Quem não gosta de ter o prazer de comprar? Comprar uma roupa, um eletrodoméstico, um item de decoração para a casa e até as tão sonhadas viagens de férias. Bom, não é mesmo? A cultura popular diz até que é uma terapia para enfrentar os dias mais difíceis. Mas, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), para cerca de 8% da população mundial, comprar é um transtorno e tem que ser tratado por um psicólogo ou médico psiquiatra: são os compradores compulsivos ou oneomaníacos.
A psicóloga Náira Delboni, conta que o transtorno compulsivo atinge homens e mulheres de todas as classes sociais. Para Delboni, essa compulsão é bastante estimulada, entre outros motivos, pelo insistente incentivo ao consumo presente na sociedade contemporânea. Junto disso, ainda existem os aspectos do indivíduo, como baixa autoestima e ansiedade, sintomas que potencializam a compulsão.
E ilustra como funciona a mente do comprador compulsivo. “O que excita é o ato de comprar e não o objeto comprado. Antes de cometer o ato do qual não tem controle, é comum que o compulsivo apresente ansiedade e excitação. Já durante a execução, experimenta sensações de prazer e gratificação. E quando, por algum motivo, são impedidos de comprar, costumam relatar sensações como angústia, frustração e irritabilidade. A maioria apresenta culpa, vergonha ou algum tipo de remorso ao término da compra”, conta.
A psicóloga informa que as compras compulsivas podem levar a sérios problemas, como a ansiedade e depressão, além das dificuldades financeiras e familiares. “O apoio da família é muito importante, evitando a acusação, mas mostrando que tem algo errado e que precisa de ajuda”, avalia a profissional. Segundo a especialista, o tratamento da compulsão por compras envolve terapias e, em casos específicos, a utilização de medicamentos.
Por dentro da oniomania
Características do transtorno:
• Preocupação excessiva e perda de controle sobre o ato de comprar;
• Aumento progressivo do volume de compras;
• Tentativas frustradas de reduzir ou controlar as compras;
• Comprar para lidar com a angústia, ou outra emoção negativa;
• Mentiras para encobrir o descontrole com compras;
• Prejuízos nos âmbitos social, profissional e familiar;
• Problemas financeiros causados por compras;
• Roubo, falsificação, emissão de cheques sem fundos ou outros atos ilegais para poder comprar, ou pagar dívidas.
Tipos de tratamento:
• Acompanhamento médico psiquiátrico;
• Grupo de apoio na abordagem cognitivo-comportamental;
• Psicoterapia motivacional;
• Acompanhamento familiar.
Fonte: EsHoje