Ajudar os outros é um ótimo antídoto contra a depressão

O trabalho voluntário melhora a saúde mental, reduz a depressão e confere bem-estar, de acordo com investigadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, que revisaram 40 estudos feitos ao longo de 20 anos.

 

A depressão é uma doença que atinge uma em cada cinco pessoas no mundo; 11,5 milhões de brasileiros, duas vezes mais mulheres do que homens.

A Organização Mundial da Saúde havia anunciado que em 2020 a depressão seria a primeira causa de adoecimento e de afastamento do trabalho, superando as complicações cardiovasculares. O prognóstico foi antecipado; isso vai acontecer em 2018. A razão é simples. “Muitos permanecem sem diagnóstico, com culpa ou medo do estigma e, pior, sob risco de suicídio”, afirma a psiquiatra Giuliana Cividanes, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Ela aponta a conturbada rotina e os hábitos contemporâneos como responsáveis pelo crescimento do número de casos. “As pessoas estão adoecendo menos pelos fatores genéticos e mais pelo jeito de viver”, explica a psiquiatra. Alimentação rica em produtos industrializados, sedentarismo, obesidade e stress desgastam as células, que liberam toxinas inflamatórias capazes de prejudicar várias partes do corpo, inclusive o cérebro.

Quanto mais cedo a depressão for detectada, mais rápida é a recuperação. Giuliana ressalta que nem sempre o deprimido consegue dar um passo sozinho para buscar tratamento. “Não adianta dizer a ele para ir ao médico. Um amigo ou familiar precisa marcar a consulta e levá-lo quando ele não tem forças para fazer isso.”

A mesma recomendação se estende às outras estratégias não convencionais. “Vá junto a uma aula de ginástica, por exemplo. Não espere a pessoa ter vontade”, sugere. A psiquiatra acredita que, se ela for levada a romper a dificuldade, a vontade aparece depois. “A repetição e o condicionamento ativam o cérebro, criando novas vias de comunicação entre os neurônios, o que pode ser transformador para quem se vê no fundo do poço.”

A ciência tem demonstrado que as atividades que põem o corpo em movimento e colocam a alma em conexão com o bem-estar, aberta para ajudar o outro, podem funcionar como remédio auxiliar. Evidentemente, só podem ser obtidos bons resultados quando esse tipo de ação está associado à prescrição correta de medicamentos, que corrigem a química cerebral, e à psicoterapia, que atua no sentido de modificar a forma de agir.É preciso recorrer a todos esses recursos para combater a doença.

Assim como meditar, o trabalho voluntário melhora a saúde mental, reduz a depressão e confere bem-estar, de acordo com investigadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, que revisaram 40 estudos feitos ao longo de 20 anos. Maria José Bebiano, 55 anos, de São Paulo, foi beneficiada por incorporar o voluntariado no seu tratamento.

Formada em comércio exterior, ela parou de trabalhar quando nasceu a primeira filha. Notou que a criança não se desenvolvia no mesmo ritmo que as outras que conhecia. Quando esperava o segundo filho, veio o diagnóstico: a menina tinha paralisia cerebral. A terceira filha, que nasceu dez anos após a primeira, apresentou o mesmo problema.

“Não me deixei abater. Eu me achava a supermulher. As duas faziam acompanhamento na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), e Maria José via com bons olhos a ação das voluntárias. Algumas vezes até colaborou com elas. Toda a sobrecarga de cuidar dos filhos – o que ela fingia não ver – a derrubou na mudança que fez. O marido havida sido convidado para trabalhar no México. Lá foram eles. “Os meus familiares me ajudavam muito e, de repente, eu perdera esse apoio. Acabei entrando em parafuso”, recorda.

O primeiro sinal que o corpo deu foi a oscilação brusca da pressão arterial. Ela perdeu a vontade de sair de casa. Um médico diagnosticou depressão. A reação de negação fez Maria José responder ao profissional: “Não tenho tempo pra isso. É frescura”. Teria que procurar um especialista, mas resistiu.

Para ela, psiquiatras eram médicos de louco. Como o quadro só piorava, não lhe restou opção e acabou concordando. O profissional receitou antidepressivo e psicoterapia. “Fiz o tratamento, mas em alguns dias a tristeza me dominava”, conta. Parecia que algo estava faltando para enfrentar aquele período difícil, que se estendeu pelos nove anos em que morou fora.

Quando voltaram, assumiu de vez o trabalho voluntário. Sua função era receber quem chegava à AACD pela primeira vez. “Acolher e cuidar de pessoas fragilizadas me obrigou a sair de mim e olhar o outro. Fui revertendo a dor e a tristeza com alegria e gratidão”, afirma.

As filhas dela estão bem; a deficiência não as impede de ter uma vida normal. “Eu comando hoje 200 voluntários e não me imagino fazendo outra coisa. Essa é a minha terapia. Sou boa no que faço porque faço com amor.” O que aconteceu com Maria José pode ser entendido com a leitura daquele trabalho da Universidade de Exeter. Os resultados dele foram publicados em 2013 no periódico BMC Public Health. Segundo a psiquiatra Giuliana, o contato social levou Maria José a produzir mais neurotransmissores, como a serotonina, e a ativar os fatores neuroprotetores que diminuem a degeneração celular. “Somos seres sociáveis, não há nada mais eficaz para estimular o cérebro do que a interação com outro humano”, ressalta a médica.

Fonte: Cláudia

Dormir bem melhora a memória e o desempenho do cérebro; veja dicas

Você já acordou e colocou o despertador para tocar a cada 5 ou 10 minutos depois, achando que ficaria mais disposto e descansado?

A neurologista Andrea Bacelar explicou que esses minutinhos a mais pela manhã podem não ser eficientes para melhorar o descanso e a disposição – o ideal é, se for o caso, adiar o despertador apenas uma vez para um período maior de tempo, como 20 ou 30 minutos, e logo após acordar de uma vez.

Para uma noite de sono ser considerada boa, no entanto, é preciso quantidade e qualidade – em média, os adultos que não têm problemas de sono dormem cerca de 7 horas ou 7 horas e meia por noite, mas alguns podem precisar de mais tempo do que outros. Uma dica da neurologista é planejar o sono, ou seja, ter horários regulares para dormir e acordar, inclusive aos finais de semana.

A pediatra Ana Escobar destaca que dormir bem é importante porque melhora a memória e o funcionamento do cérebro – isso porque, nesse momento, ocorre uma restauração do sistema nervoso central, quando os neurônios conseguem passar informações entre eles adequadamente.

Com isso, no dia seguinte, o cérebro consegue armazenar mais informações e a mente fica mais atenta e concentrada. Por outro lado, quem dorme pouco pode começar a ter sintomas como irritabilidade, redução do desempenho, alteração da memória, alteração da concentração, alteração do humor e fadiga, por exemplo. Além de deixar o adulto sonolento, a privação do sono pode levar até mesmo à depressão.

No caso das crianças, a falta de sono pode prejudicar o rendimento no dia a dia, o apetite, o humor e até o ciclo do crescimento.

Segundo especialistas, os pequenos estão dormindo em média duas horas a menos do que deveriam dormir por dia, mas muitos pais ainda têm dificuldade e sofrem para colocá-los para dormir, como mostrou a reportagem da Danielle Borba, de Sorocaba, no interior de São Paulo.

Até os 2 anos, o ideal é que os bebês durmam 14 horas por dia; dos 2 aos 5 anos, 12 horas; dos 5 aos 10 anos, 12 horas somente durante a noite; e dos 11 aos 16 anos, de 10 a 11 horas também apenas à noite. O problema, segundo a neurologista Andrea Bacelar, é que os pais costumam ser flexíveis com os horários de dormir dos filhos porque chegam tarde em casa e acabam deixando a criança ficar acordada até mais tarde.

Uma das causas mais comuns da falta de sono nos pequenos é o abuso de cafeína e o uso excesso de aparelhos eletrônicos e, para piorar, alguns pais começam a colocá-los para dormir com eles, deixam a televisão ligada e incentivam outros hábitos que são ruins.

A dica, portanto, é ajustar o ritmo do sono da criança à rotina da família – no momento que ela adota um hábito regular de acordar e dormir, fica mais fácil para ela crescer e se tornar uma adulta com esse mesmo ritmo. É preciso ainda retirar os aparelhos eletrônicos durante a noite, reduzir o consumo de alimentos com cafeína durante a tarde, apagar as luzes da casa para a criança identificar que é hora de dormir, colocá-la na cama sempre no mesmo horário e tentar manter essas regras também nos finais de semana.

Parkinson e Alzheimer
Parkinson e Alzheimer são doenças crônicas, irreversíveis, de aparecimento lento e progressivo, que afetam o sistema nervoso central em pessoas, em média, com mais de 60 anos. Elas causam uma perda progressiva de neurônios específicos, o que compromete a produção e a função de certos neurotransmissores.

As duas doenças alteram o sono e podem ser alteradas também pela falta de sono – é uma via dupla, como explicou a neurologista Andrea Bacelar. Por isso, é importante melhorar a qualidade do sono dos pacientes para reduzir as doses dos medicamentos usados nos tratamentos.

No caso do Alzheimer, a primeira e principal queixa é o esquecimento gradual, principalmente para fatos recentes, e também a mudança de comportamento. Muitas vezes, alterações do humor também já podem indicar o início da doença. Com o tempo, esse esquecimento passa a ser global e outras funções mentais também se comprometem, como a fala, escrita, habilidade para cálculos e orientação – até que o paciente não consiga mais realizar funções simples do cotidiano. A personalidade também se modifica, podendo haver agressividade, apatia, confusão mental, depressão e alucinações.

Já no Parkinson, o primeiro marcador da doença é um distúrbio chamado Transtorno Comportamental do Sono Rem, quando o paciente grita, bate e cai da cama, reagindo a um sonho. De acordo com as médicas, 50% das pessoas que têm Mal de Parkinson tem apneia do sono e mais de 50% têm insônia.

 

Fonte: Bem Estar

OMS alerta para importância de prevenção ao suicídio

A depressão tem tratamento e o primeiro passo é conversar sobre o assunto. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente mais de 120 milhões de pessoas sofrem com a doença no mundo; no Brasil, o número chega a 17 milhões. E cerca de 850 mil pessoas morrem, todos os anos, em decorrência de problemas mentais graves.

A doença afeta pessoas de todas as idades e estilos de vida, causa angústia e interfere na capacidade de o paciente fazer até mesmo as tarefas mais simples do dia a dia. No pior dos casos, a depressão pode levar ao suicídio, segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, segundo o relatório da OMS. Ainda assim, a depressão pode ser prevenida e tratada. Uma melhor compreensão sobre o que é a doença e como ela deve ser prevenida e tratada pode ajudar a reduzir o estigma associado à condição, além de levar mais pessoas a procurar ajuda.

Se diagnósticada precocemente a doença é possível evitar seu agravamento e casos crônicos da depressão. Falar sobe depressão, conforme recomenda fortemente a própria OMS, deve ser o primeiro e mais importante passo não apenas para que fique claro que há tratamento para a doença – figura também como uma estratégia essencial para garantir o diagnóstico precoce, evitar o agravamento do quadro e, consequentemente, reduzir o número de casos crônicos do transtorno.

Como identificar um possível suicida?

Existem alguns comportamentos e características que podem auxiliar na identificação de um suicida em potencial. São eles:
Falar sobre morte – Qualquer menção sobre morrer, desaparecer ou causar danos a si mesmo pode ser sinal de pensamentos suicidas.

Perdas recentes – Essas podem ocorrer através de eventos como mortes, fins de relacionamentos ou perda de emprego. Também pode ocorrer com a diminuição do interesse por amigos, hobbies ou outras atividades que antes eram prazerosas.

Mudanças na personalidade – Podem se manifestar com traços de tristeza contínua, apatia, irritabilidade e ansiedade.

Mudanças de comportamento – Dificuldade de se concentrar na escola, no trabalho, em casa ou em outras atividades rotineiras.

Sono – Dificuldades para dormir, pesadelos ou sono em excesso.

Alimentação – Mudanças no padrão de alimentação podem ser manifestar por perda de apetite ou fome em excesso

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Baixa Autoestima – Sentimento de falta de amor-próprio, desvalia, culpa, vergonha.

Sentimentos contínuos de desesperança, desespero e desamparo – Falta de perspectiva para a vida e de expectativa de que as coisas podem melhorar.

 

Artigo: Exercícios combatem transtornos de humor

Aumento progressivo desses distúrbios, chegando a 20% da população mundial, pode ser evitado pelos efeitos benéficos que as atividades físicas exercem sobre o sistema nervoso central.

Nas últimas décadas observou-se um progressivo aumento da prevalência de transtornos de humor na população adulta mundial. As últimas estimativas mundiais para a preponderância desses transtornos são significativamente altas cerca de 20%. Isso significa que um grande número de pessoas experimentará algum tipo de transtorno de humor ou ansiedade em algum período da vida, de maneira contínua ou recorrente. Algumas condições como estresse, ansiedade, depressão, fobias, transtornos compulsivos e pânico compreendem uma boa parte dos transtornos mentais observados.

O estresse e a ansiedade excessiva são os componentes-chave ou sintomas comuns em quase todas essas condições. O estresse é frequente em adultos relativamente saudáveis e tem sido associado a consequências negativas na saúde, absenteísmo e redução na produtividade profissional. Uma compreensão mais ampla da etiologia dos problemas relacionados ao estresse inclui uma multiplicidade de fatores: biológicos, psicológicos e sociais; todos mediados por fatores de risco e proteção.

O tratamento atual para transtornos de humor inclui intervenções terapêuticas e farmacológicas, ambas embasadas por grande quantidade de evidências empíricas através de estudos controlados. No entanto, muitos indivíduos acometidos por esses transtornos acabam não procurando ajuda profissional, o que indica a necessidade de criação de autoestratégias complementares apropriadas e confiáveis.

Além disso, tanto pacientes quanto pesquisadores concordam em dois pontos: não é satisfatório passar uma vida inteira fazendo uso de medicamentos e as estratégias terapêuticas tradicionais podem ser extremamente custosas, se realizadas durante longo período. Ensaios clínicos vêm demonstrando que tanto drogas ansiolíticas quanto antidepressivos têm eficácia limitada em longo prazo, causam dependência e sonolência, afetam cognição e memória e produzem disfunção sexual.

Existe uma diversidade de abordagens terapêuticas tradicionais para o tratamento de transtornos mentais, mas muitas vezes os pacientes preferem procurar intervenções complementares por diversos motivos, tais como efeitos adversos da medicação, falta de resposta ao tratamento, alto custo das psicoterapias ou simplesmente preferência por alguma intervenção complementar específica.

As últimas duas décadas de estudos vêm demonstrando que os resultados neuroquímicos observados podem ser traduzidos em melhorias nas funções cognitivas e na saúde mental, tanto de indivíduos saudáveis quanto de pacientes acometidos por transtornos mentais. O efeito significativamente benéfico do exercício no sistema nervoso central e o fato deste representar uma completa reformulação do estilo de vida, e uma ação efetiva de promoção de saúde e prevenção de doenças, fazem do exercício a estratégia terapêutica mais promissora no tratamento de transtornos mentais.

Depressão

A depressão é um dos maiores problemas de saúde pública do mundo. Sua incidência é estimada em aproximadamente 20% da população mundial. Além disso, somente 30% a 35% dos pacientes depressivos respondem ao tratamento com psicofármacos. Estudos mostram que o tratamento farmacológico reduz em cerca de somente 50% os sintomas relacionados, e que o exercício pode ser considerado eficaz no tratamento da depressão.

Estudos que utilizaram o exercício como intervenção terapêutico na depressão concluíram que o grupo que pratica exercício apresenta maior recuperação e menor recaída do que os outros, e quanto maior for o tempo gasto com exercícios, menores serão os níveis de depressão. Embora apresentem resultados significativos no tratamento da depressão os mecanismos pelos quais a atividade física proporciona efeitos antidepressivos são ainda especulativos. Os benefícios são similares àqueles alcançados com antidepressivos e são dependentes da “dose”, ou seja, melhorias mais significativas estão associadas a maiores níveis (frequência) de exercício.

Pessoas com depressão apresentam alterações no fluxo sanguíneo e no metabolismo do córtex pré-frontal, aumento do metabolismo de glicose na amígdala (aprendizado emocional/ medo e ansiedade), secreção aumentada de cortisol e alterações cognitivas como comprometimento na atenção, memória, velocidade de processamento, função executiva e emoção. Um dos fatores que podem explicar o déficit de memória na depressão é a alteração na atividade hipocampal, em consequência do excesso do excesso de cortisol, da redução de fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e da neurogênese.

O exercício físico contribui para o desenvolvimento da neurogênese no hipocampo através do aumento na produção de BDNF, IGF-1 e VEGF e da potencialização de longa duração (consolidação de memórias). Além disso, também está comprovadamente relacionado ao aumento na liberação de endorfinas, serotonina, dopamina e noradrenalina. Todos esses fatores contribuem para a manutenção e reparação de saúde mental. De modo geral, e tendo em vista os benefícios físicos e psicológicos do exercício, é possível concluir que sua prática por indivíduos depressivos é capaz de prevenir e reduzir significativamente os sintomas de depressão.

O efeito do exercício na saúde mental e nas funções cognitivas fez com que os pesquisadores voltassem a atenção ao possível impacto da atividade física no cérebro de pacientes acometidos por doenças neurodegenerativas. O Alzheimer hoje é a forma mais comum de demência em idosos, acometendo cerca de 50% dos nonagenários. As alterações fisiopatológicas, como acúmulo de placas senis e emaranhados neurofibrilares , estão relacionados à diminuição do volume cerebral, do número de neurônios, do número de sinapse e da extensão das ramificações dendríticas.

Estudos em animais verificaram que o exercício aumenta a expressão de BNDF, IGF1 E VEGF. Como já mencionado, o BNDF é um importante regulador de plasticidade neural, e níveis reduzidos dessa substância causam redução da plasticidade sináptica em área do cérebro afetadas pelo processo de envelhecimento. Uma redução nos níveis de IGF-1 no cérebro também pode contribuir para o declínio das funções cognitivas durante o envelhecimento.

Regulação

Por outro lado, o exercício é capaz de regular para cima as concentrações de IGF-1 e BNDF no cérebro. Estudos sugerem também que o aumento do fluxo sanguíneo cerebral e maior metabolismo cerebral da glicose, em consequência do exercício , tenham relação com a degradação da proteína-amilóide, cujo acúmulo é responsável pela morte de neurônios colinérgicos no Alzheimer. Indivíduos com Alzheimer mostram melhoras em escalas de atividades cotidianas, em testes cognitivos, sintomas depressivos e funções físicas, comparados aos que não se exercitam, cujas funções continuam a declinar. Além disso, o exercício influencia fatores de risco associados à demência , tais como a resistência á insulina, já que este em idosos está relacionado à redução do metabolismo de glicose no lobo temporal medial. Assim, o exercício é capaz de melhorar a sensibilidade à insulina e contribuir potencialmente para a melhora da memória na doença.

A doença de Parkinson é considerada a segunda doença neurodegenerativa mais comum atualmente, afetando cerca de 0,3% da população em geral. Caracteriza-se pela perda dos neurônios dopaminérgicos da substancia negra, provocando desordem dos movimentos, tremores em repouso, rigidez e bradicinesia. A degeneração dopaminérgica nigroestrital é um dos principais mecanismos da doença, cujos déficits atingem principalmente mecanismos motores. Além do circuito dopaminérgico, noradrenérgico e colinérgico também são afetados na doença de Parkinson, e podem contribuir para as disfunções cognitivas observadas no decorrer da doença.

O conhecimento atual sobre os mecanismos envolvidos no efeito neuroprotetor contra o Parkinson baseia-se em resultados obtidos em modelos animais. Tem sido demonstrado que o exercício tem efeito significativo na função dopaminérgica, de modo a estimular a expressão de fatores neurotróficos e angiogênese. Em resposta ao exercício, observa-se um aumento na concentração de dopamina, o que contribui para a reconstituição da função dos núcleos de base, envolvidos no comando dos movimentos e neurotransmissãoglutamatérgica. Tal aumento parece estar relacionado também ao aumento da concentração de BDNF.

Estudos epidemiológicos sugerem ainda que a prática de atividade física pode impedir o desenvolvimento da doença. Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciências Ambientais da Saúde, nos Estados Unidos, coordenados pelo dr. Xu Q. (2010), verificaram que o risco de desenvolver Parkinson parece ser inversamente proporcional à quantidade de atividade física praticada ao longo da vida.

 

Fonte: Psique Ciência e Vida

               

Autonomia: aprendizado complexo

Vivenciar as frustrações desde a fase inicial da existência é importante para o desenvolvimento. Crianças superprotegidas tornam-se jovens que entram na vida adulta fragilizadas para enfrentar os desafios.

Criar um filho bem-sucedido, seguro de si mesmo, um líder admirado por todos é o desejo de qualquer pai. Mas uma longa construção, que começa no berço, é necessária para se atingir esse objetivo e muitos entraves estão no caminho.
A proteção excessiva é um dos maiores empecilhos e nem sempre é necessária uma dose exagerada de mimos, elogios ou amparo desmensurado para colocar tudo a perder. Amor, atenção, cuidados na dose certa, acompanhados de normas, hábitos sadios e responsabilidade, são o mapa do tesouro em educação. Como conseguir encontrar essa medida para cada filho é o desafio.

O pensamento mais comum entre as famílias condiz com a premissa de que poupar as crianças de vivenciarem problemas desde cedo, evitar dissabores, decepções, vai lhes proporcionar uma infância muito boa, memorável e sem “traumas”, palavra essa usada da forma mais popular e errônea possível. Julga-se que dar aos pequenos a chance de passarem por uma fase inicial da existência sem frustrações antes da chegada da vida adulta, quando certamente os problemas e responsabilidades virão por si mesmos, lhes deixará, além das lembranças, uma base afetiva que fará com que se sintam mais felizes e seguros.

Infelizmente, ocorre o contrário: como atletas sem treinos as crianças superprotegidas tornam-se jovens que entram na vida adulta fragilizados, despreparados para enfrentar desafios, derrotas e vitórias com responsabilidade. Ou seja, acontece que esse modo de levar a educação comprovadamente não resulta nos desejos familiares tão bem-intencionados, mas deságua em um mar de frustrações, pessoas inseguras, imaturas, insatisfeitas, pois não são gradativamente preparadas para os embates da vida nem para a concorrência normal que há no mundo profissional, onde as pessoas mais resistentes ás perdas mais assertivas e motivadas quase sempre ocupam os postos de liderança.

Tudo que é “super” merece, ao menos em educação, um olhar crítico em relação principalmente às consequências futuras. Superproteção é desnecessária e contraindicada porque prejudica, debilita. Superproteger não é sinônimo de amar e cuidar: está mais para desvitalizar, desmotivar, infantilizar e incapacitar. As consequências ultrapassam a própria vítima e atingem toda a família.

Outro ponto importante é que alguns pais tendem a enaltecer desmesuradamente qualquer coisa que os filhos façam com mínimo esforço, assim como satisfazem todos os desejos infantis, dando-lhes uma falsa ideia de poder, inadequado para o crescimento mentalmente saudável da criança.

Muitos pais confundem inteligência e extroversão com capacidade de ser responsável pelos próprios atos. Mesmo inteligente e sagaz, a criança tem limites próprios de sua etapa de desenvolvimento. Crianças só se sentem seguras quando têm um adulto que as oriente e as motive, impulsione, ensine a tomar conta de si mesmas, a serem responsáveis, terem confiança nos seus atos e decisões.

Adultos são responsáveis pelos filhos até que esses sejam maiores de idade, e dizer o contrário não muda a realidade das coisas: a negligencia, tão grave quanto a superproteção, é punida por lei; então, deixar os filhos fazerem o que desejam poderia ser enquadrado dessa forma.

As crianças precisam sentir que há alguém no comando, que cuida e que sabe o que é melhor para elas, mesmo que isso represente a perda de algum privilegio momentâneo. Ao tomarem decisões como adultos, estão na verdade tornando-se pequenos tiranos, coisa que não tem nada de positivo, e, pior, sentindo-se infelizes, pois percebem que seus pais não têm tempo nem dão valor e atenção a eles.

Crianças devem, na verdade, gradativamente aprender a decidir, na medida em que se tornem amadurecidas e capazes de responder pelas consequências de seus atos. Isso pode e deve acontecer desde muito cedo, pois o desenvolvimento da verdadeira autonomia é um processo longo que depende de vivências e experiências de várias ordens, mas necessariamente envolve responsabilidade pelos atos.

Autonomia é um aprendizado complexo, um processo que exige maturidade neurológica, emocional, treino social e apoio familiar. Incentivar, supervisionar, parabenizar são importantes para essa aquisição, pois geram autoestima, segurança e motivação.

Ser autônomo depende da capacidade de prescindir da dependência excessiva dos pais, assim com o do seu incentivo permanente para que se responsabilizem por pequenas tarefas que aos poucos vão se ampliando em complexidade: guardar os brinquedos, amarrar os tênis, escovar os dentes sozinho, arrumar o material escolar, fazer as lições, cuidar de algumas tarefas de casa, gerenciar mesada, escolher entre as opções dadas por seus pais, e principalmente responder por suas (pequenas) decisões etc.

Tornar-se mais flexível, capaz de se relacionar, se comunicar com as outras pessoas e fazer escolhas, desenvolve a sua autoestima, fator decisivo para o sucesso pessoal e profissional.

Só o desenvolvimento gradativo da autonomia na infância permite a construção de uma personalidade saudável e possibilitará o fortalecimento da capacidade de resolver conflitos ao longo da vida e alcançar sucesso pessoal, social e profissional.

Artigo Maria Irene Maluf, Extraído da Revista Psique.

 

Site da Cuidarte lança novo layout

Moderno, funcional e adaptável aos dispositivos moveis são algumas características da página.

A Clínica Cuidarte renovou a sua homepage na internet. Com design que traz os conceitos de modernidade, funcionalidade e adaptável aos dispositivos móveis, os usuários vão encontrar um espaço virtual totalmente reformulado e navegação mais fácil.
No novo site da Cuidarte, além de conteúdo informativo, que abrange notícias e artigos sobre saúde de temas variados como bem estar e qualidade do sono e, novidades sobre a empresa – atualizado diariamente, o internauta terá uma visão mais ampla sobre as secções e serviços, encontrando mais rapidamente o que procura.

Uma novidade do site é a apresentação do novo serviço da Clínica, PsiSono – a Terapia do Sono. A Cuidarte, por meio da diretora da clínica e psicóloga, Kyslley Urtiga, é a pioneira no Piauí no tratamento não farmacológico dos distúrbios do sono. A terapia é considerada hoje no Brasil Padrão Ouro no tratamento de distúrbios do sono, em especial da insônia.

Outro diferencial da página é sua adaptabilidade para diferentes dispositivos móveis, como celulares e tablets, plataformas cada vez mais utilizadas pelos internautas para acessar páginas virtuais. Além dos links diretos que levam aos perfis da clínica nas redes sociais facebook e instagram.

O usuário também poderá conhecer a estrutura completa do Clínica, os diferenciais, a história, tradição e qualidade na prestação de serviços. Uma área específica foi criada para apresentar o Espaço e Memorial Urtiga. A página de convênios e fale conosco foram reformuladas para atender as necessidades do público. Esta nova fase digital evidencia a preocupação da Clínica Cuidarte com a qualidade de serviços e atendimento.