Viver conectado pode trazer angústia e prejuízos

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Vivemos na era da informação e a tecnologia tem nos provocado angustia, pois existe a necessidade de estarmos sempre conectados em dispositivos fixo ou móveis, como o celular e checando em tempo real mensagens, e-mails e redes sociais. Como viver a vida online sem esquecer da vida cotidiana? Essa tem sido a grande questão
A psicóloga Adriana Lemos, de nosso corpo clínico, falou em recente matéria ao jornal Diário do Povo, que o comportamento das pessoas que se habituam ao uso constante da Internet é típico da época em que vivemos, a pós-modernidade. Uma das principais características desses novos tempos é o acesso à informação rápida, dada pela modernização midiática.

Naturalmente, crianças e jovens adultos se comportam de acordo com sua geração, ou seja, cada vez mais fazendo uso das redes sociais para trabalho, contato com amigos, familiares. “Claro que existem também os grupos de pessoas mais idosas, principalmente, aquelas que moram em locais onde o acesso à Internet não é tão fácil, mesmo assim, o uso dela é algo presente na vida da população em geral. E por isso, observa-se essas mudanças de hábitos em relação às redes sociais”, diz.

Adriana fala ainda que existem pontos positivos e negativos com relação às redes sociais. “O ponto positivo é a comunicação, hoje, é cada vez mais instantânea, podendo ser usada para diversos fins, como manter contato com amigos, distantes ou próximos, usar as redes sociais para negócios. Quantas pessoas não possuem loja online e usam grupos de WhatsApp para divulgar produtos”, pontua.

O ponto negativo reside no fato de algumas pessoas se tornarem dependentes da internet e das redes sociais. “Muitas pessoas passam horas no facebook, WhatsApp, etc. O uso sem controle da Rede pode interferir na vida pessoal, afetiva e profissional. Conheço pessoas que não conseguem viajar se o lugar de destino não possuir wi-fi para ficar online”, disse.

A profissional alerta que o uso descontrolado da Internet torna as pessoas viciadas em tecnologias e os sintomas de abstinência são semelhantes aos de quem é dependente químico. “A falta de internet para algumas pessoas causa ansiedade e estresse. Quando chega a esse estágio, é preciso um tratamento psicológico para desintoxicar. Se não for cuidado o sujeito poder desenvolver um transtorno”, explicou.

Ela acrescenta que não tem experiência de consultório com pacientes que trouxeram como queixa abstinência de estar online. “O que acontece com frequência é o relato de pessoas que terminaram um relacionamento amoroso, por exemplo, e apresentam comportamento de ‘seguir’ o ex-companheiro nas redes sociais para saber de tudo que ele anda fazendo”, completou.

Em suma, nem tudo na Internet é positivo, embora as vantagens e avanços proporcionem uma evolução a humanidade em termos de tecnologia, trabalho e expansão dos horizontes. Um cuidado que deve ser tomado é com relação à exposição da vida pessoal. Se atentar ao que se posta nas redes sociais. A internet amplia as possibilidades de manter contato com um número maior de pessoas e isso requer que os usuários criem filtros e saibam escolher o que expor e com quem se relacionar para não se tornarem vítimas de criminosos da internet e de bulling.

Texto adaptado de entrevista com a psicóloga Adriana Lemos, veiculada no jornal Diário do Povo de 03.05.2015