Psicóloga diz que perdoar é mudar de atitude diante daquilo que nos magoou.
Lembre-se de alguém que lhe fez muito mal. Agora pense e reflita. Você consegue se lembrar desta pessoa sem sentir mágoas? Se não, ainda não houve perdão verdadeiro. Quando alguém nos faz mal, o natural é ficarmos tristes e até chateados com aquela pessoa. Mas, guardar para a vida aquele episódio e o ficar relembrando a todo instante não é saudável e pode nos trazer sérios problemas, especialmente ao emocional.
A psicóloga Adriana Lemos diz que a depressão é uma das doenças que pode aparecer com a guarda de rancor ou ódio. Além dela, podem surgir enfermidades psicossomáticas que têm a ver com nossas emoções e sentimentos, como doenças de pele (vitiligo, psoríase, queda de cabelo e auto imune como artrite, reumatoide, lúpus), além do próprio estresse, que mexe a imunidade do corpo deixando a pessoa veraneável ao adoecimento.
“Uma série de fatores, atitudes, comportamentos, pensamentos é que facilitam a pessoa adoecer física e psiquicamente, pois somos integrados: corpo (biológico e psique). Se você emprega sua energia física e mental em comportamentos e sentimentos negativos uma hora adoece”, destaca a psicóloga.
Para Adriana, o perdão tem a ver com as crenças, o modo de enxergar o mundo e a personalidade de cada um. Por isso, para alguns torna-se difícil perdoar pelos seu próprios valores. Muitos acham que perdoar é esquecer. Mas não. Os fatos que nos machucaram não serão apagados da nossa memória. Isso é impossível e não depende de nós.
Adriana explica que “perdoar é mudar de atitude diante de fatos negativos, pois você se libera e libera a outra pessoa envolvida na questão. Perdoar é virar a página, ir em frente, empregar sua energia em outras coisas e não mais usá-la para alimentar vingança”.
Quando perdoamos, os benefícios são inúmeros: paz interior, diminuição do estresse, melhora da autoestima, aumento da esperança, dentre muitos outros. Até mesmo para quem não é adepto de alguma religião, o perdão é o caminho da cura das feridas.
Não existe fórmula. Liberar perdão é um exercício que deve ser treinado diariamente. A psicóloga conclui dizendo que o primeiro passo é querer, porque a partir disso se muda, vira a página, segue adiante e aquilo não incomoda mais. Vale a pena perdoar.
Por Thauana Cavalcante
Com edição de Adriana Lemos
*Originalmente publicado no site www.oquequeha.com.br