3 maneiras de aproveitar a psicologia positiva para ser mais resiliente

Algumas pesquisas sugerem que a psicologia positiva pode ajudá-lo a superar os altos e baixos da vida e, também, a criar resiliência para os momentos de maior dificuldade.

Aqui estão três maneiras de cultivar os benefícios da psicologia positiva:

Expressar gratidão
A gratidão é um apreciação gratuita pelo que você tem – uma casa, boa saúde e pessoas que se preocupam com você. Quando você reconhece a bondade em sua vida, começa a reconhecer que a fonte dessa bondade não depende exclusivamente de você. Dessa forma, a gratidão ajuda você a se conectar a algo maior do que sua experiência individual – seja com outras pessoas, natureza ou um poder superior.

Separe alguns minutos todos os dias e pense em cinco coisas grandes ou pequenas pelas quais você é grato. Escreva-as se quiser. Seja específico e lembre-se do que cada coisa significa para você.

Alavancar seus pontos fortes
Para colher os benefícios de seus pontos fortes, primeiro você precisa saber quais são eles. Infelizmente, de acordo com um estudo britânico, apenas cerca de um terço das pessoas tem uma boa compreensão de seus pontos fortes. Se algo lhe vem com facilidade, temos a tendência a nos acomodar e não identificá-lo como uma força. Se você não tem certeza de seus pontos fortes, pode identificá-los perguntando a alguém que você respeita e que o conhece bem, observando o que as pessoas o elogiam e pensando no que é mais fácil para você.

Certas forças estão mais intimamente ligadas à felicidade. Elas incluem gratidão, esperança, vitalidade, curiosidade e amor. Essas forças são tão importantes que valem a pena cultivar e aplicar em sua vida diária, mesmo que não surjam naturalmente para você.

Saboreie o “bom”
A maioria das pessoas está preparada para experimentar o prazer em momentos especiais, como um casamento ou férias. Por outro lado, os prazeres do dia a dia podem passar despercebidos. Saborear significa colocar sua atenção no prazer enquanto ele ocorre, apreciando, conscientemente, a experiência à medida que ela se desenrola. Apreciar os tesouros da vida, grandes e pequenos, ajuda a cultivar a felicidade.

Multitarefa é o inimigo de “saborear”. Por mais que tente, não pode prestar muita atenção a várias coisas. Se você estiver lendo o jornal e ouvindo rádio, durante o café da manhã, não terá o prazer que essa refeição pode proporcionar – ou do jornal ou programa de rádio. Se você está passeando com o cachorro por um caminho bonito, mas encarando mentalmente a lista de tarefas do dia a dia, está perdendo o momento.

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Artigo originalmente publicado no site da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard livremente traduzido e adaptado por Mariana França.

Fonte: bemdoestar.org

Consumo exagerado pode prejudicar sua saúde mental e financeira

Faltam dez dias para o Natal. Diante de tanto incentivo, é difícil passar por este período sem fazer gastos. Apesar de ser prazeroso comprar um presente — seja para você ou para alguém querido — esta atitude pode trazer muito sofrimento: é o que acontece com as pessoas que compram por compulsão.

O transtorno de compras compulsivas (TCC) é caracterizado como um comportamento crônico e repetitivo, que tem consequências prejudiciais e que normalmente ocorre em resposta a eventos ou sentimentos negativos.

— Algumas pessoas com TCC chegam até a descrever que experimentam um prazer semelhante ao sexual quando compram. E, após a aquisição, geralmente apresentam um sentimento de decepção ou desapontamento consigo mesmo — diz a neuropsicóloga Elaine Di Sarno.

O limite entre a compulsão e o consumismo está justamente no impacto negativo que o ato de comprar gera na vida do consumidor. Se após a compra a pessoa se sente mal, tudo indica que há um problema.

— Geralmente, as compras dos consumistas não afetam, por exemplo, sua relação com a família. Já aquele que compra compulsivamente tem prejuízos em vários aspectos da vida e se sente perdido quando não pode comprar mais nada. É uma situação perigosa, pois abre caminho para o desenvolvimento de outras compulsões, como por bebidas alcoólicas — alerta Rogério Panizzutti, psiquiatra e professor da UFRJ.

Ao identificar uma compulsão por compras, a família deve orientar a pessoa a procurar ajuda psicológica. Com orientação profissional, é possível sair da situação que, na maioria das vezes, arrasa com a vida financeira da pessoa.

— Antes do planejamento financeiro, é preciso tratar a compulsão, pois ela está associada a algum vazio emocional — orienta especialista em finanças Raffaela Fahel.

Não caia em tentação

Na compulsão

Varie as atividades

Quanto mais atividades prazerosas você fizer, menores serão as chances de criar compulsão por alguma coisa, como comprar. Portanto, comece a procurar outras coisas que gerem satisfação e as inclua na sua rotina

Procure ajuda profissional

Se você percebeu que suas compras viraram uma compulsão, procure por um(a) psicólogo(a) ou psiquiatra para tratar este problema, antes que ele cause danos irreparáveis

No consumismo

Você precisa disso?

Antes de comprar, pergunte a si mesmo se você realmente precisa disso. Se sim, para quando? Será que é realmente necessário comprar isso agora?

Evite fazer compras de madrugada

A internet nos dá a possibilidade de fazer compras a qualquer hora do dia. De madrugada, normalmente estamos mais cansados e vulneráveis a fazermos compras desnecessárias

Entenda suas emoções

Você costuma estar feliz ou triste quando decide fazer compras? As emoções, às vezes, determinam o que você vai comprar ou não. Tente estar neutro (nem muito feliz nem muito triste) na hora de comprar

Não tenha pressa

A afobação por querer comprar logo pode fazer você adquirir aquilo que não precisa. Tenha calma

Compre acompanhado

Uma pessoa ao seu lado pode evitar que você extrapole e cometa excessos na hora de comprar

Planeje a compra

Na hora de ir ao shopping ou de fazer uma compra online, tenha em mente exatamente o que você precisa comprar. Nada de ficar olhando promoções alheias

Dinheiro contado

Nada de sair de casa com muito dinheiro na carteira nem com vários cartões de crédito. Ande com a quantia necessária para comprar aquilo que foi planejado

Olhe em casa antes de comprar

Antes de sair de casa ou comprar algo pela internet, veja se você já não tem aquele item. Às vezes, você comprou, deixou guardado e esqueceu que tem

Verifique o seu orçamento

Você vai ter dinheiro para comprar este produto que você deseja? Ele não vai extrapolar suas finanças? Some todas as suas despesas fixas e veja o quanto precisa pagar de cartão de crédito no próximo mês. Comprar um produto na promoção em uma hora financeiramente desfavorável pode sair mais caro

‘Por que o meu filho gosta de ver mil vezes o mesmo desenho?’

A repetição é como as crianças consolidam informações.

Logo ao acordar, Bruno, de quase três anos, invariavelmente pede para assistir ao desenho de Os Três Porquinhos. Depois, ele reencena a história com seus brinquedos, várias vezes por dia.

Pedro, da mesma idade, adora ver os mesmos livros infantis de sua coleção, repetidamente. Ana Gabriela, de sete anos, chegou a pedir para ver o filme dos Detetives do Prédio Azul três vezes no mesmo dia.

Pais, às vezes irritados de ter de ver os mesmos desenhos e repetir insistentemente as mesmas brincadeiras, muitas vezes se perguntam: por que as crianças ficam obcecadas por alguns objetos, personagens e histórias? Será que elas não cansam?

“As crianças aprendem e consolidam a informação por meio da repetição. Elas precisam de diversas reproduções para realmente aprender – na primeira vez que veem um desenho, por exemplo, vão prestar atenção às cores; na quarta vez talvez foquem sua atenção na história, na linguagem ou no arco narrativo”, explica à BBC News Brasil Rebecca Parlakian, diretora-sênior de programas da organização americana Zero to Three, que promove políticas voltadas a crianças de zero a três anos.

“Para nós, adultos, é uma repetição. Para elas, crianças, é uma reelaboração”, diz Patricia Corsino, professora-associada da Faculdade de Educação da UFRJ e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Infância, Linguagem e Educação da universidade.

“Isso se manifesta também nas brincadeiras de ir e voltar, nos pedidos de ‘de novo’ aos adultos quando eles fazem algo que agrada as crianças”, explica a professora. “Nem sempre isso é feito pelos mesmos motivos por cada uma delas, mas o objetivo costuma ser o de se apropriar daquilo ou de buscar o afeto que sentiram (durante a brincadeira), para elas entenderem a si próprias dentro deste mundo tão complexo.”

Entrar na brincadeira é bom…

As duas especialistas explicam que, quanto mais os adultos entrarem no jogo, mais criarão momentos para afeto, para a interação com as crianças e até para a ampliação do repertório delas.

Parlakian começa lembrando que é bom limitar o uso de telas, mas ressalta que os pais podem, ao ver o mesmo desenho com as crianças, elaborar conversas e atividades a partir do que assistiram juntos.

“‘Vamos contar os números junto com o personagem?’ ou então ‘Como você acha que o personagem se sentiu naquele momento?’. Outra ideia é, depois de assistir, desligar a TV e fazer um jogo com base no desenho. Com isso, você transfere o que está na tela para a vida real, algo que normalmente não acontece com crianças pequenas se elas meramente assistirem ao desenho”, diz a especialista.

No caso de contos clássicos como Os Três Porquinhos, por exemplo, é possível ampliar o entendimento da criança contando a ela as diferentes versões existentes da história ou brincando de reencenar.

“A exposição à mesma história com leves diferenças ajuda as crianças a consolidar o que aprenderam”, diz Parlakian. “E reencenar as ajuda a entender como os personagens se sentem, o que as ajuda a desenvolver empatia.”

Mesmo sem mudar a história, mas escolhendo bons livros que possam ser lidos com prazer muitas vezes, os pais e cuidadores estarão dando grandes oportunidades para as crianças se desenvolverem, diz Patricia Corsino. “As crianças não precisam de muitas coisas. Precisam de poucas, mas com muita intensidade.”

… mas se encher da repetição é compreensível

Não tem nada de errado, no entanto, se os pais cansarem de assistir ao mesmo desenho pela milésima vez. “É natural os pais falarem que não querem mais e estabelecerem seus próprios limites”, diz Corsino.

Outra ideia é buscar a variedade dentro do mesmo tema, para expandir os horizontes da criança e dar a elas mais informações a respeito das coisas que elas tanto gostam.

Parlakian conta que, aos três anos, sua filha adorava brincar de montar mesa de piquenique. “Certa vez, eu fiquei tão entediada de vê-la fazer isso pela milésima vez que sugeri: ‘vamos fazer um piquenique de verdade no quintal?’ Meu filho também teve uma fase em que ficou obcecado por caminhões. Então busquei mais livros sobre o tema e fiz com ele um passeio até um lava-rápido.”

E a repetição continua

Embora a repetição seja mais visível ao redor da faixa etária de dois a quatro anos, a vontade de ver/ouvir o mesmo filme, desenho ou história continua ao longo da infância e da adolescência, em graus diferentes. Isso porque a repetição, além de reforçar o aprendizado, traz uma sensação de conforto e segurança.

“Muitos leem os livros do Harry Potter diversas vezes, e até mesmo adultos gostam de assistir várias vezes ao mesmo seriado. Essa previsibilidade e consistência nos faz sentir bem”, prossegue Parlakian. “Mas, do ponto de vista das crianças, isso é ainda mais forte, porque o mundo tem tantas coisas novas acontecendo o tempo todo, e tantas estão fora do controle delas.”

Para crianças pequenas, ao redor dos dois a quatro anos, às vezes é o caso de simplesmente querer exercer sua autonomia – por exemplo, quando ela sempre insiste em usar um determinado par de sapatos e entra em crise se ele estiver sujo.

“Para crianças dessa idade, o poder de fazer essa escolha (da peça de roupa) é algo muito forte, o que explica a crise de birra quando ela não consegue fazê-la”, agrega Parlakian.

“Nesses casos, minha sugestão é explicar por que aquele determinado sapato não pode ser usado naquele momento, validar o sentimento da criança (ou seja, dizer a ela que você entende sua frustração) e dar a ela a chance de escolher: ‘você tem duas ótimas opções: pode usar o sapato x ou y’. Como elas são muito movidas pelo desejo pela autonomia, oferecer-lhes opções às vezes lhes dá a sensação de controle.”

Pode ser um sinal de que há algo errado?

Na imensa maioria dos casos, diz Parlakian, a repetição é parte perfeitamente saudável do desenvolvimento infantil, e em geral as crianças são bastante flexíveis – têm suas preferências por livros e filmes, mas topam assistir ou brincar de coisas diferentes com frequência.

Parlakian só adverte a prestar atenção caso a criança não esteja tendo prazer na brincadeira ou se mostre extremamente inflexível, ou seja, apresente sinais de estresse duante a brincadeira e repita tudo exatamente do mesmo jeito, sempre -, já que esse tipo de comportamento é comum em crianças do espectro autista.

Vale lembrar, porém, que um diagnóstico do tipo só pode ser confirmado em consultas individualizadas com especialistas.

Fonte: BBC Brasil

Com o fim do ano chegando, entenda por que as pessoas ficam mais reflexivas

Mais um ano terminando, decoração nas lojas e nas ruas e aquela nostalgia toma conta. Épocas especiais como o Natal e Ano Novo costumam trazer memórias de bons tempos e, quase sempre, de pessoas que amamos. Dá saudade de tudo e de todos. Mas nem todo mundo encontra refúgio e conforto no “espírito natalino” para sentir a alegria que muitos sentem.

Enquanto alguns esperam ansiosamente por esse período do ano, outros desejam que ele acabe. Para muita gente, a melancolia aflorada vira sinônimo de stress, ansiedade, dor, perda, depressão, angústia. Olhar para o ano que está acabando e analisar tudo o que aconteceu também pode metas não alcançadas, os sonhos não realizados, os entes queridos que já se foram, a saúde debilitada, as crises familiares, os problemas financeiros, entre tantos outros desafios cotidianos.

De acordo com Flora Victoria, mestre em Psicologia Positiva Aplicada pela Universidade da Pensilvânia, o fim de um ciclo, qualquer que seja ele, pode despertar diferentes tipos de emoções e pensamentos. Dos mais simples aos mais complexos. “Mas é possível trabalhar esses sentimentos para que não se tornem opressores. Não é fácil, mas buscar o autoconhecimento é o primeiro passo para identificá-los e usá-los de forma positiva em prol daquilo que se deseja”, explica.

Para a especialista, outra iniciativa é evitar pensamentos negativos. É um grande desafio, mas faz toda a diferença no dia a dia de qualquer pessoa. Se algo estiver ruim ou desfavorável na vida pessoal, profissional ou em qualquer outra esfera, mudar o foco e olhar para os aspectos que estão dando certo ajuda a encarar os desafios sobre uma perspectiva mais encorajadora e positiva.

“É natural que a virada de ciclo desperte nas pessoas o senso de avaliação de suas atitudes e comportamentos, assim como a necessidade de se estabelecer metas para o próximo ano. No entanto, é mais produtivo e saudável que tais avaliações sejam feitas constantemente ao longo dos meses, possibilitando reavaliações, reorganizações de rota e adaptações de projetos em curso. Isso evita que carreguemos aquela “mochila” pesada de frustrações por tudo aquilo que não foi conquistado do longo do ano”, afirma Flora.

A psicologia positiva ensina que quando se tem conhecimento das próprias habilidades, valores e pontos fortes, é possível descobrir como ser mais eficaz em busca de melhores resultados. Com base nela, Flora Victoria lista algumas dicas para quem busca superar seus temores e, desta form, desfrutar das festas de final de ano com mais equilíbrio e positividade:

Pratique a gratidão

Ser grato pelo que já tem e considera valioso, independente da natureza, seja um filho, um amigo, um animal de estimação, um emprego, faz toda a diferença para o emocional. A gratidão nos mostra o valor de cada pessoa ou pequena conquista, e desperta a capacidade de criar outra relação com o mundo ao seu redor.

Se dê um presente

Aproveite o Natal e o Ano Novo para se dar algo importante e que tenha significado, seja uma roupa, um eletroeletrônico, uma viagem, um bichinho de estimação etc. Enfim, algo que te faça realmente feliz.

Socialize

Mesmo que você curta momentos a sós, evite isolar-se por muito tempo. Aproveite os dias de folga para ir ao cinema com um amigo, visitar aquele familiar que faz tempo que não vê para colocar o papo em dia, fazer atividades ao ar livre e conhecer outras pessoas. Circule!

Cuide de seus relacionamentos

Relacionamentos são todas as relações interpessoais que você desenvolve diariamente nas diferentes esferas da vida – seja no trabalho, academia, faculdade, em casa, com amigos ou vizinhos. Uma pessoa com uma rede saudável vive com mais qualidade e bem-estar.

Planeje e organize metas de forma positiva

Para a lista de desejos e objetivos do próximo ano, pense em cada item com comprometimento e consciência. Faça projeções e defina metas detalhadas, concretas e viáveis. Não torne sua lista uma fonte de frustração. Planejar e realizar gera emoções e substâncias químicas que nos impulsionam a buscar sempre mais.

Não se compare com os outros

A grama do vizinho sempre parece mais verde que a nossa, mas não é verdade. Com as redes sociais é comum achar que a vida do outro é melhor do que a sua. No entanto, nem tudo o que é postado no ambiente digital retrata a realidade como ela é. Afinal, ninguém expõe nas redes suas inseguranças, tristezas e fracassos.

Por fim, a dica é: use essa época de reflexão a seu favor. Invista em seu autoconhecimento, valorize suas qualidades, reconheça os aspectos positivos de sua vida e de quem está ao seu redor. Utilize todos esses elementos como motivação para superar seus desafios, corrigir o que não deu tão certo e conquistar seus objetivos no próximo ano.

 

Fonte:.folhavitoria

Ansiedade e Depressão nas festas de final de ano

Ansiedade e Depressão nas festas de final de ano

Basta dezembro chegar para sucumbir a sensação de culpa, de que não conseguiu fazer tudo o que devia (ou queria) durante o ano. Ao mesmo tempo, há um monte de tarefas domésticas a realizar. Excesso de trabalho e compromissos. Sem falar que as pessoas ficam, em média, três vezes mais estressadas do que o normal.

Família e amigos reunidos, mesa farta, muitos presentes, uma linda decoração de Natal e muitas selfies repletas de sorrisos. O Natal também é tempo de solidariedade e amor ao próximo, quando as emoções ficam à flor da pele. Configura-se, então, o compromisso de uma alegria plena. Aos que não têm esse cenário “perfeito” no fim de ano, o sentimento pode ser de melancolia, tristeza e, por vezes, solidão.

O coração, então, parece vazio e a vida, sem sentido. A saudade de uma pessoa que se foi, as lembranças da infância, reafirmar relações desgastadas e muitas outras coisas que nos levam ao fundo do poço e sem uma solução à vista. São pensamentos e sentimentos que rodam em uma espiral descendente e infinita.

Para piorar, há a chegada do dia 31 de dezembro, declarado como marco para o fim de um ciclo. Neste balanço dos últimos 12 meses, muitas coisas não aconteceram da maneira sonhada. A tendência é focar nas metas não cumpridas e o resultado, com certeza, é a frustração.

Falar, então, do ano vindouro, cria uma sensação de que tudo será diferente a partir do primeiro dia de janeiro. Aí, metas revolucionárias são impostas com a exigência do cumprimento. Só de pensar, o coração acelera e a respiração aperta em uma angústia e ansiedade sem fim.

Calma. É possível fazer com que esses sentimentos ditos “negativos” não sejam tão opressores quanto parecem. O primeiro passo para se livrar dessas sensações é identificar os sentimentos. Pode parecer algo simples, mas o autoconhecimento é uma das etapas mais importantes do processo da busca pelo equilíbrio emocional.

Seguem algumas dicas de como tornar a chegada do fim de ano, um processo mais leve e diminuir as crises de ansiedade e depressão.

Nessa hora, não perca a cabeça!

A primeira dica é viva o presente.

Não supervalorize a data. Dia 31 de dezembro é uma data como outra qualquer, mantenha a calma e a paciência.
Respire e medite. Quando se sentir ansioso a ponto de perder o fôlego, pare tudo o que está fazendo e respire fundo, isso fará você se acalmar naturalmente.

Alimentação sem excesso. Para controlar a ansiedade vale cuidar também da alimentação.

Organize seu dia com antecedência. Evite marcar milhões de compromissos e foque naquilo que for prioridade.

Dedique um tempo para cuidar de você. Uma boa e simples dica para diminuir a ansiedade é fazer, diariamente, algo que lhe proporcione prazer, alegria. Seja ouvir música, ler um livro, caminhar, meditar, assistir a um filme, praticar uma atividade física. Enfim, qualquer coisa que, de preferência, seja saudável e te faça bem!

Não tente atender às expectativas dos outros. Não valorize tanto a opinião dos outros. Ter uma boa noite de sono ajuda no funcionamento do organismo a relaxar.

Faça o bem. Ser generoso e se envolver com atividades voluntárias aumenta a satisfação pessoal e a autoestima. Isso deixa você mais feliz e, logo, alivia a ansiedade.

Faça uma lista das coisas boas que viveu, assim, você tira o foco do negativo e ilumina o positivo. Se possível, não passe as datas comemorativas sozinho, procure estar com amigos e pessoas que você ama.

Pare e respire – lenta e profundamente. Sinta o ar entrando no seu corpo.

E lembre-se que as festas de fim de ano, não são o fim do mundo. Relaxe!

Silvia Rezende é Psicóloga e Pedagoga há 25 anos, CRP 06/57937-5, formada pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), possui formação em Terapia cognitivo-comportamental, é coordenadora técnica da Clínica de Psicologia LARES. Especialista em Terapia Comportamental Cognitiva pelo Ambulatório de Ansiedade (AMBAN), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Possui certificação em Mindfulness e Redução de Estresse. É psicóloga colaboradora no Instituto de Psiquiatria – IPq HCFMUSP e também no Programa da Terceira Idade (PROTER), grupo do Instituto de Psiquiatria da FMUSP.
Silvia Rezende também desenvolve palestras e cursos em empresas na área de Recursos Humanos sobre Dependência Química.

Fonte: Terra

Sente ciúmes? Saiba quando o sentimento pode ser doentio e como controlá-lo

Que atire a primeira pedra que nunca sentiu ciúmes da pessoa amada, de algum familiar ou até mesmo de um amigo. No dia a dia, há quem diga que o sentimento incômodo, motivado pela insegurança, é normal. Isso porque sua ausência completa pode indicar indiferença. No entanto, a partir de quando ele deixa de ser sadio e pode afetar o seu relacionamento?

Até que ponto o ciúmes é saudável? Quando ele passa a ser doentio, é importante ir atrás de soluções para controlá-lo
Segundo Tatiana Pimenta, fundadora e CEO da Vittude, plataforma que conecta psicólogos com pacientes, existe uma porção saudável de ciúmes , que remete a cuidado, carinho e desejo de preservar a relação. “Mas, é preciso estar atento para que esse sentimento não seja dominante e acabe prejudicando o relacionamento, a ponto de causar um rompimento”, diz.

Tatiana explica que a possibilidade de ser desprezada ou até mesmo traída, por mais segura e autoconfiante que a pessoa seja, faz com que ela fique enciumada. “Todavia, pessoas inseguras têm uma tendência maior a sentirem ciúmes. Os motivos podem ser os mais banais e infundados”, destaca.

Diante disso, a melhor forma de evitar crises e até desconfiar do par é entender o ciúme a partir de algumas emoções e situações que fazem com que ele venha à tona. De acordo com a CEO da Vittude, é importantes investigar os “fantasmas do passado”, em que o sentimento possa ter sido desencadeado por uma experiência traumática.

“Ao passar por uma traição, por exemplo, a pessoa que antes não se considerava ciumenta, passa a se sentir desconfiada, com medo de passar por tudo aquilo novamente”, afirma Tatiana. “Se estiver em um novo relacionamento, pode achar que o parceiro atual tende a fazer o mesmo que o anterior”, completa.

Outro ponto é quando a autoestima está baixa e, com isso, a pessoa não se sente merecedora da atenção e do amor dos outros. “Por ter uma imagem distorcida de si mesmo, acreditando que não é bom o suficiente em determinados aspectos, pode acabar se tornando muito ciumento ao entrar numa relação”, pontua a empresária.

Querer controlar o outro é um sinal de possessividade e indica que o ciúmes está em um estágio ainda mais avançado
Tatiana defende que pior que do que o próprio ciúme é a falta de controle sobre ele. Quando isso acontece, o ciumento pode chegar ao descontrole e ter consequências graves. Com a sensação de abandono envolvida, a pessoa se torna mais vulnerável e passa a querer a controlar os passos da pessoa amada.

“Por se sentir impotente, surge a necessidade de controlar o outro e se manter o mais próximo possível, o que dá ao parceiro a sensação de estar sendo sufocado. Dessa forma, tentar exercer controle sobre o outro vem da incerteza – que é algo intolerável para o ciumento ”, analisa a profissional.

Diante disso, criam-se situações de possessividade. “Se chegar ao extremo de atitudes como vasculhar os pertences do parceiro ou até mesmo querer proibi-lo de sair sozinho e manter suas amizades, é importante ficar atento ao alerta de um estágio avançado do ciúme, que pode ser considerado doentio e profundamente prejudicial”, completa.

Pelo que podemos observar, a possessividade , que passa pela invasão de redes sociais, celular, e-mail e até reações mais agressivas, pode ter consequências desastrosas. Com isso, a pressão causada pela desconfiança e a perda da individualidade que o ciúme doentio causa podem levar uma pessoa a desenvolver depressão e transtornos de ansiedade graves.

4 dicas para vencer o ciúme e ter autocontrole
No início, lidar com o ciúme pode ser difícil, mas é necessário, principalmente quando chega a causar sofrimento em determinados casos. Por outro lado, é importante destacar que, além de ser possível, é importante administrar as próprias emoções e buscar alternativas para driblar esse sentimento e impedir que ele controle a sua vida.

1. Reconhecer o problema
A primeira etapa é reconhecer o sentimento, mesmo que seja complicado, em especial quando ultrapassa o limite do aceitável. “Esse é um requisito fundamental para não se deixar dominar pela insegurança e pelo medo da perda, sem que haja uma razão verdadeira para isso”, pontua Tatiana.

2. Trabalhar a autoestima
Em alguns casos, o ciúme está ligado com a insegurança. Por isso, é importante trabalhar a autoestima para que se possa sentir-se útil. Uma das formas é dedicar-se a tarefas que lhe dão prazer para se fortalecer emocionalmente. “Cuidar da aparência, fazer atividades físicas e alimentar corretamente o corpo e a mente também são formas de elevar a autoestima”, diz a CEO.

3. Manter um diálogo aberto entre o casal
Conversar com o par sobre seus sentimentos é extremamente importante. No diálogo, fale o que lhe deixa desconfortável e permita que ele faça o mesmo. A dica é não se fechar e, além disso, busque se colocar no lugar do outro. “Acredite que ele está ao seu lado porque escolheu você para amar”, destaca a empresária.

4. Ter mais confiança
“Confiar em si mesmo é requisito para manter longe as consequências desastrosas do ciúme excessivo”, afirma Tatiana. Dessa forma, ao reconhecer as próprias qualidades e saber que é digno do respeito do parceiro, a pessoa consegue deixar de ter motivos para tanta insegurança e passa a confiar mais em si mesma e no outro.

Terapia pode ser uma boa aliada

A terapia de casal pode ser uma boa aliada para ajudar a entender qual a origem do ciúmes e por que ele acontece
Quando o sentimento chega a ser destrutivo e prejudica a vida a dois, a ponto de refletir também na individualidade de cada um, é hora de buscar ajuda de um psicólogo. Segundo a psicóloga Ana Paula Dias, da Vittude, tanto a terapia individual quanto a de casal pode ajudar a entender de onde vem esse ciúme.

“Um dos papéis da terapia de casal é fazer com que o casal comece a enxergar a dinâmica da relação a qual eles estão inseridos. Como é a dinâmica da relação? Qual é o papel de cada um deles e como eles funcionam individualmente? Quando entramos em uma relação, não vemos o outro exatamente como ele é”, explica Ana Paula.

A psicóloga diz que, no início da relação, é comum colocar no outro o que gostaríamos que ele fosse. Com o passar do tempo, passa-se a ver como o parceiro é de fato. “Ele começa a se apresentar sem as nossas projeções e aí algumas coisas começam a incomodar e é natural que seja assim porque o outro não vai atender 100% das nossas expectativas”, destaca.

Durante a terapia, o casal terá esclarecimentos. “O papel dela é trazer autoconhecimento no que diz respeito à essa dinâmica na relação afetiva. Dentro de tudo isso, o ciúme é uma das queixas que pode estar presente em uma terapia de casal e cabe ao profissional, junto ao casal, entender qual é a ordem desse ciúme. É oriundo de onde?”, explica Ana Paula.

No final do processo, o psicólogo ou terapeuta terá condições de analisar se o atendimento continuará por um dos dois ou ambos os parceiros individualmente. Às vezes, as questões precisam ser analisadas de forma individual. O mais importante é encontrar soluções para o ciúmes e não deixar que esse sentimento interfira completamente em sua vida.

Fonte: odocumento.com

O que o perdão tem a ver com a redução de riscos cardíacos?

Pesquisas científicas estão relacionando fatores psicossociais como o estresse e sentimentos como a raiva e a mágoa à saúde do coração.

Com a proximidade das festas de fim de ano, as promessas para 2020 começam a ganhar corpo. Emagrecer, começar um novo curso, quitar as dívidas, praticar atividade física… Que tal incluir perdoar nas resoluções de Ano Novo e ainda reduzir os riscos cardíacos?

Segundo as definições dos dicionários de Língua Portuguesa, perdoar é absolver alguém ou algo de uma culpa, de uma ofensa, de uma dívida. E, de acordo com cardiologistas, o ato de perdoar faz bem ao coração no sentido médico do termo. Há pelo menos uma década, pesquisas científicas estão relacionando fatores psicossociais como estresse, ansiedade e depressão, além de sentimentos como a raiva e a mágoa à saúde do coração.

Isso porque sentimentos são sim capazes de alterar o funcionamento do nosso organismo. “Sentimentos como mágoa, raiva, ódio, rancor ativam o Sistema Nervoso Simpático e as vias inflamatórias. Ambas estão associadas ao aumento do risco de doenças do coração, inclusive o infarto”, diz Marcelo Katz, cardiologista e pesquisador da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

Ele explica que o funcionamento de todo o organismo está relacionado à atuação dos sistemas nervosos Simpático e Parassimpático, que integram o sistema nervoso e atuam em conjunto para manter um equilíbrio.

“Ao ser ativado, o Sistema Nervoso Simpático libera substâncias como cortisol e adrenalina, que nos deixam em estado de alerta, aumentam nossa pressão arterial e nos deixam preparados para a luta”, ensina. Sua atuação se sobressai ao Sistema Nervoso Parassimpático, que é exatamente o oposto: reduz nossa pressão arterial, reduz os batimentos cardíacos e deixa o corpo em um estado de relaxamento.

“Ruminar estes sentimentos negativos contribui para a ativação da cascata inflamatória no organismo que em última análise leva ao maior depósito de gordura nos vasos”, afirma o médico do Einstein. A mesma regra vale para o estresse. Estudo realizado por pesquisadores da Universidade da California, nos Estados Unidos, com 202 pessoas com idade entre 19 e 29 anos, mostrou, pela primeira vez, que o perdão tem efeito de longo prazo para a saúde do coração.

Pessoas que de fato perdoaram apresentaram pressão arterial mais baixa que as que cultivaram a raiva e a mágoa e as que simplesmente deixaram o assunto para lá. O benefício se estende para períodos posteriores, quando o evento é relembrado.

Mas para deixar de ser apenas uma palavra bonita e se tornar realidade, perdoar depende de um processo mental e sentimental que visa a eliminar ressentimento, mágoa, raiva, rancor ou qualquer outro sentimento negativo. “Não é fácil perdoar. É uma questão de resolução que precisa ser internalizada e trabalhada. O perdão tem que ser sincero”.

O cardiologista lembra que embora este processo de internalização da necessidade do perdão seja muito particular, algumas atividades podem ajudar no processo como aumentar a prática de atividades físicas, meditação, e eventualmente terapia com um profissional especializado em saúde mental.

Perdoar:

Reduz a pressão arterial
Reduz a frequência cardíaca
Diminui a tensão muscular
Benefícios do perdão:

Bem-estar
Proporciona sensação de relaxamento
Sensação de controle
Fonte: UOL

A literatura como remédio

Para o historiador Dante Gallian, a prevenção para os males do corpo e o padecimento da alma está na leitura dos grandes clássicos. Ele pesquisa o poder disso há quase duas décadas.

Foi o avô, um ex-combatente da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), quem aflorou a paixão pelos livros no menino Dante. “Meu avô não terminou o curso primário, mas era um grande autodidata e um apaixonado pelos livros. A única coisa que ele conseguiu trazer da Espanha para o Brasil foi sua pequena biblioteca, com autores como Pablo Neruda, Antonio Machado, Cervantes e alguns poetas espanhóis”, conta Dante, que aos 13 anos – e por insistência do avô – leu Dom Quixote de La Mancha, um clássico escrito, no início do século 17, por Miguel de Cervantes.

Foi a primeira de muitas outras obras, consideradas clássicos da literatura mundial, que lhe foram apresentadas e que moldaram seus gostos e também seu destino. Dante se formou em história e foi trabalhar com educação, e acumulou um acervo de cerca de 3 mil exemplares – ele garante já ter lido mais de mil.

Como professor universitário, recebeu o convite para dar aulas de história da medicina numa grande faculdade de São Paulo, onde incorporou ao dia a dia dos alunos a leitura de livros como Admirável Mundo Novo e Frankenstein. A bibliografia se transforma em material rico para ensinar, por exemplo, bioética aos futuros médicos. Foi desse jeito, colocando a literatura na rotina das pessoas, que o projeto cresceu – existe há quase 20 anos – e se transformou, entre outras coisas, em um laboratório de leitura. Essa experiência fez brotar no professor o interesse em entender o que nos livros era capaz de modificar a vida. Foi sobre isso que conversamos.

Como um historiador foi parar na faculdade de medicina?

Há mais de 16 anos recebi o convite para montar o Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde na Escola Paulista de Medicina (atual Unifesp), onde posteriormente fui dar aula de história da medicina. Só que os alunos não entendiam por que aprender história numa faculdade de medicina e chamavam minha aula de “sonoterapia”. Fiquei pensando sobre como chegar naquelas pessoas. E, então, tive a ideia de xerocar pequenos textos, clássicos da história da medicina como Hipócrates, para aproximar mais a história da vida deles.

Era uma disciplina eletiva e poucos a escolhiam. Então eu colocava 20 alunos sentados em roda e perguntava o que eles achavam da leitura, que sentimento aquele texto provocava neles. E passávamos por cinco minutos de silêncio sepulcral. Porque os alunos, de maneira geral e independentemente do curso, não estão acostumados a serem perguntados sobre o que acham ou sentem. Quando são incitados a participar, ficam muito intimidados porque, afinal, nunca alguém lhes perguntou isso. Mas, por mais que estejamos passando por um processo forte de desumanização, quando você dá espaço para que o outro manifeste seus sentimentos, esse sentir vem com força. E as pessoas passaram a se surpreender com as opiniões que tinham. Quando terminou esse primeiro ano de curso, um grupo pequeno pediu para se reunir comigo, num horário extracurricular, para seguir com a leitura.

O que você aprendeu nessas aulas?

Percebi que as pessoas se surpreendiam com o fato de terem uma opinião. E, aos poucos, iam perdendo o medo de se expor e se interessavam em falar. Costumo dizer que esse é o momento de descoberta em que as pessoas percebem que gostam de ouvir sua própria voz. Porque, no início, ouvir a própria voz numa sala de aula é quase um sacrilégio. É algo que o professor já corta na hora.

Mas depois esses encontros se transformaram em algo maior…

Sim. Passei a me reunir com esse pequeno grupo na hora do almoço e ele foi crescendo, aos poucos, pelo boca a boca, e se expandiu para alunos de outros cursos como biomedicina e enfermagem. No início, seguimos analisando os textos ligados à própria medicina, mas depois abrimos para artigos de jornal e ensaios filosóficos. Até que, um dia, um aluno sugeriu que discutíssemos uma tragédia grega: Antígona, de Sófocles. E a leitura dessa tragédia teve um impacto muito forte. As pessoas leram o texto e se emocionaram e começaram a ligar aquilo com a vida deles.

Lembro de uma moça que estudava enfermagem e comentou como o enredo de Antígona era a história dela. Ela, então, começou a contar um problema que teve no ambulatório, em relação a um paciente que havia morrido. A partir disso, eu me dei conta que através dessas leituras eu poderia discutir temas éticos. Indo além: isso deveria sempre fazer parte da formação não só dos profissionais de saúde mas de todos nós. Essa experiência me ajudou a desenvolver uma linha de pesquisa sobre humanização e estética, que deu origem ao Laboratório de Humanidades, que funciona dentro da Unifesp. Hoje, ele é um espaço não apenas para alunos de graduação como também para aqueles da pós-graduação e funcionários. Tenho grupos com um médico aposentado de 70 anos e um menino de 18 que acabou de entrar na faculdade.

Dá para dizer que a leitura fez diferença na vida dessas pessoas?

Sim. Alguns anos depois da formação desse primeiro grupo, entrevistei alguns dos participantes para descobrir o que estavam fazendo e de que forma aquela experiência impactou a formação profissional e de vida deles. E todos responderam que aquelas reuniões foram fundamentais, porque despertaram neles o interesse pela leitura. Os cursos da área de saúde são muito focados nos aspectos físicos e biológicos, e o fator humano costuma ficar mais relegado. Todos disseram que a leitura deu a eles um diferencial. Primeiro, porque se tornaram leitores, e não eram. Além disso, se tornaram bons ouvintes, o que é incrível.

Todo livro é passível de ser lido?

Um livro não é um clássico à toa. Autores como Homero, Cervantes, Machado de Assis não continuam sendo lidos, relidos e reeditados séculos depois porque têm uma boa assessoria de marketing. São obras que conseguem traduzir de maneira única o que está na alma das pessoas. Isso é um clássico. E o fator tempo é decisivo, porque os anos vão passando e a obra vai ficando. Temos autores mais modernos que podem ser considerados clássicos? Existem obras que apresentam marcas de que possivelmente se transformarão, ao longo dos anos, em um clássico. Acabei de ler um livro do escritor Valter Hugo Mãe, O Nosso Reino, que é de tirar o chapéu. É um livro muito perturbador.

Temos autores mais modernos que podem ser considerados clássicos?

Existem obras que apresentam marcas de que possivelmente se transformarão, ao longo dos anos, em um clássico. Acabei de ler um livro do escritor Valter Hugo Mãe, O Nosso Reino, que é de tirar o chapéu. É um livro muito perturbador.

Você já abandonou alguma leitura?

Já. Existem muitos livros que não valem a pena o tempo que você dispensa para a leitura. A opção pelo clássico é o caminho seguro, mesmo que às vezes seja difícil. A leitura guiada, nesses casos, ajuda muito. É isso que faço com meus grupos, vou mostrando o que deve ser observado em cada trecho do livro e como ele pede para ser lido.

Como um livro pede para ser lido?

Uma vez, trabalhei com um grupo a leitura da obra Odisseia, de Homero. Ninguém gostou, a não ser por uma única aluna, que achou maravilhoso. Então ela contou o segredo: leu em voz alta. Num segundo encontro, todos estavam igualmente maravilhados. Isso tem a ver com o tal exercício da escuta, de aprender uns com os outros. Um livro, nesse sentido, tem um potencial extraordinário de nos aproximar. E a leitura em grupo também é benéfica porque deixa de ser solitária e favorece os vínculos e a necessidade de estar junto. Isso é de um poder terapêutico enorme.

Como isso saiu da faculdade de medicina?

Os encontros do laboratório para mim eram um oásis. E passei a ser um leitor voraz. Deu um colorido à minha vida. Eu tinha sempre um livro embaixo do braço e ficava na expectativa do encontro para dividir as minhas descobertas e
percepções. Isso se tornou algo prazeroso e necessário. Aos poucos comecei a perceber que isso era muito mais amplo e que podia sair dos muros da universidade. E comecei a testar fora, em escolas e empresas [Dante dá aulas regulares na Casa do Saber, em São Paulo].

Algumas pessoas, no entanto, passaram a pedir um acompanhamento. E seguimos nos reunindo na casa dos alunos, onde houvesse uma sala ampla disponível. Até que surgiu a Casa Arca, um espaço que funciona numa casa no bairro de Moema (SP), onde há grupos de leitura dos clássicos, abertos ao público [a Casa Arca foi fundada por Dante e a esposa, Beatriz. O lugar tem grupos regulares de estudo dos clássicos, além de outras aulas que envolvem literatura, escrita e artes, como pintura, costura e o cozinhar].

Os livros já o salvaram?

Diversas vezes, o tempo todo. A literatura é um refúgio. O mundo em que vivemos é violento e difícil. E o livro me ajuda a ampliar a perspectiva da realidade. Porque a realidade não se resume a crise econômica e política ou mesmo a violência. A literatura, nesse ponto, é um remédio, porque ela derruba essas paredes. Através de um livro você viaja na história, na geografia e principalmente na alma e descobre coisas maravilhosas. Eu costumo dizer que não tomo nenhum remédio. Meu único remédio é minha leitura diária.

Fonte: Vida Simples

Terapia busca nas relações familiares determinados bloqueios

Todo mundo quer ser feliz. Em casa, no trabalho, no amor No entanto, o que realmente significa felicidade? Ainda não existe receita, mas uma terapia de autoconhecimento chamada Consciência Sistêmica já acena como uma opção.

O propósito é desenhar um caminho para se percorrer até chegar aos objetivos, reconhecendo-se e enxergando bem onde se pisa. Ela funciona a partir das constelações familiares.

A constelação familiar surgiu em1925 e foi criada pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger. É uma técnica terapêutica em que se desenvolvem “esculturas vivas” que reconstituem uma situação familiar, permitindo localizar e remover bloqueios de qualquer geração ou integrante da família.

Essas esculturas podem ser representadas por pessoas, quando a sessão é feita em grupo, ou com bonecos de plástico, quando é individual.

A prática consiste na criação de um campo energético. Com isso, os representantes conseguem acessar informações sobre os familiares representados.

Durante a terapia, é possível identificar as causas. Dessa forma, os medos e bloqueios são identificados, possibilitando assim um caminho para a solução dos problemas.

Fonte: Cidadeverde.com

Seis dicas para maximizar o descanso durante o sono

Dormir afeta diretamente o bem-estar físico e mental de qualquer pessoa. Uma boa noite de sono é tão importante para a manutenção da saúde quanto fazer atividades físicas e ter uma alimentação equilibrada. Mas, para algumas pessoas o merecido descanso parece ser um objetivo impossível de alcançar, o que é preocupante já que a curto prazo a privação do sono pode causar falta de energia, queda de produtividade, problemas emocionais e atrapalhar o processo de regulação de hormônios que acontecem durante o repouso.

Já a longo prazo, pode aumentar o risco de doenças como obesidade, diabetes, colesterol alto, hipertensão e, até mesmo, perda crônica da memória. Porém, ficar as 8 horas recomendadas na cama não garante que o descanso terá um impacto positivo no seu dia. A qualidade do descanso depende de outros fatores, como hábitos e opções de estilo de vida.

Segundo a consultora do sono, Renata Federighi, para manter a saúde em dia e acordar com disposição é necessário que o corpo descanse o suficiente e, principalmente, que o repouso da noite seja de qualidade. “Mais importante que a quantidade de horas dormidas é a qualidade do sono, que precisa passar por todos os estágios necessários para a recuperação das energias”, explica.

A especialista dá algumas dicas para manter o sono em dia e maximizar a qualidade das horas dormidas.

Sincronize o seu relógio interno

De acordo com a consultora, todos nós possuímos um relógio biológico interno que sofre influência de acordo com a variação da luz. Mais precisamente, pelo nascer e o pôr do sol. É por isso que dormimos à noite. Mas os “relógios” de algumas pessoas são mais atrasados do que outros. “Entrar em sincronia com o ritmo circadiano é uma excelente estratégia para otimizar o sono. Manter um horário regular para dormir, vai trazer um repouso revigorante, mais do que dormir a mesma quantidade de horas em momentos diferentes do dia”, explica Renata.

Para sincronizar esse “relógio” o ideal é sempre dormir e acordar no mesmo horário, mesmo nos finais de semana, estabeleça uma rotina para o seu sono e nada de cochilar mais do que 20 minutos durante o dia.

Fique atento com os hábitos alimentares

Também é importante evitar o consumo de alimentos gordurosos e bebidas estimulantes, principalmente nas horas que antecedem a repouso. “Durante o dia se atente ao consumo de cafeína. Ela é uma substância estimulante do sistema nervoso central. Em doses moderadas produz ótimo rendimento físico e intelectual, com aumento da capacidade de concentração e agilidade nos estímulos sensoriais. Por outro lado, doses elevadas podem causar ansiedade, nervosismo, tremores musculares, taquicardia, zumbido e aumento do estado de vigília, comprometendo o sono. Além disso, o café age no organismo até oito horas depois do consumo”, alerta.

Comer muito durante a noite também atrapalha a qualidade do sono. “Tente fazer a hora do jantar mais cedo e evite uma alimentação pesada em até duas horas antes de dormir. Alimentos condimentados ou ácidos podem causar problemas estomacais e azia” completa a especialista.

Faça exercícios diários, mas no horário certo

As pessoas que se exercitam regularmente dormem melhor a noite e se sentem menos sonolentas durante o dia. A atividade física ajuda a melhorar os sintomas de insônia e aumenta a quantidade de tempo nas fases profundas e restauradoras do sono.

Para aproveitar todos os benefícios do exercício e dormir melhor, o ideal é programa-los. “Atividades físicas aceleram o metabolismo, elevam a temperatura corporal e estimulam hormônios como o cortisol. Por esses motivos tente terminar os treinamentos pelo menos três horas antes de dormir”, explica a consultora.

Prepare o quarto para dormir

Deixar o ambiente silencioso e bem escuro é uma estratégia perfeita para que seu corpo consiga entrar em um sono profundo e restaurador. Portanto, luzes baixas e nada de eletrônicos nos minutos que antecedem a hora de dormir. O excesso de iluminação passa a mensagem de que cérebro precisa permanecer alerta, comprometendo a qualidade do descanso e o despertar no dia seguinte.

Fonte: CidadeVerde.com