Volta às aulas sem ansiedade de separação

Saiba como ajudar seu filho a ter prazer nessa nova fase

Estamos num período de início do ano letivo e nessa época sempre vem à tona o assunto do primeiro dia aula do filho em idade pré-escolar ou mesmo o que vai entrar no primeiro ano do ensino fundamental. O momento é de tensão para pais e também para a criança. Afinal é momento de separação, de entrar em contato com o novo e como tudo que é feito pela primeira vez pode ser fonte de ansiedade e medo.

Mas a ocasião não precisa ser transformada em problema, ao contrário, pode ser fonte de prazer, descobertas e alegria para pais e a criança. É preciso ter em mente que a forma como esta reage ao primeiro dia na escola tem muito do modo como o fato é encarado e vivenciado pelos pais e/ou cuidadores.

Uma criança que é agarrada em demasia a mãe, que não é incentivada a fazer amizades e a ser independente tem maior probabilidade de sentir dificuldade de adaptação. Sua reação poderá ser o choro, medo, ansiedade. Pode até mesmo desencadear o transtorno de ansiedade de separação. Entre os sinais de alerta do transtorno de ansiedade de separação está o sofrimento excessivo e recorrente frente a ocorrência ou previsão de afastamento de casa ou de figuras importantes de vinculação.

Segundo o manual do Código Internacional de Doenças, o CID 10, é normal crianças pré-escolares mostrarem um grau de ansiedade em relação a separações, real ou ameaçadas, das pessoas as quais está vinculada, porém o transtorno só deve ser diagnosticado quando o medo de separação constitui o foco da ansiedade e quando tal ansiedade surge durante os primeiros anos. Então não fique pensando que qualquer choro ou aversão do filho em ficar na escola seja o transtorno, ok?!

A criança leva um tempo para se adaptar a nova rotina. Para que esse momento seja sem dramas é importante os pais prepararem ela para essa etapa, como falar da sua ida a escola. Contar que toda criança passa por esse processo, incentivar socializações, ficar um período observando na escola, conversar com professores.

Em seu site , a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, dá, em um artigo sobre o assunto, a seguinte dica, que julgo interessante: “É importante que os pais e parentes próximos se conscientizem da importância de mudar seus possíveis comportamentos ansiosos e tendência à preocupação devido ao impacto negativo causado nas crianças. Além disso, os pais devem promover os comportamentos independentes dos seus filhos. Os pais precisam incentivá-los a superar seus medos e, jamais, subestimarem sua competência para lidarem com situações temidas”.

Ao chegar a sua casa, após a escola, faça um resgate do dia da criança com ela e continue a incentivá-la na nova rotina.  Apoiar o filho em suas demandas é um dos caminhos a ser percorrido e isto o ajudará a se tornar mais seguro e independente. Lembre-se que o objetivo da educação de um modo global é dar aos pequenos autonomia, em outras palavras, asas para eles voarem e serem felizes!

 

*Adriana Lemos – Jornalista e Psicóloga humanista
*Da clínica Cuidarte