Dormir mal eleva no cérebro o número de proteínas ligadas à doença

Quem nunca “roubou” sono de si mesmo que atire a primeira pedra. Seja pela quantidade enorme de afazeres diários, por puro divertimento, distração com as novas tecnologias ou até falta de cuidado, a maioria das pessoas, pelo menos de vez em quando, dorme menos do que o corpo pede. Como sabemos disso? Com um sinal claro.

“Não se sentir satisfeito no dia seguinte. Não adianta comparar com os outros. O ideal até é acordar sem despertador“, declara Rosa Hasan, coordenadora do Laboratório do Sono da Neurofisiologia Clínica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

Um estudo feito no Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e publicado em abril de 2018 na revista Proceedings Of The National  Academy Of Sciences traz um alerta em relação a este comportamento: dormir mal aumenta proteínas associadas ao Alzheimer no corpo.

Os pesquisadores avaliaram 20 voluntários saudáveis e de variadas idades durante duas noites. Um grupo foi submetido a um período confortável de sono. O outro dormiu por apenas 5 horas. Por meio de exames específicos, foi possível identificar um aumento de 5% de proteínas chamadas beta-amilóide no cérebro das pessoas privadas de sono. As regiões atingidas por essas substâncias foram justamente o hipocampo (responsável pela memória) e o tálamo (ligado sobretudo à consciência e estímulos). Importante saber que pesquisas variadas sobre beta-amilóide apontam que pacientes com Alzheimer têm 43% a mais da proteína do que pessoas sem a doença.

Faxina noturna

Rosa Hasan, que também coordena o ASONO, ambulatório de sono do Instituto de Psiquiatria, afirma que a descoberta vai ao encontro de algo que os especialistas já têm certeza: “Durante o sono é feita uma limpeza de substâncias ruins no cérebro. O sistema glinfático é o responsável por essa drenagem”. Portanto, se o sono não é bom, há menos faxina e mais acúmulo de toxinas.

A médica enfatiza que estamos falando tanto de falta de quantidade suficiente de sono como também de qualidade. “Muitas vezes a pessoa até dorme durante horas, mas sem um descanso efetivo. Caso de quem tem apneia do sono, por exemplo”.

A curto prazo, a falta de sono provoca falha de memória, afeta a capacidade de julgamento e traz problemas de cognição que aumentam o risco de acidentes e atrapalham o desempenho. “Quando a privação é crônica, piora todo esse quadro. Aumenta mortalidade, doenças cardiovasculares e risco de desenvolver demência”, alerta a coordenadora.

Sobre o Alzheimer, é preciso dizer que há muitos fatores por trás da doença: genéticos, ambientais e o próprio envelhecimento da população. Os dados do novo estudo são interessantes, mas não são conclusivos. De qualquer forma, os cientistas caminham em direção a pistas bastante concretas sobre as relações entre sono e lesões cerebrais. Não há mais dúvidas de que “sono não é luxo, é essencial para a saúde de todo e qualquer indivíduo”, conclui Rosa Hasan.

 

Fonte: vitalaire

Síndrome do Pânico não é frescura! Veja as consequências!

A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente. Quem sofre do Transtorno de Pânico sofre crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado. Além disso, as crises são seguidas de preocupação persistente com a possibilidade de ter novos ataques e com as consequências desses ataques, seja dificultando a rotina do dia a dia, seja por medo de perder o controle, enlouquecer ou ter um ataque no coração.

Causas
As causas exatas da síndrome do pânico são desconhecidas, embora a Ciência acredite que um conjunto de fatores possa desencadear o desenvolvimento deste transtorno, como:

– Genética
– Estresse
– Temperamento forte e suscetível ao estresse
– Mudanças na forma como o cérebro funciona e reage a determinadas situações.
– Alguns estudos indicam que a resposta natural do corpo a situações de perigo esteja diretamente envolvida nas crises de pânico. Apesar disso, ainda não está claro por que esses ataques acontecem em situações nas quais não há qualquer evidência de perigo iminente.

Fatores de risco
As crises de síndrome do pânico geralmente começam entre a fase final da adolescência e o início da idade adulta. Apesar disso, podem ocorrer depois dos 30 anos e durante a infância, embora no último caso ela possa ser diagnosticada só depois que as crianças já estejam mais velhas. A síndrome do pânico costuma afetar mais mulheres do que homens e pode ser desencadeada por alguns fatores considerados de risco, como:

 

Situações de estresse extremo
– Morte ou adoecimento de uma pessoa próxima
– Mudanças radicais ocorridas na vida
– Histórico de abuso sexual durante a infância
– Ter passado por alguma experiência traumática, como um acidente.
– Algumas pesquisas indicam que se um gêmeo idêntico tem síndrome do pânico, o outro gêmeo também desenvolverá o problema em 40% das vezes. – Pode acontecer, no entanto, de a doença se manifestar sem que haja histórico familiar dela.

 

Fonte: Minha Vida

Dificuldade de aprendizagem: saiba como identificar e tratar

Segundo Silvia Ciasca, a dificuldade de aprendizagem é compreendida como uma “forma peculiar e complexa de comportamentos que não se deve, necessariamente, a fatores orgânicos e que são, por isso, mais facilmente removíveis”. Ela ocorre em razão da presença de situações negativas de interação social. Caracteriza-se, fundamentalmente, pela presença de dificuldades no aprender, maiores do que as naturalmente esperadas para a maioria das crianças e por seus pares de turma e é, em boa parte das vezes, resistente ao esforço pessoal e ao de seus professores, gerando um aproveitamento pedagógico insuficiente e autoestima negativa.

Em relação à sua origem, a dificuldade de aprendizagem, DA, se deve, em geral, a uma multiplicidade de fatores. São exemplos dessas situações:

– As perturbações emocionais derivadas de mudanças, perdas na vida da criança ou de sua família;
– Desorganização na rotina familiar, excesso de atividades extracurriculares, pais muito ou pouco exigentes;
– Envolvimento com drogas, álcool;
– Efeitos colaterais de medicações que causam hiperatividade ou sonolência;
– Situações escolares de inadequação metodológica ou situações de bullying.

O diagnóstico das dificuldades de aprendizagem envolve interdisciplinaridade em pelo menos três áreas: Neurologia, Psicopedagogia e Psicologia. A intervenção, em geral, cabe ao psicopedagogo, que é um especialista em aprendizagem humana e suas desabilidades.

Embora as dificuldades de aprendizagem não devam ser encaradas como se fossem problemas permanentes, é imperioso que pais e professores estejam atentos para identificar sinais de persistência dos sintomas e encaminhar as crianças e jovens ao diagnóstico. No mínimo, evitam-se a ansiedade e a frustração da criança e o comprometimento de todo seu rendimento escolar.

Adaptado do texto “Dificuldades no aprender”

*Maria Irene Maluf é especialista em Psicopedagogia, Educação Especial e Neuroaprendizagem. Foi presidente nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia – ABPp (gestão 2005/07). É editora da revista Psicopedagogia da ABPp e autora de artigos em publicações nacionais e internacionais. Coordena o curso de especialização em Neuroaprendizagem.

Fonte: psiquecienciaevida

Treinamento de emoções positivas leva à felicidade

Querer não é poder. O que devemos fazer para conseguirmos atingir nossos objetivos?

Pode perguntar. Pelo menos na cultura ocidental, onze em cada dez pessoas gostariam de ter barriga de tanquinho. Brincadeiras à parte, é bem verdade que, se pudéssemos determinar nossa aparência física de maneira tão simples quanto criamos hoje um avatar no videogame, a grande maioria de nós exibiria corpos esbeltos, musculatura definida e, sim, muito provavelmente uma bela barriga de tanquinho!

Se essa é uma preferência de boa parte das pobres criaturas submetidas, sim, aos padrões de beleza ocidentais, ditadura da magreza, culto ao corpo e blá-blá-blá, por que não nos deparamos com uma legião de beldades no metrô, na ruas, no trabalho etc.? Resposta: Em primeiro lugar porque, ao contrário do que diz a sabedoria popular, querer NÃO é poder!

Para desenvolvimento da musculatura não existem atalhos. É treino e ponto. Anseio pelo dia em que as pessoas saibam que, em se tratando de felicidade, acontece o mesmo.

Quando em meus cursos peço aos alunos um conselho acerca do que deveria fazer para, finalmente, aprender a tocar piano, eles (estranhando a obviedade da pergunta) prontamente respondem: “Faça aulas de piano, ué!”.

Ainda que não se deem conta, em termos neurofisiológicos, eles estão me dizendo que eu devo, por meio do treino (aula), criar uma rede neural (que hoje eu não tenho) que me capacite a tocar piano. Eles não entendem aonde pretendo chegar com o cansativo exemplo do piano até que lhes digo: Por que em relação à felicidade seria diferente? Se eu quero ser feliz devo treinar meu cérebro para isso. Sair por aí perguntando às pessoas o que devo fazer para aprender a tocar piano é tão patético quanto dizer: “Como eu faço para ser mais otimista?” “Mais grato?” “Aprender a perdoar?” e é claro: “Como eu faço para ser feliz?”.

A resposta a todas essas perguntas é uma só: treino. É por isso que eu digo que, assim como acontece em relação à barriga de tanquinho, nem todos “merecem” a felicidade. Porque, dentre todos que a desejam, existem aqueles que trabalham diariamente por ela. A esses poucos é que os prêmios estão destinados.

Adaptado do texto “Sobre a felicidade e a barriga de tanquinho”

*Lilian Graziano é psicóloga e doutora em Psicologia pela USP, com curso de extensão em Virtudes e Forças Pessoais pelo VIA Institute on Character, EUA. É professora universitária e diretora do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento, onde oferece atendimento clínico, consultoria empresarial e cursos na área.
graziano@psicologiapositiva.com.br

Fonte: psiquecienciaevida

Mau comportamento infantil

Problemas comportamentais infantis têm enorme influência nas relações familiares e sociais.

Algumas variáveis determinam o comportamento de uma criança: seu temperamento, idade cronológica e seu desenvolvimento emocional, físico e cognitivo, além dos sentimentos de segurança emocional, autoimagem e, é claro, a sua história de vida.

Há a idade certa para determinados comportamentos, pois estes são a forma de comunicação com o meio ambiente, uma espécie de resposta aos estímulos recebidos e elaborados pelo sistema nervoso. A birra, por exemplo, é natural nos dois ou três primeiros anos de vida, pois a criança tem dificuldade em lidar com a frustração devido a sua imaturidade, inclusive neurológica.

Além disso, treina sua identidade e autonomia como em um jogo, que cabe ao adulto compreender e conter quando necessário. Mas com o passar do tempo, comportamentos desse tipo passam a ter outras conotações e influenciam na qualidade de vida, aprendizagem e socialização da criança.

Nos primeiros 36 meses, o temperamento infantil rege o comportamento, ou seja, há crianças por natureza mais calmas, mais acessíveis e outras que têm menor tolerância à contrariedade, mais dificuldades de adaptação a rotinas, regras, comandos. Mas a formação gradual de sua autoimagem, a percepção de valor que a criança atribui a si mesma, o ajustamento às normas familiares, as crenças incutidas pelas vivências e exemplos familiares, o amadurecimento do sistema nervoso, as novas experiências físicas, mentais e sociais vão fazer com que comece a se comportar de maneira mais equilibrada, porém ainda instável, que varia muito no quanto se sente querida, aprovada ou rejeitada.

Não se perceber amada, aceita, pertencente ao grupo familiar faz com que a forma de tentar alcançar um pouco de atenção nem sempre seja a mais conveniente. O problema é que, muitas vezes, esse sentimento dos filhos é uma surpresa para os próprios pais, que acreditam estar demonstrando seus cuidados, seu amor incondicional e sua confiança em suas crianças. Assim, crianças e adultos se baseiam em crenças errôneas para tentar obter aprovação!

Claro que há comportamentos inadequados promovidos pela impulsividade infantil, cansaço físico e mental, doença ou incapacidade de vencer a frustração, mas de modo geral podemos, a partir dos estudos de Dreikurs, entender quatro classes de objetivos errados na educação e comunicação com nossos filhos:

1) ATENÇÃO NEGATIVA
Se a criança percebe que com seu mau comportamento deixa o adulto irritado, preocupado ou culpado, ela vai se comportar sempre assim, pois consegue, de alguma maneira, a atenção (ainda que negativa) deles! E atenção é sinônimo de amor, valorização.

2) PODER NEGATIVO
É uma forma de autovalorização perigosa, pois dá margem a tentar obter o controle sobre o adulto de modo muito incerto. Em geral os conflitos gerados são duradouros e deixam marcas afetivas na criança e no relacionamento com os pais.

3) VINGANÇA INFANTIL
Promove satisfação compensatória quando a criança se sente desvalorizada. Compreender onde erramos e mostrar-lhe nossos sentimentos ajudam a vencer suas frustrações e a se comportar de outra forma. Ignorar a má conduta e sugerir novas tarefas, as quais sabe-se que a criança se sairá bem, em geral resolvem.

4) DESISTÊNCIA OU INCAPACIDADE ASSUMIDA
Desânimo e desencorajamento fazem com que a criança busque sempre o fracasso como modo de obter atenção e o expressa com comportamentos que confirmam essa crença dos pais. Portanto, valorizar-lhe o empenho e crescimento é uma forma de mudar a situação.

Nunca é demais lembrar que pais excessivamente autoritários criam filhos introvertidos, com reduzidas condições de decisão, baixa autoestima, mas também desafiadores, conflituosos, rebeldes, pois copiam a linguagem paterna.

Pais muito negligentes em relação a normas e regras criam filhos igualmente despreparados para a vida autônoma: apesar de geralmente parecerem ser independentes, eles sofrem com a sobrecarga emocional que as decisões precoces obrigam. E se comportam igualmente mal, para conseguir atenção e segurança com as respostas dos adultos.

Esse conhecimento é útil para que os familiares consigam entender que grande parte dos problemas que enfrentam com o comportamento dos filhos advém de seu próprio comportamento. É preciso aprender a lidar, ensinar e manter um ambiente de segurança emocional, harmônico, com regras e consequências claras ao seu não cumprimento.

Crianças precisam desses cuidados para desenvolver comportamentos adaptativos positivos, maturidade, responsabilidade e autocontrole. Condutas desajustadas na vida familiar e social repercutem na escola e no aproveitamento pedagógico. E podem sugerir aos leigos problemas de neurodesenvolvimento, que na verdade são apenas comportamentais.

Uma mudança na forma de perceber a mensagem embutida no comportamento infantil é a melhor maneira de avaliação, antes de qualquer outra providência.

Fonte: psiquecienciaevida

Terapia pode ser solução para dependentes químicos

O objetivo da terapia de grupo, principalmente nos casos de dependência, é proporcionar um entendimento mais amplo do self e do efeito que um indivíduo tem sobre as outras pessoas do grupo, avaliando o efeito dos outros sobre o indivíduo. Os dependentes aprendem sobre si mesmos a partir do coordenador do grupo e dos outros membros. Eles podem descobrir como seu comportamento e atitudes são frequentemente autoderrotistas e destrutivos, fazendo com que sejam erroneamente compreendidos pelas outras pessoas e fazendo com que os outros os compreendam erroneamente. Um grupo coeso, acolhedor, onde os pacientes são recebidos por coordenadores abertos para a especificidade de suas vivências, pode ser um profundo encorajamento, ajudando-os a formular discursos e demandas que favoreçam a construção ou reconstrução de um recorte específico, dentro de um tema complexo, que se inicia quando o indivíduo se coloca em relação ao outro e não mais em relação ao objeto de dependência. O grupo pode ser um articulador de encontros; é primordial que se criem espaços grupais terapêuticos, onde haja facilitação para construção de uma demanda que sustente o caos onde o dependente normalmente está inserido.

terapia de grupo promove o desenvolvimento dos relacionamentos interpessoais e do apoio mútuo entre os dependentes; isto é, pode ser especialmente útil na medida em que muitos deles decidem cortar o contato com seus antigos companheiros de adicção. Os fenômenos de transferência são mais fáceis de manejar dentro de um grupo do que muitas vezes em terapias individuais. No grupo, a dependência do terapeuta é menos pronunciada do que num setting individual e tende a diluir entre os outros membros. O grupo permite aos dependentes examinarem seus relacionamentos interpessoais e suas habilidades sociais. Uma vez que a negação é um mecanismo de defesa frequentemente utilizado pelos dependentes (Amodeo, 1990), a confrontação dessa negação pode ser mais efetiva em um ambiente onde não exista apenas o terapeuta para intervir, mas também uma interação grupal.

Alguns fatores foram desenvolvidos por Yalon (1975) e modificados subsequentemente por Block e colaboradores (1979) e Block e Crouch (1985), para a estruturação de um trabalho útil em grupos: aceitação (o paciente se sente aceito pelo grupo, uma parte integral da coesão); altruísmo (capacidade de ajudar outros membros do grupo); universalidade (sentir que estamos “todos no mesmo barco”); instalação da esperança (de um resultado bem-sucedido); aprendizagem por substituição (pela observação da interação entre os membros do grupo); orientação (informação ou conselhos recebidos dentro do grupo); autoentendimento; aprendizagem a partir de ações interpessoais (aquisição de comportamentos mais adaptativos dentro do grupo); autorevelação e catarse.

Há inúmeras denominações diferentes a uma mesma finalidade grupal. Assim, muitos autores costumam catalogar os grupos de acordo com a técnica empregada pelo condenador e com o tipo de vínculo que ele estabeleceu com os indivíduos integrantes. Exemplo disso é o conhecido critério de classificar os quatro tipos seguintes: pelo grupo (o qual, funciona gravitando em torno do líder, através do recurso da sugestão ou de uma identificação com ele, como nos grupos Pratt ou nos Alcoólicos Anônimos etc.); em grupo (as interpretações são dirigidas ao indivíduo. De certa forma, é um tratamento individual de cada membro na presença dos demais); do grupo (o enfoque interpretativo está sempre dirigido ao grupo com uma totalidade gestáltica); de grupo (a atividade interpretativa parte das individualidades para a generalidade e desta para os indivíduos).

Para os dependentes, a família é primordial e um fator crítico no tratamento. Sua abordagem é um procedimento fundamental nos programas terapêuticos. Sendo assim, as famílias de dependentes também se beneficiam dos atendimentos grupais. Laquer (1951) criou o “Grupo Multifamiliar”, adaptando as técnicas de terapia de grupo para dirigir à reestruturação dos padrões de relacionamento familiar. O Grupo Multifamiliar tem sido utilizado como coadjuvante no tratamento de vários problemas psiquiátricos e de comportamento, tem se evidenciado como um instrumento terapêutico com resultados positivos, especialmente quando integrado a um programa mais abrangente (Stanton; Toddy, 1985).

Adaptado do texto “Terapias de Grupo”

*Thais P. Gracie Maluf é psicóloga e psicoterapeuta familiar e casal, com mestrado em Ciências da Saúde e especialização em Terapia Familiar pela Universidade Federal de São Paulo – Unifesp. Atuou como coordenadora do setor de atendimento às famílias de dependentes no Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes, Proad (Unifesp). Preceptora e supervisora do Programa de Residência Multi do Departamento de Psiquiatria da Unifesp. Coordenou e supervisionou o programa de estágio de psicólogos e professora dos cursos de especialização e capacitação do Proad. Experiência na área das dependências químicas e de comportamentos, com enfoque no tratamento psicoterápico individual e grupal.

Fonte: psiquecienciaevida

O disléxico precisa de uma aprendizagem diferenciada

A psicopedagoga e psicoterapeuta desfaz os mitos sobre dislexia e afirma que um processo de aprendizagem cinestésico e integrativo auxilia muito a melhorar o desempenho do aluno que sofre desse tipo de distúrbio.

Atividades como a leitura servem como porta de entrada e chave de acesso a uma série de conhecimentos ao longo da vida. Contudo, um grande número de crianças e adolescentes enfrenta dificuldades para ler e, hoje, uma das causas mais frequentes de mau desempenho nos estudos é a dislexia. Trata-se do transtorno de aprendizagem mais comum entre a população escolar, sendo referida uma prevalência entre 5 e 17,5%.

A psicopedagoga, psicoterapeuta e especialista em Medicina Comportamental, Lou de Olivier, dedicou praticamente toda sua vida ao estudo, pesquisas e tratamento da dislexia. Ela faz questão de ressaltar a grande quantidade de mitos e equívocos que envolvem o distúrbio, o que acarreta, inclusive, em uma quantidade significativa de diagnósticos errados.

“São tantos os equívocos que nem tenho como citar todos. A maioria surgiu em pesquisas científicas, mas que foram descontinuadas. Quero afirmar, com isso, que alguns pesquisadores defendem um tema com um determinado enfoque e, na sequência, abandonam o tema ou por terem seguido outros ou por perceberem que estavam errados ou por diversos outros motivos. Nesse ritmo, cria-se um mito que vai se perpetuando e quem mais sofre com isso é o paciente, que acaba submetido a tratamentos ineficientes, obsoletos e, quase sempre, fundamentados em uma única tese inicial”, revela Lou.

Ela também é multiterapeuta, bacharel em Artes Cênicas e Artes Visuais, além de pioneira na prospecção da dislexia adquirida e criadora do método terapia do equilíbrio total/universal.

Quais são os principais mitos que envolvem a dislexia, por que surgiram e o que fazer para desmistificá-los?

Lou: São muitos os mitos em relação à dislexia. Os mais comuns são: hereditária/genética – isso coloca a dislexia como sendo de um único tipo, ocorrendo em famílias propensas. De fato, esse tipo de dislexia existe, mas é um dos diversos tipos. Há outros tipos e classificações, que dependem, inclusive, da linha de pesquisa da neuropsicologia, da psicopedagogia, da multiterapia, entre outras. Entre os diversos tipos que são renegados no Brasil está a adquirida. Apesar de ser aceita oficialmente pela Ciência da Saúde, ainda é questionada e até mesmo desconhecida pela maioria dos profissionais de saúde no país. Outro grande mito é a “troca de letras”, supostamente característica da dislexia.

Cita-se a troca “p” com “b” ou “d” com “q”, quando, na verdade, há ausência de identificação e não troca de letras. Há quem cite omissões e outras características mais próprias da dislalia como sendo dislexia. Embora a dislalia seja uma dificuldade/disfunção na linguagem oral, ela pode interferir na aquisição da leitura/escrita. Então, a criança faz omissões e/ou substituições e/ou distorções e/ou acréscimos de sons. Isso é característico de dislalia, mas tem sido divulgado como dislexia. Há quem confunda sintomas da síndrome de Irlen com dislexia. Há também a afirmação equivocada sobre a maior incidência em meninos pela questão da testosterona. Essa afirmação já foi descartada na década de 1980, mas ainda é citada. São tantos os equívocos que nem tenho como citar todos. A maioria surgiu em pesquisas científicas, mas que foram descontinuadas. Quero afirmar, com isso, que alguns pesquisadores defendem um tema com um determinado enfoque e, na sequência, abandonam o tema ou por terem seguido outros ou por perceberem que estavam errados ou por diversos outros motivos. Nesse ritmo, cria-se um mito que vai se perpetuando e quem mais sofre com isso é o paciente, que acaba submetido a tratamentos ineficientes, obsoletos e, quase sempre, fundamentados em uma única tese inicial. Para desmistificá-los, penso que os interessados, ou seja, pais, professores, estudantes e profissionais de saúde, devem buscar informações seguras e filtrá-las. Não acreditando em tudo que está publicado ou divulgado.

Quais as causas psíquicas que contribuem para o desenvolvimento da dislexia?

Lou: No passado, acreditava-se que a dislexia causasse alteração hemisférica, com o hemisfério direito “maior” que o esquerdo. Esse é outro mito dos mais bizarros. No ano 2000, comprovei que, na verdade, havia apenas maior excitação ou inibição dos hemisférios e isso podia ser medido e equilibrado por aparelhos sofisticados em uso inclusive no Brasil. Ou seja, era a chance dos disléxicos se submeterem a exames e tratamentos muito mais sofisticados e eficazes. Apesar de receber apoio de importantes médicos que receberam muito bem minhas teorias, também dessa vez fui muito criticada pela “maioria” e tive restrições às minhas pesquisas. Mesmo assim, consegui provar a questão da maior ou menor excitabilidade hemisférica. E o comprometimento de algumas áreas cerebrais no processo alterado de leitura (dislexia). Em 2003, publiquei um livro chamado Distúrbios de Aprendizagem/Comportamento – Verdades que Ninguém Publicou, que trazia muitas novidades importantíssimas na detecção e tratamento da dislexia. Esse livro continua a ser editado, com o título Distúrbios de Aprendizagem e de Comportamento. Hoje, o que se aceita é que há, basicamente, três caminhos neurais para a leitura, localizados tanto na parte anterior quanto posterior do cérebro, sendo responsáveis pelo reconhecimento, análise e forma das palavras. Além disso, há um quarto “canal”, que pode ser acionado em situações que exigem articulação e análise simultânea das palavras. Esses caminhos constituem um sistema em que cada “canal” tem sua função na leitura e é ativado de acordo com a necessidade do leitor. Os disléxicos apresentam falha nesse circuito. Enquanto os considerados leitores “normais” utilizam as partes anterior e posterior do cérebro, o disléxico apresenta uma inibição ou subativação de caminhos neurais da parte posterior e uma excitação ou superativação da parte anterior do cérebro. O resumo é que essa falha na parte posterior do cérebro causa a incapacidade de transformar as letras em sons, ao analisarem as palavras, e o não reconhecimento rápido e automático das palavras.

Você é pioneira no estudo da dislexia adquirida. O que difere esta da dislexia convencional?

Lou: Preciso afirmar que, hoje, é aceita oficialmente, pela Ciência da Saúde, a dislexia adquirida por infarto da artéria cerebral posterior e outras doenças cerebrais. Entendo isso como uma vitória, depois de quase 40 anos que afirmo essas ocorrências. Ainda defendo a dislexia adquirida por anoxia perinatal/hipoxia neonatal e geral, mas creio que em breve também serão aceitas oficialmente. O que falta é essa informação chegar ao maior interessado que é o paciente e, também, aos profissionais que atuam tratando dislexia e outros distúrbios de aprendizagem. Em relação às diferenças, a convencional pode ser considerada possivelmente hereditária/genética, que faz com que algumas famílias sejam propensas ao distúrbio, ou seja, se o pai ou a mãe tem dislexia, os filhos têm mais probabilidade de apresentar dislexia. A adquirida é considerada quando há uma lesão ou choque (trauma) causados por acidente (pode ser um AVC, anoxia perinatal/hipoxia neonatal ou geral etc.). Outra diferença é na forma como se manifesta. A considerada convencional causa dificuldade ou ausência de aquisição de leitura. A adquirida causa perda da capacidade de leitura, ou seja, o indivíduo que antes lia com facilidade perde essa habilidade por causa de um acidente (lesão/choque). Aqui, cabe uma explicação: eu considero dislexia apenas distúrbio de leitura, e não de leitura e escrita, como alguns pesquisadores classificam. Penso que para definir distúrbio de escrita já há a disgrafia e a disortografia.

Adaptado do texto “O disléxico precisa de uma aprendizagem diferenciada”

*Lucas Vasques é jornalista e colabora nesta publicação.

Fonte: psiquecienciaevida

Psicólogo Flávio Jr aponta mitos sobre suicídio

O psicólogo Flávio Júnior da Clínica Cuidarte abordou os mitos sobre o assunto. Confira!

O Setembro Amarelo é uma campanha voltada para a prevenção ao suicídio em todo o mundo, promovida pela Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (Iasp), e, no Brasil, pela Associação Brasileira de Psiquiatria, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Centro de Valorização da Vida (CVV).

 

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Meditação ajuda a reduzir dor crônica, diz estudo

Indivíduos com maior facilidade de praticar a atenção plena têm menor sensibilidade à dor e maior desativação de circuitos cerebrais específicos

Você já ouviu falar na técnica de meditação atenção plena? O método tem sido usado para ajudar as pessoas a manterem o foco no presente – o que acontece ao seu redor naquele momento –, procurando esvaziar a mente por algum tempo. A atenção plena melhora o desempenho no trabalho e na vida, pois busca apurar o poder de concentração dos indivíduos. Além disso, a estratégia pode ser uma importante aliada no combate à dor crônica, caracterizada por dores intensas e persistentes que duram semanas ou até meses. Pelo menos é o que indica um novo estudo, publicado na revista Pain.

Sabe-se que algumas pessoas têm uma atenção plena natural maior que outras. Essas pessoas também parecem ser mais resistentes à dor. Para testar essa hipótese, pesquisadores do Centro Médico Wake Forest Baptist, em Winston-Salem, avaliaram 76 pessoas saudáveis, sem histórico de prática meditativa.

A capacidade de atenção plena dos participantes foi avaliada pela Freiburg Mindfulness Inventory (FMI), uma ferramenta de análise de percepção de comportamento. Em seguida, os pesquisadores administraram estimulação dolorosa ao calor e estimulação não dolorosa (como placebo), ao mesmo tempo que em monitoravam a atividade cerebral dos voluntários por meio de ressonância magnética funcional. A atenção plena está associada à desativação do córtex cingulado anterior, região cerebral responsável pela regulação das funções autônomas, como pressão sanguínea; e cognitivas, como emoção e aprendizado.

Capacidade de concentração
A equipe constatou que os indivíduos com maior predisposição à atenção plena tinham baixa sensibilidade à dor e maior desativação de um circuito cerebral conhecido como rede neural padrão. Esse mecanismo compreende várias áreas do cérebro que estão interconectadas e ativas durante o repouso, ou seja, quando a atenção está voltada para o mundo interior da pessoa e não para o mundo exterior.

Já os participantes que relataram sentir dor tinham essa região do cérebro menos ativa. “A rede neural padrão é desativada sempre que você está realizando qualquer tipo de tarefa, como ler ou escrever”, explicou Fadel Zeidan, principal autor do estudo. Portanto, esses indivíduos não foram capazes de se libertar das distrações exteriores, ao contrário dos que não relataram dor.

Novos tratamentos
Diante dos resultados, os cientistas concluíram que pessoas com alta capacidade de concentração no momento presente experimentam menos dores. Com a descoberta, eles esperam desenvolver novas formas de terapia que trabalham essa região específica do cérebro para ajudar pacientes que sofrem de dor crônica. “É importante ressaltar que este trabalho mostra que devemos considerar o nível de atenção plena ao calcular por que e como a pessoa sente menos ou mais dor”, salientou Zeidan.

De acordo com o estudo, essa forma de meditação é ainda mais eficaz que o tratamento-padrão da dor crônica. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED) em 2016 mostrou que 37% da população brasileira sofre com o problema, que atinge principalmente mulheres das regiões Sul e Sudeste, com idade média de 41 anos.

Fonte: Veja

Psicóloga realiza palestra a convite do IASPI

Kyslley Urtiga falou sobre a campanha Setembro Amarelo.

A fim de alertar a população, bem como ressaltar a necessidade e as formas de prevenção ao suicídio, a diretora e psicóloga da Clínica Cuidarte, Kyslley Urtiga, ministrou manhã desta quarta-feira (26), no Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado do Piauí (IASPI), palestra alusiva à campanha nacional Setembro Amarelo.

Kyslley Urtiga falou sobre a campanha Setembro Amarelo.

O que é setembro amarelo?

Setembro amarelo é uma campanha do Centro de Valorização da Vida que busca trazer o diálogo sobre o suicídio para a sociedade. Desde 2015 o mês busca a conscientização e a prevenção do suicídio.

No mundo todo, aproximadamente uma pessoa se mata a cada 40 segundos. Só no Brasil, o suicídio é a quarta causa mais comum de morte de jovens. O assunto é um tabu. Não falamos dele. A mídia evita por medo de aumentar os números, as pessoas evitam por medo do assunto em si e com isso, acabamos cortando o diálogo necessário.

Por que o Setembro amarelo é importante?
O Setembro Amarelo é uma campanha que busca trazer o diálogo e prevenir o suicídio. 90% dos suicídios poderia ser evitado com ajuda psicológica. A maioria deles é causada por doenças mentais que não são tratadas porque muita gente nem sabe que precisa de tratamento. Aproximadamente 60% das pessoas que morrem por suicídio não buscam ajuda.

Já pensou se isso se aplicasse a outras doenças? Imagine se 60% das pessoas com fraturas não fosse ao médico ou se 60% dos pacientes com apendicite não se tratasse e você vai perceber que é estranho que tanta gente não busque ajuda. Isso porque nós, como sociedade, não falamos do assunto, não informamos as pessoas.

Cerca de 17% dos brasileiros já pensou seriamente em suicídio. 4,8% deles já elaboraram um plano para isso.