Medo de dirigir? Saiba como se livrar da ansiedade

A psicoterapia ajuda o candidato a lidar com as emoções na hora dos testes do DETRAN

Pesquisas mostram que as mulheres estão entre as pessoas que mais sofrem com o medo de dirigir. O fato está ligado à ansiedade, o que demonstra o quanto fatores psicológicos podem interferir na hora dos testes necessários para tirar a habilitação. Mas o bom dessa história, é que o medo e ansiedade podem ser tratados com psicoterapia, ajudando o candidato a lidar com as emoções na hora dos testes.

A psicóloga da Cuidarte, Janua Jasson, perita examinadora do trânsito, fala nessa entrevista sobre o assunto e sinaliza qual o caminho a seguir por aqueles que têm medo de dirigir e como enfrentar a situação.

 

Como os fatores psicológicos podem influenciar na escolha entre dirigir ou não?

Algumas alterações podem ser obstáculos na escolha entre dirigir ou não. A ansiedade generalizada, por exemplo, provoca insegurança e impede que o candidato a condutor consiga agir naturalmente, ou seja, dirigir automaticamente, como acontece com muitas pessoas. A síndrome de pânico, bem como traumas vivenciados, podem ser também causas deste medo, consequentemente a pessoa evita dirigir ou para de conduzir veículos.

 

65% dos alunos que fazem os testes de manobras e as provas escritas do DETRAN são reprovados. Até que ponto os fatores psicológicos influenciam nos momentos de provas?

Que os fatores psicológicos influenciam não há dúvidas, mas nem sempre são a causa da reprovação. No momento de qualquer avaliação é natural que haja ansiedade alterando o comportamento do candidato a condutor. Para que esta ansiedade seja controlada é necessário que o candidato esteja preparado para enfrentar todos os exames. Mas existem casos onde sabemos que o candidato tem conhecimento suficiente, preenche todos os critérios para ser habilitado e mesmo assim se depara com o fracasso. Neste caso é necessário psicoterapia para que o mesmo aprenda a lidar com seus sentimentos e tenha controle emocional no momento da avaliação.

 

Quais as técnicas que a senhora usa em suas terapias?

Não há técnica específica. Cada cliente traz sua demanda, mesmo que a queixa seja semelhante: medo de dirigir, e é de acordo com esta demanda que o trabalho é feito. Se existe um diagnóstico de ansiedade generalizada ou síndrome do pânico, por exemplo, é importante que este candidato tenha acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

 

Os resultados são satisfatórios?

Se houver persistência por parte do candidato a chance de sucesso é muito grande. Insistir nos tratamentos e continuar tentando vencer o medo é o caminho que deve ser percorrido. Como não é possível prever o tempo necessário para que este desafio seja vencido é importante ter paciência também e festejar cada passo dado.

 

Como saber se uma pessoa terá condições ou não de algum dia conseguir dirigir?

Apenas durante um processo de psicoterapia é possível descobrir se aquele candidato não será capaz de conduzir um veículo. E esta descoberta é feita pelo próprio cliente. Não é o terapeuta que vai dizer que aquela pessoa não conseguirá dirigir. Mas se existe o desejo de dirigir, não há nenhuma doença impeditiva é possível que este candidato venha a ter sucesso.

 

 O que mais aflige as pessoas na hora de dirigir? O medo de acidentes? As possíveis brigas no trânsito?

As pesquisas na área apontam que o maior medo dos condutores é de não conseguir estacionar ou partir com o carro numa subida e em seguida o medo de provocar acidentes ou de levar buzinadas e ouvir ofensas de outros condutores.

 

Quem mais sofre com este tipo de problema, homens ou mulheres?

As mulheres numa faixa etária entre 30 a 45 anos são as que mais sofrem segundo as pesquisa. Porém este medo não atinge somente mulheres, mas homens também e até homens jovens.

 

Existe alguma idade em que as pessoas devam entrar na autoescola? Isto influencia na conquista ou não da carteira? 

A idade não é determinante na conquista ou não da CNH. Em qualquer época é possível aprender a dirigir e ser um bom condutor. Os jovens são mais destemidos, porém é necessário conhecimento da legislação do trânsito, atenção e controle emocional para que o candidato seja considerado apto a dirigir. Estes critérios não são exclusivos em nenhuma faixa etária.

 

Por Adriana Lemos –  Jornalista
*Com informações de entrevista concedida ao jornal Diário do Povo