Tema deve ser apresentado para os filhos desde a infância de modo natural
A falta de diálogo entre pais e filhos, principalmente, quando o assunto é sexualidade ainda é regra nos dias atuais. Essa é uma das conclusões que a psicóloga e terapeuta sexual Kislley Sá Urtiga chegou ao longo da sua experiência profissional com adolescentes.
O tema da exacerbação da sexualidade ficou na berlinda, no último mês, em Teresina, após vídeos íntimos de adolescentes vazarem numa rede social.
Segundo a psicóloga 40% dos seus pacientes são adolescentes e muitos trazem para o consultório a temática sexual. Para ela, esse número revela que a falta de diálogo dentro de casa tende a desencadear sofrimento psíquico e problemas na sexualidade, inclusive na vida adulta.
Isso catalisado, de um lado, pelo falta diálogo, e por outro pelo estímulo produzido pelos meios de comunicação, como a televisão e a Internet. “Percebemos que até mesmo as músicas que fazem sucesso na atualidade, via de regra, são carregadas de conteúdo erótico. As novelas têm sido outro meio de propagar e banalizar o tema.
“Essa acessibilidade é positiva pelo sentido de que a sexualidade não é algo para ser tratado veladamente ou com tabu. Ao contrário, ela deve ser apresentado para os filhos desde a infância de modo natural”, pontua Kislley Sá Urtiga.
De acordo com a terapeuta não há idade para se falar sobre sexualidade, mas existem sim maneiras e formas de linguagem para abordar o assunto.
“Medo de falar sobre sexo é inaceitável, porque nós precisamos educar os nossos filhos para a vida, incluindo a área da sexualidade. Se essa educação não vem de casa eles irão procurar em Internet e na experiência dos amigos da mesma idade, que podem não ser os mais seguros e adequados”, diz.
Kislley Sá encerra frisando que o diálogo franco com os filhos é o meio mais adequado para orientar e acolher as necessidades deles sobre a vida.
Por Adriana Lemos – Jornalista e psicóloga
Da equipe Cuidarte