Viver estressado pode ser um empecilho para quem deseja ter filhos. É o que indica um estudo publicado no The Journal of Neuroscience no dia 20 de novembro.
Realizado em testes de laboratórios, os cientistas comprovaram que as células nervosas perto da base do cérebro ficam mais ativas em situações estressantes e acabam suprimindo o sistema reprodutivo, dificultando uma gestação.
De acordo com Greg Anderson, pesquisador e líder do estudo, alguns neurônios são de fato o elo perdido entre o estresse e a infertilidade.
“Usamos técnicas de última geração para mostrar que quando a atividade de algumas células cerebrais são aumentadas, os hormônios reprodutivos diminuem de maneira semelhante ao que acontece durante o estresse ou durante a exposição ao cortisol, o hormônio do estresse”, afirma.
O pesquisador começou a investigar o papel dos neurônios no controle da fertilidade em mamíferos há cerca de uma década.
Por que a pesquisa é importante?
Há diversas pesquisas realizadas em todo o mundo que buscam uma relação entre o estresse e a dificuldade para engravidar.
A pesquisa visa entender como os neurônios reagem ao estresse e como no futuro será possível criar medicamentos para evitar a infertilidade ao bloquear as ações de alguns neurônios diante de situações estressantes.
“Para mulheres que lutam contra a infertilidade, drogas que bloqueiam as ações de alguns neurônios podem ser uma nova terapia. Já existem esses medicamentos, mas elas não são aprovadas para uso humano e provavelmente precisariam ser alteradas”, diz Anderson.
Para ele, ainda são necessárias mais pesquisas que relacionem o estresse com a infertilidade. No entanto, Anderson acredita que os neurocientistas, em breve, conseguirão controlar a atividade de grupos selecionados de neurônios para silenciar ou aumentar sua atividade.
Isso poderá contribuir com as mulheres que desejam engravidar e não conseguem devido à rotina estressante.
Fonte: UOL
Imagem ilustrativa: Bigstock
Edição: C.S.