

Era uma semana turbulenta e de muito barulho quando me inscrevi para participar de um “retiro de silêncio”. A algazarra vinha das buzinas que teimavam em gritar durante meu trajeto até o trabalho, dos carros com som alto e de alguns vendedores ambulantes. Tudo isso me atormentava, mas o ruído principal era o interno sobre o que eu deveria fazer para passar o tempo no feriado que se aproximava.

Pois é, dependendo do alvoroço em que nos colocamos, até um feriado pode ser motivo para desespero, indecisão e gritaria mental. Praia? Serra? Aproveitar para finalizar o trabalho pendente? Ficar em casa? Acompanhada? Sozinha? Conhecer um lugar novo? Ou voltar para um lugar que já havia gostado? Até que me deparei com um texto do Rabino Nilton Bonder e uma frase me chamou atenção: “Os domingos precisam de um feriado”. No caso, minha mente era que necessitava de uma pausa.

Suspeito que o burburinho mental seja o mais difícil de calar e, cá entre nós, muitas vezes nem nos damos conta de quanta energia desperdiçamos ao tagarelar mentalmente. A psicóloga e criadora do Portal Despertar, Flavia Melissa, sugere que façamos um exercício para entender toda essa energia que subutilizamos quando insistimos em dar atenção à orquestra de perguntas e pensamentos dentro da nossa cabeça: “Pegue um gravador e durante dois minutos grave tudo que esteja passando pelos seus pensamentos naquele momento”. Talvez você, assim como eu, perceba que o maior incômodo não vem das buzinas alheias, mas da barulheira interna.

Flávia explica que para o taoísmo, filosofia milenar chinesa, tudo que passa pela mente faz parte do chi, como chamam a energia vital. Ou seja, quando deixamos que os pensamentos nos dominem de forma desenfreada, estamos gastando essa carga desnecessariamente. Além do desperdício de vivacidade, o texto do rabino Nilton Bonder me alertou para a minha tentativa de preencher meu ócio com algo e como, atualmente, vivemos em busca de entretenimento para os nossos “domingos livres” – o que, paradoxalmente, nos sobrecarrega com mais barulhos. Percebi que estava na hora de parar de tentar só conhecer lugares novos – bairros, cidades, países – e olhar para dentro. O convite para ficar em silêncio absoluto me fisgou.

Auto-observação

Ficar em silêncio absoluto pode assustar. Confesso que me senti assim. Não me enxergava rodeada de gente sem poder trocar uma palavra ou olhar. Mas, no retiro, aprendi que o silêncio (aquele que eu tanto procurava) morava dentro de mim. O tema é tão relevante que o escritor alemão Eckhart Tolle escreveu um livro só para falar sobre isso, O Poder do Silêncio (Sextante). O título já nos faz pensar que a quietude pode realmente nos revelar muitas coisas poderosas.

Em uma das passagens, o autor menciona o tédio e a ansiedade que podem surgir durante momentos de remanso. Esses, inclusive, são um dos maiores medos de quem se propõe a experimentar o silêncio por um longo período. Para Tolle, a alternativa é aceitar as sensações e os desejos que surgem e observar como você está se sentindo em relação a isso. Ainda segundo ele, a primeira reação que temos quando sentimos tédio é procurar algo para nos preencher, seja ler, fazer um telefonema, navegar pela internet, seja ir ao shopping. No entanto, quando escolhemos observar esses incômodos, percebemos que “não somos pessoas entediadas, e sim que o tédio é simplesmente um movimento de energia condicionada dentro de nós”.

A questão é que hoje estamos permitindo que o barulho do mundo exterior emudeça o som do mundo interior. Além disso, quanto menos silenciamos, maior é a tendência de agirmos no piloto automático. Para a psicóloga Flavia Melissa, o silêncio muitas vezes tem mais a ver com o ato de não reagirmos com imediatismo do que simplesmente nos calarmos. “Durante a aquietação interna, conseguimos olhar para uma determinada situação como um observador atento da gente mesmo e, assim, percebemos como estamos verdadeiramente nos sentindo e temos a capacidade e a lucidez de escolher como agir.”

Percebi que, através da minha experiência no retiro, pude experimentar exatamente essas sensações. Em muitos momentos em que pensava estar com fome ou com vontade de ler alguma coisa, na verdade isso tudo eram formas de preencher o tédio. Mas, em vez de responder de forma imediata, ao me aquietar e me ouvir de verdade, sem imediatismo, tive a oportunidade de perceber o que era real ou não.

Na prática

É comum encontrarmos o tal do silêncio quando entramos em um estúdio de ioga, visitamos um templo budista, indiano, uma igreja ou, claro, durante um retiro. Porém, como encontrar o silêncio em meio ao caos de uma cidade grande? O mestre espiritual Sri Prem Baba sugere que façamos apenas um minuto de silêncio, durante cinco momentos em nosso dia. Podemos considerar ao acordar, antes de iniciar uma refeição, antes de responder um e-mail, após um exercício físico e antes de deitar, por exemplo. Cinco minutos, dentro dos 1.440 minutos que temos em um dia inteiro, podem parecer nada, mas quem adotou a prática sente a diferença – e tem gente que já estendeu o “um minuto” para “muitas horas de silêncio”.

É o caso da fisioterapeuta Milena Guimarães, que, após uma viagem à Índia, percebeu como encontrar momentos de interiorização mesmo em meio ao caos de um grande hospital. “Percebi que no Ocidente desperdiçamos muita energia ao nos expressarmos a todo momento”, reconhece. Para ela, o mais evidente, por exemplo, está no silêncio que não fazemos durante as refeições. Desde então, o seu tempo de almoço não é mais para conversar com os colegas de trabalho e desabafar, mas sim para apreciar o alimento. Além disso, antes de entrar no hospital, ela também tira 15 minutos para meditar e instituiu que um domingo por mês é o dia do silêncio dela.

Mas não é só aos domingos que conseguimos silenciar o batuque mental (ufa!). Momentos de interiorização estão cada vez mais comuns em ambientes corporativos. Muitas empresas estão implementando medidas que ajudam as pessoas a manter o foco no presente, incentivam momentos de silêncio e práticas para olhar para dentro. Natasha Bontempi é uma das responsáveis por essa mudança na multinacional IBM, onde trabalha. Movida por sua busca pessoal, fez, de forma voluntária, um programa de mindfulness dentro da companhia. Em uma das sessões, os participantes são convidados, por exemplo, a permanecer em silêncio durante seis horas e, segundo Natasha, “muitos deles se surpreendem ao perceber como essa simples mudança traz um alívio na rotina e que nem é tão difícil assim”.

Silêncio não é tudo igual

É importante entendermos que, assim como o meu processo durante o retiro foi diferente daquele experimentado pelos participantes que estavam ali, os nossos silêncios também não são iguais. Cada um vai perceber o silêncio da sua maneira; afinal, se os barulhos que nos atormentam são variados, por que nossa quietude seria a mesma?

Na busca pelo meu próprio silêncio, me lembrei das vezes em que mergulhei com cilindro de ar. A experiência de estar dentro do mar durante horas talvez tenha sido o momento mais silencioso que já presenciei. Ali, o foco na respiração fica mais evidente. Você, os peixes, os corais e a corrente marítima, é isso que te leva para um lado e para o outro.

O mar também serve como refúgio para Felipe Roselli, professor de ioga e terapeuta que utiliza o surfe como caminho para o autoconhecimento. “Existem técnicas que nos ajudam a acessar esse silêncio na ioga, mas também existe o caminho da espontaneidade. Sinto que, quando começamos a aceitar ser o que somos e a fazer coisas que realmente amamos, também acessamos esse estado que o silêncio nos permite.”

Para ele, surfar passou a ser o instante em que consegue estar presente e aberto para fluir com o que cada onda pode lhe apresentar, sem tentativas de previsões. “Cada uma, inevitavelmente, vai quebrar de um jeito único”, diz. Mas alerta que a mágica só acontece quando está presente e sem expectativas: “Já surfei muito querendo mostrar algo para alguém, me provar alguma coisa, tentar prever o que iria acontecer, mas aí o silêncio não aparece”.

Mas não é só perto do mar ou mesmo da natureza que o silêncio existe. O escritor Eckhart Tolle aborda isso muito bem. “Qualquer barulho perturbador pode ser tão útil quanto o silêncio. De que forma? Abolindo a sua resistência interior ao barulho, deixando-o ser como é”, escreve. Se ficarmos presos à ilusão de que o silêncio só pode ser atingido em uma imagem clichê de um monge sentado no Himalaia, pensaremos que essa realidade está muito distante.

A verdade é que o silêncio também pode ser sentido ao ouvir a gargalhada causada pelas cócegas que faz nos seus filhos ou depois de uma escalada em uma montanha. Podemos encontrá-lo também no som do suspiro ao terminarmos uma carta para uma pessoa querida. É como coloca Dan Pedersen, autor do livro What Does Silence Sound Like? (Como É Que Soa o Silêncio?, em tradução livre): “Não é fácil colocar essa ideia em palavras, temos que descobrir essas coisas para nós mesmos. Temos de dar espaço para o nosso próprio silêncio”.

Retiros e dinâmicas em grupo em que a prática é exaltada nos ajudam a tomar consciência desse espaço, mas mais importante ainda é encontrarmos o silêncio que existe dentro de nós mesmos, seja qual for a rotina que tivermos. Desconfio que, quando encontramos o que nos faz sentir essa sensação de quietude e colocamos isso em nosso dia a dia, até o barulho das buzinas e da feira perto de casa passa a nos incomodar menos, bem menos.

Fonte: Vida Simples

Mudanças simples na rotina podem deixar a pessoa mais ativa

Que tal caminhar um pouco mais em parte do trajeto ao trabalho? E trocar a escada rolante ou o elevador pela escada convencional?

Quem mora em grandes cidades está acostumado a percorrer grandes distâncias. Entretanto, os pés trabalham pouco. Geralmente, as pessoas se locomovem através do carro, ônibus, trem, escada rolante. Muita distância, pouco movimento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para sair do sedentarismo a gente precisa dar 10 mil passos por dia. Esses passos podem estar tanto dentro de uma atividade ou exercício físico.

A partir de 7.500 passos, a pessoa é considerada pouco ativa e já é possível colher frutos como: redução de ocorrência de problemas cardiovasculares e diabetes. Como é difícil sair do sedentarismo e chegar aos 10 mil passos de uma vez, essa meta mais baixa pode ser um início.

Sugestões simples nas rotinas diárias como trocar a escada rolante ou o elevador pela escada normal, durante o expediente levantar e caminhar um pouco a cada meia hora, caminhar parte do trajeto ao trabalho fazem toda a diferença e claro, mais passos dados.

Se mexer traz muitos benefícios:

Libera endorfina, que causa sensação de bem-estar
O indivíduo ganha mais consciência na alimentação, porque a endorfina ajuda a controlar as compulsões.
Melhora o sono
Ajuda no controle e prevenção de diabetes, hipertensão, depressão

O preparador físico Marcio Atalla tem três dicas para uma vida ativa:

Passe mais tempo em pé
Prefira as escadas
Acumule passos, ande mais

 

Fonte: G1

Conversar, um ótimo remédio para manter o cérebro afiado

Pesquisa está sendo realizada nos EUA para mostrar os benefícios de papear regularmente

A Universidade de Saúde e Ciência do Oregon (OSHU), nos Estados Unidos, iniciou um levantamento, que vai se estender até 2022, para testar a importância da conversa para manter o cérebro afiado. O projeto chama-se I-Conect e seus participantes devem ter mais de 75 anos e estar numa situação de isolamento social. Além disso, não devem apresentar um quadro de demência – no máximo, um pequeno comprometimento cognitivo. Quatro vezes por semana, esses idosos conversam durante cerca de meia hora com um pesquisador: o papo não é presencial, e sim através de uma videoconferência (ou videochat, que soa mais acolhedor), através da tela do computador.

Essa rotina se estende por seis meses e, no semestre seguinte, é substituída por duas conversas semanais. Os 288 participantes também são regularmente entrevistados sobre suas atividades e condições de saúde, e se submetem a exames de ressonância magnética do cérebro. A conversa não é aleatória: tem um roteiro projetado para exercitar áreas do cérebro associadas ao pensamento abstrato e à memória, para “afiar” habilidades mentais mais sofisticadas.

Em 2014, um projeto piloto semelhante apontou uma melhoria do desempenho dos idosos em testes cognitivos. Agora, o objetivo dos pesquisadores é verificar se a conversação regular pode evitar a demência. Segundo Jacob Lindsley, que coordena o estudo, se a tese for comprovada, papear pode se tornar uma prescrição médica: “assim como os médicos prescrevem exercícios para manter a saúde do coração”, diz.

Um relatório publicado ano passado pela revista “The Lancet” mostrou que 2.3% dos casos de demência poderiam ser evitados reduzindo-se o isolamento social. Como esse blog já registrou, a solidão pode ser considerada o cigarro da sociedade contemporânea. De acordo com Laura Alcock-Ferguson, diretora-executiva da “Campanha para acabar com a solidão”, seu impacto na saúde pode ser devastador: “é pior do que a obesidade, tão ruim quanto fumar 15 cigarros por dia. A solidão está encurtando vidas”.

Fonte: BemEstar
Autor:Mariza Tavares

Exercícios moderados já melhoram a memória; mas quanto mais tempo, melhor

Um único treino físico moderado pode ter efeito imediato sobre o funcionamento do cérebro e a capacidade de reconhecer nomes comuns e informações similares. É o que concluiu um novo estudo promissor sobre exercícios, memória e envelhecimento.

A pesquisa vem enriquecer as crescentes evidências de que os exercícios podem impactar rapidamente a função cerebral; além disso, esses efeitos podem se acumular e levar a melhorias de longo prazo relacionadas ao modo como o cérebro e a memória funcionam.

Até recentemente, os cientistas acreditavam que, ao atingir a idade adulta, o cérebro humano já estivesse relativamente estabilizado em matéria de estrutura e função, especialmente em comparação aos tecidos maleáveis, como os músculos, que crescem e se atrofiam em consequência direta do modo como vivemos. Entretanto, diversos experimentos atuais têm mostrado que o cérebro dos adultos pode ser bastante plástico, se renovando e se remodelando das maneiras mais diversas, dependendo do estilo de vida.

Os exercícios, por exemplo, sabidamente exercem influência sobre o cérebro. Em experiências com animais, foram responsáveis pelo aumento da produção de neurotransmissores e neurônios novos em cérebros maduros, além de terem aperfeiçoado as habilidades de raciocínio dos bichos.

Os estudos mostram que, de forma similar, em seres humanos, a prática regular de exercícios ao longo do tempo aumenta o volume do hipocampo, uma parte crucial dos mecanismos de memória do cérebro, e favorece muitos aspectos do pensamento.

Contudo, questões substanciais sobre a relação exercício/cérebro seguem sem resposta, incluindo o curso temporal de quaisquer mudanças e se elas são de curto ou longo prazo, considerando a prática física contínua. Esse ponto em particular intrigou cientistas da Universidade de Maryland. Eles já tinham publicado um estudo em 2013 com adultos mais velhos, observando os efeitos em longo prazo do exercício em regiões do cérebro responsáveis pelo processamento da memória semântica.

A memória semântica é essencialmente o conhecimento que trazemos do mundo e da cultura em que estamos inseridos. Ela representa o contexto de nossas vidas – um acervo de nomes e conceitos comuns, como “O que é a cor azul?” ou “Quem é Ringo Starr?”. Ela também pode ser efêmera, sendo uma das primeiras formas de memória a esvanecer-se à medida que se envelhece.

Mas, na primeira pesquisa de Maryland, os estudiosos concluíram que um programa incluindo 12 semanas de caminhada na esteira modificou o funcionamento de partes do cérebro envolvidas na memória semântica. Após quatro meses de exercícios, essas seções do cérebro ficaram menos ativas durante os testes de memória semântica, o que é um resultado desejável. Menos atividade sugere que o cérebro se tornou mais eficiente ao processar a memória semântica por causa dos exercícios, exigindo menos recursos para acessar as lembranças.

Para o novo estudo, publicado em abril no periódico científico “The Journal of the International Neuropsychological Society”, os cientistas decidiram recuar um pouco e interpretar os estágios envolvidos no processo até atingir aquele estado. Especificamente, queriam entender como um único treino físico poderia mudar a maneira como o cérebro processava as memórias semânticas.

Para tanto, recrutaram 26 homens e mulheres saudáveis com idades entre 55 e 85 anos sem problemas sérios de memória e pediram que fossem ao laboratório de exercícios duas vezes. Lá, ficavam em repouso ou praticavam 30 minutos em uma bicicleta ergométrica, treino que, segundo os pesquisadores, estimularia, mas não esgotaria, os participantes.

Na sequência, os voluntários foram introduzidos em um equipamento de ressonância magnética para examinar o cérebro. Dentro do aparelho, sobre a cabeça, viam uma tela de computador onde piscavam nomes, alguns famosos, como Ringo Starr, enquanto outros foram tirados de uma lista telefônica local.

Nomes famosos são um elemento importante da memória semântica. Os voluntários precisavam pressionar um botão na tela quando reconhecessem nomes de celebridades e outro quando o termo não lhes fosse familiar. Enquanto isso, os pesquisadores rastreavam tanto a atividade cerebral geral deles quanto as regiões envolvidas no processamento da memória semântica.

A expectativa dos cientistas era encontrar as áreas necessárias para o trabalho da memória semântica com pouca atividade depois dos exercícios, assim como aconteceu após semanas de treino, contou J. Carson Smith, professor associado de cinesiologia e diretor do Laboratório para a Saúde do Cérebro da Escola de Saúde Pública da Universidade de Maryland, que supervisionou o novo estudo.

Entretanto, não foi isso que aconteceu. Pelo contrário, aquelas partes do cérebro mais envolvidas na memória semântica demonstraram uma atividade muito mais efervescente após as pessoas terem se exercitado do que após o repouso. A princípio, os resultados surpreenderam e intrigaram os pesquisadores, revelou Smith. Mas então começaram a suspeitar que estavam observando a origem de uma resposta de treinamento.

“É análogo ao que acontece com os músculos”, esclareceu Smith. Quando as pessoas começam a se exercitar, observou, os músculos tensionam e queimam energia. Mas, à medida que entram em forma, os mesmos músculos respondem de forma mais eficaz, empregando menos energia para o mesmo trabalho.

Os cientistas suspeitam que, da mesma forma, o pico da atividade cerebral após a primeira sessão de exercícios com bicicleta é o prelúdio de um remodelamento do tecido que, com treinos contínuos, vai aprimorar a função daquelas regiões. Em outras palavras, os centros de memória do cérebro entram em forma.

Contudo, esse estudo foi fundamentado no curto prazo e não mostra os passos intermediários necessários para a mudança no cérebro com exercícios regulares. Também não explica como a atividade modifica o cérebro, apesar de Smith acreditar no papel de uma elevação da ativação de certos neurotransmissores e outros elementos bioquímicos.

Ele e sua equipe esperam poder investigar mais a fundo tais tecidos em estudos futuros e se concentrar nos melhores tipos e quantidades de exercícios necessários para nos ajudar a manter as memórias daquele baterista genial dos Beatles e de todas as outras referências do nosso passado.

Fonte: UOL

Crianças e o uso de telas: novas recomendações

Quantas vezes já nos deparamos com uma criança pequena, em um restaurante, por exemplo, hipnotizada e quieta, prestando a maior atenção em um desenho que passa em um celular ou laptop estrategicamente pendurado no seu carrinho? Os pais e amigos conversam livremente e o pequeno fica quietinho.

Pois é. Só que a Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de divulgar uma orientação restringindo o uso recreativo de telas para crianças menores de 1 ano de idade.

A recomendação é que crianças com menos de 1 ano de idade não sejam expostas e nenhuma tela. A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que os menores de 2 anos não utilizem telas como recreação. Os que estão entre 2 e 5 anos podem usar telas por no máximo 1 hora por dia. Os maiores de 5 anos, no máximo 2 horas por dia.

Importante salientar, no entanto, que este período de uso das telas não deve ser direto. É essencial que a cada 20 minutos os pequenos façam uma pausa, andem, mexam-se um pouco e olhem à distância para que os olhos possam também “alongar” a visão.

Não custa lembrar que a miopia infantil está aumentando progressivamente no mundo inteiro, principalmente em decorrência do maior uso de telas.

A obesidade infantil também é motivo de preocupação, como todos sabemos, e as telas, sem nenhuma sombra de dúvida, são promotoras de inatividade física.

No entanto, uma das principais razões pelas quais restringe-se o uso de telas para crianças com menos de 2 anos é muito importante. Vamos entender. Nascemos com todos os nossos trilhões de neurônios formados. Estes neurônios, porém, não estão “conectados”. Até os 2 anos de idade a capacidade de conexão neuronal é absurdamente intensa. Cada conexão se chama sinapse. Cada bebê é capaz de fazer 700 sinapses por segundo. Isso se chama neuroplasticidade. Estas sinapses é que nos permitem desenvolver nossas capacidades cognitivas e habilidades físicas, essenciais para o processo do desenvolvimento.

Até que mais estudos – que podem, inclusive, ter outra visão sobre o assunto – definam com mais segurança o tempo recomendado de telas e em qual faixa de idade podem ser usadas, o melhor a fazer é seguir as orientações atuais e estimular e distrair os pequenos bebês com nosso afeto e carinho presencial.

Fonte: Bem Estar

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Natureza beneficia bem-estar e saúde da população, mostra pesquisa

O contato com a natureza ajuda na recuperação da fadiga mental.

Estudo tem demonstrado como o contato com a natureza, mesmo que indiretamente, por imagens, pode ajudar a melhorar o ânimo de pacientes em tratamento contra o câncer. Coordenado pela pesquisadora Eliseth Leão no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, o estudo demonstra como relação com a natureza pode ser um elemento de promoção da saúde.

Na primeira fase, houve mais de 28 mil avaliações de imagens da natureza produzidas pela própria equipe do estudo, com foco no bem-estar, que formou um banco de 450 fotos que podem ser usadas dentro dos hospitais em futuros procedimentos como este da pesquisa.

A partir dessas imagens, um vídeo foi criado e apresentado a 78 pacientes durante sessões de quimioterapia. Os dados ainda estão sendo analisados, mas já mostram que o estado de ânimo deles no momento que começam a receber o medicamento melhora após a visualização do vídeo.

“Já foi possível notar que os aspectos negativos de preocupação e ansiedade são inibidos e os positivos, de tranquilidade, são aumentados. Espero que esta tendência seja mantida com o final do tratamento dos dados”, ressaltou Eliseth. Segundo a pesquisadora, há teorias que servem de base para estudos da influência da natureza no bem-estar das pessoas, como a teoria da recuperação psicofisiológica do stress, mostrando que há uma reação restauradora imediata quando se está no meio da natureza.

“Depois tem uma outra [teoria] de recuperação da atenção: quando você está na natureza, você tem uma atenção que não é forçada, não é dirigida, então você consegue se recuperar da fadiga mental que nos acomete”, contou. “Outras pesquisas já antecederam o que a gente está fazendo agora. As pessoas já sabem que a natureza faz bem, como quando dizem querer ir à praia em situações de estresse, mas alguns tendem a achar que é algo muito pessoal e sem evidência científica”.

Por exemplo, um dos estudos que foram feitos na década de 80, segundo Eliseth, colocava pacientes internados em quartos que tinham vista para a natureza e outros em quartos que não tinham. “Aqueles que tinham vista [para a natureza] saíam do hospital antes, se recuperavam mais rapidamente. Então começaram a estudar como psicofisiologicamente a gente responde. Tem uma série de teorias que mostram que [a natureza] é um ambiente restaurador”.

O tema será discutido hoje (14), a partir das 10h, no painel “Saúde e Mata Atlântica”, na capital paulista, durante a programação do evento Viva a Mata 2019, na Unibes Cultural, realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, com participação da pesquisadora.

“Muita gente sabe dos impactos causados pela degradação ambiental e como isso afeta a vida das pessoas, e alguns desastres recentes comprovam isso. Mas o que pouca gente sabe é como passar um tempo ao ar livre, principalmente em áreas verdes, traz não apenas benefícios ao bem-estar, como tranquilidade, mas também à saúde. É isso que queremos mostrar e resgatar a relação positiva entre as pessoas e o meio ambiente”, disse Erika Guimarães, bióloga e especialista em Áreas Protegidas da SOS Mata Atlântica.

O médico patologista Paulo Saldiva, que também participa do painel hoje de forma remota, concorda com as afirmações da pesquisadora. Para ele, as pessoas não passam indiferentes por uma floresta e, quanto maior a exposição à natureza, menor o risco de infecções, maior a taxa de recuperação e menor o tempo para a alta de um paciente.

“Ao termos contato com a natureza percebemos que há uma afinidade com ela, algo que enxergamos, pois foi imprintado em nosso genoma por milhares de anos de evolução”. Ele apresenta um dado da Universidade de Barcelona comprovando como a natureza além de confortar psicologicamente, também aumenta o cérebro de crianças e a produção de substâncias que reduzem inflamações e melhoram a imunidade.

Fonte: UOL