Situações comuns da vida moderna nas cidades, como sequestro relâmpago e acidentes podem desencadear o TEPT
O estresse pós-traumático, mais conhecido entre os profissionais de saúde mental como TEPT, surge como uma reação tardia a uma situação estressante, de curta ou longa duração de natureza ameaçadora ou catastrófica. E ele causa angústia invasiva em quase todas as pessoas.
Isso significa dizer que o estresse pós-traumático é um transtorno cada vez mais comum na modernidade nas grandes cidades, onde se está suscetível a assaltos, sequestros relâmpagos, acidentes, testemunhar morte violenta, dentre outros eventos que podem desencadear o transtorno. Em consequência, não é incomum receber nos consultórios de psicologia pessoas que se queixam de sintomas associados a esse tipo de estresse.
É importante destacar que há fatores predisponentes tais como traços de personalidade ou história prévia de doença neurótica, que podem baixar o limiar para o desenvolvimento da síndrome e também agravar seu curso, embora ambas as condições não sejam necessárias nem suficientes para explicar a ocorrência do TEPT, segundo os estudos da área.
Os eventos traumáticos podem afetar o funcionamento cognitivo do sujeito, bem como sua saúde física e as relações interpessoais, por isso é importante que seja diagnosticado a tempo, pois assim existe uma grande probabilidade de não se tornar crônico. Um ponto que dificulta a identificação do TEPT é que ele reúne aspectos diferentes de outros transtornos, mas se distingue dos demais por aparecer após um evento traumático.
Entre os sintomas comuns estão: confusão mental, desorientação cronológica, atenção prejudicada, reviver a situação em flashback, problemas com a memória, insônia, pesadelos, preocupações exageradas, fadiga, tonturas, perda do apetite e somatizações, como por exemplo, queixas vagas de dor de cabeça, desconforto gástrico, náuseas.
Outras queixas comuns no discurso do paciente com TEPT é a sensação de anestesiamento, apreensão, culpa, raiva, tristeza, isolamento e prejuízo nas relações sociais, incluindo o trabalho.
Portanto, é importante identificar o TEPT e trata-lo com profissionais da área de saúde mental, como psiquiatra e psicólogo. Na opinião da psicóloga Kislley Sá Urtiga, a pessoa não apaga o evento que ocasionou o trauma, mas a psicoterapia pode ajudar o sujeito a superar. “Reaprender a viver sem o medo, sem o pânico. As pessoas que não tratam podem ter depressão, ansiedade generalizada, o que baixa a qualidade de vida”, finaliza.
Por Adriana Lemos
Jornalista e Psicóloga, da equipe Cuidarte