Estado emocional pode interferir no funcionamento do intestino

Você já teve prisão de ventre ou diarreia quando estava estressado ou nervoso? Isso acontece porque o intestino tem seu próprio sistema nervoso, que está ligado ao cérebro através de ramificações. Por isso, quando a pessoa sente alguma emoção forte, ela pode ter problemas no funcionamento intestinal, como diarreia, constipação, gases, síndrome do intestino irritável, dor abdominal ou até mesmo úlcera, como explicou o cirurgião do aparelho digestivo, Fábio Atui.

Isso acontece também porque, quando a pessoa se estressa, há uma diminuição do fluxo sanguíneo em órgãos vitais do corpo, inclusive o intestino, como mostrou o gastroenterologista Marcelo Borba. De acordo com o psiquiatra Daniel Barros, há evidências que mostram que substâncias inflamatórias provocadas por bactérias no organismo podem penetrar no intestino e favorecer até mesmo o surgimento da depressão. E quem sofre desse problema e costuma tomar antidepressivo também pode ter algum efeito na digestão já que esses medicamentos aumentam a produção de serotonina – hormônio do bem-estar -, o que pode dar efeitos colaterais no intestino, como diarreia, por exemplo.

No entanto, tudo isso depende da sensibilidade de cada um – diante de situações difíceis, alguns podem ter o intestino preso, outros podem ter o intestino solto. Por exemplo, no caso das mulheres, é muito comum o intestino travar durante viagens, por exemplo, ou quando elas estão de mau humor, como mostrou a reportagem da Renata Ribeiro (confira no vídeo). Para evitar tudo isso, é importante manter a flora intestinal equilibrada entre bactérias boas e ruins, com a ingestão adequada de água e fibras, além da prática regular de atividade física, como alertou o gastroenterologista Jaime Zaladek Gil.

Esse desequilíbrio da flora intestinal pode ser causado pelo uso de antibióticos ou por uma alimentação contaminada. Nesse caso, as bactérias ruins podem se sobressair, causando infecções que levam a problemas como gases, distensão abdominal, diarreia, prisão de ventre e até febre. Em alguns casos, essas bactérias podem até sair do intestino e chegar ao sangue, causando a chamada colite pseudomembranosa. Quando há esse desequilíbrio, geralmente o corpo demora de 7 a 10 dias para se recuperar e voltar ao número ideal de microorganismos no trato intestinal. O cirurgião do aparelho digestivo alerta ainda que, no caso de diarreia, é melhor evitar a ingestão de leite e derivados do leite.

Para ajudar a manter a flora intestinal equilibrada, a dica é ingerir alimentos probióticos, que têm bactérias boas que fazem bem para o organismo e ajudam no sistema imunológico. Porém, como explicou o cirurgião do aparelho digestivo Fábio Atui, para ser considerado probiótico, o alimento tem que ter bactérias que resistam ao processo de digestão e cheguem vivas ao intestino, onde vão atuar de maneira positiva. Por isso, é importante olhar sempre o rótulo, principalmente dos iogurtes, para ver se são mesmo probióticos.

 

Fonte: G1

Mexer no celular antes de dormir pode provocar consequências preocupantes para saúde

Pesquisas mostram que o uso do aparelho interfere na qualidade do sono e no bem-estar de crianças e adultos

Um hábito cada vez mais comum, mas que pode trazer consequências graves para a saúde. Checar o celular antes de dormir se tornou rotina para muitas pessoas. Pesquisas mostram, no entanto, que o uso do aparelho interfere na qualidade do sono e no bem-estar de crianças e adultos. As consequências para a saúde são tão graves quanto: vão de diabetes, a obesidade e depressão, além de baixo rendimento escolar para os pequenos.

De acordo com um levantamento da Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes, 93% dos alunos da universidade mantêm o celular próximo de si, 76% utilizam o mesmo já na cama e 68% acordam caso ele toque. Além disso, 79% usam o celular por pelo menos 15 minutos após se deitarem. Para Andrea Bacelar, neurologista e presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS), os eletrônicos interferem diretamente no sono não só pelo atrativo de estar conectado, mas também pela luminosidade. Os aparelhos emitem uma luz azul, chamada de luz visível de alta energia, que afeta um tipo de fotorreceptor do olho. A faixa de luz é classificada como ultravioleta (nociva) até infravermelho (essencial) e a azul é justamente o ponto que quase atinge o topo do eixo nocivo.

“Nós precisamos da penumbra para produzir a melatonina, o hormônio do sono. E esses aparelhos inibem, através da retina com a luz azul, essa produção”, explicou Andrea. O efeito negativo foi comprovado pela revista Science Translational Medicine, que comparou alterações no organismo provocadas pelo uso do celular antes de dormir e pelo consumo de café. A cafeína atrasou cerca de 40 minutos o sono habitual de uma pessoa, já a luz do telefone atrasou 85 minutos, quase uma hora e meia.

Já o King’s College, da Universidade de Cambridge, reuniu dados de 125 mil crianças e adolescentes entre 6 e 19 anos que usam o aparelho móvel antes de dormir, e verificou a ocorrência de doenças como obesidade e depressão infantil. A médica da ABS esclarece que a tecnologia passou a influenciar no ritmo biológico do ser humano. “A promoção do sono, a vontade de dormir, começa a aparecer mais tarde do que o habitual. Só que o relógio vai despertar independente da hora que dormimos, logo acontece um débito. A população hoje vive em privação do sono”, afirmou. Ela reforça que um adulto precisa descansar por, no mínimo, 7 horas por noite. Para adolescentes, o tempo necessário sobe para 9h e no caso das crianças, até 12h de sono.

O problema, contudo, não deve ser confundido com a insônia. “A insônia muitas vezes está relacionada a outra causa, como a ansiedade. Já quem retarda o sono pelo uso do celular consegue dormir quase que imediatamente quando desliga a exposição da luz do aparelho. O sono, nesse caso, vem com mais facilidade”, disse Andrea.

Usuária assídua das redes sociais, a fisioterapeuta Monique Fernandes, de 32 anos, resume o uso do smartphone como “um vício que não tem controle”. Ela checa diariamente o celular na hora de deitar. “Quando vou ver já passou da hora de dormir. Eu durmo às vezes cinco horas por noite e atrapalha muito no dia seguinte”, contou.

Para resolver a questão, a neurologista dá três dicas para quem sempre está conecta: “Disciplina é fundamental. Nós precisamos desacelerar pelo menos uma hora antes de deitar. Então devemos finalizar conversas, deixar de responder e-mails, e entrar em redes sociais. O celular não deve ficar no quarto a noite”, reforçou. A exposição ao sol pela manhã também é um sincronizador do sono, pontuou Andreia, assim como a atividade física. “Não funcionamos 24 horas, precisamos nos desconectar”, finalizou a especialista.

Fonte: odia.ig

6 dicas para manter o equilíbrio mental e afastar o estresse nas eleições

Preocupado demais com o cenário político? Seu sono está conturbado pelas discussões? Preparamos um guia para ajudar nesses dias de estresse e ansiedade.

Independentemente do seu candidato preferido, uma coisa ninguém nega: o Brasil atravessa o período eleitoral mais conturbado e acirrado de sua história recente. Num mar de notícias falsas, acusações e debates, muita gente tem encontrado dificuldades para dormir bem e cumprir com suas obrigações diárias. Parece que a cabeça está somente ligada no rumo futuro do país, que será decidido nas votações marcadas para o dia 28 de outubro. É muito estresse! Para ajudar a manter a sanidade nas próximas semanas, nós conversamos com a psicóloga Ana Maria Rossi, copresidente da Divisão de Saúde Ocupacional da Associação Mundial de Psiquiatria. Abaixo, a especialista elenca estratégias para se manter informado e defender seu ponto de vista sem abalar a saúde emocional ou acabar com os laços familiares e de amizade:

1. Pegue leve com as redes sociais
“Estamos numa eleição que tem suscitado um nível elevadíssimo de emoções nas pessoas. Nesse meio, há fanáticos que sempre buscam o conflito”, observa Ana Maria. No Facebook, no Twitter, no Instagram e no Whatsapp, é comum encontrar postagens com comentários e conversas cheias de acusações — algumas falsas, outras verdadeiras… Para não se chatear, evite acessar esses sites e aplicativos a todo momento. Se quiser ficar por dentro das conversas ou até participar ativamente delas, o melhor é reservar um período específico do seu dia para isso. Assim, você não é atrapalhado pelas infindáveis notificações a todo momento – isso causa uma ansiedade sem tamanho.

2. Priorize as fontes confiáveis de notícias
Um dos principais fenômenos desse pleito são as famigeradas fake news, factóides mentirosos produzidos anonimamente com o intuito de prejudicar a campanha dos candidatos aos cargos do poder executivo. De tabela, essas mentiras ainda acirram os ânimos dos eleitores. O melhor método para fugir dessas pegadinhas é buscar sites confiáveis, como aqueles mantidos por grandes empresas de jornalismo, organizações não governamentais ou instituições públicas. “A chave é se informar e não se deixar influenciar. Para isso, confie em opiniões balizadas e não caia na tentação das fofocas e dos insultos”, completa a psicóloga.

3. Não entre constantemente em situações de conflito
Vai participar de algum evento social com sujeitos que têm opinião contrária à sua? Ótimo! O debate saudável e o respeito às diferenças é um dos pilares fundamentais de toda democracia. Agora, se você acha que a conversa pode descambar para a baixaria e para os ataques pessoais, melhor evitar a fadiga — até porque o embate não será nada produtivo e não levará a lugar nenhum. Na medida do possível, encaminhe o bate papo para temas mais leves e agradáveis.

4. Aposte numa atividade relaxante
Está estressado com a última pesquisa de intenção de votos? Não aguenta mais ouvir promessas e planos de governo? Se desligue de tudo e faça alguma atividade gratificante. Vale jogar videogame, bater uma bolinha com os amigos, ler um livro… o que você preferir. Respire fundo e dedique um tempo a algo que faz bem e te deixa feliz.

5. Priorize seu bem-estar e sua saúde
Adotar um estilo de vida saudável também é essencial. “Sem exageros nas bebidas alcoólicas, no café e nos alimentos açucarados, que nos deixam ainda mais agitados”, sugere Ana Maria. Também preste bastante atenção ao seu sono. Evite mexer em aparelhos eletrônicos (televisão, celular, tablet, computador…) duas horas antes do encontro com o colchão e o travesseiro. Tente sempre dormir e acordar nos mesmos horários do dia (até durante o final de semana e os feriados). Crie um ambiente aconchegante e confortável no seu quarto. Essas três atitudes já farão toda a diferença no descanso noturno.

Fonte: Saúde

Crianças que frequentam creches podem ter melhor desenvolvimento psicológico

O estudo chegou à conclusão de que crianças que receberam cuidados formais tiveram menor probabilidade de ter problemas emocionais e comportamentais e maior probabilidade de terem melhores habilidades sociais.

Quem já não se perguntou sobre o melhor momento para introduzir o filho na vida escolar? Quanto mais cedo melhor? Ou o ideal seria deixar a criança por mais tempo sob os cuidados de uma babá ou um familiar? Pois, pesquisadores franceses afirmam que optar pela creche pode beneficiar a criança em diversos aspectos.

O estudo, publicado pelo Journal of Epidemiology & Community Health, analisou o desenvolvimento emocional de 1428 crianças do nascimento até 8 anos de idade. Periodicamente, os pais tinham que responder a um questionário com 25 perguntas envolvendo problemas comportamentais e emocionais, como a dificuldade em fazer amigos, hiperatividade, conduta e habilidades sociais.

Eles também foram questionados sobre o tipo de cuidado que as crianças tinham até os 3 anos de idade: se formal, isto é, creche; informal, ou seja, se ficavam sob os cuidados de algum familiar ou amigo; ou então de uma babá.

O estudo chegou à conclusão de que aqueles que receberam cuidados formais tiveram menor probabilidade de ter problemas emocionais e comportamentais e maior probabilidade de terem melhores habilidades sociais. Além disso, crianças que frequentavam creches por um ano ou mais tinham chances ainda mais baixas de sofrer com problemas emocionais, dificuldades de fazer amigos e habilidades sociais precárias.

Por outro lado, as crianças que eram cuidadas por uma babá eram mais propensas a ter problemas de comportamento. Os cientistas acreditam que os resultados podem refletir uma combinação do estímulo mental derivado do brincar, de elogios e de leitura, juntamente com as regras e interações de qualidade com o cuidador.

Eles concluem que o acesso a cuidados infantis de alta qualidade nos primeiros anos de vida pode melhorar o desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças, prevenir dificuldades emocionais posteriores e promover comportamentos pró-sociais.

Fonte: Crescer

Dormir mal eleva no cérebro o número de proteínas ligadas à doença

Quem nunca “roubou” sono de si mesmo que atire a primeira pedra. Seja pela quantidade enorme de afazeres diários, por puro divertimento, distração com as novas tecnologias ou até falta de cuidado, a maioria das pessoas, pelo menos de vez em quando, dorme menos do que o corpo pede. Como sabemos disso? Com um sinal claro.

“Não se sentir satisfeito no dia seguinte. Não adianta comparar com os outros. O ideal até é acordar sem despertador“, declara Rosa Hasan, coordenadora do Laboratório do Sono da Neurofisiologia Clínica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

Um estudo feito no Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e publicado em abril de 2018 na revista Proceedings Of The National  Academy Of Sciences traz um alerta em relação a este comportamento: dormir mal aumenta proteínas associadas ao Alzheimer no corpo.

Os pesquisadores avaliaram 20 voluntários saudáveis e de variadas idades durante duas noites. Um grupo foi submetido a um período confortável de sono. O outro dormiu por apenas 5 horas. Por meio de exames específicos, foi possível identificar um aumento de 5% de proteínas chamadas beta-amilóide no cérebro das pessoas privadas de sono. As regiões atingidas por essas substâncias foram justamente o hipocampo (responsável pela memória) e o tálamo (ligado sobretudo à consciência e estímulos). Importante saber que pesquisas variadas sobre beta-amilóide apontam que pacientes com Alzheimer têm 43% a mais da proteína do que pessoas sem a doença.

Faxina noturna

Rosa Hasan, que também coordena o ASONO, ambulatório de sono do Instituto de Psiquiatria, afirma que a descoberta vai ao encontro de algo que os especialistas já têm certeza: “Durante o sono é feita uma limpeza de substâncias ruins no cérebro. O sistema glinfático é o responsável por essa drenagem”. Portanto, se o sono não é bom, há menos faxina e mais acúmulo de toxinas.

A médica enfatiza que estamos falando tanto de falta de quantidade suficiente de sono como também de qualidade. “Muitas vezes a pessoa até dorme durante horas, mas sem um descanso efetivo. Caso de quem tem apneia do sono, por exemplo”.

A curto prazo, a falta de sono provoca falha de memória, afeta a capacidade de julgamento e traz problemas de cognição que aumentam o risco de acidentes e atrapalham o desempenho. “Quando a privação é crônica, piora todo esse quadro. Aumenta mortalidade, doenças cardiovasculares e risco de desenvolver demência”, alerta a coordenadora.

Sobre o Alzheimer, é preciso dizer que há muitos fatores por trás da doença: genéticos, ambientais e o próprio envelhecimento da população. Os dados do novo estudo são interessantes, mas não são conclusivos. De qualquer forma, os cientistas caminham em direção a pistas bastante concretas sobre as relações entre sono e lesões cerebrais. Não há mais dúvidas de que “sono não é luxo, é essencial para a saúde de todo e qualquer indivíduo”, conclui Rosa Hasan.

 

Fonte: vitalaire

Síndrome do Pânico não é frescura! Veja as consequências!

A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente. Quem sofre do Transtorno de Pânico sofre crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado. Além disso, as crises são seguidas de preocupação persistente com a possibilidade de ter novos ataques e com as consequências desses ataques, seja dificultando a rotina do dia a dia, seja por medo de perder o controle, enlouquecer ou ter um ataque no coração.

Causas
As causas exatas da síndrome do pânico são desconhecidas, embora a Ciência acredite que um conjunto de fatores possa desencadear o desenvolvimento deste transtorno, como:

– Genética
– Estresse
– Temperamento forte e suscetível ao estresse
– Mudanças na forma como o cérebro funciona e reage a determinadas situações.
– Alguns estudos indicam que a resposta natural do corpo a situações de perigo esteja diretamente envolvida nas crises de pânico. Apesar disso, ainda não está claro por que esses ataques acontecem em situações nas quais não há qualquer evidência de perigo iminente.

Fatores de risco
As crises de síndrome do pânico geralmente começam entre a fase final da adolescência e o início da idade adulta. Apesar disso, podem ocorrer depois dos 30 anos e durante a infância, embora no último caso ela possa ser diagnosticada só depois que as crianças já estejam mais velhas. A síndrome do pânico costuma afetar mais mulheres do que homens e pode ser desencadeada por alguns fatores considerados de risco, como:

 

Situações de estresse extremo
– Morte ou adoecimento de uma pessoa próxima
– Mudanças radicais ocorridas na vida
– Histórico de abuso sexual durante a infância
– Ter passado por alguma experiência traumática, como um acidente.
– Algumas pesquisas indicam que se um gêmeo idêntico tem síndrome do pânico, o outro gêmeo também desenvolverá o problema em 40% das vezes. – Pode acontecer, no entanto, de a doença se manifestar sem que haja histórico familiar dela.

 

Fonte: Minha Vida

Dificuldade de aprendizagem: saiba como identificar e tratar

Segundo Silvia Ciasca, a dificuldade de aprendizagem é compreendida como uma “forma peculiar e complexa de comportamentos que não se deve, necessariamente, a fatores orgânicos e que são, por isso, mais facilmente removíveis”. Ela ocorre em razão da presença de situações negativas de interação social. Caracteriza-se, fundamentalmente, pela presença de dificuldades no aprender, maiores do que as naturalmente esperadas para a maioria das crianças e por seus pares de turma e é, em boa parte das vezes, resistente ao esforço pessoal e ao de seus professores, gerando um aproveitamento pedagógico insuficiente e autoestima negativa.

Em relação à sua origem, a dificuldade de aprendizagem, DA, se deve, em geral, a uma multiplicidade de fatores. São exemplos dessas situações:

– As perturbações emocionais derivadas de mudanças, perdas na vida da criança ou de sua família;
– Desorganização na rotina familiar, excesso de atividades extracurriculares, pais muito ou pouco exigentes;
– Envolvimento com drogas, álcool;
– Efeitos colaterais de medicações que causam hiperatividade ou sonolência;
– Situações escolares de inadequação metodológica ou situações de bullying.

O diagnóstico das dificuldades de aprendizagem envolve interdisciplinaridade em pelo menos três áreas: Neurologia, Psicopedagogia e Psicologia. A intervenção, em geral, cabe ao psicopedagogo, que é um especialista em aprendizagem humana e suas desabilidades.

Embora as dificuldades de aprendizagem não devam ser encaradas como se fossem problemas permanentes, é imperioso que pais e professores estejam atentos para identificar sinais de persistência dos sintomas e encaminhar as crianças e jovens ao diagnóstico. No mínimo, evitam-se a ansiedade e a frustração da criança e o comprometimento de todo seu rendimento escolar.

Adaptado do texto “Dificuldades no aprender”

*Maria Irene Maluf é especialista em Psicopedagogia, Educação Especial e Neuroaprendizagem. Foi presidente nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia – ABPp (gestão 2005/07). É editora da revista Psicopedagogia da ABPp e autora de artigos em publicações nacionais e internacionais. Coordena o curso de especialização em Neuroaprendizagem.

Fonte: psiquecienciaevida

Treinamento de emoções positivas leva à felicidade

Querer não é poder. O que devemos fazer para conseguirmos atingir nossos objetivos?

Pode perguntar. Pelo menos na cultura ocidental, onze em cada dez pessoas gostariam de ter barriga de tanquinho. Brincadeiras à parte, é bem verdade que, se pudéssemos determinar nossa aparência física de maneira tão simples quanto criamos hoje um avatar no videogame, a grande maioria de nós exibiria corpos esbeltos, musculatura definida e, sim, muito provavelmente uma bela barriga de tanquinho!

Se essa é uma preferência de boa parte das pobres criaturas submetidas, sim, aos padrões de beleza ocidentais, ditadura da magreza, culto ao corpo e blá-blá-blá, por que não nos deparamos com uma legião de beldades no metrô, na ruas, no trabalho etc.? Resposta: Em primeiro lugar porque, ao contrário do que diz a sabedoria popular, querer NÃO é poder!

Para desenvolvimento da musculatura não existem atalhos. É treino e ponto. Anseio pelo dia em que as pessoas saibam que, em se tratando de felicidade, acontece o mesmo.

Quando em meus cursos peço aos alunos um conselho acerca do que deveria fazer para, finalmente, aprender a tocar piano, eles (estranhando a obviedade da pergunta) prontamente respondem: “Faça aulas de piano, ué!”.

Ainda que não se deem conta, em termos neurofisiológicos, eles estão me dizendo que eu devo, por meio do treino (aula), criar uma rede neural (que hoje eu não tenho) que me capacite a tocar piano. Eles não entendem aonde pretendo chegar com o cansativo exemplo do piano até que lhes digo: Por que em relação à felicidade seria diferente? Se eu quero ser feliz devo treinar meu cérebro para isso. Sair por aí perguntando às pessoas o que devo fazer para aprender a tocar piano é tão patético quanto dizer: “Como eu faço para ser mais otimista?” “Mais grato?” “Aprender a perdoar?” e é claro: “Como eu faço para ser feliz?”.

A resposta a todas essas perguntas é uma só: treino. É por isso que eu digo que, assim como acontece em relação à barriga de tanquinho, nem todos “merecem” a felicidade. Porque, dentre todos que a desejam, existem aqueles que trabalham diariamente por ela. A esses poucos é que os prêmios estão destinados.

Adaptado do texto “Sobre a felicidade e a barriga de tanquinho”

*Lilian Graziano é psicóloga e doutora em Psicologia pela USP, com curso de extensão em Virtudes e Forças Pessoais pelo VIA Institute on Character, EUA. É professora universitária e diretora do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento, onde oferece atendimento clínico, consultoria empresarial e cursos na área.
graziano@psicologiapositiva.com.br

Fonte: psiquecienciaevida

Mau comportamento infantil

Problemas comportamentais infantis têm enorme influência nas relações familiares e sociais.

Algumas variáveis determinam o comportamento de uma criança: seu temperamento, idade cronológica e seu desenvolvimento emocional, físico e cognitivo, além dos sentimentos de segurança emocional, autoimagem e, é claro, a sua história de vida.

Há a idade certa para determinados comportamentos, pois estes são a forma de comunicação com o meio ambiente, uma espécie de resposta aos estímulos recebidos e elaborados pelo sistema nervoso. A birra, por exemplo, é natural nos dois ou três primeiros anos de vida, pois a criança tem dificuldade em lidar com a frustração devido a sua imaturidade, inclusive neurológica.

Além disso, treina sua identidade e autonomia como em um jogo, que cabe ao adulto compreender e conter quando necessário. Mas com o passar do tempo, comportamentos desse tipo passam a ter outras conotações e influenciam na qualidade de vida, aprendizagem e socialização da criança.

Nos primeiros 36 meses, o temperamento infantil rege o comportamento, ou seja, há crianças por natureza mais calmas, mais acessíveis e outras que têm menor tolerância à contrariedade, mais dificuldades de adaptação a rotinas, regras, comandos. Mas a formação gradual de sua autoimagem, a percepção de valor que a criança atribui a si mesma, o ajustamento às normas familiares, as crenças incutidas pelas vivências e exemplos familiares, o amadurecimento do sistema nervoso, as novas experiências físicas, mentais e sociais vão fazer com que comece a se comportar de maneira mais equilibrada, porém ainda instável, que varia muito no quanto se sente querida, aprovada ou rejeitada.

Não se perceber amada, aceita, pertencente ao grupo familiar faz com que a forma de tentar alcançar um pouco de atenção nem sempre seja a mais conveniente. O problema é que, muitas vezes, esse sentimento dos filhos é uma surpresa para os próprios pais, que acreditam estar demonstrando seus cuidados, seu amor incondicional e sua confiança em suas crianças. Assim, crianças e adultos se baseiam em crenças errôneas para tentar obter aprovação!

Claro que há comportamentos inadequados promovidos pela impulsividade infantil, cansaço físico e mental, doença ou incapacidade de vencer a frustração, mas de modo geral podemos, a partir dos estudos de Dreikurs, entender quatro classes de objetivos errados na educação e comunicação com nossos filhos:

1) ATENÇÃO NEGATIVA
Se a criança percebe que com seu mau comportamento deixa o adulto irritado, preocupado ou culpado, ela vai se comportar sempre assim, pois consegue, de alguma maneira, a atenção (ainda que negativa) deles! E atenção é sinônimo de amor, valorização.

2) PODER NEGATIVO
É uma forma de autovalorização perigosa, pois dá margem a tentar obter o controle sobre o adulto de modo muito incerto. Em geral os conflitos gerados são duradouros e deixam marcas afetivas na criança e no relacionamento com os pais.

3) VINGANÇA INFANTIL
Promove satisfação compensatória quando a criança se sente desvalorizada. Compreender onde erramos e mostrar-lhe nossos sentimentos ajudam a vencer suas frustrações e a se comportar de outra forma. Ignorar a má conduta e sugerir novas tarefas, as quais sabe-se que a criança se sairá bem, em geral resolvem.

4) DESISTÊNCIA OU INCAPACIDADE ASSUMIDA
Desânimo e desencorajamento fazem com que a criança busque sempre o fracasso como modo de obter atenção e o expressa com comportamentos que confirmam essa crença dos pais. Portanto, valorizar-lhe o empenho e crescimento é uma forma de mudar a situação.

Nunca é demais lembrar que pais excessivamente autoritários criam filhos introvertidos, com reduzidas condições de decisão, baixa autoestima, mas também desafiadores, conflituosos, rebeldes, pois copiam a linguagem paterna.

Pais muito negligentes em relação a normas e regras criam filhos igualmente despreparados para a vida autônoma: apesar de geralmente parecerem ser independentes, eles sofrem com a sobrecarga emocional que as decisões precoces obrigam. E se comportam igualmente mal, para conseguir atenção e segurança com as respostas dos adultos.

Esse conhecimento é útil para que os familiares consigam entender que grande parte dos problemas que enfrentam com o comportamento dos filhos advém de seu próprio comportamento. É preciso aprender a lidar, ensinar e manter um ambiente de segurança emocional, harmônico, com regras e consequências claras ao seu não cumprimento.

Crianças precisam desses cuidados para desenvolver comportamentos adaptativos positivos, maturidade, responsabilidade e autocontrole. Condutas desajustadas na vida familiar e social repercutem na escola e no aproveitamento pedagógico. E podem sugerir aos leigos problemas de neurodesenvolvimento, que na verdade são apenas comportamentais.

Uma mudança na forma de perceber a mensagem embutida no comportamento infantil é a melhor maneira de avaliação, antes de qualquer outra providência.

Fonte: psiquecienciaevida

Terapia pode ser solução para dependentes químicos

O objetivo da terapia de grupo, principalmente nos casos de dependência, é proporcionar um entendimento mais amplo do self e do efeito que um indivíduo tem sobre as outras pessoas do grupo, avaliando o efeito dos outros sobre o indivíduo. Os dependentes aprendem sobre si mesmos a partir do coordenador do grupo e dos outros membros. Eles podem descobrir como seu comportamento e atitudes são frequentemente autoderrotistas e destrutivos, fazendo com que sejam erroneamente compreendidos pelas outras pessoas e fazendo com que os outros os compreendam erroneamente. Um grupo coeso, acolhedor, onde os pacientes são recebidos por coordenadores abertos para a especificidade de suas vivências, pode ser um profundo encorajamento, ajudando-os a formular discursos e demandas que favoreçam a construção ou reconstrução de um recorte específico, dentro de um tema complexo, que se inicia quando o indivíduo se coloca em relação ao outro e não mais em relação ao objeto de dependência. O grupo pode ser um articulador de encontros; é primordial que se criem espaços grupais terapêuticos, onde haja facilitação para construção de uma demanda que sustente o caos onde o dependente normalmente está inserido.

terapia de grupo promove o desenvolvimento dos relacionamentos interpessoais e do apoio mútuo entre os dependentes; isto é, pode ser especialmente útil na medida em que muitos deles decidem cortar o contato com seus antigos companheiros de adicção. Os fenômenos de transferência são mais fáceis de manejar dentro de um grupo do que muitas vezes em terapias individuais. No grupo, a dependência do terapeuta é menos pronunciada do que num setting individual e tende a diluir entre os outros membros. O grupo permite aos dependentes examinarem seus relacionamentos interpessoais e suas habilidades sociais. Uma vez que a negação é um mecanismo de defesa frequentemente utilizado pelos dependentes (Amodeo, 1990), a confrontação dessa negação pode ser mais efetiva em um ambiente onde não exista apenas o terapeuta para intervir, mas também uma interação grupal.

Alguns fatores foram desenvolvidos por Yalon (1975) e modificados subsequentemente por Block e colaboradores (1979) e Block e Crouch (1985), para a estruturação de um trabalho útil em grupos: aceitação (o paciente se sente aceito pelo grupo, uma parte integral da coesão); altruísmo (capacidade de ajudar outros membros do grupo); universalidade (sentir que estamos “todos no mesmo barco”); instalação da esperança (de um resultado bem-sucedido); aprendizagem por substituição (pela observação da interação entre os membros do grupo); orientação (informação ou conselhos recebidos dentro do grupo); autoentendimento; aprendizagem a partir de ações interpessoais (aquisição de comportamentos mais adaptativos dentro do grupo); autorevelação e catarse.

Há inúmeras denominações diferentes a uma mesma finalidade grupal. Assim, muitos autores costumam catalogar os grupos de acordo com a técnica empregada pelo condenador e com o tipo de vínculo que ele estabeleceu com os indivíduos integrantes. Exemplo disso é o conhecido critério de classificar os quatro tipos seguintes: pelo grupo (o qual, funciona gravitando em torno do líder, através do recurso da sugestão ou de uma identificação com ele, como nos grupos Pratt ou nos Alcoólicos Anônimos etc.); em grupo (as interpretações são dirigidas ao indivíduo. De certa forma, é um tratamento individual de cada membro na presença dos demais); do grupo (o enfoque interpretativo está sempre dirigido ao grupo com uma totalidade gestáltica); de grupo (a atividade interpretativa parte das individualidades para a generalidade e desta para os indivíduos).

Para os dependentes, a família é primordial e um fator crítico no tratamento. Sua abordagem é um procedimento fundamental nos programas terapêuticos. Sendo assim, as famílias de dependentes também se beneficiam dos atendimentos grupais. Laquer (1951) criou o “Grupo Multifamiliar”, adaptando as técnicas de terapia de grupo para dirigir à reestruturação dos padrões de relacionamento familiar. O Grupo Multifamiliar tem sido utilizado como coadjuvante no tratamento de vários problemas psiquiátricos e de comportamento, tem se evidenciado como um instrumento terapêutico com resultados positivos, especialmente quando integrado a um programa mais abrangente (Stanton; Toddy, 1985).

Adaptado do texto “Terapias de Grupo”

*Thais P. Gracie Maluf é psicóloga e psicoterapeuta familiar e casal, com mestrado em Ciências da Saúde e especialização em Terapia Familiar pela Universidade Federal de São Paulo – Unifesp. Atuou como coordenadora do setor de atendimento às famílias de dependentes no Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes, Proad (Unifesp). Preceptora e supervisora do Programa de Residência Multi do Departamento de Psiquiatria da Unifesp. Coordenou e supervisionou o programa de estágio de psicólogos e professora dos cursos de especialização e capacitação do Proad. Experiência na área das dependências químicas e de comportamentos, com enfoque no tratamento psicoterápico individual e grupal.

Fonte: psiquecienciaevida