Medicamento e psicoterapia contra a depressão

Quando alia  medicamento e psicoterapia, o tratamento contra a depressão é mais efetivo

De repente a vida perde o brilho, a cor, o som. A sensação é de vazio e uma tristeza profunda se instala. È mais ou menos assim que se sente a pessoa que está com depressão. O transtorno, segundo a Organização mundial de Saúde (OMS) é a quarta causa de incapacitação e até 2030 será o mal mais prevalente no planeta.

As pesquisas mostram que na depressão há um desequilíbrio químico no cérebro, com alterações de neurotransmissores – as substâncias que fazem a comunicação entre as células nervosas – principalmente da noradrenalina e da serotonina.

A psiquiatra da equipe da clínica Cuidarte Terapias Integradas, Daniela Mourão, explica que a causa da depressão não é conhecida, mas sabe-se que vários fatores biológicos e psicológicos podem contribuir para seu aparecimento.

“Em algumas pessoas a hereditariedade tem um peso importante. Com muita frequência a depressão começa após alguma situação de estresse ou conflito e depois persiste, mesmo após a superação da dificuldade”, pontua.

A psiquiatra comenta que a doença não deixa marcas aparentes, é impossível de ser diagnosticada por exames de imagem e, pode ser confundida com uma tristeza normal. Ela diz que os sintomas podem passar despercebidos, por isso é preciso um olhar mais atento.

A médica observa que é comum no consultório receber pacientes com incidência da chamada depressão maior, chegando a 60% dos atendimentos, e quando em comorbidade com outras doenças psiquiátricas a incidência do problema aumenta.

Daniela Mourão pontua que muitas vezes a pessoa que está passando por depressão não sabe que está doente, por isso os familiares e pessoas próximas podem ajudar, identificando os sinais e levando o deprimido para tratamento.

Os principais sintomas da depressão são tristeza profunda e duradoura (em geral mais que duas semanas), perda do interesse ou prazer em atividades que antes eram apreciadas, sensação de vazio, falta de energia, apatia, desânimo, falta de vontade para realizar tarefas, perda da esperança, pensamentos negativos, pessimistas, de culpa ou de autodesvalorização.

“Além desses, a pessoa pode ter dificuldade para se concentrar, não dorme bem, tem perda do apetite, ansiedade e queixas físicas vagas, como desconforto gástrico, dor de cabeça”, completa e acrescenta,
“em casos mais graves podem ocorrer ideias de morte e suicídio”.

O tratamento da depressão se faz atualmente com a combinação dos medicamentos antidepressivo com a psicoterapia. De, acordo com a médica esses medicamentos permitem uma recuperação gradual da depressão, além de proteger a pessoa de novas crises depressivas.

A psicoterapia concomitante ao uso de medicamentos permite que o tratamento de depressão seja mais efetivo. A razão para a utilização das duas formas de tratamento está na sua complementaridade. A depressão, qualquer que seja sua origem, acarreta na pessoa deprimida uma serie de alterações em suas relações com as pessoas que a cercam, em suas atividades e fundamentalmente, na forma de expressão afetiva que possui.

“A dinâmica de suas emoções encontra-se prejudicada. É nesses aspectos que a psicoterapia pode auxiliar. Leva a pessoa a reflexões sobre funcionamento dinâmico de suas emoções, possibilitando assim a reconstituição de seu modo de ser, que se encontra circunstancialmente alterado”, finaliza.