Conhecer como interagem a ansiedade e a raiva pode te ajudar a sofrer menos

Você já pensou como a raiva e a ansiedade podem andar juntas? Apesar de serem emoções distintas, elas podem interagir de diversas formas e uma potencializar a outra. Se entendermos essas interações, podemos evitar o clímax dessas emoções, sofrendo menos e, consequentemente, lidando melhor com a situação e com nós mesmos.

Conter a raiva contribui para o aumento da ansiedade. Irritabilidade, por exemplo, que é muito comum na raiva, acontece no transtorno de ansiedade generalizada (TAG) com frequência. Hostilidade e raiva internalizada pioram muito os sintomas do TAG. É possível que a raiva e a ansiedade tenham então raízes comuns.

Por outros lado, é comum a ansiedade preceder uma experiência de raiva, como um sentimento de antecipação: a sensação de que uma cena que implica num risco, perigo ou desagrado está prestes a ser vivida e frente a qual podemos vir a perder o nosso controle pode levar a um sentimento de indeterminação de nós mesmos. A ansiedade, nesses casos, se dá como um alerta de que nossa consciência não está tão no controle da situação como gostaríamos.

Isso ocorre com muita frequência, por exemplo, com quem sofre com pensamentos e ruminações obsessivas: a briga que não pode ser esquecida, o desentendimento que poderá vir a ocorrer e, por causa disso, é ansiosamente repetido e repensado, e de novo, e de novo, e de novo.

A ansiedade, nesses casos, é prima-irmã da raiva, anunciando a sua presença silenciosa e alertando que suas formas de contenção estão prestes a se romper. Por outro lado, também é bastante comum que um certo tipo de raiva seja vivida após as experiências de angústia e ansiedade: trata-se do sentimento de culpa.

Freud dizia que o sentimento de culpa é uma forma que temos de converter a raiva contra o outro ou um objeto em especial —ou contra a sociedade e o mundo — de forma indeterminada, protegendo-os ao trocar seu alvo. Ou seja, para evitar que a nossa raiva cause prejuízos e ações sem retorno, substituímos o seu alvo pelo nosso próprio eu, que acaba sendo agredido e humilhado como forma de proteção do que nos cerca, mas também, assegurando que a raiva pode vir a encontrar uma ação que lhe dê vazão.

Nesse sentido, em vez de se questionar sobre as circunstâncias que levaram a uma cena de sofrimento a partir da ansiedade e da angústia, o sujeito acaba se culpando por ser aquele que é acometido repetidamente por esse sentimento, valendo menos ou merecendo menos do que outros.

Se invertemos a equação, podemos perceber como o diagnóstico individualizado da ansiedade em algumas situações é muito mais protetor da situação que provoca estresse e leva pessoas ao seu limite (como no caso de determinadas instituições, formas de trabalho, famílias ou certas relações afetivas), do que necessariamente da pessoa que mereceria o devido cuidado —como se a cena no entorno não tivesse também responsabilidade sobre a ansiedade de alguém, e como se a ansiedade fosse apenas um sinal de fraqueza daqueles que não suportam o peso de uma experiência qualquer).

Identificar os sentimentos ajuda a lidar com eles

O que sentimos ensina muito sobre nós mesmos, são caminhos para um enfrentamento de nosso inconsciente. Sentir raiva ou ansiedade é ser afetado por algo que não está necessariamente posto em palavras, mas isso não quer dizer que essas experiências não falem por outros meios, que não exponham algum tipo de verdade que ainda não foi bem dita. Em vez, portanto, de considerar que esses afetos são resultantes de qualquer tipo de desarmonia na produção de substâncias em nossos cérebros ou corpos, se pergunte sobre o que poderia, nessas circunstâncias, estar causando raiva ou ansiedade.

Transformar a ansiedade e a raiva em enigmas a serem questionados e assumirmos a responsabilidade de não evitar esse aprendizado é uma apropriação que faremos de nossa própria história. O sofrimento tende se repetir em sua forma e conteúdo e é por meio de nossas análises e descobertas dos nossos afetos e padrões de comportamento que podemos interferir em como direcionar os sentimentos e minimizar nossas dores.

Resiliência é a chave para contornar obstáculos

Isso nos torna resilientes. Resiliência é um processo de negociação interior, autogerenciamento e adaptação em situações significativas aumento de estresse. É a habilidade de um indivíduo se ajustar as adversidades, manter o equilíbrio e continuar a viver de uma maneira positiva. Ter resiliência é uma das mais importantes ferramentas para controle dos sentimentos.

Evite catastrofizar os acontecimentos. Por mais difícil ou sofredor que seja o momento pelo qual você esteja passando, não alimente pensamentos ruins ou fique pensando fixamente no seu problema ou sofrimento, faça apenas o que tiver de ser feito, se houver algo a se fazer. “Tudo passa” é o mote do resiliente.

Também influenciam a resiliência o autoconhecimento, a respiração profunda, escrever sobre o que está sentindo, as atividades físicas, meditação (que pode ser uma oração), contemplar uma obra de arte, uma música ou quadro, por exemplo, tomar um banho, conversar com uma pessoa de sua confiança ou até mesmo pedir ajuda profissional. Não existe, porém, resiliência sem conflitos, sem problemas, sem sentir raiva e medo.

Transformar a ansiedade e a raiva em enigmas a serem questionados e assumir a responsabilidade de não evitar esse aprendizado são caminhos ensinados pela clínica psicanalítica.

Esse tipo de apropriação que fazemos de nossa própria história quando ousamos começar a ler os capítulos censurados, ela se torna protetora frente aos processos de repetição de nosso sofrimento. Pois, quem sofre de ansiedade sabe muito bem disso, o sofrimento tende à repetição em sua forma e conteúdo, logo, também cabe a nós aprendermos a ler as cifras de nossas experiências afetivas e, a partir disso, reconstruir nossa forma de sermos sujeito no mundo.

Fonte: UOL

Por tudo que se faz na cama: do sexo ao sono

Equilíbrio!! Acredito que essa será a palavra-chave.
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Muitos casais consideram importantíssimo o sexo para a harmonia da relação, mas será que já pararam para pensar que a dificuldade para dormir causada pelo ronco do parceiro(a) ou a disfunção de climatério e menopausa poderiam ser as verdadeiras causas do distanciamento íntimo do casal?
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Inicialmente, é importante salientar que tanto o sono, quanto o sexo recebem influências diretas de fatores biológicos, fisiológicos, emocionais, sociais e culturais. Assim, construir uma intimidade com ações inesperadas, surpreendentes e imprevisíveis é uma das formas comemorativas de intensificar e apimentar a relação sexual. Ademais, não podemos esquecer que o cuidado e atenção à saúde do parceiro(a) também é fundamental para uma melhora na relação do casal. Nesse ínterim, é de relevante ressalte que dormir com qualidade trará não só um bom desempenho na cama, melhorando o humor, a memória e a imunidade, como também reduzirá o risco de doenças como diabetes, hipertensão arterial, obesidade e depressão.
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Desse modo, evidencia-se que o sono é fundamental, dentre outros fatores, para a vida sexual do indivíduo. Em contra partida, Fernando Molina defende que hormônios sexuais como estrógeno, progesterona e testosterona têm um importante papel em praticamente todos os processos fisiológicos, inclusive na respiração. Esta que, por sua vez, influencia diretamente no sono.
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Em adição, vários distúrbios respiratórios, os quais influenciam diretamente no sono e na qualidade de vida do indivíduo, a exemplo do SAOS (Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono), também apresentam clara diferença de prevalência em termos do gênero, conferindo de modo ainda mais acentuado a importância dos hormônios sexuais no sono.
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Desta feita, cabe reiterar que sexo e sono devem estar em perfeito equilíbrio, vez que por meio dessas duas funções importantes para a vida, o casal conseguirá construir uma relação mais prazerosa.

Outrossim, vale ressaltar que o diálogo é fundamental para a manutenção da saúde dos relacionamentos. Ora, a maioria dos brasileiros consideram seu desempenho de bom a excelente em qualquer etapa da vida, pelo menos em sua auto-avaliação. Contudo, conforme a Dra. Carmita Abdo, em pesquisa realizada com mais de 7000 brasileiros, é melhor não submeter esse mesmo questionamento à opinião do(a) parceiro(a).

Por fim, diante de todo o exposto, aproveite a data para ativar os “fetiches” esquecidos no armário, fantasiando para o inesperado encontro com a liberdade. E, não esqueça, percebendo a dificuldade no sono do parceiro(a) oriente o(a) para buscar um auxílio especializado com um profissional do sono. Lembre-se que amar também é cuidar!

Por Kyslley Urtiga, psicóloga do sono e terapeuta sexual

 

Você é sugestionável? Veja como absorver somente influências positivas

Somos influenciados o tempo todo pela família, por amigos, desconhecidos, notícias, publicidade, filmes, livros e cursos. Até aí, nenhum problema. Não nascemos com convicções prontas e é a partir das ideias alheias que formamos nossas próprias. Mas nem todas as influências são positivas. Embora essa mistura de mensagens, opiniões, valores e circunstâncias sirva de matéria-prima para constituir singularidade, ela pode ocupar o lugar da percepção particular do mundo.

Como tudo na vida, o problema está na dose. Não é saudável desmerecer os próprios pensamentos, não agir de acordo com o que se quer, gosta e precisa ou viver para satisfazer as expectativas e interesses dos outros. Isso geralmente acarreta muito sofrimento.

Infância pode ser ponto de partida

A troca com o outro é realmente essencial ao longo da vida. “Ninguém aprende quem é a não ser por meio do outro. O próprio desenvolvimento do nosso ‘self’, que a gente considera tão exclusivo, é moldado no outro. Então, são interessantes essas trocas constantes com outras pessoas”, diz Jocelaine Silveira, professora de psicologia da UFPR (Universidade Federal do Paraná). Sem elas, a gente corre o risco de estacionar nas crenças antigas e não evoluir como ser humano.

Dulce Critelli, professora de filosofia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) concorda. “Influência é uma palavra pobre para falar desse fenômeno que é fruto da convivência, da comunicação. Uma pessoa isolada não conseguiria formar opinião de nada. Aquilo que a gente vê é porque aprendemos a ver com o outro. Isso não é ruim nem bom. É assim”. Ou seja, prestar atenção no que o alguém diz quando isso faz sentido para nós não nos torna uma “Maria vai com as outras”.

Entretanto, algumas situações quando se ainda é criança podem atrapalhar esse faro ao diferenciar conselhos que fazem sentido ou não. Quando as opiniões ou ideias da criança são reprovadas ou ridicularizadas principalmente pelos pais ou cuidadores, que muitas vezes a punem por isso, ela se começa a ser tornar mais sugestionável. “Experiências assim vão levando a um recolhimento”, diz Silveira.

Quando cresce, a pessoa se sente desencorajada a expressar seus pensamentos e passa a tomar emprestado o ponto de vista de outras. Ela se protege das possíveis consequências de revelar o que pensa, valendo-se da coragem, do prestígio ou da “autoridade” de quem já está se expondo. De quebra, evita o incômodo de reviver emoções difíceis da infância como rejeição, insegurança e a frustração de não ter suas convicções validadas pela sociedade.

Mas essa fuga não faz bem. “A pessoa se sente menos desafiada a fazer alguns enfrentamentos e colocar à prova como seria a reação dos outros frente às opiniões dela”, diz Silveira.

O problema é que esse processo raramente chega à consciência da pessoa. Por trás da atitude de aceitar incondicionalmente o que os outros dizem, em geral há escondido um sentimento de menos-valia e uma perspectiva negativa sobre si mesmo. São pessoas que não se consideram inteligentes o bastante para levar suas ideias em consideração. Ficam desconectadas de si mesmas e engrandecem o outro, a quem confiam a tarefa de pensar por elas.

A influência explicada pela ciência

Para concordamos com alguém ou alguma coisa, precisamos nos identificar com o que está sendo dito. “Quando existe sintonia entre duas ou mais pessoas envolvidas em uma conversa, por exemplo, o senso de discórdia é baixado. E isso se reduz porque o funcionamento da amígdala [estrutura cerebral relacionada a reações emocionais], assim como o dos lobos frontais [relacionados ao planejamento de ações e movimento], entra em alinhamento com as emoções daquele momento e a influência acontece”, explica Fernando Gomes, médico neurocirurgião e neurocientista do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Um dos fatores que mais contam na hora de sermos influenciados é justamente a emoção. “As informações nunca nos influenciam só pelas ideias em si, mas também por como nos capturam emocionalmente. Depende dos pontos afetivos em que elas nos tocam”, enfatiza Critelli. Mais do que isso. Somos convencidos de algo pela associação de emoção, palavras, imagem e circunstâncias. Quanto mais atrativa for essa combinação, mais seduzidos ficaremos por ela.

É por isso que uma defesa entusiasmada de uma ideia, feita por alguém que usa as palavras certas e consegue mexer com os nossos sentimentos tende a fisgar a nossa atenção. Sobretudo se for algo que desperta paixões ou fatos importantes do nosso dia a dia. Como acontece nas redes sociais. Se a pessoa não pensar a fundo sobre o que está lendo, vendo ou ouvindo, as chances de acreditar que aquilo é uma verdade absoluta são grandes. “As coisas não precisam ser verdadeiras para acreditarmos nelas. Precisam ser plausíveis. Ter uma explicação com começo, meio e fim. É por isso que uma mentira bem contada faz sentido”, diz a filósofa.

Principalmente quando o que está em jogo é a possibilidade de se sentir acolhido. “Pensar igual ao outro é ter abrigo num lugar, pertencer a um grupo. Um sentimento de pertença que faz a pessoa ficar ligada ao outro”, ela resume. E acrescenta. “Nos tempos atuais, as pessoas não são dirigidas pelas suas ponderações e reflexões. Mas pelas crenças e histórias fáceis. O que for crível, viável, se torna verdadeiro. Elas não precisam ter o trabalho de pensar”. O discurso alheio tende a influenciar a nossa percepção mais facilmente quando estamos distraídos.

Sabendo disso, os influenciadores digitais falam da maneira mais convincente possível, de modo que não haja margem para desconfianças. “As mensagens são embaladas de uma forma estratégica por quem quer influenciar de forma confiável. E com a vida corrida do dia a dia, é comum uma pessoa absorver melhor uma informação baixando a guarda e sem perder mais tempo em buscar algo diferente ou que possa contradizer aquela informação”, diz Gomes. Com isso, perdemos a riqueza que a variabilidade de opiniões tem a oferecer, assim como a possibilidade de extrair o que há de melhor em diferentes pontos de vista.

O problema é não questionar

Não nos falta apenas tempo para checar a procedência e a veracidade das informações, especialmente na internet e nas redes sociais, onde são criadas e substituídas a todo momento. Não ter o hábito de questionar se elas têm fundamento ou se são importantes é outra brecha para sermos influenciados de maneira cega. É por isso que a publicidade e as notícias falsas surtem tanto efeito. “A porta de entrada do lobo frontal fica sem uma barreira. Assim, o grau de preconceito reduz e o cérebro muitas vezes não faz uma pausa para diferenciar, até por uma economia de energia”, salienta Gomes.

Como resultado, a pessoa não compara o que pensa com o que o outro diz. “Aprender a pensar é muito complicado. É mais fácil a gente seguir aquilo que lê ou vê, funcionar pela crença e não pelo exercício do pensamento”, diz Critelli. Mas não deveria, a reflexão é indispensável para não nos enganarmos pela aparência das coisas. “Quanto mais formação e informação a pessoa tem, maior é sua capacidade de se autorregular, pensar, dirigir a própria vida e medir a entrega que faz para quem não necessariamente tem o melhor pensamento, mas que chama mais a atenção”, analisa a filósofa.

Encontre o equilíbrio

Desfrutar do lado bom das influências requer muita reflexão. É possível começar essa tarefa fazendo algumas perguntas a si mesmo. O que o está motivando a ser excessivamente influenciado por alguém? Você também pensa assim? Se você fosse se expressar sem nenhum receio de censura, o que expressaria? Você consegue se diferenciar, mesmo ouvindo várias pessoas e achando bacana a opinião de uma ou de outra? Como você se sente quando descreve para si mesmo sua percepção, opinião e seus sentimentos sobre um determinado assunto?

Embora seja um exercício simples, ele ajuda a entrar em contato com as necessidades e verdades próprias, que muitas vezes são diferentes das dos outros. “Ele vai na direção de um comportamento mais saudável, que é não se desconectar de si mesmo. De se manter em contato com os outros conseguindo fazer essa diferenciação, do que é o outro e de quem somos”, diz Silveira. Mas só isso não basta. É necessário também desenvolver um senso crítico para não ser manipulado.

Para algumas pessoas, aceitar influências é uma estratégia para evitar conflitos. Só que muitas vezes o preço do apaziguamento é abrir mão da própria personalidade, o que nunca compensa. Se situações assim acontecem com frequência, está na hora de repensar as relações. A melhor maneira de se sentir bem é ter por perto pessoas que validam suas percepções e perspectivas. “Às vezes é necessário procuramos uma audiência que nos acolha, que valorize a nossa opinião independentemente de qual seja”, conclui a psicóloga. Nem sempre é fácil, mas vale muito a pena.

Fonte: UOL

Gratidão: exercício sistêmico

Sim, gratidão!

A gratidão diminui o medo. É a mãe de todas as virtudes. É a via primária de CONEXÃO e RECONHECIMENTO da força da vida. Já observou o que você experimenta no seu estado emocional quando diz, em verdade e com verdade, ” Obrigado”? Quando se concentra nas coisas do seu dia pelas quais você tem gratidão?

Todos os caminhos têm a bênção da vida. Mas quando trazemos a gratidão para perto, os milagres passam a ser diários. A nossa espiritualidade se materializa em nosso estado emocional, disso nenhum campo da ciência tem mais dúvida. Da filosofia a Neurociência. E isso não é pouco.

Sim, gratidão!

Te convido, então, a um exercício de auto-observação e de foco na gratidão: No final do seu dia, tire um tempo para se concentrar nos agradecimentos. Gere para si mesmo uma intenção (pelo caminho da leveza, sem colocar força mental e sem cobranças internas) de agradecer.

Faça 7 ciclos respiratório de profundos INSPIRANDO pela BOCA e EXPIRANDO pela BOCA E NARIZ. Depois imagine que você tem o poder de levar a sua respiração para dentro do seu coração. E agora RESPIRE através dos músculos de seu coração. Procure sentir os movimentos de contração e liberação de seu coração. Como se a própria vida estivesse pulsando aí.

Agora procure por 3 coisas do seu dia pelas quais você é grato. Pode ser algo muito simples (poder respirar / fila curta no supermercado / uma gentileza recebida / trânsito tranquilo na volta para casa). À medida que for surgindo a imagens, as memórias das coisas pelas quais você é grato diga mentalmente ” OBRIGADO”. E observe o que experimental no seu interior, no seu estado emocional.

Finalize o exercício em silêncio, acolhendo com CARINHO e dando lugar especial para cada coisa que encontrou.
Sim, gratidão!

 

Por Sérgio Batista, psicólogo da Cuidarte

(CRP 21/01373)

Armadilhas do Ego

SEJA MELHOR. SEJA ESPIRITUAL. SEJA EVOLUIDO.

ARMADILHAS DO EGO!!!!

“Ser melhor” , ” Ser pior”. Quem em mim pensa isso? Quem em mim sente isso? Quem em mim busca isso? Quando olhamos com olhos generosos e COM-PAIXÃO veremos que o sentido de querer ” Ser melhor” é uma fantasia. Todo o nosso ser, absolutamente todo o nosso ser, já é um herança espiritual perfeita.

Na grande maioria das vezes o que está por trás do desejo desenfreado de querer ” Ser melhor” , ” Ser top” , é a necessidade de mudar o estado emocional interior. No fundo, no fundo o que eu busco nesta corrida é me sentir de outra maneira.

As transformações que buscamos só podem acontecer girando a chave interior que lapida e desperta a nossa verdadeira força interior: A nossa essência. O externo é apenas uma extensão das transformações íntimas que realizamos.

Eu vivo trabalhando dialogicamente com meus clientes essa consciência sistêmica de que não somos a nossa idade. Temos uma idade. Não somos o nosso corpo. Temos um corpo. Não somos a nossa personalidade. Temos uma personalidade. Qual a expressão essencial do nosso ser? Não é ser melhor. Já somos, em essência, o melhor ser! Já somos perfeitos. Por trás do “SEJA MELHOR, “SEJA EVOLUIDO” e por trás de nossas instâncias psíquicas há uma essência mais profunda que revela a real grandeza de quem somos. Não somos escravos de melhoramentos. A nossa personalidade, nossos sentimentos, como agimos, nossas atitudes, não é quem somos. São apenas nossas estratégias de sobrevivência. Nossas proteções ao lidar com a imensidão e os mistérios da vida. Cautela com os discursos de autodesenvolvimento, de melhoramentos de quem somos, de crescimento pessoal, da mercadologia do autoconhecimento.

O autoconhecimento é um portal de ampliação de consciência, de centramento existencial, muito bem vindo a jornada, quando alinhado à nossa essência e com nossos propósitos de vida. Em essência, já somos o “melhor quê” de nós mesmo. Não somos as nossas experiências, as nossas histórias, os nossos aprendizados. Somos essêncialmente AMOR! Quem se melhora para os outros e a sociedade é a persona, as máscaras, as nossas proteções, o ego. A nossa essência não é afetada, por mais desafios, traumas e dificuldades que a vida humana nos imponha. Ela ( A essência) só aguarda um DESPERTAR.

Como diz Domingos Cunha: [ Quanto se trata de autoconhecimento e melhoramentos] ” Não acredito em quem ainda não partiu e Também em quem já chegou. Quem ainda não partiu está apenas adormecido e quem acha que ja chegou está enganado. Autoconhecimento só pode ser um caminho”. Um caminho do despertar! A obra de arte já existe em si mesma. O autoconhecimento é apenas o processo de lapidação. Caminhemos com aquilo que já somos e com aquilo que já temos! O neoliberalismo intelectual adora causar em nós sensações e necessidades desnecessárias.

Por Sérgio Batista, psicólogo da Cuidarte

(CRP21/01373)

Autoconhecimento é a melhor forma de alcançar o prazer

O orgasmo é uma sensação de prazer alcançada durante as relações sexuais. O fluxo sanguíneo e a frequência cardíaca aumentam significativamente causando uma contração no corpo seguido de profundo relaxamento. Parece simples, mas um estudo recente da escola Prazerela – mostrou que apenas 36% das mulheres conseguem ter um orgasmo durante o sexo. A dificuldade de chegar ao clímax está associada a fatores emocionais diversos como estresse e desempenho do parceiro ou parceira.

A ginecologista e especialista em sexologia, Tatielle Teixeira Lemos, explica que não há receita para o prazer e o melhor caminho é o autoconhecimento.  “Para chegar ao orgasmo é importante se tocar, prestar atenção à sua área genital, se permitir sentir prazer. É preciso se soltar, abrir a mente para para atividades como masturbação, lubrificantes, fantasias eróticas e entender onde são as áreas erógenas do corpo”.

É fato que o orgasmo é possível tanto para homens quanto para mulheres, mas  existe diferença no desenrolar da relação até seu ápice. Tatielle conta que elas tendem a demorar mais a alcançar o clímax, mas em contrapartida, o estado de êxtase é mais prolongado que o masculino. As mulheres ainda podem ter orgasmos múltiplos, que são picos de prazer que ocorrem em sequência, um imediatamente após o outro, sem interrupção. “O orgasmo feminino é muito complexo e não apresenta somente um padrão. Pode ocorrer um único e intenso orgasmo, vários orgasmos de menor intensidade ou uma união dessas duas variações. É também comum a mulher confundir a sensação prazerosa após o coito como se estivesse experimentando novos orgasmos”.

Tatielle alerta também para o fato de que os múltiplos orgasmos não são a regra geral e não definem por si só se a mulher tem mais, ou não, prazer quando comparada a outras com um único orgasmo. Enquanto isso, os homens se excitam e gozam mais rápido, mas precisam de mais tempo para se recuperar. “Ambos os sexos passam pelo período chamado refratário, uma fase de recuperação antes que se possa engatar uma nova atividade sexual, mas a mulher, em  poucos segundos, já está apta para experimentar mais prazer. Entre eles esse período de recuperação tende a ser maior, sendo que muitos esgotam suas atividades sexuais diárias depois de um único orgasmo”, detalha a médica.

Embora exista muita expectativa em torno das sensações causadas pelo orgasmo, Tatielle prefere ponderar e ressalta que cada pessoa vai sentir de uma forma. “Não é algo sobrenatural, é apenas a sensação agradável que se tem durante o sexo. Em algumas pessoas pode ser mais sutil, mas não menos prazerosa”. Essas sensações vão desde  contrações involuntárias dos músculos pélvicos, aumento da frequência cardíaca, alteração na temperatura corporal, arrepios e em seguida, já no fim, um  bem estar e relaxamento.

O tempo médio para atingir o orgasmo é de mais ou menos 8 minutos, mas há quem demore de 10 a 20 minutos. As sensações podem durar de  6 a 10 segundos, porém segundo Tatielle, algumas mulheres podem gozar por até 20 segundos. “O segredo é se entregar e não ficar pensando muito”.

Saúde sexual 

Algumas doenças relacionadas ao desempenho sexual também podem ocorrer nas mulheres. Uma delas é a Anorgasmia, uma ausência recorrente ou persistente do orgasmo. Pode ser primária quando a pessoa nunca teve orgasmo ou secundária quando por algum motivo ela passou a não ter mais. “O diagnóstico é baseado na clínica e na queixa da paciente visto que a capacidade orgásmica da mulher é menor do que se poderia esperar para sua idade, experiência sexual e o tipo de estimulação sexual que recebe”. O tratamento depende da causa, podendo variar de reposição hormonal, mudança na dieta alimentar e terapias sexuais.

Outra doença curiosa é o Transtorno da Excitação Genital Persistente, uma excitação genital involuntária, que leva o fluxo sanguíneo para os órgãos genitais e aumento das secreções, sem nenhuma relação à atividade sexual. Os tratamentos também envolvem terapia sexual específica.

Fonte: Cidade Verde

Conheça os problemas causados pela insônia e quais as orientações

Passar a noite em claro na companhia dos amigos é sempre motivo de alegria. Perambular pela casa sozinho enquanto todos dormem, porém, pode ser sinal de que algo não vai bem. Isso porque falta de sono por várias noites seguidas é um sintoma clássico de insônia, mal que atinge principalmente as mulheres e os idosos.

Mais do que noites mal dormidas e cansaço, a insônia também traz problemas de concentração e risco de acidentes. Por isso, deve ser tratada com seriedade. Dessa forma, o primeiro passo para combater o problema é procurar a ajuda de um médico especializado no assunto.

Orientação 

Para quem sofre com a insônia, é comum sentir cansaço e sonolência durante o dia, além de dificuldade de concentração e falta de energia para a realização das tarefas cotidianas. O problema causa ainda alterações no humor, ansiedade e dor de cabeça.

Muitas vezes, porém, esses sintomas não são atribuídos à insônia. Por ser um problema de difícil diagnóstico, o paciente precisa se submeter a uma rigorosa análise de seu histórico clínico antes de iniciar tratamento

Tipos

Cerca de 30% dos adultos enfrentam o problema em algum momento da vida. Existem tipos diferentes de insônia: dificuldade para pegar no sono, dificuldade para manter o sono, acordar precocemente ou sono de baixa qualidade. Cada um deles necessita de cuidados diferentes. Dessa forma, contar com a ajuda de um especialista faz muita diferença.

 

Fonte: Estadão Conteúdo

Narcolepsia: saiba o que é e quais sintomas

Estima-se que 3 milhões de pessoas tenham a doença, no mundo

– A Narcolepsia é um distúrbio do sono crônico, que causa sonolência excessiva diurna;

– Especialistas da Associação Brasileira do Sono elaboram Cartilha para orientar a população

Acesse a cartilha:

Dia 22 de Setembro é o Dia Mundial de Conscientização da Narcolepsia, distúrbio do sono crônico que causa sonolência excessiva diurna e que compromete intensamente o dia a dia das pessoas que sofrem com a doença. Estima-se que 3 milhões de pessoas no mundo possuam a Narcolepsia.

Durante esta semana, os especialistas da Associação Brasileira do Sono estão engajados na Semana Global de Conscientização da Narcolepsia para alertar a população como reconhecer os sinais deste distúrbio, ainda pouco conhecido e que por isso, em média, leva 10 anos para ser diagnosticado.

Os principais sinais da Narcolepsia são:

– Sonolência excessiva diurna;

– Cataplexia (episódios repentinos e reversíveis de perda da força muscular, geralmente desencadeada pelas emoções, como riso, alegria, surpresa ou raiva;

– Paralisia do sono (incapacidade de ser mover por alguns segundos. Pode acontecer ao adormecer ou acordar;

– Sono noturno interrompido (mesmo com sonolência excessiva durante o dia, o sono da noite é fragmentado.

– Alucinações no início do sono ou ao despertar (são sensações de estar sonhando acordado que ocorrem ao adormecer ou ao despertar.

“Os sintomas da Narcolepsia variam de pessoa para pessoa, mas na maioria dos casos a sonolência excessiva durante é o sintoma mais comum. Ao aparecer qualquer um desses sinais é importante que seja feita uma avaliação médica para que se possa fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento. No Brasil, a doença ainda é pouco conhecida e, por isso, muitas pessoas demoram quase 10 anos para receberem o diagnóstico”, afirma Dra. Andrea Bacelar, médica neurologista, presidente da Associação Brasileira do Sono.

Tipos de Narcolepsia:

Existem dois tipos de Narcolepsia: Tipo 1 e Tipo 2.

– Tipo 1 – quando o paciente apresenta níveis baixos de hipocretina, relato de cataplexia e sonolência excessiva diurna.

– Tipo 2 – quando há sonolência excessiva diurna e geralmente não há fraqueza muscular desencadeada por emoções. Os sintomas são menos graves e os níveis de hipocretina são normais.

Tratamento:

Há duas formas de se tratar a Narcolepsia: tratamento comportamental e tratamento medicamentoso.

Tratamento Comportamental – Baseia-se nas orientações da família e paciente, com orientações de mudança de hábitos diários e novas medidas de segurança, como evitar trabalhos em turnos; novas medidas de higiene do sono com programação de breves cochilos durante o dia para melhorar o estado de alerta.

Tratamento medicamentoso – para controle dos sintomas mais incapacitantes, como a sonolência excessiva e a cataplexia.

Além da Cartilha da Narcolepsia, os especialistas da Associação Brasileira do Sono programaram duas lives, que serão transmitidas nesta semana através do instagram da ABS, para informar a população sobre diagnóstico, tratamento e hábitos saudáveis.

Agenda das lives:

Dia 22/09 (terça-feira), às 19h30

Tema: Narcolepsia – Do Diagnóstico ao Tratamento

Dia 24/09 (quinta-feira), às 19h30

Tema: Narcolepsia: Comer, Viver e Dormir

As lives serão transmitidas no instagram @abosno.

 

Fonte: ABS

Era uma vez uma Crise

CRISE- Do grego -“krisis“- (separação, decisão,). Momento de viragem. Uma fase, uma estado transitório de incertezas e dificuldades, mas também cheio de possibilidades e renovação.

Quando nos referimos a crises é muito provável que os pensamentos que chegam a sua mente seja algo adjetivado como destrutivo, doloroso, pesado e com potencial catastrófico em na sua vida.

Desde muito cedo somos expostos a sistemas de ensinamentos e aprendizados de como encarar e internalizar as situações críticas da vida. E ao longo desses processos de internalização, meio que automatizados e inconscientes, vamos considerando as crises como algo fatalístico, universal e com valor absoluto de destruição. Essa é uma meia-verdade.

O que você faria se um terrorista com uma bomba amarrada em sua cintura batesse em sua porta para negociar, para dialogar uma situação de interesse comum a vocês dois? Já dá para imaginar a reação, não é mesmo? Temos medo, já que na crise não temos controle e a bomba pode ser acionada a qualquer momento e explodir causando estragos irreparáveis. Não importa quem deu inicio ou a razão do surgimento das crises, elas fazem parte. Sim, elas fazem parte. E chegam em momentos, muitas vezes, críticos de nossa vida. É a empresa que quebra, o ente querido que se vai, a doença que paralisa, a separação que desestabiliza a família, a economia que trás escassez de recursos, o sonho de construir família que não se concretiza.

Condicionados a enxergar a vida pelos óculos da reatividade, do imediatismo, e da exclusão, custamos a acreditar que isso (a crise) está realmente acontecendo conosco. A força e a fé na vida parecem sumir como num truque de mágica. O nosso sistema cerebral reptiliano de sobrevivência é ativado: o que fazer? Como fazer para sair da crise? Porque isso está acontecendo comigo justamente agora? O abismo fica a um passo: o desequilíbrio e o desespero.

 

Antes de qualquer postura reativa de resolução da crise sugiro que primeiro limpe as lentes dos óculos. Às vezes é necessário trocá-lo para observar com olhar mais acurado. A vida é uma grande universidade. E cada crise que chega, ainda que você não goste, não deseje, ou não tenha consciência, é um convite á auto-observação e ao aprendizado, ainda que, infelizmente, envolvendo algum nível de dor ou de situações dolorosas. Se possível, comece um trabalho de observação das lentes dos seus óculos diante da vida e aprenda a observar suas crises.

Se tem um lugar privilegiado e propício á experiência da auto- observação é a meditação e escuta terapêutica. Esses anos de trabalho como psicoterapeuta, por meio das trocas terapeuta-consultante, a vida  me presentou com aprendizados profundos e vitais. E um deles é a dinâmica que se esconde por trás das crises e que compartilho agora com você. Toda crise tem uma dinâmica (na maioria das vezes inconsciente) que necessita ser observada e que integra 4 movimentos que considero caminhos e possibilidades reais de superação e ressignificação:

  1. A crise me revela quem eu realmente sou. Não há nada a
  2. Toda crise é uma lição de vida disfarçada.
  • Nenhuma crise é permanente. Ela segue sempre a lei da impermanência da vida. Seja qual for a sua dor, ela também vai
  1. Toda crise se comporta como um pêndulo de perdas e oportunidades simultaneamente.

Quando nos abrimos verdadeiramente para uma postura de crescimento e aprendizado (quando trocamos os óculos) diante das crises que a vida nos trás, podemos escutar o que o universo esta dizendo: “olhe para aquilo que você não controla e não aceita. Veja aquilo que impede você de fluir e ir adiante”. Uma das grandes lições que a vida o tempo todo nos oferta é fato de que aquilo que nos desafia é também o que mais nos prepara. E a base dessa preparação, capaz de fornecer força para superar as situações de crise, está na sua história de vida.

 

Não importa os traumas, abandonos, rejeições, perdas ou cenários sofríveis pelos quais você passou. A sua história é o que mais te prepara para a vida. Quando nos abrimos para essa verdade, em verdade e com verdade, podemos ir desenvolvendo uma compreensão mais inclusiva e menos catastrófica da vida diante das crises, pois o melhor momento para crescer é quando estamos em meio a uma crise.

Considero que o cenário atual é um desses momentos de crise. Nós (planeta) estamos em crise enquanto vivemos o desafio da pandemia por COVID-19. A terra está pedindo para ser vista. O mundo inteiro está em dor neste tempo de solidão, saudades, isolamento obrigatório, perdas. A diferença é que a crise não é só minha. Ela é também do outro. É universal. Não temos  o controle que gostaríamos de ter e nem o poder de cura imediata. Essa verdade precisa ser vista, acolhida e incluída. O vírus existe. Ele faz parte. E Talvez o momento atual esteja nos pedindo isso: inclusão.

Sim. Às vezes a alma cansa e tem vontade de entrar no jogo da desesperança, da autodestruição, do vício, da depressão. Lembra daquele abismo do desespero e da destruição que estão a um passo diante de nós quando estamos em meio a uma crise?

É hora de começar a limpar os óculos e se possível trocá-los. A realidade é outra. É hora de usar a nossa história, não só pessoal, mas como humanidade, para nos lembrar que o nosso papel neste mundo é INCLUIR, fazer a nossa jornada e aprender a AMAR. Para mim, verdadeiramente, a crise causada pelo vírus da COVID-19 nos convida a vivenciar uma das lições mais curativas neste plano: aprender a amar as situações complicadas da vida. Afinal de contas, o amor, na escala nobre dos afetos e das forças de vida , é a vacina com maior potencial de cura.

Por Mauro Sergio da Costa Batista, psicólogo da Clínica Cuidarte

Os pesos da vida, fé e a experiência transcendent

Já parou para observar o que acontece com sua energia quando você se ENTREGA ao seu banho no final do dia, ao chegar em casa? Já parou para observar a qualidade dos afetos nas suas relações quando há ENTREGA? Quando você está em um processo de ansiedade intensa  e começa a respirar… Já parou para sentir o que acontece quando você se ENTREGA á sua respiração e deixa ela te embalar e guiar? Sabe aquela vozinha, aquela intuição sentida lá no fundo que te aponta uma direção, mesmo que você não saiba explicar o sentido imediato?

Você já se deu um tempo só para contemplar e observar você se ENTREGANDO para sentir, aprender, experimentar uma experiência, um fato, uma situação? É muito mais gostoso usufruir de experiências que nos fazem sentir vivos, nos conecta com a vida e nos alinha com os nossos sonhos e objetivos, não é mesmo? E quando essa conexão não chega? E quando no lugar

de sonhos, a desesperança e o medo, por exemplo, é que faz moradia no nosso corpo, nas nossas relações, nas nossas noites de sono? Na maioria das vezes, como é agora,  em que  me pego pensando ou vivendo uma experiência de privacao, de sobrevivência ou mesmo de provação, na qual sinto que estou sendo testado no meu amor, na minhas crenças, na minha fé, aí sei que há um convite, um chamado para viver a experiência da ENTREGA. E o processo da ENTREGA é uma vivência transpessoal , pois atravessa  dimensão do nosso ser espiritual.  A fé não é uma idéia, um planejamento, uma crença ou estratégia de Coach, que podemos simplesmente experimentar para ver se funciona, se serve ou não. O convite é muito mais íntimo, as vezes solitário e geralmente uma jornada missionada , que aponta para a nossa missão e projetos de vida neste mundo e além dele. Por isso que, nesta experiência de viver    o desafio da ENTTREGA, CONFIAR, talvez seja necessário um processo de provação solitário  e íntimo, pois a minha missão é minha. A sua é sua. Os outros podem encorajá-lo, inspirá-lo,

apoiá-lo, mas ninguém pode vivenciá-la ou dizer o que é bom para você. Quem me conhece um pouco sabe que quando   estou em crise, eu escrevo. É como se neste processo eu entrasse  em uma psicoterapia silenciosa comigo mesmo. E quando começo a enxergar as minhas máscaras e sombras, minhas manipulações diante da vida, das pessoas, do meu trabalho, quando paro um pouco e verdadeiramente me dou a instrução interna de olhar para mim

mesmo, nu, começo a RE-CONHECER as cicatrizes no corpo, na minha história, na minha família, na alma. Pontos escuros que doem e que seria melhor ( racionalmente) não  vê e não  trazer a   luz porque revelaria em mim algo que pretendo esconder à mostrar para o social. Aqui. Neste ponto. Sou eu comigo. Nu. Aqui posso me acolher . Me dá colo. Posso reconhecer meus erros, falhas, impotências, minhas virtudes e milagres diários. Se eu mesmo não tenho o interesse

de se relacionar comigo mesmo e me  aceitar como sou, com rugas e tudo, como posso   seguir fingindo, me enganando e manipulando a vida e os outros para agradar um público de humanos como eu, pautado do medo social de existir? Ninguém pode fugir de si mesmo pelo resto da vida. A Entrega joga luz e alimenta a alma de intencionalidade, de comprometimento   e de força de vida. A Entrega, a fé, é uma das forças mais poderosas que alimenta a nossa CONSCIÊNCIA. E a consciência que chega na entrega real é a de que por trás da correria, por trás da ansiedade, por trás da necessidade de ser importante, por trás da imagem que muitas vezes sustento de que preciso produzir e ser necessário para alguém ou algo na vida está o Medo. Um deles já conheço de longa data: o Medo de não sobreviver. O conheço desde o tempo em que morava nas ruas e engraxava sapatos para poder comer, do verbo alimentar.

O medo da violência, de não conseguir me defender ou ser pego facilmente pela polícia. Mas outros medos também me acompanham. Como psicoterapeuta sistêmico, sugiro que, se você também sente que vive um processo de busca de auto conhecimento, se está se sentindo convidado a vivenciar um processo de entrega, de auto-analise, a pergunta a ser feita é ”

Medo do que eu tenho? O que é que eu ainda estou me apegando? O que em mim eu ainda não consigo amar? Pois bem… lembra dos fragmentos e ” pedaços dos eu” do Sergio, que acabei de

 

me referi antes, as sombras e as necessidades que muitas vezes me pego sustentando? Esse talvez seja o meu treino de vida por um bom tempo: aprender a amar minhas sombras, minhas partes desintegradas que pedem para ser  vistas, acolhidas  e  cuidadas. A minha  experiência de entrega, neste momento, me pede um processo de alfabetização da atenção interior , comprometimento e amor para olhar ( com os olhos amorosos, mente e coração abertos)    para minhas fraturas, dores não vistas e a minha missão de vida: aprender a amar através do

serviço que sirvo, pois no fundo, no fundo, tem algo de muito maior e amoroso servindo a todos nós. Disto não  tenho dúvidas. E   agora sei que não  preciso ver, mas CRER que estou sendo  visto. Lição de hoje: Fé é uma experiência de alinhamento da energia de comprometimento

( absolutamente sincero) e da ENTREGA.

Por Ségio Batista, psicólogo clínico da Cuidarte.