Os prejuízos do consumo de álcool na gravidez

Uma das consequências graves do consumo de álcool durante a gravidez é a Síndrome Alcoólica Fetal 

Apesar das recomendações médicas e profissionais em relação à abstinência total de álcool durante a gravidez, ouvimos muitas vezes, até mesmo de amigos e pessoas próximas que um pouquinho de cerveja ou um vinhozinho não faz mal, pelo contrário, faz muito bem.

Infelizmente essa concepção e prática podem ocasionar graves consequências futuras para o bebê, pois o álcool pode provocar danos logo nas primeiras semanas de gravidez e afetar principalmente o cérebro da criança.

O álcool passa com facilidade para o feto em desenvolvimento através da placenta, por isso a criança pode nascer com problemas de ordem motora, física e mental.  Uma das consequências mais graves do consumo de álcool durante a gravidez é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF)

Não se sabe o nível mínimo de álcool que resulta na Síndrome, não foi estabelecido. O que se sabe é que o grau em que as crianças são afetadas não depende somente da quantidade ingerida, mas também da fase da gravidez em que aconteceu o consumo. Acredita-se que há maior prejuízo, quando consumido nas primeiras semanas.

A SAF possui vários níveis de gravidade e pode provocar desde disformismo facial, até déficit no crescimento, “problema” de coordenação motora, retardo mental e dificuldade de aprendizado e de memória. Além de distúrbios de comportamento e malformações nos principais órgãos como rins, pulmão e coração.

É percebido na criança com a síndrome:

– Dificuldade de atenção e memória.
– Amizade imprópria com desconhecidos.
– Dificuldade de aprender com as consequências.
– Hiperatividade, dificuldade atenção e de concentração.
– Habilidades pobres de resolver problemas.
-Inabilidade de Discernimento do uso do dinheiro.
– Comportamento social imaturo.
– Dificuldade de controle dos impulsos e das emoções.
– “Pobreza” de julgamento.

É importante salientar que há possibilidades de algumas crianças que se encontram no chamado “espectro” dos distúrbios provocados pelo álcool, apresentarem alguns dos problemas citados acima, mas que não chegam a preencher todos os requisitos necessários para serem classificadas com a síndrome. Mas, nem por isso, deixa de trazer vários comprometimentos para o seu desenvolvimento.

O diagnóstico precoce e acompanhamento da criança com SAF por uma equipe multiprofissional composta por especialista que cuidam das áreas afetadas é indispensável para que os acometimentos causados pelo uso do álcool sejam amenizados.

Há como prevenir? Sim, a única maneira de evitar que seu filho venha ser acometido pela síndrome é fazendo abstenção do uso de álcool durante a gravidez. Como não se sabe que quantidade pode ocasionar a síndrome, a recomendação é consumo zero durante a gravidez.   Além do mais, quem está planejando engravidar, o bom é que não se faça mais o uso desde já. Mesmo que pareça exagero, mas os bebês requerem cuidados que começam muito antes do nascimento.  É importante que a futura mamãe prepare seu corpo aumentando assim a probabilidade de gerar um filho saudável.

 
Vera Lúcia Coelho Costa – Psicóloga
Da equipe Cuidarte