Artigo: A felicidade desejada

A ciência se debruça em entender como o cérebro reage às emoções e investem trabalhos e pesquisas desenvolvidas em diversos países que avaliam a felicidade.

A INFLUÊNCIA DA NEUROCIÊNCIA NAS EMOÇÕES POSITIVAS
É possível treinar o cérebro com estratégias que permitam o aumento das manifestações benéficas e a redução das negativas, mas para isso é preciso compreender como funciona o grande maestro do corpo e da mente.

A felicidade é uma habilidade? A convergência de pesquisas neurocientíficas de ponta com a sabedoria de antigas tradições contemplativas sugere que a felicidade é um produto de habilidades que podem ser melhoradas através de treinamentos específicos, como o cultivo de emoções positivas, paz interior e pequenas atitudes altamente eficazes, que exemplificam como a transformação da mente afeta o cérebro. O objetivo aqui é ensinar, na pratica, como a neurociência pode ajudar uma pessoa a ser mais equânime e feliz.

O que é felicidade? A felicidade tem sido há muito tempo tema de poemas, cinema, filosofia, arte e, recentemente, ciência. A temática de pesquisa “ciência da felicidade” consiste em identificar não só áreas do cérebro relacionadas às emoções positivas, mas estratégias de treinamento que nos permitem acionar tais áreas e remodelar nosso cérebro e comportamento.
De acordo com o economista e ex-conselheiro do governo britânico, Lord Richard Layard, que conduziu um estudo inovador na Escola de Economia de Londres (LSE), grande parte do sofrimento humano advém dos problemas de relacionamentos e doenças (mentais e físicas) ao invés de dinheiro e pobreza. O economista diz que o estudo, denominado “As origens da felicidade”, mostrou que, apesar de um aumento na média dos salários ao redor do mundo nos últimos 50 anos, as pessoas se tornaram mais infelizes. O autor define felicidade como “sentir-se bem e gozar a vida”.

A ciência tem observado, cada vez mais, uma intima relação entre o treinamento de determinados comportamentos e o aumento proposital de atividades em certas áreas do cérebro (neuroplasticidade) e as definições de felicidade, segundo filosofias orientais como o budismo, conforme declaração do próprio Dalai Lama: “Através da mobilização dos pensamentos e da prática de novos padrões de pensamento, podemos remodelar nossos neurônios e mudar a maneira como nossa mente trabalha”.
“A felicidade é determinada muito mais pelo estado mental do que por eventos externos”, Dalai Lama XIV, A Arte da Felicidade.

A medida que o cérebro foi evoluindo, foram desenvolvidas também capacidades para se preencher as três necessidades básicas – segurança, satisfação e conexão – através dos três sistemas chamados operantes. 

Para entender, no entanto, como treinar o cérebro com estratégias que permitam o aumento de emoções positivas e a redução de afetos negativos, é preciso primeiro compreender como funciona o grande maestro do corpo e da mente.

Modos operacionais
O cérebro humano foi desenvolvido em três estágios, que estão associados às fases evolutivas de répteis, mamíferos e primatas. Esses três “tijolos de construção” ou camadas foram sendo adicionados de baixo para cima, respeitando a evolução dessas classes: tronco, subcórtex (emoção, motivação e conexões sociais) e córtex (raciocínio abstrato, reflexão, atenção, habilidades sociais, empatia, planejamento, linguagem etc.).

Ao mesmo tempo, também foi sendo desenvolvido o SNA (sistema nervoso autônomo), junto com o importante nervo vago e as ramificações para o sistema nervoso parassimpático (SNP) (ramificação mais antiga), simpático (SNS) (ramificação mais nova) e a mais recente ramificação do nervo vago, que suporta o sistema de engajamento social, exclusivo dos mamíferos.
A medida que o cérebro foi evoluindo, foram desenvolvidas também capacidades para se preencher nossas três necessidades básicas – segurança, satisfação e conexão- através dos três sistemas chamados operantes, que têm por objetivo: evitar algo prejudicial (segurança), abordar a recompensa (satisfação) e conectar a outros indivíduos (conexão).

Nosso cérebro está todo tempo, tentando preencher essas três necessidades. Por exemplo, quando evitamos passar num sinal vermelho (segurança), no restaurante ao escolhermos algo que seja bom (recompensa) ou quando ligamos para um amigo (conexão).

Para preencher as necessidades básicas essenciais à manutenção da vida e perpetuação da espécie, o cérebro responde a dois sistemas operacionais: o modo responsivo e o reativo. Cada sistema operacional tem seu conjunto de habilidades, atividades mentais e comportamentos e são eles que dirigem todo o show de duas maneiras bem diferentes.

Imagine um dia bom: você acorda se sentindo bem, toma café, planeja seu dia deitado na cama levemente relaxado e vai para o trabalho, sem deixar que o tráfego pesado e os outros motoristas o perturbem. Você pode não estar 100% satisfeito com seu trabalho, mas hoje você tenta enfatizar a sensação de que alcançou algo, de que completará suas tarefas. No caminho de volta, seu parceiro(a) pede que compre ovos. Não é o que mais gosta de fazer depois de um dia de trabalho, mas você lembra que são só alguns minutos que perderá. Então, chega em casa e espera ansioso pelo seu programa preferido de televisão.

Agora imaginemos o mesmo dia numa abordagem completamente diferente. Ao acordar, você logo se lembra de que deve seguir para um trabalho insatisfatório. No caminho, se depara com tráfego pesado e lentidão, aumentando a ansiedade e o estresse. Depois de um dia fazendo o que não gosta, seu parceiro(a) ainda precisa que passe em um mercado provavelmente lotado, o que o deixa mais irritado.

Nesses dois dias imaginários, as mesmas coisas aconteceram, a única diferença foi a maneira como seu cérebro lidou com as situações. Temos dois modos de lidar com as situações: o responsivo e o reativo. Quando nos sentimos seguros, o sistema que evita o prejudicial entra no modo responsivo, trazendo calma, paz e relaxamento. Quando nos sentimos satisfeitos, o sistema que aborda o prazeroso muda para o modo responsivo, trazendo os sentimentos de gratidão, alegria e contentamento. E quando nos sentimos conectados, o sistema que se conecta a outros também muda para o modo responsivo, evocando intimidade, compaixão, gentileza e amor.

Cérebro Verde

O neurocientista Rick Hansen, autor do best-seller O cérebro de Buda (2009), chama esse modo operacional de “cérebro verde”, no qual preenchemos nossas necessidades sem que estas se tornem agentes estressores. Quando nosso cérebro não é perturbado por ameaça, perda ou rejeição, ele reside no modo responsivo, envolvendo neurotransmissores, como ocitocina e opioides naturais, e regiões como o córtex cingulado subgenual e o SNP. A boa notícia é que essa é a nossa casa. É isso que somos essencialmente.

Quando o cérebro está no modo responsivo, ele diz ao corpo para conservar energia e se autorreparar. Nossos ancestrais desenvolveram esse modo para prevenir, gerenciar e se recuperar de momentos de estresse. Por exemplo, endorfinas e óxido nítrico, que são liberados quando o cérebro verde entra em ação, ajudam a matar micro-organismos, aliviam a dor e reduzem a inflamação. Esse modo salutogênico promove boa saúde. O modo responsivo evoluiu para ser prazeroso, para que nossos ancestrais fossem motivados a procura-lo.

Segundo Hanson, quando o cérebro verde entra em ação, nossas redes neurais não estão mais em estado de perturbação e o hipotálamo se torna menos ativo, assim como a nossa sensação de falta, de pressão e demanda e, consequentemente, preocupações, irritabilidade, decepções e dor. À medida que nos sentimos mais seguros e fortes, realizados, respeitados e gratos, conseguimos também ser mais compassivos e generosos com outros. Desse modo, nossas necessidades mais básicas são preenchidas. Assim, o estado natural de repouso, o modo responsivo, é a base para a recuperação psicológica, bem-estar, saúde, relações positivas e todo o potencial humano. E toda vez que damos mais importância às experiências positivas, fortalecemos os substratos neurais desse modo operacional.

Sistemas Neurais

Por outro lado, há um modo que evoluiu para manter nossos ancestrais vivos quando ameaçados ou rejeitados: o modo reativo. Sistemas neurais múltiplos estão constantemente escaneando qualquer sensação de algo errado, qualquer sensação de não estarmos preenchendo nossas necessidades básicas – segurança, satisfação e conexão. Enquanto o modo responsivo é nosso estado de repouso, o viés negativo nos torna muito vulneráveis a serem perturbados e colocados no modo reativo. Quando nos sentimos apreensivos, exasperados, rejeitados ou criticados, isso perturba o equilíbrio saudável do modo responsivo e engatilha o modo reativo, o chamado “cérebro vermelho”, que evoluiu para ajudar nossos ancestrais a escapar de predadores, achar comida e proteger os filhotes a todo custo.

Segundo Hanson, no cérebro vermelho, a amígdala manda a mensagem de alarme para o hipotálamo, para que este libere hormônio de estresse, e para o sistema nervoso simpático, para que este nos deixe em modo superalerta – luta ou fuga, se houver histórico de trauma a amígdala também pode, contrariamente ativar de modo extremo o sistema nervoso parassimpático (SNP) e dar inicio a um estar de hipoalerta, causando congelamento, paralisação e dissolução.

Esses mesmos circuitos neurais que nossos ancestrais usavam para sobrevivência são ativados em nosso cérebro quando nos preocupamos com dinheiro, trabalho, pressões diversas ou dores.

Nesse estado perturbado – alostatico -, as fontes corporais se exaurem, o sistema imunológico fica em suspensão, a adrenalina e o cortisol inundam a corrente sanguínea e na nossa mente permanecem apenas medo, frustração e ansiedade.
O modo reativo foi feito para durar pouco, devendo retornar rapidamente ao nosso estado de repouso. Por mais desagradáveis que sejam essas experiências, contanto que sigam um modelo evolucionário – rápidas, infrequentes e moderadas -, elas não terão consequências duradouras. Mas, infelizmente, muito da vida moderna viola esse modelo antigo. Mesmo que a maioria das pessoas não seja exposta a pressões intensas de fome, predação e conflitos letais, lidamos constantemente com estressores leves e moderados, como fazer muitas coisas simultaneamente, processar uma enorme quantidade de informações e estimulações ao mesmo tempo, correr para lá e para cá e trabalhar longos períodos, com quase nenhum tempo de recuperação entre essas atividades.

E devido aos viés negativo, essas experiências são rapidamente codificadas nas estruturas neurais. Ao mesmo tempo, as reações corporais ao estresse interrompem a recuperação e a renovação do corpo. As sensações desagradáveis do cérebro vermelho são um sinal de que devemos fugir desse modo o mais rápido possível, assim como evita-lo, se possível.

Muitos transtornos psicológicos envolvem tais reações. Por exemplo: – a ansiedade generalizada e social, agorafobia, transtorno de estresse pós-traumatico, TOC, transtorno dissociativo e pânico = sistema de evitação; abuso de susbstancias, dependência e adcção = sistema de abordagem; – apego inseguro, narcisismo, personalidade boderline, comportamento antissocial e consequências de abuso e negligencia infantil – sistema de conexão.

O fardo cumulativo das experiências reativas (cargo alostática) aumenta a inflamação, enfraquece o sistema imune e desgasta o cardiovascular. No cérebro, causa atrofia aos neurônios do córtex pré-frontal (CPF) e do hipocampo, prejudica a mielinização e reduz a síntese de neurotrofinas.

O que acontece quando emoções diferentes são evocadas?

Coletânea de estudos que se transformou no livro Upward Spiral, do neurocientista Alex Korb, mostra como o cérebro reage às emoções e de que forma a ciência pode prejudicar as pessoas a serem mais felizes.
Uma coletânea de estudos recentes apresentados no livro Upward Spiral (2015) (ainda sem tradução para o português), do meurocientista Alex Korb, da Universidade da Califórnia (UCLA), nos Estados Unidos, mostra o que acontece com nosso cérebro quando emoções diferentes são evocadas e como a ciência pode nos ajudar a sermos felizes.

Vergonha e Orgulho

Às vezes, parece que nosso cérebro simplesmente não quer que sejamos felizes, não é? Já reparou como emoções como vergonha e culpa parecem ser autoindulgentes? De acordo com pesquisadores alemães, liderados pela psicóloga Petra Michl, da Universidade Ludwig-Maximilians de Munique, na Alemanha (2014), isso acontece porque tais sentimentos ativam nosso centro de recompensa no cérebro. Apesar das diferenças, orgulho, vergonha e culpa ativam circuitos neurais similares, incluindo o córtex pré-frontal dorsolateral (CPFDL), amígdala, insula e núcleo acumbente. Interessantemente, o orgulho é o sentimento que ativa de modo mais poderoso essas regiões, com exceção do núcleo acumbente (área central do sistema de recompensa), onde culpa e vergonha ganham (a autoindulgência). Isso explica porque é tão atraente o sentimento de culpa e vergonha que sentimos. A solução? Evoque a pergunta: pelo que sou grato? A gratidão ativa os sistemas dopaminérgicos no tronco encefálico e serotoninérgico no córtex cingulado anterior, nos forçando a enfatizar aspectos positivos da nossa vida.

Segundo a pesquisadora Lisa Shin, da Universidade Tufts, em Medford, nos Estado Unidos (2001), na verdade, preocupar-se ajuda a “acalmar” o sistema límbico através do aumento da atividade do córtex medial pré-frontal e redução da atividade da amígdala. Isso pode parecer contra intuitivo, mas apenas mostra que se você estiver se sentindo ansioso, fazer algo sobre isso – mesmo que seja preocupar-se – é melhor do que não fazer nada. Mas, cuidado, preocupação demais aumenta a ansiedade e a liberação de hormônios do estresse, como o cortisol.

Rotular é preciso

Está se sentindo mal? Tudo bem, apenas dê a esse sentimento ruim um nome. Tristeza? Ansiedade? Raiva? Não importa, apenas rotule-o. É simples assim. Em um estudo de imagem liderado pelo dr. Matthew Lieberman, da UCLA, intitulado “Colocando sentimentos em palavras” (2007), os participantes viveram imagens de pessoas com expressões faciais emocionais. De modo presumível, as amígdalas dos participantes ativaram-se em resposta às emoções das imagens. Mas, quando pediam que nomeassem essas emoções, o córtex pré-frontal ventrolateral (CPFVL) era ativado fortemente e reduzia a ativação da amígdala. Em outras palavras, reconhecer conscientemente as emoções reduz o impacto delas. Por outro lado, suprimir as emoções não funciona e pode sair pela culatra. O estudo também mostrou ativação significativa do sistema límbico durante a supressão de emoções, mesmo quando oos sujeitos pareciam estar bem, Para reduzir essa ativação, bastava que os voluntários usassem algumas palavras para descrever a emoção, idealmente, linguagem simbólica (metáforas, métrica e simplificação da experiência). Isso exige ativação do córtex pré-frontal (CPF).
Tome uma decisão

Já teve a sensação de que, após tomar uma decisão, você finalmente deu paz para o seu cérebro? Não é por acaso. A neurociência mostra que tomar uma decisão, além de ajudar a resolver um problema, reduz de forma significativa a preocupação e a ansiedade. Segundo Alex Korb, tomar decisões inclui o estabelecimento de metas. Tomar decisões muda sua percepção do mundo aumentando a flexibilidade cognitiva (procura por soluções) e reduzindo a atividade do sistema límbico.
Entretanto, tomar decisões é algo difícil. Que tipo de decisões devemos tomar? Mais uma vez a neurociência tem a resposta. Simplesmente, uma decisão boa o bastante. Não devemos suar a camisa tentando tomar a decisão 100% melhor, pois a tentativa de perfeição leva ao estresse e nos faz sentir fora do controle. Ainda segundo Korb, tentar a perfeição leva a um aumento exagerado de atividades do córtex pré-frontal ventrolateral (CPFVL) apenas para o processo de tomada de decisão. Em contrapartida reconhecer que “bom o bastante” ativa mais as áreas dorsolaterais do córtex pré-frontal, e que nos faz sentir mais em controle. Então, ao tomar uma decisão boa o bastante seu cérebro sente que tem o controle, e essa sensação reduz o estresse e aumenta a atividade no sistema de recompensa (prazer).

Quer a prova disso? Tomemos como exemplo a cocaína. Em um estudo recente (2013), pesquisadores do Departamento de Psicologia da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, deram a dois ratos injeções de cocaína. O rato A tinha que puxar uma alavanca. O rato B não precisava fazer nada. Alguma diferença? O rato A experimentou um aumento significativo de dopamina no sistema de recompensa.

Qual a explicação para essa diferença? Segundo o coordenador do estuo, dr. Lidan Gu, quando tomamos uma decisão baseada em um objetivo e depois o atingimos, nos sentimos muito melhor do que se aquilo acontecesse por acaso. E isso responde o mistério sobre por que se arrastar para a academia é tão difícil. Se você vai porque sente que “deve” ou “precisa”, então não é bem uma decisão voluntária, e seu cérebro não experimenta prazer, apenas estresse. E essa não é uma maneira certa de construir um bom habito de exercício. O mais interessante é que se você se forçar a fazer exercícios, não experimenta os mesmos benefícios, porque sem uma escolha o exercício também é uma fonte de estresse. A ciência por trás da tomada de decisão nos ensina que não apenas escolhemos o que gostamos, mas gostamos de escolher, e isso faz bem ao cérebro.

Pare de reclamar!

Quando as coisas dão errado em nossa vida tentamos liberar o estresse como uma chaleira solta vapor. Enquanto certamente há momentos nos quais devemos falar e levar atenção aos problemas sérios, a reclamação desnecessária e improdutiva tem efeitos negativos no cérebro. E os efeitos das pessoas que reclamam se espalham como gripe. O pesquisador Trevor Blake, em seu livro Three Simple Steps: a Map to Success in Business and Life (2012) (ainda sem tradução para o português), apresenta diversos estudo que mostram que reclamar não só tem impacto sobre como o córtex processa a informação, mas também tem efeito físico, destruindo neurônios do hipocampo, encolhendo-o. Segundo Blake, apenas alguns dias de reclamação e estresse têm efeito duradouro nos neurônio hipocampais, prejudicando a habilidade de criar novos neurônios. É isso que, na verdade, resulta no encolhimento dessa estrutura, causando declínios cognitivos na memoria e na habilidade em se adaptar a situações novas.

Mas reclamar dá uma sensação boa, não é? Isso porque reclamar funciona como um músculo. Quanto mais você reclama, mais neurônios fortalecem esse circuito, facilitando essa informação. Antes mesmo de notarmos, a reclamação se torna um hábito tão fácil para o cérebro que começamos a fazê-lo inconscientemente, sem registrar o comportamento.

O abraço e a ocitocina

Abraçar, abraçar e abraçar. Não, não indiscriminadamente ou você pode se meter em confusão. Mas temos uma enorme necessidade de sentir amor e aceitação dos outros. Quando isso não acontece o resultado pode ser extremamente doloroso. Não no sentido de constrangedor ou desapontador. Doloroso mesmo. Fisicamente doloroso.

Em um estudo na Universidade Duke, nos Estados Unidos (2003), pessoas tinham que passar entre elas uma bola. Os jogadores passavam a bola para você e você a passava de volta para eles. Mas os outros jogadores nunca passavam a bola aos sujeitos da pesquisa. O que aconteceu então? Os cérebros dos sujeitos responderam exatamente como se tivessem experimentado dor física. A rejeição não “dói” apenas como a dor de um coração partido, seu cérebro sente como se tivesse quebrado uma perna. A exclusão social ativa o mesmo circuito neural da dor física (o córtex cingulado anterior e a ínsula), explica o coordenador da pesquisa, Mark Leary.

As reações são, desse modo, muito importantes para a sensação de felicidade do cérebro. O neurocientista Alex Korb, em Upward Spiral, afirma que se quisermos levar a felicidade ao próximo nível, temos de tocar as pessoas. O toque é uma das maneiras simples e primarias de liberar ocitocina.

Gratidão e dopamina

Enquanto preocupação, reclamação, culpa e vergonha fazem mal para o cérebro, os neurocientistas afirma que o antídoto é se fazer constantemente essa pergunta: “pelo que sou grato?”. Gratidão aumenta os níveis de dopamina e serotonina no cérebro.
Outro efeito da gratidão é o aumento na transmissão de serotonina. Tentar pensar em coisas pelas quais você é grato força-o a se focar nos aspectos positivos da vida e essa simples ação aumenta a produção de serotonina no córtex cingulado anterior (CCA).

Claro, às vezes a vida é mesmo difícil e parece que não há nada pelo qual devemos ser gratos. Mas, adivinhe? Isso não importa. Segundo a ciência, é a procura que conta. É lembrar-se de procurar pelo que somos gratos que interessa. Lembrar-se de ser grato é uma forma de inteligência emocional. Os autores de um estudo sobre gratidão (2004), os pesquisadores Robert Emmen e Michael McCullough, das Universidade da Califórnia e de Miami, respectivamente, explicam que essa atividade de procura afeta a densidade neuronal nos córtex ventromedial e pré-frontal. Essas alterações na densidade sugerem que, à medida que essa inteligência emocional aumenta, os neurônios tornam-se mais eficientes. E, assim, com mais inteligência emocional, é preciso muito pouco para sermos gratos.

Os neurônios espiões

Tente. Respire sutil e lentamente. Uma sensação de calma se espalha. Agora respire tensa e freneticamente e sentira a tensão se acumulando. Por que isso acontece? É uma pergunta nunca antes respondida pela ciência… até agora.
Estudo recente da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos (2017), identificou um grupo de neurônios no tronco encefálico que conecta diretamente a respiração aos estados mentais. Especificamente a respiração ao relaxamento, atenção, euforia e ansiedade. O chamado “marcapasso respiratório”, esses subgrupos neuronais no centro respiratório (chamado de complexo Pre-Botzinger ou preBotC) é capaz de gerar tipos diferentes de respiração: normal, eufórica, de bocejo, suspirando, rindo, dormindo, soluçando, etc. Inicialmente, os cientistas, liderados pelo dr. Mark Krasnow, descobriram, por exemplo, que um desses subtipos era capaz de gerar o suspiro em ratos. Apenas uma respiração de suspiro e nada mais. E que se fosse eliminado somente esse grupo de 175 neurônios, os ratos não suspirariam nunca mais.

Então, os pesquisadores resolveram tentar a sorte de novo e eliminaram outro grupo de neurônios, esperando observar qual tipo de respiração seria interrompida. Mas eles verificaram que os ratos apenas relaxaram profundamente. Mesmo em ambientes novos e excitantes eles não apresentavam mais aquela respiração rápida e frenética que normalmente acompanhava essas situações, mas uma respiração profunda, sutil, seguida de um comportamento completamente relaxado. Os pesquisadores concluíram que, ao invés de regular a respiração, esses neurônios a espiavam e reportavam seus achados a outra área do tronco: o locus coeruleus, núcleos de neurônios que produzem norepinefrina e que enviam projeções a todo o cérebro, controlando os níveis de ativação cortical (vigília/sono, alerta, ansiedade e estresse). Quanto mais informações esses neurônios reportavam ao locus coeruleus, mais agitados e ativados ficavam os ratos e consequentemente menos relaxados . As mesmas estruturas já foram encontradas em humanos em pesquisas mais recentes.

Medite

Hoje, a meditação do tipo mindfuiness tem sido amplamente usada na terapêutica de diversas doenças, principalmente no tratamento de transtornos mentais como ansiedade e depressão.
Até recentemente, pouco se sabia sobre como algumas horas de reflexão calma por semana poderiam levar a uma amplitude intrigante de efeitos mentais e físicos. Agora, á medida que a popularidade do mindfuiness cresce, as técnicas de neuroimagem têm revelado que essa antiga pratica pode alterar profundamente o modo que algumas regiões do cérebro se comunicam entre si e – consequentemente – a maneira como pensamos.

Esses estudos têm demonstrado que, após oito semanas de meditação, o centro de “luta ou fuga” do cérebro, a amígdala, parece encolher. Essa região do cérebro, associada ao medo e á emoção, está envolvida no início da resposta do corpo ao estresse. À medida que a amígdala encolhe, o córtex pré-frontal – associado às funções cognitivas superiores, como percepção, concentração, julgamento e tomada de decisão, se torna mais denso. A conectividade funcional entre essas regiões, ou seja, o quão frequentemente são ativadas juntas, também é alterada. A conexão entre a amígdala e o resto do cérebro enfraquece, enquanto as conexões entre as áreas relacionada à atenção e a concentração se fortalecem. O grau dessas alterações está associado ao número de horas de meditação praticada. Parece que a prática de meditação aumenta a habilidade em recrutar regiões pré-frontais de ordens mais altas ao invés de regular para baixo a atividade cerebral de baixa ordem. Em outras palavras, nossas respostas mais instintivas ao estresse parecem ser substituídas por respostas mais conscientes e reflexivas.
As descobertas ficaram ainda mais interessantes quando os pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos (2009), resolveram estudar como os meditadores experientes experimentam a dor. Meditadores relatam sentir menos dor que os não praticantes, no entanto as imagens destes primeiros mostram um aumento de atividade cerebral em áreas associadas á dor.

Além disso, foram observadas também grandes reduções de atividade em áreas relacionadas à avaliação de estímulos, emoção e memória. Os pesquisadores, liderados pelo dr. Antoine Lutz, dizem que esses resultados não se encaixam em nenhum modelo clássico de alivio de dor, incluindo drogas, em que se vê menos atividade nessas áreas. Duas áreas que normalmente estão totalmente conectadas, o córtex cingulado anterior (CCA) (associado ao desprazer da dor) e partes do córtex pré-frontal (CPF) parecem estar desconectados. É como se eles fossem capazes de remover ou amenizar o estimulo aversivo associado à dor através da alteração na conectividade entre essas áreas, que normalmente estão totalmente conectadas. É importante notar que os sujeitos da pesquisa não estavam meditando quando foram submetidos ao estudo, ou seja, suas experiências de dor parecem ser uma alteração permanente em sua percepção.

Mova-se!

Nos últimos 20 anos, diversos estudos, incluindo investigações de larga escala, têm fornecido fortes evidencias para a associação deste exercício e saúde mental. A atividade física está relacionada a altos níveis de qualidade de vida em indivíduos saudáveis ou acometidos por transtornos mentais e doenças neurológicas degenerativas. Pesquisas demonstram uma redução significativa de sintomas emocionais e melhoras consideráveis das funções cognitivas de pacientes com variados transtornos mentais como depressão, ansiedade e estresse, além de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. Mas o que acontece com o cérebro quando nos exercitamos? Que alterações neurobiológicas estão associadas a essas melhoras psicológicas e cognitivas?

De acordo com a dra. Deslandes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, uma das maiores autoridades em Neurociência em exercício no país, esses estudos mostram que o exercício agudo aumenta a síntese da maioria dos neurotransmissores no sistema nervoso central associados a diferentes complementos, como estado de alerta, (neuroepinefrina), sistema de recompensa, prazer (dopamina) e bem estar (serotonina), relaxamento (GABA). A atividade física ativa as chamadas monoaminas, dopamina, epinefrina, aumentando as chances de recuperação de transtornos como a depressão. De fato, os efeitos anti depressivos do exercício em humanos têm se mostrado tão potente quanto os de medicações como antidepressivos.
Além da alteração na comunicação entre neurônios através de neurotransmissores, o exercício também aumenta a produção dos chamados fatores neurotróficos, proteínas essenciais para sobrevivência, proliferação e maturação neuronal. Estudos mostram um aumento significativo na síntese dessas proteínas após o exercício. Algumas dessas neurotrofinas incluem o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), o fator de crescimento semelhante á insulina (IGF-1) e o fator de crescimento vascular endotelial (VEGF). O aumento na produção dessas proteínas está relacionado a neurogênese (produção de novos neurônios) na região do hipocampo (área relacionada à memória e aprendizado) e consequentemente melhora na cognição.

Momentos duradouros

Muitos autores afirmam que a felicidade não é um contínuo, mas feita de momentos e experiências. O que a ciência vem demonstrando, no entanto, é que nossos pensamentos, ações e comportamentos são capazes de alterar nosso cérebro, tornando esses momentos mais duradouros em nossas mentes, mudando de modo significativo a maneira como percebemos a nós mesmos, os outros e o mundo, deixando-nos mais felizes.

Nosso nível de felicidade é o resultado de uma complexa interação entre genes, comportamento, o que está acontecendo em nossa vida em um momento especifico. E, mesmo que cada um de nós tenha uma espécie de “teto genético” para felicidade, como acontece com o peso corporal, temos também a habilidade de alterá-lo, e essa é a contribuição mais significativa da ciência da felicidade: a descoberta de que, com essas estratégias, temos o poder de controlar nossa felicidade através da escolha pessoal de pensamentos, comportamentos e ações para que, com o tempo, possamos construir hábitos duradouros de aumento de resiliência e felicidade.

Artigo de Camila Ferreira Vorkapic, doutora em Psicologia (UFRJ) com Pós Doutorado em Neurofisiologia (UFS).

Insônia pode ser causa (e não sintoma) da depressão

Segundo um novo estudo, pessoas que receberam tratamento contra a insônia tiveram 20% menos chances de desenvolver depressão e ansiedade

Acredita-se que a falta de sono prejudique a saúde mental porque não permite que o cérebro processe as novas memórias adquiridas e organize as mais antigas – o que pode colocar a pessoa em um ciclo vicioso de pensamentos negativos e repetitivos. (//iStock)

Quem tem dificuldade para dormir à noite pode estar em maior risco de desenvolver depressão e ansiedade. De acordo com um novo estudo publicado no periódico científico The Lancet Psychiatry, a insônia, que antes era vista como sintoma, pode ser, na verdade, a causa dessas doenças.

O estudo
No estudo, cerca de 3.890 pessoas que enfrentavam problemas para dormir foram divididas em dois grupos. O primeiro, depois de passar pela terapia cognitivo-comportamental, que visa reduzir fatores comportamentais que levam à insônia, apresentou 20% menos risco de sofrer de ansiedade e depressão, além de noites de sono 50% melhores, em relação ao outro grupo que não recebeu nenhum tipo de tratamento.

Como estratégia da terapia, os participantes foram aconselhados a manter diários, para registrar a progressão do sono ao acordar, ouvir fitas de relaxamento e não utilizar a cama para outras tarefas além de dormir, por exemplo.

Causa, não sintoma
“Os problemas de sono são muito comuns em pessoas com distúrbios mentais, mas por muito tempo a insônia foi banalizada como um simples sintoma. Esse estudo transforma essa velha ideia, mostrando que a insônia pode contribuir para o surgimento de problemas da saúde mental”, disse Daniel Freeman, principal autor do estudo, em nota.

Fonte: Veja.com

Autonomia: aprendizado complexo

Vivenciar as frustrações desde a fase inicial da existência é importante para o desenvolvimento. Crianças superprotegidas tornam-se jovens que entram na vida adulta fragilizadas para enfrentar os desafios.

Criar um filho bem-sucedido, seguro de si mesmo, um líder admirado por todos é o desejo de qualquer pai. Mas uma longa construção, que começa no berço, é necessária para se atingir esse objetivo e muitos entraves estão no caminho.
A proteção excessiva é um dos maiores empecilhos e nem sempre é necessária uma dose exagerada de mimos, elogios ou amparo desmensurado para colocar tudo a perder. Amor, atenção, cuidados na dose certa, acompanhados de normas, hábitos sadios e responsabilidade, são o mapa do tesouro em educação. Como conseguir encontrar essa medida para cada filho é o desafio.

O pensamento mais comum entre as famílias condiz com a premissa de que poupar as crianças de vivenciarem problemas desde cedo, evitar dissabores, decepções, vai lhes proporcionar uma infância muito boa, memorável e sem “traumas”, palavra essa usada da forma mais popular e errônea possível. Julga-se que dar aos pequenos a chance de passarem por uma fase inicial da existência sem frustrações antes da chegada da vida adulta, quando certamente os problemas e responsabilidades virão por si mesmos, lhes deixará, além das lembranças, uma base afetiva que fará com que se sintam mais felizes e seguros.

Infelizmente, ocorre o contrário: como atletas sem treinos as crianças superprotegidas tornam-se jovens que entram na vida adulta fragilizados, despreparados para enfrentar desafios, derrotas e vitórias com responsabilidade. Ou seja, acontece que esse modo de levar a educação comprovadamente não resulta nos desejos familiares tão bem-intencionados, mas deságua em um mar de frustrações, pessoas inseguras, imaturas, insatisfeitas, pois não são gradativamente preparadas para os embates da vida nem para a concorrência normal que há no mundo profissional, onde as pessoas mais resistentes ás perdas mais assertivas e motivadas quase sempre ocupam os postos de liderança.

Tudo que é “super” merece, ao menos em educação, um olhar crítico em relação principalmente às consequências futuras. Superproteção é desnecessária e contraindicada porque prejudica, debilita. Superproteger não é sinônimo de amar e cuidar: está mais para desvitalizar, desmotivar, infantilizar e incapacitar. As consequências ultrapassam a própria vítima e atingem toda a família.

Outro ponto importante é que alguns pais tendem a enaltecer desmesuradamente qualquer coisa que os filhos façam com mínimo esforço, assim como satisfazem todos os desejos infantis, dando-lhes uma falsa ideia de poder, inadequado para o crescimento mentalmente saudável da criança.

Muitos pais confundem inteligência e extroversão com capacidade de ser responsável pelos próprios atos. Mesmo inteligente e sagaz, a criança tem limites próprios de sua etapa de desenvolvimento. Crianças só se sentem seguras quando têm um adulto que as oriente e as motive, impulsione, ensine a tomar conta de si mesmas, a serem responsáveis, terem confiança nos seus atos e decisões.

Adultos são responsáveis pelos filhos até que esses sejam maiores de idade, e dizer o contrário não muda a realidade das coisas: a negligencia, tão grave quanto a superproteção, é punida por lei; então, deixar os filhos fazerem o que desejam poderia ser enquadrado dessa forma.

As crianças precisam sentir que há alguém no comando, que cuida e que sabe o que é melhor para elas, mesmo que isso represente a perda de algum privilegio momentâneo. Ao tomarem decisões como adultos, estão na verdade tornando-se pequenos tiranos, coisa que não tem nada de positivo, e, pior, sentindo-se infelizes, pois percebem que seus pais não têm tempo nem dão valor e atenção a eles.

Crianças devem, na verdade, gradativamente aprender a decidir, na medida em que se tornem amadurecidas e capazes de responder pelas consequências de seus atos. Isso pode e deve acontecer desde muito cedo, pois o desenvolvimento da verdadeira autonomia é um processo longo que depende de vivências e experiências de várias ordens, mas necessariamente envolve responsabilidade pelos atos.

Autonomia é um aprendizado complexo, um processo que exige maturidade neurológica, emocional, treino social e apoio familiar. Incentivar, supervisionar, parabenizar são importantes para essa aquisição, pois geram autoestima, segurança e motivação.

Ser autônomo depende da capacidade de prescindir da dependência excessiva dos pais, assim com o do seu incentivo permanente para que se responsabilizem por pequenas tarefas que aos poucos vão se ampliando em complexidade: guardar os brinquedos, amarrar os tênis, escovar os dentes sozinho, arrumar o material escolar, fazer as lições, cuidar de algumas tarefas de casa, gerenciar mesada, escolher entre as opções dadas por seus pais, e principalmente responder por suas (pequenas) decisões etc.

Tornar-se mais flexível, capaz de se relacionar, se comunicar com as outras pessoas e fazer escolhas, desenvolve a sua autoestima, fator decisivo para o sucesso pessoal e profissional.

Só o desenvolvimento gradativo da autonomia na infância permite a construção de uma personalidade saudável e possibilitará o fortalecimento da capacidade de resolver conflitos ao longo da vida e alcançar sucesso pessoal, social e profissional.

Artigo Maria Irene Maluf, Extraído da Revista Psique.

 

Site da Cuidarte lança novo layout

Moderno, funcional e adaptável aos dispositivos moveis são algumas características da página.

A Clínica Cuidarte renovou a sua homepage na internet. Com design que traz os conceitos de modernidade, funcionalidade e adaptável aos dispositivos móveis, os usuários vão encontrar um espaço virtual totalmente reformulado e navegação mais fácil.
No novo site da Cuidarte, além de conteúdo informativo, que abrange notícias e artigos sobre saúde de temas variados como bem estar e qualidade do sono e, novidades sobre a empresa – atualizado diariamente, o internauta terá uma visão mais ampla sobre as secções e serviços, encontrando mais rapidamente o que procura.

Uma novidade do site é a apresentação do novo serviço da Clínica, PsiSono – a Terapia do Sono. A Cuidarte, por meio da diretora da clínica e psicóloga, Kyslley Urtiga, é a pioneira no Piauí no tratamento não farmacológico dos distúrbios do sono. A terapia é considerada hoje no Brasil Padrão Ouro no tratamento de distúrbios do sono, em especial da insônia.

Outro diferencial da página é sua adaptabilidade para diferentes dispositivos móveis, como celulares e tablets, plataformas cada vez mais utilizadas pelos internautas para acessar páginas virtuais. Além dos links diretos que levam aos perfis da clínica nas redes sociais facebook e instagram.

O usuário também poderá conhecer a estrutura completa do Clínica, os diferenciais, a história, tradição e qualidade na prestação de serviços. Uma área específica foi criada para apresentar o Espaço e Memorial Urtiga. A página de convênios e fale conosco foram reformuladas para atender as necessidades do público. Esta nova fase digital evidencia a preocupação da Clínica Cuidarte com a qualidade de serviços e atendimento.

Confira os sinais de quem não dorme bem

Enquanto uns dormem pesado a noite toda, outras pessoas costumam despertar com qualquer barulho. Mas o que diferencia os segundos dos “bons de cama”? Especialistas indicam que hábitos, genética e algumas doenças, como depressão e ansiedade, são questões decisivas para ter ou não uma restauradora noite de sono.

“Uma pessoa que não consegue aprofundar muito o sono ou desperta várias vezes durante a noite pode ter alguma predisposição genética, problemas emocionais, psicológicos ou hábitos inadequados”, afirma Rosana Cardoso Alves, neurologista e especialista em medicina do sono.

A médica explica que, de modo geral, um adulto deve dormir entre 7 e 9 horas por noite, com ciclos de sono compostos por quatro fases: 1, 2, 3 e REM (sigla em inglês para movimento rápidodos olhos). Nas três primeiras, o corpo sai do estado de vigília e entra aos poucos em um processo de desaceleração do metabolismo (temperatura e batimentos cardíacos caem e a respiração fica mais leve), mas é no REM que entramos no sono profundo.

É nesta etapa, que dura entre 20% e 25% da noite, em que acontecem sonhos, picos de pressão e de batimentos cardíacos e descargas de adrenalina.

Sono leve?

O sono que chamamos de leve, portanto, é o que a medicina entende como a primeira fase, onde há mais chances de despertar e que deve durar apenas 10% da noite. De acordo com a médica Lia Bittencourt, especialista da Associação Brasileira do Sono, ficar muito tempo na etapa de sono leve pode ser sinal de ansiedade ou depressão.

“O depressivo acorda no meio da noite e fica com pensamentos ruins ou acorda cedo demais”, diz.

Os ansiosos, por sua vez, aproveitam o silêncio das primeiras horas de vigília para pensar nos problemas, planos ou compromissos do dia seguinte. Nesses casos, diz Bittencourt, é importante não usar remédios para dormir, mas procurar um especialista para, primeiro, tratá-las com psicoterapia e, se necessário, medicamentos para esta finalidade. “Se não tratarmos a doença, vira um ciclo vicioso, porque quanto menos você dorme, pior fica a ansiedade e a depressão”, diz.

Mudanças de hábito, como levantar e anotar as ideias para não ficar pensando nelas durante a noite ou fazer exercícios de relaxamento, também são válidas.

Dormir rápido também é mau sinal

Nem sempre “dormir como uma pedra” é sinal de que está tudo bem. Ficar pouco tempo na fase 1 do sono, por exemplo, pode indicar que ele não tem sido de qualidade.

Como ter uma noite bem dormida

Para quem não consegue descansar durante a noite, o primeiro passo, segundo as especialistas, é mudar alguns hábitos. “É importante acertar um pouco a rotina e estabelecer horários para dormir e levantar, evitar chá preto, café e outros estimulantes à noite, retirar elementos eletrônicos do quarto e reduzir, na medida do possível, os ruídos”, afirma a médica do Fleury.

Uma hora antes de ir para a cama, as médicas recomendam a diminuição da luz e dos estímulos visuais, como os de computadores e smartphones, além de evitar alimentos pesados no jantar. Praticar esportes pouco antes de ir para a cama ou ingerir álcool também podem afetar a qualidade do sono.

“Se você perdeu o sono ou está demorando para dormir, eu recomendo sair da cama e fazer uma atividade relaxante, como ouvir uma música calma ou fazer meditação. Quando começar a sonolência, você volta para a cama “, diz Bittencourt. “Ficar ali acordado vai potencializando o medo de não dormir”.

 

Fonte: Uol Notícias

O coaching e a busca por uma vida em equilíbrio

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Processo de coaching foca no desenvolvimento pessoal

Todo o ser humano tem suas necessidades e precisa de suporte, seja interno ou externo, para alcançar aquilo que é ideal para seu próprio desenvolvimento enquanto ser humano. Mas para mudar a situação, cada indivíduo precisa ser entendido e orientado devidamente. Seus medos, anseios e dificuldades necessária ser analisados.

Vencer bloqueios, superar crenças limitantes, ultrapassar traumas, equilibrar emoções, mobilizar forças, alimentar motivações, ativar a resiliência? O Coaching e a Psicologia são duas metodologias eficazes para identificar esses e outros aspectos, servindo como apoio no processo evolutivo. Mas cada uma age de uma forma, não devendo, portanto, serem confundidas.

A Psicologia é uma ciência que ajuda o individuo a conhecer-se, resolver seus conflitos internos, analisar comportamentos e a transformar situações desconfortantes em crescimento e mudança. O grande diferencial é que a psicologia procura enquadrar o passado do indivíduo para melhorar o presente e construir o futuro. O bem-estar da pessoa é mantido em foco, enquanto o processo se desenvolve. No consultório de psicologia, o profissional pode trabalhar não apenas com objetivos específicos, como a resolução de um problema, mas também com questões mais gerais ou existenciais como o sentido da vida e o significado profundo de relações interpessoais.

Já o Coaching, é o processo que propõe e acompanha as mudanças. Um sistema baseado na relação harmônica, edificante e construtiva entre o profissional de Coaching (coach) e seu cliente (coachee). O papel do Coach é facilitar uma renovação dos valores e recursos do cliente, ao mesmo tempo em que se desenvolvem novas habilidades para enfrentar os desafios do ambiente ao qual ele está inserido. Proporciona ao cliente uma estrutura de apoio e feedback ao mesmo tempo. Em outras palavras, ajuda a pessoa a definir e atingir seus objetivos pessoais e profissionais com rapidez e facilidade, não conseguidos de outra forma.

Portanto, a Psicologia foca na doença, na prevenção e na promoção da saúde. O Coaching, no desenvolvimento pessoal e em processos de liderança pessoal.

Uma dúvida bem recorrente é se a pessoa pode fazer psicoterapia e coaching ao mesmo tempo. Podemos dizer que não existe um critério, um padrão, algo que diga exatamente se sim ou não. Isso deve ser inerente à necessidade da pessoa. Existem casos de pessoas que fazem terapia simultaneamente ao coaching. Quem vai determinar isso são os profissionais envolvidos e, em alguns casos, a própria pessoa. Então, dependendo da situação, a pessoa poderá sim estar inserida nos dois processos.
Conseguindo, assim, superar traumas passados com a terapia e caminhar rumo ao futuro com o coaching. Mas, em outros casos, será preciso trabalhar os dois em momentos diferentes. Isso porque a pessoa pode não estar pronta para o coaching, não conseguindo cumprir metas e atingir objetivos se não estiver bem resolvida em determinados aspectos que vem carregando. O ideal nesse caso é ajustar as coisas com a terapia, e só após a um considerável avanço, partir para o coaching.

A Psicoterapia pode tratar e reestruturar, tornando necessário o “preparo de terreno” para o Coaching. Isso porque alguns problemas emocionais que a pessoa enfrenta como fobia, ansiedade e depressão podem interferir negativamente no processo, tendo de ser trabalhados previamente para só depois permitir que o processo de coaching flua.

Não adianta estarmos vivendo um período de realizações profissionais se algo não vai bem em nossa vida pessoal. As experiências frustrantes vivenciadas em casa ou em relacionamentos afetivos, por exemplo, deixam as pessoas desmotivadas e em estado de extremo estresse. Como resultado, tendem a não se concentrar adequadamente nas suas tarefas, além de se sentirem frequentemente cansadas. A busca pelo equilíbrio em todas as áreas é fundamental para garantir sucesso pleno.

O Coaching Integral Sistêmico è um processo orientado à ação focada em resultados específicos. O coaching inclui avaliações, exames de valores, motivação, definição de metas bem elaboradas, tudo isso amparado por um plano de ação bem construído. É voltado para desenvolver competências e remover bloqueios para que o resultado seja alcançado de forma constante, consistente e sustentável na vida pessoal e profissional. Além disso, utiliza ferramentas, conceitos e uma abordagem emocional que são importantes para estabelecer, restaurar, construir crenças que vão possibilitar a realização das metas e objetivos estabelecidos pelo cliente, reestruturar as competências emocionais e diminuir sintomas de bloqueios, entraves emocionais e traumas profundos que impedem o cliente de conquistar seus objetivos e a superação de limites emocionais.

Objetiva principalmente a felicidade do indivíduo e a expansão das suas potencialidades, o que ajudará a alinhar os seus valores e propósitos de vida como um todo. Trata de um método que proporciona mais controle sobre suas próprias vidas, de modo que sejam capazes de fazer as mudanças necessárias para sentirem-se efetivamente realizados. O processo contribui, assim, para que os indivíduos desenvolvam suas habilidades e concretizem objetivos, na medida em que supera os seus obstáculos e limitações e assim, construir um estilo de vida abundante em todos os pilares da sua vida.

Vale ressaltar a importância do coaching de vida, chamado também de life coaching, que é uma modalidade do coaching exclusivamente voltada para a análise e desenvolvimento de todos os pilares da vida (Emocional, espiritual, familiar, conjugal, social, saúde, profissional e financeiro). Este método permite a avaliação do seu grau de realização e felicidade em cada um desses pilares e foca em alinhá-los para atingir o equilíbrio e uma vida abundante.

Polliana Melo
Psicóloga e Coach Integral Sistêmico

Psicoterapia, o caminho para reencontrar-se

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A alma humana é um solo sagrado no qual é difícil permear. Ir ao psicólogo é, então, desnudar a alma, entregar a uma pessoa “estranha” o que se tem de mais bonito, feio, doloroso, amargo, quente, feliz, são, doente. Coloco o psicólogo como estranho na minha fala para lhes dizer que é o que ele precisa ser. Provavelmente, ninguém vai ao psicólogo (ou se vai não deveria) esperando que ele seja um parente, um amigo e que vai lhe dizer o que você quer ouvir. No fundo ele precisa ser um estranho, para que você entenda-o como alguém imparcial, que estudou para estar naquele lugar e que tem os ouvidos prontos para lhe escutar. Por outro lado, o coloco como pessoa, porque é o que ele é, e precisa ser, para entrar em contato com outra pessoa, sendo empático, honesto, livre (de julgamentos, preconceitos) e humano. Afinal, Jung já nos falava sobre tocarmos uma alma sendo nada mais que outra alma.

A psicoterapia não é um processo rápido e muito menos fácil. Mas o que a torna difícil mesmo é o tempo em inicia-la. O que pode fazer com que alguém, ou nós todos, tenha tanto temor acerca da razão sobre a qual se faz terapia? Poderia ser a falta de problemas, mas essa hipótese já está descartada, visto que psicólogo faz papel de bombeiro sim, quase sempre, mas também pode ser um bom paliativista. O que quero dizer é que por mais íntimo e único que seja o motivo pelo qual procuramos a psicoterapia, muitas vezes só atentamos para o mesmo quando ele explode e faz ferimentos internos bruscos. É óbvio que ninguém gosta de tocar numa ferida, quanto mais na própria ferida, mas e se eu lhes disser que essa ferida pode ser cicatrizada por meio da fala sobre ela? Estranho, não? Seria, se o adoecimento da alma não fosse algo ao qual estamos todos propensos diariamente, humanos que somos.

O exercício de se observar e falar sobre si só compete a nós mesmos. E é justamente esse exercício, praticado em psicoterapia, que nos permite o aprendizado diário sobre nós. Não sobre quem somos, mas sobre quem estamos. Não que nossa característica de ESTAR nos impeça de SER, ao contrário, ela também nos permite ser passageiros onde não vale mais a pena demorar. Esse processo demorado e que pode ser denso, é também libertador. Aceitar quem somos/estamos nos dá a possibilidade vigente da vida: dar conta de si mesmo e se perdoar. Se transformar. Se querer. Se gostar. Provavelmente, nesse caminho, também precisemos perdoar os outros, afinal, esse momento é, principalmente, para nos responsabilizarmos pela nossa vida, pelas nossas escolhas e quando fazemos isso, vamos tirando vendas que cobriam nossos olhos e nos faziam culpar tais outros por nós mesmos.

A psicoterapia nos permite caminhar a partir do incômodo que nos faz chegar até ela. Se não estiver sendo assim, reveja tudo: o processo, o profissional, mas, especialmente, reveja a si mesmo. Na tentativa de ser o melhor para nós mesmos precisamos estar atentos às nossas teorias, às nossas autosabotagens, às nossas absolutas verdades, aos nossos padrões e repetições, que nem sempre são conscientes, mas estão ali, acontecendo dentro e fora da gente, e revejamos ainda, o quanto estamos sendo verdadeiros com nós mesmos e com o nosso processo terapêutico para que ele realmente aconteça. O quanto temos sido capazes de tocar em nós mesmos ou o quanto estamos esperando que outro faça isso diante da própria dificuldade de entrar em autocontato. Afinal, pode ser muito cômodo se fadar ao autoboicote responsabilizando outrém.

Refazendo em si mesmo a habilidade de se responsabilizar pela própria vida passamos a atuar como protagonistas da mesma, o que pode nos levar a refletir em dúvida: não é onde sempre estivemos? Na verdade, não. A psicoterapia também pode ter o papel de nos possibilitar dar essa olhada por dentro e fazer esse caminho de volta, bem como todos os caminhos que quisermos refazer. Poderemos ainda desfazer caminhos, afinal, se tudo é construção, desconstruir pode nos levar a novos lugares que desconhecíamos dentro de nós mesmos.

Restaurar esse papel de importância em nosso “infinito particular” nos faz acreditar de novo em nós mesmos e em como desejamos ficar/ser/estar. Descobrimos um universo que conspira sim, contra ou a favor, mas se estamos do nosso lado e torcida a gente vai ter de volta não apenas o que dá, mas o que permite receber. Se nos considerarmos merecedores de pouco, rapidamente estaremos satisfeitos, mas se quisermos mais será de grande valia não esquecer que olhar para dentro pode nos tornar melhor do que a gente já acredita ser e menos juízes de nós mesmos e do mundo.

Findo dizendo que apesar da intenção ter sido de lhes falar sobre como pode ser transformadora e libertadora a experiência de cuidar de si mesmo, através da psicoterapia, e sobre o quanto amar a si mesmo salva e nos faz viver melhor com quem nos rodeia, não existe receita sobre a vida, além de se permitir vivê-la. Cuidar de si mesmo é só um bom modo de fazer esse caminho ser mais leve, pleno e feliz!

Por Samantha Sandy Rocha – Psicóloga

Cuidarte realiza Natal Solidário com mães carentes

A ação doa kits maternidade em duas cidades do interior e Teresina

No Natal comemoramos o nascimento de Jesus Cristo. O dom da vida é uma dádiva e pensando nisso a Cuidarte realiza uma ação solidária para comemorar a data e irá presentear gestantes em situação de vulnerabilidade social com kits compostos por itens de cuidados básicos para os bebês.

Ao todo, 40 kits maternidade serão entregues nos municípios de São João da Varjota e Ipiranga do Piauí e na Maternidade Dona Evangelina Rosa. Os kits são compostos de fraldas descartáveis, fraldas de pano, toalha, camisetas, kits ‘mijão’ e cueiros, além de banheiras.

“O lema da clínica Cuidarte ‘nossa essência é cuidar’ será colocado em prática nesse Natal de modo especial. Resolvemos, em vez de fazer confraternização no ambiente de trabalho, confraternizar de uma forma diferente. A ideia é levar o espírito da data com carinho e amor a essas famílias que serão beneficiadas.”, pontua Kislley Sá Urtiga, coordenadora da clínica.

Kislley Sá acrescenta ainda que está em sua terceira gravidez e sabe o quanto  mudanças são difíceis. “Há tantas notícias sobre a precaridade da assistência em saúde em nosso país, então quis de alguma forma contribuir com àquelas mães  carentes e que estão cumprindo com regularidade seu pré-natal, mesmo com dificuldade, com um pouco de cuidado, fazendo com que entrem em contato com o bebê através do nosso kit, sinta e perceba a grandeza da graça de ter dois corações batendo em um só corpo”, finaliza.

Afinal o que é empatia?

Empatia significa pensar com os pés dentro do sapato do outro

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Nessa época do final de ano as pessoas ficam mais sensíveis, pensam mais nos outros e é um momento propício para refletirmos sobre a empatia. Então trouxemos um texto do blog Mora na Psicologia que pontua diversas visões desse sentimento. Um dos mais interessantes diz que empatia significar pensar com os pés dentro do sapato do outro.

 

Leia o texto na íntegra:

Sentimento de identificação entre duas pessoas; harmonia interativa.
 
Segundo o publicitário Paulo Rogério Tarsitano…
É a capacidade de nos identificarmos espiritualmente com outras pessoas, experimentar os mesmos sentimentos que elas experimentam ou viver mentalmente situações que desejaríamos experimentar.
Quando outras pessoas ao nosso redor manifestam certos sentimentos, parece natural que tenhamos esse mesmo sentimento. O “sentir com os outros”, constitui o que chamamos de simpatia. Para simpatizarmos inteiramente com outras pessoas é necessário o exercício da imaginação, precisamos nos colocar em seu lugar e encarar as coisas de seu ponto de vista. E para que o processo seja completo precisamos saber como lidar com a situação que influi em nossos amigos; precisamos da experiência na conduta cooperadora.
Empatia significa mais “sentir o que se passa no íntimo”, portanto algo mais profundo que simpatia. “Pode ser que uma pessoa não esteja experimentando nenhum sentimento, mas esteja vivenciando uma situação que despertaria em nós, caso estivéssemos no lugar dela, um sentimento apropriado para aquela situação, identificando-nos com a pessoa. O sentimento da empatia se manifesta no comportamento externo”.
Segundo Freud, “um caminho por via da imitação, conduz da identificação à empatia, isto é, à compreensão do mecanismo pelo qual ficamos capacitados para assumir qualquer atitude em relação à vida mental”.
Segundo o antropólogo Tariq Kamal…
Na filosofia Zen, o conceito de 1ª visão leva ao estar bem com nós mesmos. Dessa forma, cuidar de sua saúde, beleza e bem-estar é essencial. Estar sempre bem tratado, arrumado e vestido confortavelmente e de maneira elegante são maneiras de se sentir bem. Dormir adequadamente, se alimentar corretamente, relaxar e contar até 10 quando irritado.
Agora é hora de exercer a 2ª visão, que é a relação com os outros através da consideração, solidariedade e atenção às suas necessidades. Quando você é sensível àquela pessoa que está abalada, estendendo a sua mão e oferecendo-lhe ajuda, você cativa essa alma. Alegrar um ambiente, motivar quem está ao seu redor, trazer humor e carinho aos outros são provas de empatia. Procure começar dentro de casa, com seus pais, filhos, irmãos ou companheiro. Há um ditado que diz : “É bom ajudar alguém que lhe pede um favor. Melhor ainda é ajudá-lo antes que ele lhe peça…” Isso é sensibilidade! Isso é praticar a Arte da Empatia!
Segundo o R.H. Martin R. Pörtner…
Empatia tem algo de fortemente biológico. Diferente de como alguns pensam, não se pode encená-la. Empatia significa pensar com os pés dentro dos sapatos do outro. (…)
O segredo é contar com o coração. Há em todos nós uma linguagem que sai diretamente de dentro do peito. Encenar é com o cérebro; falar com empatia é coisa do coração. (…)
Segundo o Professor José Roberto Goldim…
Empatia, por sua vez, é olhar com o olhar do outro, é considerar a possibilidade de uma perspectiva diferente da sua. A falta de empatia é desconsideração, é não permitir diferentes percepções. A falta de empatia desconsidera a pessoa em si, os seus valores, o seu sistema de crenças ou os seus desejos. Para alguns a Empatia refere-se a Estética, e não a Ética propriamente dita. Em suma, a Empatia é sentir-se como se sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por uma outra pessoa.
Na Wikipédia…
Empatia é a resposta afetiva vicária a outras pessoas, ou seja, uma resposta afetiva apropriada à situação de outra pessoa, e não à própria situação. Pesquisas indicam que a empatia tem uma resposta humana universal, comprovada fisiologicamente, como se mostra abaixo. Dessa forma a empatia pode ser tomada como causa do comportamento altruísta, uma vez que predispõe o indivíduo a tomar atitudes altruístas.
Fonte: http://moranapsicologia.blogspot.com.br/2006/08/tudo-sobre-empatia.html
Edição: Adriana Lemos

A morte e a vida que levamos

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Ainda que a morte seja a única certeza da vida, nossa sociedade é carregada de tabus no que se refere à mesma: “Melhor não falar porque atrai”, “Vamos mudar de assunto?”, “É melhor a gente não conversar sobre isso perto das crianças”, etc.

Falar sobre a morte não irá atraí-la e deixar de falar não nos livrará dela. Nada impedirá que ela se aproxime de cada um de nós, seja direta ou indiretamente. Todos os dias vemos nos noticiários de TV, nas redes sociais e em outros meios de comunicação a morte sendo retratada e repassada sem nenhum cuidado e, muitas vezes, devido à essa banalização, ela simplesmente passa sem que nos aproximemos dela.

Ao nos afastarmos da morte, ignorando-a, passamos a viver à mercê dos acontecimentos e sem desfrutar da vida da melhor forma que poderíamos. Poderíamos: conjugado no futuro do pretérito para ilustrar que podemos estar perdendo tempo. E tempo é vida!

É sobre esse tempo que pode estar sendo desperdiçado que eu gostaria de lhes falar.

Ana Claudia Quintana Arantes em seu livro A morte é um dia que vale a pena viver traz reflexões importantes sobre o processo de viver e morrer. Numa destas, ela diz: “O problema é que caminhamos ao lado de pessoas que pensam que são eternas. Por causa dessa ilusão, vivem suas vidas de modo irresponsável, sem compromisso com o bom, o belo e o verdadeiro, distanciadas da própria essência. (…) Pensam que, se não olharem para o lixo de relação afetiva, o lixo de trabalho, o lixo de vida que preservam a qualquer preço, será como se o lixo não existisse. Mas o lixo se faz presente. Cheira mal, traz desconforto, traz doenças”.

Diante disso lhes pergunto: quantas horas do nosso dia temos tirado para fazer algo que nos dá prazer e nos aproxima de nós mesmos? Sem preocupação excessiva com compromissos financeiros, temporais, laborais ou o que seja? Não estou dizendo que nos afastar das nossas responsabilidades nos dará mais tempo de vida ou mais prazer à vida. Mas onde está a importância que temos dado à qualidade da vida que levamos?

Vou melhorar a pergunta: quantos minutos do nosso dia temos tirado para fazer algo que nos dá prazer e nos aproxima de nós mesmos? Pode ser fazer aquela leitura que você vem adiando, visitar a vizinha que você quase não vê mais, tomar um café com as amigas, caminhar com seu cachorro ou sozinha, por que não?

Então, perceberam que o prazer pode estar nos pequenos movimentos que fazemos em nosso dia-a-dia? São ajustes necessários para que a gente saia do automatismo e respire um pouco, olhe um pouco mais para dentro. Frente a isso vocês devem estar se perguntando: por que começar falando sobre morte?

A resposta é simples: falar de morte é falar de vida, já que a mesma existe não apenas para nos fazer finitos, mas para completar nossa existência e dar sentido a ela. Dependendo, é claro, de como cada um tem preferido ver e viver. Lembrando que viver não é sinônimo de estar vivo, simplesmente. Viver vai muito além de estar acordado.

Falar sobre a morte é a tentativa de demonstrar-lhes que a mesma pode estar sempre iminente, mas temos uma vida para fazer acontecer todos os dias da melhor forma que pudermos, sem perda de tempo!

Por Samantha Carvalho – psicóloga