No contexto hospitalar, esse profissional auxilia no manejo multidisciplinar.
Sabe-se que o processo de hospitalização altera a dinâmica da pessoa que o vivencia e interfere diretamente na saúde mental dessa pessoa, comprometendo a qualidade de vida e as respostas do sujeito ao tratamento administrado.
Quando o paciente procura o hospital, constata-se que a experiência de adoecimento assume várias conotações e constitui elemento importante a ser considerado no âmbito da assistência multidisciplinar, pois dada a sua variedade, envolve diferentes tipos de abordagens – seja nos aspectos biológico, psíquico (mental), social ou espiritual.
A abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental vem sendo também utilizada no contexto hospitalar ao auxiliar os indivíduos hospitalizados a terem um manejo mais adequado do quadro vivenciado, tendo em vista que ansiedade, depressão, hostilidade, hipocondria, estratégias passivas de enfrentamento e crenças frequentemente infundadas fazem parte do momento vivenciado pela grande maioria desses pacientes.
O significado pessoal e subjetivo que a enfermidade desperta no ser humano lhe possibilita reagir de formas diferentes ao adoecer. Desse modo, o suporte exclusivamente pautado no modelo biomédico passou a ser questionado, visto a necessidade de se valorizar os aspectos psicológicos e sociais; fato que aponta a relação destes com a saúde e a doença e representa o modelo biopsicossocial.
Tendo em vista, que esse modelo de terapia é de intervenção breve, semi-estruturada e orientada para metas, esta tem sido utilizada nos centros de pesquisa e tratamento de transtornos decorridos da hospitalização. Vários estudiosos da área avaliaram sua eficácia e relataram que um procedimento psicoterápico eficiente deve considerar o desenvolvimento de estratégias que produzam compreensão e modificação dos processos físicos e psicológicos do adoecimento, promovendo o conhecimento sobre a capacidade existente para lidar com essa situação.
Assim sendo, a atuação em Psicologia com abordagem na terapia cognitivo-comportamental junto ao paciente no contexto hospitalar, à medida que identifica e compreende fatores emocionais associados à experiência de adoecimento, resgata junto a ele estratégias de posicionamento ativo no tratamento. E neste contexto, busca trabalhar não somente conteúdos psíquicos subjacentes às limitações e incapacidades, mas, também, o que é saudável e possível de ser empreendido pelo paciente no transcurso de tal processo.
Carla Keline Marinheiro
Psicóloga Cognitivo-comportamental
*Da equipe Cuidarte