Como ter uma boa noite de sono

Antes de tomar remédios é importante tentar a higiene do sono.

O excesso de exposição às telas de computadores, celulares e tablets pode prejudicar muito o sono. Hoje, o celular é o que mais influencia nessa qualidade do sono. Ele tem dois aspectos que atrapalham:

A interatividade do celular eleva o cortisol, deixando o cérebro em estado de alerta, o que atrapalha a indução do sono.
A luz do celular atrapalha a liberação da melatonina, hormônio produzido pela glândula pineal durante o escuro. Sua função é induzir ou facilitar o sono.

A pesquisadora do Instituto do Sono Monica Levy Andersen explicou no Bem Estar desta segunda-feira (3) que a liberação de melatonina mudou com os novos hábitos. As casas ficaram mais iluminadas e ainda temos eletrônicos que contribuem para o atraso da liberação do hormônio.

A ginecologista e pesquisadora do sono Helena Hachul deu dicas para melhorar o seu sono. Antes de tomar um remédio, é importante tentar a higiene do sono:

Evite café
Apague as luzes da casa
Evite telas antes de dormir
Faça refeições leves à noite
Não leve eletrônicos para a cama
Não deixe relógio ao lado da cama

Caso nada dê certo, é preciso avaliar o que está dificultando o sono. Remédios só devem ser indicados por médicos.

Sono e temperatura
O calor atrapalha o sono porque o corpo precisa baixar a temperatura para conseguir dormir. A redução da temperatura corporal sinaliza o cérebro a induzir o sono. Essa redução é importante para a manutenção do sono. Quando ela cai, diminui também a liberação de cortisol, que é o hormônio do estresse.

Monitoramento
Os pais conseguem estimar o tempo que os filhos ficam conectados? O Bem Estar acompanhou duas famílias nesta monitoração e eles se surpreenderam com o resultado.

Fonte: Bem-Estar

20 coisas estranhas que acontecem enquanto você dorme

O sono é tão bom e necessário, mas muita coisa acontece sob os lençóis. Enquanto dorme, você pode passar por quedas, falar, ter paralisia ou sofrer uma “cabeça explosiva”.

E seu parceiro pode ter de lidar com roncos excessivos, bruxismo, gemidos e avanços sexuais indesejados. Aqui estão 20 coisas que podem acontecer enquanto você cai no sono.

Sonambulismo
Mais provável de acometer crianças que adultos, o sonambulismo é um distúrbio de comportamento que ocorre durante o sono profundo. Seus gatilhos comuns são a privação do sono, agentes sedativos (incluindo álcool), doenças com febre e alguns remédios.

É um mito de que acordar um sonâmbulo traz algum perigo. Na verdade, pode ser perigoso não fazê-lo, já que a pessoa pode se machucar.

Sensação de queda
Quase 70% de nós já sentiu isso: a impressão de cair que nos coloca despertos bem na hora em que estamos caindo no sono. As contrações musculares involuntárias em nossos membros ou ao longo de nossos corpos são chamadas de espasmo hípnico, ou mioclonia noturna. Ninguém sabe a sua causa. Uma teoria é que o cérebro interpreta de maneira errada o relaxamento dos músculos como uma queda.

Sexo ao dormir
Isso não é uma desculpa para agarrar o parceiro ou parceira. O sexo durante o sono é um transtorno de verdade. Alguns especialistas consideram essa prática até perigosa, e sobre a qual os casais não falam, devido ao constrangimento.

O ato sexual inconsciente durante o sono pode apresentar comportamento pouco comum por parte de quem inicia, como agressividade. Os perpetradores às vezes não lembram do ato.

Síndrome da cabeça explosiva
De 10% a 15% das pessoas passa pela síndrome da cabeça explosiva, na qual, de repente, a pessoa acorda ouvindo um barulho muito alto, como uma explosão, um facho de luz ou uma sensação de que a cabeça está explodindo. Aparentemente esse é um tipo de espasmo hípnico, como quando ocorre a sensação de cair.

Narcolepsia
Com esse transtorno crônico do sono, as pessoas se sentem excessivamente sonolentas durante o dia, podendo ter “ataques de sono”, apagando sem aviso prévio. E geralmente os chefes não gostam de gente cochilando no trabalho. Para combater isso, é possível ir ao médico, que pode prescrever remédios. À noite, tente reduzir o estresse antes de ir para a cama, tentando ioga, meditação ou um banho quente.

Bruxismo
Costumamos pensar que o ranger ou bater de dentes à noite, conhecido como bruxismo, é produto do estresse ou de uma mordida errada. Mas novas pesquisas mostram que ele pode ser resultado da interrupção da respiração durante o sono, o que ocorre com a apneia. Participantes de um estudo que tiveram suas vias aéreas liberadas com um instrumento dental ou com uma máquina de ventilação pararam com o ranger de dentes.

Terror noturno
Quase 40% das crianças são afetadas pelo terror noturno, nos quais passam por episódios de gritos, medo e agitação durante o sono.

Assim como o sonambulismo, o terror noturno é considerado uma parassonia – uma ocorrência indesejada durante o sono. A diferença para um pesadelo é que a pessoa continua dormindo, e normalmente não lembra de nada pela manhã.

Paralisia do sono
Assim como uma pessoa se move entre as fases da vigília e do sono, a paralisia do sono é a sensação de se estar consciente, mas sem conseguir se mexer. Esse problema é raramente ligado a problemas psiquiátricos.

Para lidar com isso, tente desestressar sua vida – se certifique que está tendo horas suficientes de sono, e tente dormir em diferentes posições.

Ronco
Se você for casado, o ronco é provavelmente um fato da vida. Você é ou o culpado, ou a vítima. O problema ocorre quando o fluxo de ar pelo nariz e pela boca é interrompido por, digamos, um desvio de septo, por pouco tônus muscular da garganta e da língua e por outras razões. O ronco crônico pode arruinar a qualidade do sono para as duas pessoas, então os roncadores precisam buscar auxílio médico.

Envio de mensagens
Somos tão ligados aos smartphones que aparentemente o envio de mensagens durante o sono é algo que existe. Esse é considerado um tipo de sonambulismo digital, no qual o nosso cérebro entra no piloto automático: como dormirmos ao lado dos aparelhos, e seus barulhos e vibrações podem atrapalhar o sono.

Pausa no olfato
Um motivo pelo qual os detectores de fumaça são importantes é que nosso olfato também descansa durante o sono. Assim, enquanto os sons podem nos fazer despertar, os cheiros de fumaça e coisas queimando não nos levam a acordar. Uma professora de Psicologia, que conduziu um estudo sobre o fenômeno, diz que o nosso olfato não parece ser algo muito confiável como sistema de sentinela.

Os olhos se mexem
Quando caímos no estágio mais profundo do sono, nossos olhos ficam ocupados. No estágio conhecido como REM (“rapid eyes movement”, ou movimento rápido dos olhos), como o nome indica, os olhos se movem em várias direções. Embora estejamos descansando, nossa mente fica quase tão ativa quanto durante a vigília. Nossas memórias se consolidam no estágio REM. E ficamos sem nosso sono profundo quando bebemos álcool.

Hormônio do crescimento
Enquanto dormimos, especialmente nos estágios profundos, o hormônio do crescimento humano (GH) é lançado, ajudando a regenerar músculos, ossos e tecidos. Esse tipo de “sono da beleza” pode ser incitado por níveis baixos de glicose, assim com por outros fatores.

Funções renais diminuem
Muitas das nossas atividades fisiológicas desaceleram enquanto dormimos. Por exemplo, nossa função renal diminui de ritmo, e a quantidade de urina que produzimos é reduzida. Esse é o motivo pelo qual muitos de nós podem aguentar a noite sem ir ao banheiro.

Sonhos
Todos nós sonhamos, mas ninguém sabe muito bem o porquê. As histórias que nossas mentes nos botam para assistir podem ser bizarras, alarmantes, sedutoras e tão reais que você acha que são verdade. Os sonhos mais intensos ocorrem durante o estágio REM.

Alguns especialistas alegam que elas são uma repetição dos eventos do dia, enquanto outros indicam que são atividades aleatórias do cérebro. Mas não sabemos de verdade.

Alucinações
Alucinações hipnagógicas podem ocorrer quando caímos no sono – ilusões vívidas que podem envolver imagens, cheiros, gostos, sensações tácteis sons, movimentos ou sensações de voar ou cair. A alucinações no sono podem ser mais reais que sonhos. Embora não tragam normalmente risco à saúde, elas podem ser sinal de narcolepsia, esquizofrenia ou mal de Parkinson.

Apneia do sono
Esse problema ocorre quando a via respiratória superior fica bloqueada durante o sono, reduzindo ou obstruindo totalmente o fluxo de ar.

A apneia do sono não tratada pode levar a complicações graves, como ataque cardíaco, glaucoma, diabete, câncer e distúrbios do comportamento e cognitivos. Tratamentos comuns incluem aparelhos respiratórios, como máquinas de pressão continua de ar (CPAP), assim como mudanças no estilo de vida.

Gemidos noturnos
A catatrenia é descrita como gemidos emitidos durante a expiração nos estágios REM de sono profundo. Esses sons não estão ligados a quaisquer problemas mais sérios de saúde, e não levam à privação do sono – a menos que você seja parceiro de quem geme.

Acordar zangado
Algumas pessoas saem da cama com um péssimo humor. Acordar com o pé esquerdo pode ser sinal de não ter sono suficiente.

Uma neurocientista afirma que a região específica do lobo frontal que normalmente filtra os sentimentos negativos fica prejudicado com a falta de sono. Os motivos para o mau humor e o sono de má qualidade podem ser baixo nível de açúcar no sangue, deficiência de magnésio ou um fígado sobrecarregado.

A temperatura do corpo cai
Quando dormimos, nosso corpo começa a perder temperatura para o ambiente, o que pode ajudar com o processo de adormecer.

Nossa temperatura corporal é mantida a um nível levemente reduzido durante os estágios não-REM do sono, e cai ainda mais durante o REM. É por isso que a maioria das pessoas precisam se cobrir durante o sono, para não perdermos muito calor.

Fonte: Msn

Álcool impacta mais as mulheres que os homens

Cada vez mais mulheres sofrem de alcoolismo, considerado até algumas décadas atrás um problema predominantemente masculino.

s homens costumavam ser os grandes consumidores de bebida alcoólica da sociedade ocidental – talvez Don Draper, o anti-herói da série americana Mad Men, seja a melhor representação deste estereótipo na cultura popular.

No seriado, ambientado nos anos 1960, não faltam doses de uísque no escritório, almoços regados a coquetéis e rodadas de drinques após o expediente. Naquela época, o bar era um lugar em que poucas mulheres se atreviam a pisar.

No entanto, epidemiologistas observam que o aumento das propagandas de bebida direcionadas às mulheres e as mudanças nos papéis atribuídos aos gêneros alteraram gradativamente esse cenário.

No geral, os homens ainda são quase duas vezes mais propensos a consumir álcool em excesso do que as mulheres. Mas isso não se aplica, especificamente, aos mais jovens. Na verdade, as mulheres nascidas entre 1991 e 2000 bebem tanto quanto os homens da mesma geração – e podem vir a superá-los.

Ao mesmo tempo, elas estão sofrendo cada vez mais com os efeitos nocivos do álcool. Pesquisas mostram que, de 2000 a 2015, houve um aumento de 57% na taxa de mortalidade por cirrose entre mulheres de 45 a 64 anos nos Estados Unidos, comparado a um percentual de 21% entre os homens da mesma idade. Na faixa dos 25 aos 44 anos, a alta foi de 18%, enquanto, entre o sexo masculino, houve uma queda 10%.

O número de mulheres adultas que dão entrada em emergências de hospital por overdose de álcool também está subindo rapidamente. E os padrões de consumo de risco vêm aumentando, particularmente, entre o sexo feminino.

Mas o problema não é apenas que elas estão bebendo mais. Pesquisadores descobriram que o corpo feminino é afetado de maneira diferente pelo álcool – por razões que vão além da estatura.

Mulheres têm uma maior vulnerabilidade fisiológica ao álcool

De acordo com cientistas, as mulheres produzem quantidades menores de uma enzima chamada álcool desidrogenase (ADH), que é liberada pelo fígado e usada para metabolizar o álcool.

Além disso, a gordura retém o álcool, enquanto a água ajuda a dispersá-lo. Então, graças a seus níveis naturalmente mais altos de gordura e mais baixos de água corporal, as mulheres apresentam uma resposta fisiológica ainda mais complicada ao álcool.

“Essa vulnerabilidade é a razão pela qual vemos aumentar os problemas de saúde e distúrbios relacionados ao álcool entre as mulheres em comparação com os homens”, diz Dawn Sugarman, professora da Escola de Medicina de Harvard e psicóloga do Hospital McLean, nos Estados Unidos.
As mulheres que consomem álcool em excesso também tendem a desenvolver dependência e outros problemas de saúde com mais rapidez que os homens. É o chamado efeito “telescópico”: elas costumam começar a beber mais tarde que os homens, mas levam muito menos tempo para se tornar dependentes e apresentar doenças hepáticas ou cardíacas.

Muitas diferenças sobre o efeito do álcool no organismo de homens e mulheres só foram descobertas nas últimas décadas. O primeiro estudo sobre produção de ADH, baseado nas distinções de gênero, por exemplo, foi publicado em 1990.

Na verdade, quase todas as pesquisas clínicas sobre álcool foram feitas inteiramente com homens até a década de 1990. Em parte, porque os cientistas eram incentivados a eliminar o maior número de variáveis possíveis, que pudessem influenciar os resultados de um experimento – e uma delas era o gênero.

Como o alcoolismo era considerado um problema predominantemente masculino, ninguém pensou nas consequências de não se estudar a relação entre as mulheres e o álcool.

Esse cenário mudou quando organizações governamentais, como os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, determinaram que mulheres e minorias fossem incluídas em estudos clínicos. Foi assim que as lacunas de gênero no campo da pesquisa médica começaram a ser preenchidas.

“As pessoas simplesmente não pensavam nas mulheres”, diz Sharon Wilsnack, professora de Psiquiatria e Ciências Comportamentais da Universidade de Dakota do Norte, nos EUA.

“E, quando pensavam, apenas presumiam que você poderia estudar os homens e aplicar (os resultados) às mulheres.”

Durante o doutorado, na Universidade de Harvard, no início dos anos 1970, Wilsnack escreveu uma dissertação sobre mulheres e álcool. A revisão da literatura contou apenas com sete estudos encontrados na biblioteca.

Junto ao marido, que é sociólogo, Wilsnack passou a liderar o primeiro estudo nacional de longo prazo sobre o hábito de beber das mulheres.

Entre suas muitas descobertas, estava a constatação que parte das mulheres que abusam do álcool sofreram abuso sexual na infância, uma diferença de gênero que passou a ser considerada crucial para ajudar mulheres com dependência.

Mulheres bebem por motivos diferentes dos homens
Desde então, pesquisas sobre álcool baseada em gênero revelaram uma série de outros resultados específicos para cada sexo.

Nos anos 2000, exames pareciam mostrar que os cérebros das mulheres são mais sensíveis ao álcool que o dos homens. Mas Marlene Oscar-Berman, professora de Anatomia e Neuropsicologia da Universidade de Boston, fez uma descoberta que provocou uma reviravolta nesse campo.

Em uma pesquisa que contou com participantes com e sem histórico de alcoolismo, sua equipe percebeu que os homens alcoólatras tinham “centros de recompensa” cerebrais menores do que aqueles que não bebiam.

Essa área do cérebro, composta por partes do sistema límbico e do córtex frontal, está ligada à motivação – fundamental para tomar decisões e até mesmo para sobrevivência básica.

Mas, nas mulheres com dependência, os centros de recompensa eram maiores do que o das não alcoólatras – o que significa que seus cérebros estavam menos danificados do que o dos homens.

“A pesquisa mostrou que estávamos errados”, diz Oscar-Berman. “Nossas descobertas vão de encontro à ideia geral de que as mulheres são mais suscetíveis aos danos do álcool no cérebro do que os homens.” Os cientistas ainda não sabem, no entanto, o que pode causar essas diferenças.

Segundo Sugarman, descobertas como essa reforçam a importância de estudos específicos de gênero sobre álcool e dependência.

Ela cita pesquisas recentes que mostram que as mulheres dependentes de álcool têm uma resposta melhor quando participam de grupos de tratamento exclusivo para o sexo feminino, que também educam sobre questões específicas de gênero relacionadas à dependência e à motivação para beber.

Talvez não seja surpresa, mas as razões femininas são diferentes das masculinas. Estudos relevam que o consumo de bebida alcoólica por mulheres está ligado a questões emocionais, enquanto os homens são mais movidos pela pressão social.

“Algumas mulheres já tinham feito tratamento (de alcoolismo) cinco, seis, dez vezes antes, e estavam dizendo coisas como ‘nunca ouvi dizer que sou mais suscetível ao álcool do que os homens, ou que essas substâncias me afetam de maneira diferente'”, conta Sugarman.
Por causa das motivações distintas, das vulnerabilidades biológicas e especialmente do vínculo entre o alcoolismo e traumas do passado, as necessidades de tratamento femininas podem ser diferentes das masculinas.

Por exemplo, mulheres que foram vítimas de abusos sexuais podem não se sentir seguras ao entrar em um grupo de terapia padrão, onde 70% dos participantes costumam ser homens. Para elas, é benéfico ouvir histórias de outras mulheres e saber que não estão sozinhas.

Pelo menos, dizem os especialistas, ficaram para trás os dias em que se acreditava que pesquisas sobre consumo de álcool feitas com homens poderiam simplesmente ser aplicadas às mulheres.

Fonte: Bem-Estar

Jogos mentais e atividade física beneficiam a saúde mental

Novas pesquisas indicam que jogos mentais como aplicativos de treinamento cerebral podem ajudar a melhorar a memória e reduzir o risco de demência.

Juntá-los a outros fatores, como esportes mentais e atividades cardiovasculares, podem ser a chave para uma boa saúde mental.

Uma das novas pesquisas foi realizada na famosa Universidade de Cambridge e descobriu que os jogos melhoraram a função cerebral daqueles com problemas iniciais de memória. Os participantes receberam um iPad com um aplicativo em que tinham que colocar diferentes padrões em seus lugares corretos para ganhar moedas de ouro.

A pesquisa contou com 42 pacientes acima de 45 anos com comprometimento cognitivo leve amnéstico, que pode ser um precursor ou sinal de alerta de demência. Durante um mês, metade dos participantes jogou durante duas horas por semana e metade consistiu em um grupo de controle que não realizou qualquer atividade.

Novas pesquisas indicam que jogos mentais como aplicativos de treinamento cerebral podem ajudar a melhorar a memória e reduzir o risco de demência.

Juntá-los a outros fatores, como esportes mentais e atividades cardiovasculares, podem ser a chave para uma boa saúde mental.

Uma das novas pesquisas foi realizada na famosa Universidade de Cambridge e descobriu que os jogos melhoraram a função cerebral daqueles com problemas iniciais de memória. Os participantes receberam um iPad com um aplicativo em que tinham que colocar diferentes padrões em seus lugares corretos para ganhar moedas de ouro.

A pesquisa contou com 42 pacientes acima de 45 anos com comprometimento cognitivo leve amnéstico, que pode ser um precursor ou sinal de alerta de demência. Durante um mês, metade dos participantes jogou durante duas horas por semana e metade consistiu em um grupo de controle que não realizou qualquer atividade.

Os resultados, que foram publicados no renomado International Journal of Neuropsychopharmacology, mostraram que aqueles que jogaram experimentaram uma melhora de aproximadamente 40% em sua memória episódica, responsável pela recordação de situações.

Outros estudos também indicam que esses aplicativos de jogos considerados cerebrais também podem ajudam a desenvolver o pensamento crítico, melhorar a memória e aumentar a percepção visual dos jogadores.

Os resultados variam entre as pesquisas, mas a maioria delas indica que apenas algumas horas de prática por semana já são suficientes para alcançar os benefícios mentais desejados.

A ideia de utilizar jogos e esportes mentais para treinar a mente não é particularmente nova e já conta com uma extensa literatura médica. O poker, por exemplo, é recomendado há anos como um excelente exercício mental para todos.

iversos estudos comprovam que esse esporte auxilia na neuroplasticidade — habilidade do cérebro responsável por aprender e se aprimorar com novas experiências. Além disso, sua prática constante também pode melhorar de maneira significativa a concentração e aumentar o raciocínio lógico.

O blackjack, um jogo de cartas centenário, também pode aumentar a capacidade mental dos seus jogadores e proporcionar diversos benefícios neurológicos, especialmente aqueles ligados a capacidade de memória.

Isso se deve ao fato de que uma partida envolve acompanhar a proporção de cartas altas para baixas que permanecem no baralho ao longo de um curso de mãos, o que requer boas doses de matemática e memorização.

Uma pesquisa publicada no The New England Journal of Medicine afirmou que praticantes de diversas modalidades de cartas com mais de 75 anos têm uma probabilidade menor de desenvolver certos tipos de doenças neurológicas do que idosos que não possuem este hábito.

Outra maneira cientificamente comprovada de manter o cérebro ativo e ampliar suas capacidades é o exercício aeróbico. Ao estimular a aptidão cardiovascular e a circulação sanguínea, a atividade física nutre o cérebro com os nutrientes e o oxigênio de que ele precisa para ter um desempenho físico e cognitivo melhor.

O incremento da circulação estimula a comunicação mais eficiente entre os neurônios e também aumenta a produção e a liberação de neurotransmissores, além de uma série de outros benefícios mentais.

Diversas pesquisas mostram que diferentes regiões do cérebro se beneficiam da realização de exercícios. É o caso do lobo frontal, responsável por processos complexos como realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo, que fica mais eficiente após atividades cardiovasculares.

A maioria dos institutos de pesquisa recomendam que todos os adultos realizem pelo menos duas horas de exercícios aeróbicos de intensidade moderada por semana. Essa média pode ser alcançada através de corrida, caminhada ou treinos de academia, que podem facilmente ser otimizados para melhores resultados.

Envolver o cérebro de maneiras complexas é absolutamente necessário para manter a mente afiada e saudável. A prática constante de jogos e esportes mentais aliadas a realização de exercícios é uma das melhores formas de fazer isso para todas as idades e pode até mesmo ser considerada essencial para a saúde mental a longo prazo.

Fonte:PortalVeneza

Sentir-se jovem é o primeiro passo para se manter jovem

Estudo mostra que idade subjetiva tem reflexo no envelhecimento

A ciência deu mais um passo para demonstrar que pessoas mais velhas que se sentem mais jovens do que realmente são apresentam menos sinais de envelhecimento do cérebro se comparadas com aquelas que reconhecem o peso da idade ou até se sentem mais velhas. O estudo, publicado em junho pelo periódico científico “Frontiers in Aging Neuroscience”, partiu de uma questão que intrigava o médico Jeanyung Chey, da Universidade da Coreia do Sul: a idade subjetiva é apenas um sentimento ou se reflete na forma como nossos corpos envelhecem?

É comum que os idosos tenham algum tipo de declínio cognitivo e o exame do cérebro aponta esses problemas, como, por exemplo, a redução do volume de massa cinzenta. O doutor Chey e seus colegas submeteram 68 pessoas entre 59 e 84 anos – todas gozando de boa saúde – a ressonâncias magnéticas. O grupo também foi avaliado pela equipe e respondeu a questionários sobre a percepção que cada um tinha da própria saúde. Aqueles que se sentiam mais jovens apresentaram melhor desempenho nos testes de memória e não relatavam sintomas de depressão. Além disso, tinham mais massa cinzenta em áreas-chave.

Os pesquisadores usaram a ressonância para calcular a idade cerebral dos participantes e, como declarou o doutor Chey, “descobrimos que as pessoas que se sentiam mais jovens tinham a estrutura de um cérebro mais jovem. A diferença era significativa mesmo levando em conta outros fatores, como personalidade, sintomas de depressão e funções cognitivas”. De acordo com os cientistas, é possível que os idosos que se sentem mais jovens acabem tendo uma vida física e mentalmente ativa, com efeitos benéficos para o cérebro. Nesse caso, investir em hábitos saudáveis poderia contribuir positivamente para o segundo grupo.

No que diz respeito a uma rotina que garanta uma velhice de qualidade, a Tufts University, nos EUA, demonstrou que um programa de exercícios para idosos sedentários é possível, seguro e está associado a inúmeros benefícios físicos e psíquicos. O estudo, chamado Lifestyle Interventions and Independence for Elders (Life), que pode ser traduzido como Intervenções no Estilo de Vida para a Independência dos Mais Velhos, transpôs os limites do campus universitário e foi implementado num centro comunitário. Durou seis meses e envolveu 40 adultos entre 65 e 89 anos que tinham algum problema de locomoção. Quem participou de pelo menos 25% das atividades semanais teve ganhos consideráveis em mobilidade e funções mentais. Houve também uma redução de 60% nas quedas, um dos principais motivos de preocupação na população mais longeva.

Fonte: G1

A ciência por trás da intuição – e como ela pode nos ajudar a tomar decisões

Intuição ou o instinto são o resultado de vários processamentos que ocorrem no cérebro.

Imagine o diretor de uma grande empresa anunciando uma importante decisão e justificando-a com base na intuição. Isso seria visto com incredulidade. Não é óbvio que decisões importantes devem ser pensadas cuidadosa, deliberada e racionalmente? De fato, confiar na intuição geralmente traz má reputação, especialmente no mundo ocidental, onde o pensamento analítico tem sido constantemente promovido nas últimas décadas. Gradualmente, muitos passaram a pensar que os seres humanos progrediram do ato de confiar no pensamento primitivo, mágico e religioso para se fiar na lógica analítica e científica. Como resultado, as emoções e a intuição são vistas como falhas, até excêntricas.

No entanto, essa atitude se baseia no mito do progresso cognitivo. As emoções não são respostas assim tão burras que sempre precisam ser ignoradas ou até corrigidas pela aptidão racional. Elas são avaliações do que você acabou de vivenciar ou pensar sobre – nesse sentido, elas são também uma forma de processamento de informação.

A intuição ou o instinto também são o resultado de vários processamentos que ocorrem no cérebro. Pesquisas sugerem que o cérebro é uma grande máquina de previsões, constantemente comparando a informação sensorial e as experiências atuais com o conhecimento depositado e as memórias de experiências passadas. Cientistas chamam isso de “estrutura de processamento preditivo”.

Isso assegura que o cérebro está sempre preparado para lidar com as situações da melhor forma possível. Quando há uma incompatibilidade (algo que não foi previsto), seu cérebro atualiza o modelo cognitivo.

Essa compatibilidade entre os modelos anteriores (com base em experiências passadas) e experiências atuais acontece automática e subconscientemente. As intuições ocorrem quando seu cérebro estabelece combinações e incompatibilidades (entre o modelo cognitivo e a experiência atual), mas isso ainda não chegou ao não chegou ao nível da consciência.

Por exemplo, você pode estar dirigindo por uma rodovia no escuro ouvindo alguma música, quando de repente você tem a intuição de dirigir mais perto da faixa que divide a pista. Continuando na direção, você percebe que evitou um enorme buraco que poderia ter causado grande dano ao carro. Você fica feliz por ter confiado no seu instinto mesmo que não saiba de onde ele veio. Na realidade, o carro que está longe na sua frente fez um desvio parecido (pois nele estavam pessoas locais que conhecem a estrada), e você percebeu o movimento mesmo que não conscientemente.

Quando você tem muita experiência em uma área específica, seu cérebro tem mais informação para combinar as experiências atuais com as do passado. Isso torna a intuição mais confiável. E significa que, assim como a criatividade, sua intuição pode melhorar com a experiência.

Diferenças entre análise e intuição
Na literatura psicológica, a intuição geralmente é explicada como um ou dois modos de pensar, junto ao raciocínio analítico. O pensamento intuitivo é descrito como automático, rápido e subconsciente. Por outro lado, o pensamento analítico é lento, lógico, consciente e deliberado.

Muitos explicam a divisão entre o pensamento analítico e o intuitivo como dois tipos de processamento (ou “estilos de pensamento”) opostos, trabalhando como uma gangorra. Entretanto, uma recente meta-análise – uma pesquisa na qual o impacto de um grupo de estudos é medido – mostrou que o pensamento analítico e o intuitivo não são correlatos e podem ocorrer ao mesmo tempo.

Assim, embora seja verdade que um estilo de pensamento provavelmente pareça dominante sobre o outro em qualquer situação – em particular o pensamento analítico -, a natureza subconsciente do pensamento intuitivo torna difícil determinar exatamente quando ele ocorre, já que muita coisa acontece sob o guarda-chuva da nossa consciência.

De fato, os dois estilos de pensamento são na realidade complementares e podem funcionar como em um concerto – com frequência empregamos ambos simultaneamente. Até pesquisas pioneiras podem começar como um pensamento intuitivo que leva cientistas a formular ideias e hipóteses inovadoras, e depois elas seriam ou não validadas por rigorosos testes e análises.

Além disso, enquanto a intuição é vista como desleixada e imprecisa, o pensamento analítico pode também ser prejudicial. Estudos mostram que pensar demais sobre algo pode prejudicar seriamente o processo de tomada de decisão.

Em outros casos, o pensamento analítico pode consistir simplesmente em justificativas tomadas após um evento ou racionalizações de decisões baseadas no pensamento intuitivo. Isso ocorre por exemplo quando temos que explicar nossas decisões sobre dilemas morais. Esse efeito levou algumas pessoas a se referirem ao pensamento analítico como um “secretário de imprensa” ou “advogado interior” da intuição. Muitas vezes, não sabemos por que tomamos decisões, mas ainda assim queremos ter motivos para essas escolhas.

As falhas da intuição
Então será que deveríamos nos basear apenas na intuição, já que ela ajuda nossa tomada de decisão? É complicado. A intuição se baseia em um processamento evolutivamente mais antigo, automático e rápido, é vítima da desorientação, como de tendências cognitivas. Esses são erros sistemáticos do pensamento, que podem ocorrer automaticamente. Apesar disso, familiarizar-se com um viés cognitivo comum pode ajudar a identificá-lo em ocasiões futuras.

Da mesma forma, como o processamento rápido é antigo, ele pode estar um pouco desatualizado. Considere, por exemplo, um prato de donuts. Mesmo que você se sinta compelido a comer todos de uma vez, é improvável que precise dessa quantidade enorme de açúcar e gordura. Entretanto, na época dos “caçadores-coletores”, estocar energia era um instinto sábio.

Por isso, para cada caso que envolve uma decisão baseada na sua avaliação, considere se sua intuição mensurou a situação. Trata-se de uma situação evolutiva antiga ou nova? Ela envolve inclinações cognitivas? Você tem experiência ou expertise nesse tipo de situação? Se for evolutivamente antiga e envolver tendências cognitivas e se você não tiver experiência nela, então é melhor confiar no pensamento analítico. Do contrário, sinta-se livre para usar seu pensamento intuitivo.

Está na hora de parar a caça às bruxas da intuição e enxergá-la pelo que ela é: um estilo de processamento rápido, automático e subconsciente que pode nos dar informações muito úteis que a deliberação analítica não pode. Precisamos aceitar que o pensamento analítico e o intuitivo deveriam ocorrer concomitantemente e ser pesados um contra o outro em decisões difíceis.

Fonte: G1

Saúde mental não deve ser tabu, avaliam pesquisadores

Sociedade compreende pouco dando margem a visões preconceituosas

Falar sobre saúde mental, depressão, ansiedade e suicídio exigem cuidados, mas não podem ser deixados de lado sobretudo em um cenário de crescimento dos casos de autolesão em todo o mundo. De acordo com pesquisadores, a dificuldade existe porque há estigmas e pouca compreensão da sociedade dando margem, com frequência, a visões que carregam preconceito. Muitas vezes, o tabu interdita a circulação da informação, o que é importante para evitar novas ocorrências de suicídio.

“Faltam redes humanas de apoio, as pessoas vivem mudanças na configuração dos relacionamentos e tudo isso pode criar uma sensação de que você vive aquele sofrimento sozinho. Por isso, uma das apostas que fazemos em nosso atendimento preventivo é na expressão. Até para que se possa falar também das coisas ruins. Nas redes sociais, em geral, as pessoas falam das coisas maravilhosas. E é importante falar mais amplamente sobre os sentimentos”, diz a psicóloga Laura Quadros, chefe do Serviço de Psicologia Aplicada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Para Laura, o aumento das ocorrências que envolve diretamente a população mais jovem coloca o suicídio como uma emergência médica. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa é uma tendência em todo o mundo. Estimativas do órgão apontam que, depois da violência, o suicídio é o fator que mais mata jovens entre 15 e 29 anos. Anualmente, mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida, número que representa 1,4% de todas as mortes do mundo.

Foto: Reprodução

Em sintonia com a tendência internacional, o país registrou, entre 2011 e 2016, um aumento dos casos notificados de lesão autoprovocada nos sexos feminino e masculino de 209,5% e 194,7%, respectivamente. Além disso, um levantamento feito pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) em todas as regiões do Brasil mostrou que 80% dos estudantes da graduação admitem ter enfrentado algum problema emocional, como ansiedade, desânimo, insônia, tristeza permanente, sensação de desatenção, desespero, falta de esperança e sentimento de desamparo e solidão.

Especialistas avaliam que adolescentes e jovens são mais suscetíveis a problemas emocionais e transtornos mentais, porque há muita expectativa e insegurança em relação ao futuro. Para Laura Quadros, o mundo atual cobra uma urgência pelo sucesso, e as tensões e pressões são mais exacerbadas. “Em um mundo mais lento, talvez conseguíssemos entender que esperar é um das possibilidades. Mas não é o que ocorre hoje”, avalia.

Cuidados

Há um consenso entre psicólogos e psiquiatras sobre a importância de que as abordagens de prevenção tenham como objetivo o estímulo a um ambiente favorável para que o jovem possa falar sobre seus sofrimentos com pessoas próximas e com profissionais capacitados. É o que tem feito a Uerj com a criação de diversos canais para receber demandas, sendo o principal deles o Núcleo de Atendimento ao Estudante. O Serviço de Psicologia Aplicada, coordenado por Laura, também é parte das medidas.

“Não é uma unidade de saúde assistencial. A missão principal é formar estudantes na prática de psicologia. Mas abrimos os espaços para atendimento. E essa procura tem aumentado bastante, tanto pela comunidade interna como pela comunidade externa”, explica.

No mês passado, foi aberto um período para triagem, momento em que o Serviço de Psicologia Aplicada escuta novas pessoas com o intuito de absorver em seu atendimento. Em apenas duas semanas, cerca 200 pessoas se apresentaram, relatando algum tipo de sofrimento. O volume da demanda impressionou e o período de triagem precisou ser encerrado. Atualmente, aproximadamente 300 pacientes já são atendidas pelo serviço.

O crescimento da procura, segundo a psicóloga, também reflete a crise econômica da saúde pública do Rio de Janeiro. “Esse é um ano muito crítico. Temos a tendência mundial e houve fechamento de vários ambulatórios na cidade, estufando nossos registros. E nós não temos estrutura para absorver toda a demanda. Tentamos atuar dentro das nossas possibilidades. Inclusive em sintonia com a tradição da Uerj, instituição que foi pioneira em políticas de ações afirmativas no país, que vem sempre junto de estratégias de acolhimento ao estudante”.

Foto: Reprodução

As medidas adotadas pela universidade visaram dar resposta aos casos que vinham ocorrendo, incluindo tentativas de suicídio que não se concretizaram. A Uerj não é uma exceção. Nos últimos anos, diferentes instituições públicas de ensino espalhadas pelo país precisaram lidar com ocorrências de suicídio dentro de seus espaços. Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade de São Paulo (USP) registraram casos. As instituições não costumam divulgar levantamentos específicos sobre os casos, mas vêm se firmando como lugar de referência em estudos e em acompanhamento.

Imprensa

A relação entre os meios de comunicação e o suicídio é um foco de estudo que tem mobilizado pesquisadores de diferentes áreas. O jornalista Arthur Dapieve publicou em 2007 o livro Morreu na Contramão: o Suicídio Como Notícia, que se desdobrou da sua pesquisa de mestrado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio). Ele buscou entender porque raramente se noticiava suicídio e investigou o noticiário brasileiro publicado em 2004.

Foram encontradas reportagens que lembravam os 50 anos do suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas e algumas notícias relacionados a atos de terroristas. Ao mesmo tempo, o jornalista notou poucos registros de casos ocorridos no Rio de Janeiro ou mesmo no país. “O volume de notícias contrastava com as estatísticas. E era nítida uma diferença no tratamento em relação a outros crimes. Os jornais não demonstram medo em noticiar o homicídio ou o estupro, por exemplo. Mas o que eu observei é que a questão não é intrínseca à imprensa. A nossa sociedade tem um tabu em relação ao assunto. E a mídia, muitas vezes, reflete o que a sociedade pensa”, avalia Dapieve.

O jornalista destaca uma preocupação específica da imprensa, relacionado ao “Efeito Werther”, que se refere a um pico de tentativas suicídios após um caso ser amplamente divulgado. A expressão tem como referência o livro Os sofrimentos do Jovem Werther, escrito pelo autor alemão Goethe no final do século 18.

“É uma história de amor não correspondida onde o protagonista se suicida. Isso teria deflagrado uma onde de suicídios na Europa. Esse medo é ainda presente na imprensa em 2004, ano do foco da minha pesquisa. Acho que não mudou muito de lá para cá, mas vejo que tem havido mais noticiário e inclusive reportagens no sentido de tentar entender as razões, prevenir. E isso é positivo”.

A importância da existência de um noticiário sobre o assunto é consenso entre psicólogos e psiquiatras. Essa é também a posição da Organização Mundial da Saúde (OMS) que avalia que a imprensa tem papel fundamental e ativo na prevenção ao suicídio.

Fonte: Agência Brasil

Cuidado com a ostentação nas redes sociais

Posts dão a ilusão de que as pessoas são mais felizes no mundo online que na vida real. Exibicionismo pode gerar transtornos alimentares e depressão.

Basta acessar seu feed no Instagram e deslizar o dedo pela tela do dispositivo. É quase certo esbarrar com o post de um usuário que neste momento está curtindo as suas maravilhosas férias, em um cenário paradisíaco. Se descer um pouquinho mais, pode se deparar com um outro, de corpo sarado, sensualizando de frente para o espelho da academia. Ou então com alguém posando ao lado da celebridade com quem cruzou no saguão do aeroporto. Indo mais além: atire a primeira pedra — ou dê o primeiro block — quem nunca compartilhou nada que exaltasse seu estilo de vida, sua aparência física ou mesmo sua opinião brilhante sobre qualquer assunto. O fato é que, a julgar pelas postagens nas redes sociais, as pessoas aparentam ser muito mais felizes e bem resolvidas no ambiente virtual do que mundo real. Mas, pode acreditar: é tudo fake.

— Quando criou o Facebook, Mark Zuckerberg dizia que as pessoas que interagem numa rede social nunca mais se sentiriam sozinhas. Havia uma promessa de felicidade comunitária e não haveria mais desertos. O Facebook seria um lugar de felicidade e isso foi gerando uma obrigatoriedade de vivermos um tempo de narcisismo exacerbado e de falsidade, porque ninguém é feliz o tempo todo — explica a psicanalista Angela Villela.

De acordo com a especialista, o narcisismo nem é um problema em si, já que ele é constitutivo do ser humano e está ligado à construção da autoestima de cada um. Só que, ainda segundo ela, o narcisismo bem construído precisa estar focado nas nossas demandas internas — e não nas exigências sociais que não podemos cumprir.

O exibicionismo nas redes pode, muitas vezes, gerar grandes frustrações. Afinal, os padrões impostos pela sociedade de consumo criam um ideal inatingível de perfeição, que acabam minando a autoestima. Criou-se uma ditadura da beleza e da felicidade, sem espaço para as angústias e as inquietações inerentes ao ser humano — nem para rugas e celulites. É só conferir o número de seguidores das musas e dos fortões do Instagram, por exemplo, que vendem um padrão de beleza inalcançável e ainda abusam do uso de filtros para tirar eventuais imperfeições das imagens postadas. No fim das contas, as pessoas se afastam do próprio desejo e do que as deixam mais à vontade com elas próprias para reproduzir valores que são determinados “de fora para dentro” e, assim, terem uma sensação de pertencimento.

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— No fundo, as pessoas querem likes e a aprovação do outro. Então elas usam as redes sociais para construir uma narrativa com esse objetivo. E é extremamamente exaustivo ter que ser o que o outro espera o tempo todo — considera Angela.

Mas qual o motivo de tanta ostentação on-line? E de onde vem essa satisfação de se exibir no ambiente virtual? Para o psiquiatra e psicoterapeuta Alexandre Saadeh, as pessoas sempre tiveram essa inclinação de reafirmar seus status sociais, numa tentativa de delimitar o seu espaço.

— É do ser humano querer mostrar o quanto é bom. Antes as pessoas convidavam os amigos próximos para ver suas fotos de viagem em casa. Hoje as redes sociais potencializam isso, porque é tudo feito em tempo real para centenas, ou milhares, de seguidores. A impressão que passa é que todos vivem numa família de comercial de margarina e só frequentam lugares incríveis — defende Alexandre.

Além de frustração, a ostentação nas redes sociais também pode gerar sentimentos hostis em quem é bombardeado o tempo todo pela felicidade alheia.

— Vivemos numa sociedade competitiva e esse exibicionismo extremo pode ter nuances cruéis, quando estimula a disputa ou até mesmo a inveja em quem eventualmente se sente diminuído, por estar fora do padrão estabelecido como ideal — diz Alexandre.

A replicação infinita desses padrões inatingíveis pode gerar depressão e graves transtornos alimentares, como a bulimia e a anorexia.

— Os corpos vivem sob um controle permanente para estarem dentro de um padrão estético exigido, o que pode causar transtornos alimentares.

Além disso, a constante necessidade de aprovação pelo outro nas redes pode provocar síndromes como a FoMo (Fear of Missing Out), citada pela primeira vez em 2000, e que consiste no medo de que outras pessoas tenham boas experiências que você não tem. De acordo com estudos psiquiátricos, as ostentações feitas nas redes sociais podem incentivar os sintomas da síndrome, como o mau humor, picos de ansiedade e estress, tédio, isolamento e depressão.

Fonte: OGlobo

Qual a melhor posição para dormir, segundo a ciência

17Dormir de lado é sempre melhor que de costas ou de bruços – e um dos lados oferece mais vantagens; descubra qual e por quê.

Da próxima vez que você estiver se revirando na cama em busca da posição ideal, lembre-se de uma coisa: os especialistas recomendam dormir de lado. Mas qual dos dois?

Dormir dessa forma proporciona um descanso maior e facilita o funcionamento do nosso organismo melhor do que dormir de bruços, o que pode dificultar a respiração, ou de barriga para cima, o que joga o peso do corpo sobre as costas, por exemplo.

No entanto, entre as duas posições laterais possíveis, há uma delas que traz mais benefícios. De acordo com a ciência, é melhor dormirmos sobre o lado esquerdo do corpo, algo que é especialmente válido para grávidas. Entenda a seguir por quê.

1. É bom para o cérebro
Dormir sobre o lado esquerdo beneficia a drenagem linfática do sistema nervoso central, garante um estudo realizado na Universidade de Stony Brook e na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica The Journal of Neuroscience.

Essa posição favorece a eliminação do excesso de proteínas, vitaminas, gorduras e resíduos, como os depósitos de proteínas beta-amilóides, altamente nocivos à saúde.

Essa função é muito importante para o nosso organismo, porque ajuda a manter constante o volume e a pressão sanguínea, assim como o melhor funcionamento do sistema imunológico.

Uma drenagem linfática deficiente pode levar a transtornos neurológicos, como a esclerose múltipla.

2. Melhora a circulação sanguínea
Nosso coração está do lado esquerdo do corpo, e dormir dessa forma impede a obstrução da artéria aorta, que bombeia sangue para o resto do sistema sanguíneo, explicou à CNN o médico William Christopher Winter, do Hospital Martha Jefferson, nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, a veia cava inferior permanece livre, sem ser pressionada por nenhum órgão, disse Winter. Então, o sangue retorna mais facilmente de outras partes do corpo até o coração.

3. Facilita a digestão

Essa é uma simples questão do efeito da gravidade sobre nós. O estômago e intestinos grosso e delgado estão ligeiramente inclinados à esquerda. Então, deitar-se sobre esse lado do corpo faz com que os alimentos passem por esses órgãos mais facilmente.

4. Alivia o peso sobre a coluna vertebral
Quando você fica deitado de lado, a coluna fica mais alinhada do que quando você se deita de costas ou de bruços. Além disso, evita-se que todo o peso do corpo recaia sobre as costas e, como já foi dito, evita pressão sobre importantes vias sanguíneas.

Dormir sobre o lado esquerdo é especialmente recomendável para grávidas, já que assim o bebê não pressiona a veia cava, e o sangue circula melhor, fazendo chegar à placenta os nutrientes necessários.

 

Fonte: Bem Estar

Como ter uma boa noite de sono

sono é o período de descanso do corpo e da mente. É o momento de relaxar nossos músculos e memorizar tudo o que aprendemos durante o dia. Além disso, várias funções biológicas são realizadas durante a noite. Nosso sistema imunológico produz substâncias fundamentais para o bom funcionamento do nosso organismo, além do hormônio do crescimento e do hormônio leptina (que causa sensação de saciedade), que também são secretados durante o horário.

Algumas pessoas não conseguem ter uma boa noite de sono, e isso afeta diretamente na qualidade de suas vidas. Por isso listaremos aqui algumas dicas básicas para uma boa noite de sono, que resultará em corpo e mente descansados.

Dicas para uma boa noite de sono

1. Refrigerantes, café e chá-preto são bebidas que devem ser evitadas antes do sono, pois contêm cafeína e xantina em sua composição e essas substâncias estimulam o sistema nervoso central, podendo atrapalhar o sono;

2. Evite o consumo de frituras e comidas gordurosas que possam provocar má digestão e azia, prejudicando o sono;

3. Não se deite logo após as refeições;

4. Não pratique atividades físicas até 4 horas antes de dormir;

5. Recomenda-se tomar uma xícara de leite morno com mel antes de dormir, pois o leite contém triptofano, um aminoácido essencial, que aumenta o nível de serotonina, um calmante natural do cérebro. E o mel, por ser um carboidrato, facilita a entrada de triptofano no cérebro;

6. Manter um ritmo de sono é importante. Tente se deitar e acordar no mesmo horário todos os dias, mesmo em finais de semana;

7. Evite fazer anotações, ler, estudar, trabalhar e assistir TV na cama;

8. Durma em um local onde esteja tudo calmo e escuro;

9. Nunca se deite com fome. Uma fruta é uma boa opção para enganar a fome e não dormir de barriga vazia;

10. Um banho morno relaxa o corpo e ajuda a prepará-lo para uma boa noite de sono;

11. Se tiver muita dificuldade para dormir à noite, é bom evitar dormir durante o dia;

12. Esqueça todos os problemas na hora de dormir;

13. Evite dormir com a TV ligada, pois isso impede que a pessoa chegue à fase do sono profundo;

14. O tabaco é estimulante, por isso evite fumar horas antes de se deitar;

15. Se você se deitar e não conseguir dormir, levante-se e faça alguma atividade relaxante, como ouvir músicas calmas;

16. Manter uma rotina de atividades físicas colabora para boas noites de sono;

17. Tenha colchão e travesseiros confortáveis.

Essas são algumas dicas que resultarão em uma excelente noite de sono. Basta segui-las para melhorar seu sono e sua qualidade de vida.

Fonte: MundoEducaçãoBol