Que atitudes podem nos ajudar a encontrar a felicidade?

A primeira dica é: seja humano.

Você já experimentou sorrir mesmo quando está sem vontade? Ou sempre que pode se permite ficar triste? Se você pratica esses hábitos, está no caminho certo para ser feliz. O Bem Estar aproveitou a passagem do professor Tal Ben Sahar, da universidade americana de Harvard, pelo Brasil, para saber quais atitudes podem nos ajudar a encontrar a felicidade.

O professor criou um curso de felicidade baseado na psicologia positiva – uma ciência que testa o que funciona de fato para a gente se sentir melhor.

A primeira dica para ser feliz é se dar permissão para ser humano. Isso significa, é claro, ficar triste de vez em quando. “Primeiro precisamos experimentar todo o hall das emoções humanas. Por isso, se a gente rejeita a ansiedade, tristeza, medo, podemos nos tornar mais ansiosos, mais tristes, mais medrosos e mais infelizes”, diz.

Mesmo se você não estiver com vontade, sorrir pode te ajudar a se recuperar mais rápido de uma tristeza, por exemplo. “Há muitas pesquisas que lidam com o que é chamado de Hipótese do Feedback Facial. Elas mostram que quando a gente sorri, estamos liberando substâncias químicas no corpo que efetivamente contribuem para a nossa felicidade”.

“O oposto também é verdade. Quando a gente fica sério, de mau humor, outras substâncias químicas, com efeito contrário, são liberadas. E isso é contagioso. Se você sorri, eu também fico mais propenso a sorrir e se você sorri, mesmo que eu não esteja sorrindo, eu também libero substâncias químicas no meu cérebro”.

Isso funciona porque as relações são fundamentais para a nossa felicidade. “O maior indicador de felicidade é o tempo que a gente passa com as pessoas que são importantes para a gente, que se importam com a gente. Nos tornamos pessoas melhores quando passamos mais tempo com outras pessoas”.

Os elogios também funcionam. E muito! “As pessoas que recebem os elogios se sentem melhor. Mas o mais interessante é que as pessoas que estão fazendo o elogio também se sentem melhor. A coisa mais interessante sobre os elogios é que eles são contagiantes. Ou seja, em outras palavras, quando a gente vê alguém elogiando alguém, a gente também fica mais propenso a elogiar outras pessoas. Então, você pode fazer do mundo um lugar melhor, com essa atitude super simples”.

Fonte: Bem-Estar

Estresse pode causar falta de ar?

É praticamente impossível passar o mês de dezembro com a calma e a paz que todos queremos para as nossas vidas. É tanta coisa para fazer que não cabe em um só dia de 24 horas. Pessoas que esquecemos o ano inteiro de repente surgem no WhatsApp combinando um jantar de final de ano urgente pois, afinal, não dá para ficar um ano sem se ver. O trânsito é alucinante, o barulho dos carros é infernal, o calor chega fritando, as compras não têm fim, os acertos e as brigas familiares por conta das festas vêm à tona…enfim, uma correria insana.

Resultado: todo mundo fica mais estressado, claro. Uns mais irritadiços, outros com mau humor, há os que reclamam de tudo e também os que sentem sinais físicos de cansaço, sono e falta de ar.

O grande problema da falta de ar é que há muitas outras causas, além do estresse, que podem causar aquela sensação de que o ar está faltando.

Quais as principais causas da falta de ar? A falta de ar pode ser consequente a um esforço físico mais extenuante, que é a causa mais comum; pode acontecer em decorrência de uma doença ou surgir de repente, sem prévio aviso.

Quando acontece depois de um esforço físico, pode ser normal, desde que melhore relativamente rápido e não venha acompanhada de nenhum outro sintoma como, por exemplo, inchaço nas pernas ou tosse. No entanto, quem reparar que está ficando cansado depois de um esforço que antes não causava nenhuma espécie de desconforto – como subir alguns degraus, por exemplo- deve procurar um médico para uma avaliação das funções cardíacas, circulatórias e respiratórias.

Muitas doenças podem causar falta de ar. Principalmente aquelas ligadas ao coração, pulmão ou vias respiratórias superiores ou inferiores. Assim, laringite, traqueíte, bronquite, sinusite, rinite ou asma, por exemplo, podem dar falta de ar.

O estresse pode também causar falta de ar. O grande problema é que muitas vezes é difícil diferenciar o diagnóstico, posto que o estresse pode também cursar com tontura, enjoo, vômito, formigamento em membros, suor frio, taquicardia, palpitação e sensação de morte iminente. Tudo isso junto: seria estresse ou um infarto?

Por isso, em épocas muito agitadas, preste bastante atenção aos seus sintomas, procurando manter um certo equilíbrio: não os menospreze, mas também não os exagere. Procurar um médico para orientação em caso de dúvida é sempre o melhor a fazer.

Respire fundo, muita calma e boas festas!

Fonte: Ana Escobar, Bem-Estar

Consumir bebida alcoólica antes de dormir atrapalha a qualidade do sono, dizem especialistas

O álcool interfere na fase profunda do sono, impedindo que a pessoa descanse. Além disso, a bebida alcoólica também potencializa distúrbios como apneia, ronco e insônia. Neurologistas dão orientações para mudar este tipo de hábito.

Você é daqueles que toma uma cervejinha para relaxar antes de dormir? Apesar do álcool dar sonolência, ele atrapalha a fase profunda do sono, afetando a qualidade do descanso.

Dormir bem e de forma contínua é importante, já que, sempre que uma pessoa acorda durante a noite, volta ao estágio inicial de sono. E isso pode interferir em alguns processos que só ocorrem na fase mais profunda, esse é o caso da bebida alcóolica.

Estudos confirmam que a bebida altera o sono porque, primeiro, ela acelera o início do sono, em seguida, faz com que a pessoa caia em um sono profundo. A sonolência também é relativa porque a medida que a pessoa fica resistente, vai precisar de uma dose cada vez maior de álcool para conseguir o mesmo efeito.

Além disso, o álcool também potencializa distúrbios do sono como apneia, ronco e insônia. Os sintomas de uma noite mal dormida são: cansaço, sonolência durante o dia, dor de cabeça, dor muscular e memória prejudicada.

O sono tem quatro fases:

Fase 1: transição da vigília para o sono, quando ficamos sonolentos.
Fase 2: sono leve, quando a respiração e frequência cardíaca diminuem, os músculos relaxam e a temperatura abaixa.
Fase 3: o corpo funciona mais lentamente.
Fase 4: REM – o sono profundo, que é o reparador, que faz com que a gente descanse.

COMIDA COM BEBIDA ALCOÓLICA

A comida flambada traz a acidez e um toque diferencial de contraste aos alimentos, mas a liberação do álcool é pequena. O modo de preparo faz toda diferença no processo de evaporação. O resíduo é prejudicial, por exemplo, para as grávidas. Mães que amamentam também devem ter cuidado, pois o álcool passa para o leite materno.

ÁLCOOL X SONO X DIREÇÃO

Ficar sem dormir tem efeito cognitivo parecido com a intoxicação por álcool: os reflexos ficam lentos, a atenção prejudicada e a chance de cair no sono enquanto está na direção é altíssima. Não tem dose segura de álcool para dirigir depois, mas algumas pessoas acreditam que após um cochilo já estão aptas para conduzir o volante.
Não é verdade porque a pessoa continua com os reflexos alterados e são necessárias 24 horas depois de beber para dirigir. Uma taça de vinho (140 a 150ml), por exemplo, leva de duas a quatro horas para metabolizar.

Os estimulantes, como café e refrigerante de cola, postergam a sonolência, mas quando passa o efeito, a vontade de dormir vem forte. Entre as dicas para ter uma boa noite de sono estão: não beber álcool próximo à hora de dormir, beber moderadamente, intercalar a bebida com água e só dirigir após 24 horas da última dose. Dev-se optar por tomar um chá antes de se deitar.

Fonte: Bem-Estar

Jogo eletrônico pode virar problema quando gera dependência

A dependência de videogame se tornou algo tão grave que entrou na Classificação Internacional de Doenças. Faça o teste e descubra se algum familiar apresenta os sintomas.

Os jogos eletrônicos são uma febre entre crianças e adolescentes. Além de divertir, eles podem estimular a agilidade e até aprender outro idioma. Mas sem os cuidados necessários, o uso pode virar um problema e gerar dependência.

A dependência tecnológica normalmente vem acompanhada de outros aspectos psicológicos, como baixa autoestima, depressão, fobia social, e quase sempre acarreta em sedentarismo e reclusão emocional. O crescimento acelerado do acesso à Internet possibilitou que mais pessoas corressem esse risco.

Mas como saber se alguém da família está dependente? Existem alguns critérios, segundo o Ambulatório Integrado do Controle dos Impulsos / Pro-Amit. Apresentar cinco dos oito sinais abaixo já pode ser considerado critério de dependência:

Preocupação excessiva com a internet;
Necessidade de aumentar o tempo conectado (on-line) para ter a mesma satisfação;
Exibir esforços repetidos para diminuir o tempo de uso da internet;
Apresentar Irritabilidade e/ou depressão;
Quando o uso da internet é restringido, apresenta labilidade emocional (internet como forma de regulação emocional);
Permanecer mais conectado (on-line) do que o programado;
Ter o trabalho e as relações familiares e sociais em risco pelo uso excessivo;

Como escolher o brinquedo apropriado para o seu filho?

A Academia Americana de Pediatria publicou um artigo que ressalta a soberania dos brinquedos tradicionais em relação aos eletrônicos, quando se trata de estimular o cérebro. Saber escolher o brinquedo ideal para crianças, principalmente até os cinco anos de idade, é muito importante para a garantia do desenvolvimento cerebral delas.

Para garantir o desenvolvimento, o brinquedo tem que estar relacionado à possibilidade de desenvolver habilidade em todos setores: cognitivo, interações sociais, emocionais, físicas e de linguagem. O brinquedo eletrônico, em geral, não possui a capacidade de atingir todos esses domínios.

Já o brinquedo tradicional, como a boneca, casinha, desenhar, pintar, estimulam muito mais o desenvolvimento cognitivo, a visão espacial, a a imaginação e a criatividade. A exposição excessiva aos eletrônicos aumenta o risco de comportamentos agressivos e também de obesidade.

Uma criança que joga tênis no videogame pode se divertir e gastar um pouco de energia, mas no jogo real, a criança tem uma visão da bolinha a uma distância mais longa do que a da tela do computador, ou seja, tem uma experiência muito mais completa, o que para o cérebro é muito melhor.

Outra recomendação importante dos especialistas é a de não deixar o filho jogando videogame sozinho no quarto, sem supervisão, pois diversos jogos podem não ser indicados para determinada faixa etária.
Nos dias de hoje é difícil negar o acesso ao celular ou ao tablet para crianças de 1 ou 2 anos, mas segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, crianças nesta idade, jamais devem usar qualquer eletrônico.

Fonte: Bem Estar

Não aposente seu cérebro

Há muitas formas de manter a mente ativa: aprender coisas novas, exercitar-se, socializar e ajudar os outros.

Seu cérebro se acostumou a trabalhar para aumentar continuamente a eficiência com que você lida com os compromissos diários. Ampliar os horizontes é seu estado natural, como atestam os seres humanos desde a mais tenra infância. Portanto não incorra no erro de achar que ele deve se aposentar. Mesmo que sua rotina não seja mais tão pesada e você disponha de tempo para relaxar, a verdade é que seu cérebro continua querendo atingir novos patamares. Se obrigá-lo a permanecer inativo, saiba que ele passará a produzir menos neurotransmissores que estão associados ao bem-estar e ao prazer.

Uma das resoluções de fim de ano mais importantes é comprometer-se a manter seu cérebro feliz. Não é tão difícil conseguir esse objetivo, há quatro elementos capazes de “alimentar” esse circuito virtuoso: aprender coisas novas, exercitar-se, socializar e ajudar os outros. Incorporar o exercício ao seu dia a dia é mandatório, como o médico repete o médico à exaustão, mas inclua os demais itens à sua rotina.

Procure experiências e atividades que deem trabalho ao cérebro: de aprender uma nova língua (há cursos gratuitos on-line) a dançar. Comece com um diário, pense em escrever suas memórias para os descendentes. Toda vez que nos sentimos valorizados por alguma contribuição, produzimos hormônios ligados à felicidade. Por isso compartilhar o que sabemos e ajudar os outros têm um efeito tão poderoso. Isolar-se tem o resultado oposto.

Sem ideias de como começar? Lembre-se do que gostava aos 20 anos. Será que não dá resgatar esses interesses? Domina algum campo de conhecimento que pode ser útil para outras pessoas? Pense num trabalho voluntário, que vai “remunerar” você de uma forma mais profunda do que jamais imaginou. Procure estar em contato com a natureza, que vai ajudá-lo a transformar pequenos momentos em grandes prazeres. Seu cérebro é a soma do que você vê, fala, pensa, ri. Imagine o início da velhice como uma nova adolescência. Aliás, o termo gerontolescente tem exatamente esse propósito: a vida ainda tem muito a oferecer, não se recolha aos aposentos.

Fonte: Bem- Estar

Ansiedade: problema de saúde mais pesquisado pelos brasileiros em 2018

Segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicado em fevereiro de 2017, o Brasil é recordista mundial em prevalência de transtornos de ansiedade: 9,3% da população sofre com o problema. Ao todo, são 18,6 milhões de pessoas.
É importante lembrar, no entanto, que existe uma diferença entre a ansiedade natural — que vem antes de uma prova, por exemplo — e o chamado transtorno de ansiedade.

Em entrevista à BBC, a doutoranda e pesquisadora Olivia Remes, do Departamento de Saúde Pública e Cuidados Primários da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, explica que transtornos de ansiedade generalizada são caracterizados por sensações frequentes de medo, inquietação, e de “sentir-se no limite”. 44

Como lidar com a ansiedade?

Algumas das dicas para melhorar os sintomas vão desde a prática de exercícios físicos e meditação até buscar terapia.
“Quando você se exercita, você diminui seus níveis de ansiedade e você tem mais energia. Você simplesmente se sente melhor como um todo”, aponta Remes, que também acredita na terapia como a melhor forma de lidar com o transtorno.

A reportagem da BBC cita um estudo da Universidade de Nova Jersey em que os pesquisadores concluíram que a prática de exercícios e meditação duas vezes por semana, por 30 minutos cada, pode ajudar pessoas que “ruminam” pensamentos — algo comum entre os ansiosos.

Fonte: g1

‘Higiene do sono’ aumenta desempenho acadêmico de crianças e adolescentes

 

Dois estudos publicados nesta-segunda-feira mostram a importância de boas rotinas — como ler antes de dormir e manter o ambiente quieto — para uma noite de sono adequada.

A “higiene do sono”, que inclui práticas como um ambiente quieto e de temperatura agradável para dormir ou ler antes de ir para a cama para ajudar as crianças a relaxar, é cada vez mais popular entre os pais que querem que seus filhos tenham uma boa noite de descanso. E, agora, duas pesquisas publicadas nesta segunda-feira mostram que dormir bem também trazem benefícios para o desenvolvimento e o desempenho acadêmico das crianças.

— Uma boa higiene do sono dá às crianças uma maior chance de obter um sono adequado e saudável todos os dias, e o sono saudável é crítico para promover o crescimento e desenvolvimento da criança — destaca Wendy Hall, especialista em sono e professora Universidade da Colúmbia Britânica (UBS, na sigla em inglês), Canadá, que liderou uma revisão de estudos ligados ao assunto publicada nesta segunda-feira no periódico científico “Paediatric Respiratory Reviews”. — As pesquisas nos mostram que as crianças que não dormem o bastante de forma consistente têm mais chances de ter problemas na escola e se desenvolvem mais lentamente que suas colegas que dormem o suficiente.

Atualmente, a Academia Americana de Medicina do Sono recomenda os seguintes períodos de sono diário, dependendo da faixa etária: quatro a 12 meses de idade, deve-se dormir de 12 a 16 horas; entre 1 e 2 anos, de 11 a 14 horas de dono; de 3 a 5 anos, de dez a 13 horas; de 6 a 12 anos, de nove a 12 horas; e, de 13 a 18 anos de idade, de oito a dez horas de sono.

Na revisão, os pesquisadores da UBC analisaram sistematicamente 44 estudos de 16 países sobre as práticas e resultados da higiene do sono em diferentes culturas, envolvendo um total de quase 300 mil crianças da América do Norte, Europa e Ásia, com foco em quatro grupos etários: bebês e crianças pequenas (quatro meses a dois anos de idade); crianças em idade pré-escolar (três a cinco anos); crianças em idade escolar (seis a 12 anos); e adolescentes (13 a 18 anos).

— Encontramos de boa a forte comprovação do benefício (para ter uma boa noite de sono) de certas práticas de higiene do sono para crianças mais novas e em idade escolar: horários regulares de ir para a cama, ter um quarto silencioso e o “autoapaziguamento”, em que elas próprias têm a oportunidade de dormir ou voltarem a dormir sozinhas se acordarem no meio da noite — acrescenta Wendy.

Mas mesmo para crianças mais velhas ter um horário definido para ir para a cama é importante. A revisão encontrou estudos mostrando que adolescentes cujos pais tinham regras rigorosas sobre seu sono dormiam melhor que crianças cujos pais não estabeleciam qualquer regra.

Wendy e sua coautora, Elizabeth Nethery, que faz doutorado na UBC, também encontrou extensas evidências de sono melhor com a limitação do uso de tecnologia antes de dormir ou durante a noite. Estudos do Japão, Nova Zelândia e EUA mostraram que quanto mais expostas as crianças a meios eletrônicos durante a noite, menos elas dormiam.

— Um grande problema com crianças em idade escolar é que elas podem demorar muito a dormir, então evitar atividades como jogar videogames ou assistir a filmes de ação antes de ir para a cama é importante — diz Wendy.

Fonte: O Globo

Conversar faz bem para a saúde?

A consequência do diálogo virtual vazio e sem o componente humano faz com que sentimentos como empatia, compaixão ou solidariedade fiquem mais difíceis de ser vividos e, por conseguinte, tornam-se menos intuídos ou aprendidos.

Uma cena corriqueira nos dias de hoje é encontrarmos pessoas juntas e ao mesmo tempo separadas, com os olhos fixos nos seus respectivos celulares. De tão comum, esta cena não chama mais a atenção de ninguém. Virou rotina nos restaurantes, bares e cafés. Resultado: há menos conversa presencial, “olhos no olhos”. Muitos podem argumentar que não veem nenhum problema nisto, posto que se o objetivo for conversar com outra pessoa, tanto faz se este diálogo acontecer na forma real ou virtual.

Mas não é tão simples assim, basicamente por duas razões principais:

– A primeira delas reside no fato de que conversar virtualmente, por meio de mensagens nas plataformas digitais, nos tira a oportunidade de ouro de reconhecer o outro pelas expressões corporais que, muitas e muitas vezes, espelham de uma maneira muito mais realística a verdadeira essência das ideias que aquela pessoa quer exprimir. Em outras palavras, a expressão facial não mente. Ao contrário, é capaz de revelar o verdadeiro conteúdo que, por qualquer razão, se deseja omitir. Quantas vezes já ouvimos algo do tipo: “esta roupa está linda em você” e entendemos que, no fundo, o interlocutor a considera um verdadeiro horror. Digitar “seu cabelo está maravilhoso”, seguido por um coração vermelho é muito diferente de encarar uma pessoa que está com o cabelo que você considera muito feio e dizer “seu cabelo está maravilhoso”, olhando-a nos olhos. A conversa presencial, portanto, nos torna capazes de aprender a intuir a essencial linguagem corporal dos sentimentos.

– A segunda razão baseia-se no fato de que conversar com alguém nas redes sociais, principalmente, ou no WhatsApp pode significar conversar com um personagem criado pela pessoa, e não com a pessoa real, cheia de defeitos e imperfeições. Alguém conhece alguém que, em seu perfil pessoal, não seja a pessoa mais maravilhosa, cercada dos melhores amigos, que come os pratos mais incríveis, que faz as viagens mais maravilhosas? É difícil encontrar, no mundo virtual, um humano com problemas reais com os quais nós todos nos identificamos.

A consequência deste diálogo virtual vazio e sem o componente humano faz com que sentimentos como empatia, compaixão ou solidariedade fiquem mais difíceis de ser vividos e, por conseguinte, tornam-se menos intuídos ou aprendidos.

O sentimento de solidão presencial pode ser uma das razões pelas quais algumas morbidades estejam crescentes nos dias de hoje. Não espanta, portanto, que o distúrbio de ansiedade atinja hoje, segundo estudos, mais ou menos 300 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, estima-se que haja 19 milhões de pessoas, de todas as idades, com distúrbio de ansiedade. As causas para a crescente ansiedade contemporânea são, sem dúvida, multifatoriais. Mas a sensação de solidão certamente compõe a gama de fatores desencadeantes.

Conversar presencialmente, portanto, faz bem para a saúde. Aprendemos a nos conhecer melhor com os outros, nos identificamos com seus problemas, exercitamos a capacidade de expressar nossos sentimentos de uma forma mais sincera e, principalmente, somos quase que “forçados” a ouvir pensamentos e ideias divergentes das nossas. Este aprendizado nos faz melhores pessoas quando entendemos que respeitar divergências pode engradecer o espírito.

A sabedoria popular nos diz que “quem canta seus males espanta”. Quem conversa certamente também consegue “espantar” muitos e muitos males.

Ana Escobar – Médica pediatra e professora na Faculdade de Medicina da USP
Fonte: G1

O que é (exatamente) a inteligência emocional?

As emoções transformaram o cérebro dos mamíferos há mais de 200 milhões de anos e perpetuaram uma poderosa influência que se mantém viva em nossa espécie.

A expressão “inteligência emocional” está incluída hoje no léxico de muitos, tanto de pessoas comuns quanto de intelectuais ou celebridades. Até mesmo ministros usam a expressão em seus comentários e alertas. Mas nem todo mundo se refere à mesma coisa quando usa essa expressão. Para alguns, a inteligência emocional é algo como um tipo de inteligência mais avançada do que a clássica, ou seja, do que a inteligência analítica, medida em testes que fornecem resultados em quociente numérico. Há também aqueles que se referem à inteligência emocional pelo lado negativo, como uma incapacidade de controlar as emoções: “Comporta-se como se não tivesse inteligência emocional”. Também não faltam aqueles que acreditam ser um novo tipo de inteligência recém-inventada, pois, afinal de contas, o conceito de inteligência não é absoluto, tal como a altura ou o peso de uma pessoa, pois sempre depende do critério do observador. Outros, por sua vez, sequer sabem a que se referem quando falam sobre esse tipo de inteligência. Talvez, por tudo isso, valha a pena tentar esclarecer o conceito.

Há alguns anos, a popular revista Time colocou na capa de uma de suas edições uma pergunta escrita em letras garrafais e dirigida ao público em geral: “Qual é o seu quociente de inteligência emocional?”. A própria revista, em letras muito menores, respondia: “Não é o seu quociente de inteligência. Nem sequer é um número. Mas a inteligência emocional pode ser o melhor preditor de sucesso na vida, redefinindo o que significa ser inteligente”. Foi a época em que o jornalista Daniel Goleman havia publicado seu conhecido e bem-sucedido livro Inteligência Emocional, fazendo com que muitos acreditassem que ele tinha criado ou descoberto esse (novo) tipo de inteligência.

O conceito também serviu para que muitos ousassem desafiar a evolução biológica do cérebro e as habilidades mentais, colocando a emoção à frente da razão, dando primazia à primeira. Certamente, as emoções transformaram o cérebro dos mamíferos há mais de 200 milhões de anos e perpetuaram uma poderosa influência que se mantém viva em nossa espécie até os dias atuais. Mas, em muito menos anos, embora não poucos, cerca de 60 milhões, o cérebro dos primatas desenvolveu o neocórtex, o córtex cerebral moderno, um acúmulo de neurônios altamente organizados e capazes de dominar o resto do cérebro. Esse desenvolvimento conferiu, embora nem sempre notemos, primazia à razão, ou seja, a capacidade de dominar os sentimentos.

O desenvolvimento ocorreu de uma maneira muito especial, que tampouco costumamos perceber. Como um sujeito fabuloso e perspicaz, a razão se propôs a dominar a emoção usando suas próprias armas: uma emoção só pode ser eliminada por outra emoção, outra emoção que seja mais forte e poderosa e/ou incompatível com a qual se deseja eliminar. Qualquer pessoa que tenha sofrido uma crise sentimental, como ser abandonada por seu parceiro, sabe muito bem que a melhor maneira de superar essa crise não é tanto subestimar a perda, e sim iniciar um novo romance. E, para isso, para despertar emoções incompatíveis com as indesejáveis, é para o que serve a razão. Bem usada, a razão sempre será mais poderosa do que as emoções. Tanto a razão quanto a emoção fazem parte do sistema funcional que é a mente humana. Vão juntas e dependem uma da outra. A inteligência emocional é a capacidade de lidar com as emoções usando a razão. As emoções são o exército indispensável que continuamente mobiliza a razão.

Quem soube disso antes e melhor não foi o jornalista Daniel Goleman, nem os psicólogos John Mayer e Peter Salovey, da Universidade Yale (EUA), estudiosos modernos do conceito. Foi o imperador romano Marco Aurélio (121-180 dC), que ficou conhecido como o sábio e verdadeiro pai da inteligência emocional. Em seu imperecível trabalho, Meditações, excelente tratado sobre a inteligência emocional, inclui a frase que todas as faculdades de Psicologia deveriam esculpir com um martelo e cinzel sobre o mármore de sua fachada: “Nossa vida é o que nossos pensamentos fazem dela”.

Ninguém captou melhor a essência evolutiva da mente humana do que este grande filósofo da Roma Antiga; a capacidade de raciocínio para modificar as emoções, a maneira de ver as coisas, embora não possamos mudá-las. Essa capacidade, afirma Marco Aurélio, está sempre ao nosso alcance para facilitar a vida. Usando o neocórtex, podemos fazer com que nosso raciocínio, nossas emoções e nosso comportamento se encaixem. Esse encaixe é a verdadeira essência da inteligência emocional, uma capacidade mental tão antiga quanto o próprio Homo sapiens sapiens.

Mas quem não deseje voltar a tempos tão remotos, ainda resta a possibilidade de educar sua inteligência emocional seguindo os passos do autor clássico espanhol mais lido e traduzido depois de Cervantes, o jesuíta Baltasar Gracián (1601-1658). Sua obra A Arte da Prudência, publicada em 1647 e traduzida em vários idiomas, às vezes em belos formatos de papel bíblico e fita de referência, é um dos melhores tratados sobre inteligência emocional que podem ser lidos atualmente. Como relatado pelo EL PAÍS em 16 de dezembro de 1993, seu autor nunca poderia imaginar que uma de suas traduções nos EUA, de 1992, venderia mais de 100.000 cópias. Além disso, e respondendo a uma pesquisa do The New York Times, a escritora Gail Godwin recomendou a leitura da obra a políticos aspirantes às eleições presidenciais naquele país. Na Espanha ou no Brasil, o mesmo conselho também poderia servir.

Ignacio Morgado Bernal é diretor do Instituto de Neurociências da Universidade Autônoma de Barcelona. Autor de Emociones e Inteligencia Social: Las Claves para una Alianza entre los Sentimientos y la Razón. Barcelona: Ariel, (2010). E de Emociones Corrosivas: Cómo Afrontar la Envidia, la Codicia, la Culpabilidad, la Vergüenza, el Odio y la Vanidad. Barcelona: Ariel, (2017).

FOnte: ElPais

Treinamento de emoções positivas leva à felicidade

Pode perguntar. Pelo menos na cultura ocidental, onze em cada dez pessoas gostariam de ter barriga de tanquinho. Brincadeiras à parte, é bem verdade que, se pudéssemos determinar nossa aparência física de maneira tão simples quanto criamos hoje um avatar no videogame, a grande maioria de nós exibiria corpos esbeltos, musculatura definida e, sim, muito provavelmente uma bela barriga de tanquinho!

Se essa é uma preferência de boa parte das pobres criaturas submetidas, sim, aos padrões de belezaocidentais, ditadura da magreza, culto ao corpo e blá-blá-blá, por que não nos deparamos com uma legião de beldades no metrô, na ruas, no trabalho etc.? Resposta: Em primeiro lugar porque, ao contrário do que diz a sabedoria popular, querer NÃO é poder!

Para desenvolvimento da musculatura não existem atalhos. É treino e ponto. Anseio pelo dia em que as pessoas saibam que, em se tratando de felicidade, acontece o mesmo.

Quando em meus cursos peço aos alunos um conselho acerca do que deveria fazer para, finalmente, aprender a tocar piano, eles (estranhando a obviedade da pergunta) prontamente respondem: “Faça aulas de piano, ué!”.

Ainda que não se deem conta, em termos neurofisiológicos, eles estão me dizendo que eu devo, por meio do treino (aula), criar uma rede neural (que hoje eu não tenho) que me capacite a tocar piano. Eles não entendem aonde pretendo chegar com o cansativo exemplo do piano até que lhes digo: Por que em relação à felicidade seria diferente? Se eu quero ser feliz devo treinar meu cérebro para isso. Sair por aí perguntando às pessoas o que devo fazer para aprender a tocar piano é tão patético quanto dizer: “Como eu faço para ser mais otimista?” “Mais grato?” “Aprender a perdoar?” e é claro: “Como eu faço para ser feliz?”.

A resposta a todas essas perguntas é uma só: treino. É por isso que eu digo que, assim como acontece em relação à barriga de tanquinho, nem todos “merecem” a felicidade. Porque, dentre todos que a desejam, existem aqueles que trabalham diariamente por ela. A esses poucos é que os prêmios estão destinados.

Revista Psique Ciência & Vida Ed. 126

Adaptado do texto “Sobre a felicidade e a barriga de tanquinho”

*Lilian Graziano é psicóloga e doutora em Psicologia pela USP, com curso de extensão em Virtudes e Forças Pessoais pelo VIA Institute on Character, EUA. É professora universitária e diretora do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento, onde oferece atendimento clínico, consultoria empresarial e cursos na área.
graziano@psicologiapositiva.com.br