Medo de dirigir? Saiba como se livrar da ansiedade

A psicoterapia ajuda o candidato a lidar com as emoções na hora dos testes do DETRAN

Pesquisas mostram que as mulheres estão entre as pessoas que mais sofrem com o medo de dirigir. O fato está ligado à ansiedade, o que demonstra o quanto fatores psicológicos podem interferir na hora dos testes necessários para tirar a habilitação. Mas o bom dessa história, é que o medo e ansiedade podem ser tratados com psicoterapia, ajudando o candidato a lidar com as emoções na hora dos testes.

A psicóloga da Cuidarte, Janua Jasson, perita examinadora do trânsito, fala nessa entrevista sobre o assunto e sinaliza qual o caminho a seguir por aqueles que têm medo de dirigir e como enfrentar a situação.

 

Como os fatores psicológicos podem influenciar na escolha entre dirigir ou não?

Algumas alterações podem ser obstáculos na escolha entre dirigir ou não. A ansiedade generalizada, por exemplo, provoca insegurança e impede que o candidato a condutor consiga agir naturalmente, ou seja, dirigir automaticamente, como acontece com muitas pessoas. A síndrome de pânico, bem como traumas vivenciados, podem ser também causas deste medo, consequentemente a pessoa evita dirigir ou para de conduzir veículos.

 

65% dos alunos que fazem os testes de manobras e as provas escritas do DETRAN são reprovados. Até que ponto os fatores psicológicos influenciam nos momentos de provas?

Que os fatores psicológicos influenciam não há dúvidas, mas nem sempre são a causa da reprovação. No momento de qualquer avaliação é natural que haja ansiedade alterando o comportamento do candidato a condutor. Para que esta ansiedade seja controlada é necessário que o candidato esteja preparado para enfrentar todos os exames. Mas existem casos onde sabemos que o candidato tem conhecimento suficiente, preenche todos os critérios para ser habilitado e mesmo assim se depara com o fracasso. Neste caso é necessário psicoterapia para que o mesmo aprenda a lidar com seus sentimentos e tenha controle emocional no momento da avaliação.

 

Quais as técnicas que a senhora usa em suas terapias?

Não há técnica específica. Cada cliente traz sua demanda, mesmo que a queixa seja semelhante: medo de dirigir, e é de acordo com esta demanda que o trabalho é feito. Se existe um diagnóstico de ansiedade generalizada ou síndrome do pânico, por exemplo, é importante que este candidato tenha acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

 

Os resultados são satisfatórios?

Se houver persistência por parte do candidato a chance de sucesso é muito grande. Insistir nos tratamentos e continuar tentando vencer o medo é o caminho que deve ser percorrido. Como não é possível prever o tempo necessário para que este desafio seja vencido é importante ter paciência também e festejar cada passo dado.

 

Como saber se uma pessoa terá condições ou não de algum dia conseguir dirigir?

Apenas durante um processo de psicoterapia é possível descobrir se aquele candidato não será capaz de conduzir um veículo. E esta descoberta é feita pelo próprio cliente. Não é o terapeuta que vai dizer que aquela pessoa não conseguirá dirigir. Mas se existe o desejo de dirigir, não há nenhuma doença impeditiva é possível que este candidato venha a ter sucesso.

 

 O que mais aflige as pessoas na hora de dirigir? O medo de acidentes? As possíveis brigas no trânsito?

As pesquisas na área apontam que o maior medo dos condutores é de não conseguir estacionar ou partir com o carro numa subida e em seguida o medo de provocar acidentes ou de levar buzinadas e ouvir ofensas de outros condutores.

 

Quem mais sofre com este tipo de problema, homens ou mulheres?

As mulheres numa faixa etária entre 30 a 45 anos são as que mais sofrem segundo as pesquisa. Porém este medo não atinge somente mulheres, mas homens também e até homens jovens.

 

Existe alguma idade em que as pessoas devam entrar na autoescola? Isto influencia na conquista ou não da carteira? 

A idade não é determinante na conquista ou não da CNH. Em qualquer época é possível aprender a dirigir e ser um bom condutor. Os jovens são mais destemidos, porém é necessário conhecimento da legislação do trânsito, atenção e controle emocional para que o candidato seja considerado apto a dirigir. Estes critérios não são exclusivos em nenhuma faixa etária.

 

Por Adriana Lemos –  Jornalista
*Com informações de entrevista concedida ao jornal Diário do Povo

Psicologia perinatal ajuda futuras mamães em nova fase

Profissional de psicologia oferece apoio às mulheres para encarar com tranquilidade o período.

 

A psicóloga Carolina Marques, da equipe Cuidarte Terapias Integradas e com formação em psicologia Perinatal, fala da importância do apoio psicológico às mulheres grávidas, sobretudo para aquelas mulheres com gestão múltipla.

Geralmente, as mães que são contempladas com gravidez de gêmeos passam por tratamento anterior e, em alguns casos, o sucesso da fertilização não vem com a primeira tentativa. Carolina chama a atenção para o fato e para a influência dos aspectos psicológicos no sucesso do tratamento.

Ela diz que a fertilização in vitro é associada ao maior risco de depressão, já que as altas doses de hormônios podem provocar alterações de humor. Se não bastasse isso, as mulheres ainda enfrentam um período carregado de dúvidas e inquietações.

“O apoio médico, psicológico e familiar será muito bem-vindo nesse processo, fortalecendo recursos de enfrentamento diante dessa nova fase da vida da futura mamãe. Vale ressaltar a importância do pai da criança em torno desse processo desde o início e a tomada de decisão de gerar um filho”.

Quando a gravidez é bem sucedida é preciso levar em consideração que cada bebê tem a sua individualidade. “Cada pessoa age de uma forma, se desenvolve de maneira diferente, mesmo os gêmeos. Então saber diferenciar cada um dos filhos, sem generalizar. Comparar filhos, mesmo que de idades diferentes, é um dos maiores erros na educação de crianças. Isso pode comprometer o desenvolvimento psicológico de cada um”, orienta a psicóloga.

O dia a dia de uma mãe quer de gêmeos ou não costumar ser bem ‘puxado’ e, por isso, é importante a mulher contar com o apoio da família, do papai dos filhos e de um profissional. “Muitos casos de depressão pós-parto aparece devido à frustração que a mãe sente em alguns momentos, por não dá conta da nova rotina. Por isso, ela precisa saber reconhecer a necessidade de pedir ajuda à família e, quando necessário, a um profissional de psicologia”, pontua.

Carolina Marques finaliza dizendo que o apoio psicológico é importante para a mãe, pois é um momento que ela dedica a si e tem a oportunidade de reorganizar-se internamente para enfrentar as manifestações psíquicas e comportamentais do período.

 

*Com informações de reportagem veiculada no jornal Diário do Povo

**Edição Adriana Lemos

Abuso contra criança gera mudança no comportamento

Os sintomas de abuso vão de apatia ao risco de suicídio. Saiba identificar os sinais.

No último dia 18 de maio foi lembrado o Dia Nacional de Luta o Abuso e a Exploração Sexual Infantil. A psicóloga Kislley Sá Urtiga, coordenadora da Cuidarte Terapias Integradas, foi ouvida sobre o assunto em uma reportagem do Portal Cidade Verde, assinada pela jornalista Caroline Oliveira, onde ela pontuou que as crianças não tendem a denunciar esse tipo de violência porque os sofrimentos e danos as elas causados são feitos por quem deveria dar proteção, mas os infrigem.

Essas crianças tendem a apresentar diversas mudanças de comportamento. “Os sintomas variam desde apatia, ansiedade, depressão, timidez, agressividade, sexualidade exacerbada, ansiedade, depressão, distúrbio de personalidade, uso de drogas, risco de suicídio, falta de apetite, isolamento, comportamentos hostis, fadiga crônica, medo, insônia, baixa autoestima, somatização de doenças, falta de expectativas no futuro, entre outros”, destacou a psicóloga.

 

Veja entrevista com a psicóloga sobre os traumas que a violência pode provocar numa criança:

 

1. Por que as crianças tendem a não contar o fato?

Porque geram sofrimentos e danos a criança, exercidos, geralmente, por adultos que deveriam ser, a princípio, os responsáveis pela segurança, supervisão e proteção. No entanto, falham nessas tarefas, não estabelecendo relações recíprocas e apresentando desequilíbrio nas funções relativas ao poder.

 

2. É possível perceber que a criança sofre de abuso sexual? Como? Há mudança de comportamento, especifica?

A violência sexual corresponde aos atos de natureza sexual impostos a uma criança ou adolescente por um adulto que explora seu poder hierarquicamente superior, sob a forma de assédio verbal, invasão de limites corporais ou psicológicos com toques ou palavras e relações sexuais genitais, orais ou anais. No abuso sexual, as atividades sexuais não estão sintonizadas com o nível de desenvolvimento do adolescente, o qual é incapaz de dar o seu consentimento.

O abusador poderá envolver a vítima em situações de estupro, incesto e exploração sexual. A violência pode desencadear uma ou mais reações específicas nas pessoas envolvidas e no contexto nas quais estão inseridas. O comportamento mais observado, são pessoas frustradas e vulneráveis, a expressar agressividade.

Os sintomas variam desde apatia, ansiedade, depressão, timidez, agressividade, sexualidade exacerbada, ansiedade, depressão, distúrbio de personalidade, uso de drogas, risco de suicídio, falta de apetite, isolamento, comportamentos hostis, fadiga crônica, medo, insônia, baixa autoestima, somatização de doenças, falta de expectativas no futuro, entre outros.

 

3. Que traumas essa criança pode ter após sofrer abuso sexual?

São atos de hostilidade e agressividade que podem influenciar na motivação, na autoimagem e na autoestima. Podendo ser associado no futuro a graves disfunções sexuais.

 

4. Como tratar esse trauma?

Devem ser trabalhados aspectos relacionados à autoestima, autoimagem, bem-estar emocional, de acordo com o grau de severidade e de comprometimento da vítima da violência;

Atendimento psicológico familiar, com o objetivo de trabalhar as crenças, mitos, segredos familiares, autoestima dos membros da família e fortalecê-la para resolver seus conflitos e estabelecer a comunicação entre os membros;

Além das propostas citadas anteriormente, cabe aos psicólogos desenvolverem uma visão estratégica, isto é, ter ações eficazes para a valorização dos potenciais individuais.

 

5. As sequelas ficam para a vida toda? Essa criança pode se tornar um pedófilo?

O abuso sexual deve ser analisado em relação à sua frequência, intensidade, severidade e duração. Se a criança é submetida, desde cedo, a situações de abuso, maior será o comprometimento em relação ao seu desenvolvimento.

A pedofilia é um desvio sexual, o qual, a maioria dos crimes envolvendo atos sexuais contra crianças são realizados por pessoas que não são consideradas clinicamente pedófilas, já que não sentem atração sexual primária por crianças. Mundialmente, apenas um quarto dos abusos sexuais de crianças é praticado por pedófilos. Esses abusos sexuais são praticados por pessoas que simplesmente acharam mais fácil fazer sexo com crianças, seja enganado-as ou utilizando de intimidação ou força.

 

6. Qual deve ser o comportamento dos pais/responsáveis após a descoberta do crime para com a criança?

Comunicar a autoridades policiais para que investigue e tomem as medidas legais cabíveis.

 

*Entrevista originalmente publicada no portal Cidadeverde.com
**Edição Adriana Lemos

 

Cuidarte traz a Teresina curso de especialização em trânsito

Essa é a oportunidade de tornar-se perito especialista em trânsito

A Cuidarte Terapias Integradas traz a Teresina em parceria com a Posgraduar, de Minas Gerais, a especialização de Psicólogo Perito Examinador de Trânsito. A empresa parceira já operacionaliza o curso desde 2006 em Minas Gerais e no Espírito Santo e agora implanta na capital piauiense.

A pós-graduação oportuniza a especialização na área e pode ser feito também por profissionais que já têm o curso de 180 horas de Psicólogo Perito, complementando os estudos e tornando-se especialista.

Kyslley Sá Urtiga, coordenadora da Cuidarte, explica que o curso será realizado em módulos intensivos de 14 dias a cada seis meses, sendo que os módulos I e II acontecerão em julho – do dia 14 ao dia 27 – simultaneamente para quem tem o curso de perito e vai complementar as horas e também para quem vai iniciar a especialização.

Ela destaca que a especialização é certificada pelo Centro Universitário de Caratinga/MG e atende aos requisitos constantes na Resolução CONTRAN 267 e 283/2008.

As inscrições podem ser feitas no site da Posgraduar (http://www.posgraduar.com.br/) e na Cuidarte (https://clinicacuidarte.com.br/) até o dia 20 de junho.

Mais informações sobre o curso e a inscrição podem ser obtidas pelo telefone 3232 3209 ou através dos emails: kisaurtiga@hotmail.com ou bh@posgraduar.com.br

 

*Por Adriana Lemos

Clínica oferece atendimento psicológico a surdos

O atendimento psicológico ao surdo gera um vinculo afetivo  entre terapeuta e cliente uma vez que é um contato espaço visual.

 

Não existe abordagem terapêutica específica para atender o surdo usando a língua de sinais (LIBRAS), não se pode restringir o campo, ao contrário, ele deve ser ampliado.

A criança que nasce surda em uma família ouvinte necessita de acompanhamento e conhecimento em LIBRAS o quanto antes, e o atendimento Psicológico independe de faixa-etária.

A participação dos pais em todo esse processo de acompanhamento e aprendizado é essencial.

Surdez, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é a perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, de forma: leve, moderada, severa, profunda.

O surdo não oralizado necessita do conhecimento da língua de sinais, que é uma língua natural como as línguas orais. É importante ressaltar que a comunicação é uma necessidade expressiva do ser humano, o que possibilita a interação entre sujeitos em uma sociedade.

A falta de comunicação gera isolamento, preconceito e baixa autoestima, e estes conflitos muitas vezes são interpretados de forma equivocadas alterando assim o comportamento do surdo levando-o a agressividade, intolerância, individualismo.

É importante pontuar que ser surdo é ser diferente e não propriamente deficiente. O sujeito surdo tem e desenvolve habilidades próprias, a inclusão social do surdo acontecerá com a participação direta da família, responsáveis e cuidadores.

O acompanhamento psicológico em LIBRAS possibilitará condições para uma melhor convivência do surdo com a família, a sociedade e em especial ao grupo que estiver inserido.

A psicoterapia em LIBRAS permitirá ao surdo conhecer a si próprio como também o processo  relevante de construção de sua identidade e autonomia.

 

Maria Antônia do Nascimento Santos
Psicóloga – Especialista em Libras
*Da equipe Cuidarte 

Estresse interfere nas relações interpessoais

Tempo de trabalho invade a vida privada e estresse permeia essa relação

Uma pesquisa recente do IPEA com 3.796 pessoas residentes em áreas urbanas, das cinco regiões do país, aponta que cada vez mais as pessoas levam trabalho para casa, o que tem entre suas consequências o prejuízo nos relacionamentos com familiares, cônjuge e amigos. Em outras palavras cada vez mais o tempo de trabalho invade a vida privada e o estresse permeia essa relação.

De acordo com a análise feita pelo instituto, para um grupo dos entrevistados – entre 30% e 50% deles – há uma percepção comum da relação entre o tempo de trabalho e o tempo livre: a de que o tempo de trabalho remunerado afeta de modo significativo, crescente e negativo o tempo livre.

O estresse advindo do trabalho é reconhecido no mundo todo como um dos principais fatores de redução de qualidade de vida e vivenciado pelos trabalhadores como um estado desagradável e ameaçador ao bem-estar, segurança e estima.

Segundo o autor da área organizacional Álvaro Tamayo, as exigências do trabalho na modernidade, o excesso de tarefas, a redução de funcionários, a necessidade de manter-se empregado, a deteriorização das relações de trabalho são alguns dos fatores que contribuem para o aparecimento do estresse.

A degradação da capacidade de se relacionar é justamente um dos sintomas do estresse, por isso o reflexo imediato nas relações familiares e de amizade, pois a pessoa estressada sofre uma redução da capacidade de comunicação. Em alguns o estresse pode se manifestar com cansaço, dores pelo corpo, má qualidade do sono, dificuldade de concentração.

Mas se de um lado há a necessidade de manter-se empregado e ter como se sustentar, como não deixar o estresse tomar conta da vida de cada um? É certo que o gerenciamento do estresse é um desafio tanto para o trabalhador individualmente como também para as empresas.

Para o também escritor da área organizacional Gilberto Ururahy, gerenciar o estresse consiste em traçar perspectivas, antes de tudo, através dos nossos próprios pensamentos. Uma das dicas é não negligenciar os sintomas do problema, como fadiga, cansaço súbito, perturbação do sono.

Segundo ele, os sintomas e hábitos como recorrer a excitantes como o café ou o cigarro, revelam um estresse mal gerenciado. Ele alerta que tais sinais podem ser indícios de uma estafa. Procurar ajuda profissional de um médico e de um psicólogo é um dos caminhos para se cuidar, bem como fazer atividade física e manter uma alimentação saudável.

A psicóloga organizacional e da equipe Cuidarte Terapias Integradas, Laís Forte, dá dicas para melhorar o relacionamento interpessoal. Ela sugere aos casais que estejam vivenciando o que IPEA apontou, procurar um tempo só para a relação. Delimitar o tempo para o trabalho e o da relação, fazer programas a dois e sem as crianças.

Por Adriana Lemos
Jornalista e psicóloga
*Da equipe Cuidarte

Anorexia pode acontecer com crianças

Anorexia infantil se manifesta no primeiro ano de vida até os 12 anos.

Anorexia é um transtorno alimentar no qual as pessoas desenvolvem um comportamento de tornar o seu peso abaixo dos níveis esperados, associando a uma percepção de que está muito gordo. É a partir da adolescência que se percebe essa definição. Já a anorexia infantil não teria a mesma definição, esta se manifesta no primeiro ano de vida até os 12 anos.

Nesse caso não deixa de se classificar como transtorno alimentar causado pela recusa de alimentos, e tende a se agravar quando os pais insistem que a criança coma.

Definimos a anorexia infantil em dois tipos: o primeiro, de forma rara, a criança apresenta-se com recusa e apavoramento diante da comida o que ocasiona um isolamento dessa criança com o meio. O segundo apresenta-se mais frequentemente na nossa cultura, chama-se anorexia de oposição, essa caracterizada como uma verdadeira guerra entre a mãe e a criança e tem como causa a insistência dos pais para que a criança coma, podendo ter como reflexo o vômito.

A insistência e a importância que os pais dão a finalização de uma refeição levam esses pais a desenvolverem métodos para alcançar o seu objetivo, tais como colocar a criança na frente da TV para distrair, deixar sentado na mesa de castigo só podendo levantar quando terminar, oferecendo uma colher para a criança e outra para a boneca, entre outros.

Com esses atos os pais acreditam estar favorecendo uma dinâmica saudável, e na verdade estão provocando na criança uma tortura na hora da alimentação. É importante colocar que crianças perdem o apetite muito fácil e por diversos fatores, como viroses, crescimento da dentição e até mesmo a introdução de novos alimentos na dieta. A cada método reinventado pelos pais ou cuidadores se reafirma um ciclo que vai se agravando a cada nova rejeição da refeição, transformando-se em um hábito.

A criança anoréxica de oposição é geralmente muito ágil, estando à frente de outras crianças no desenvolvimento motor. Os bebês muitas vezes apresentam-se agitados e nervosos.

É importante pontuar que anorexia infantil muitas vezes é passageira, os pais necessitam buscar orientação com um psicólogo e com o pediatra de acordo com a vivência do momento. Havendo um trauma o psicólogo conseguirá identificá-lo e trabalhá-lo.  É necessário deixar claro que a anorexia infantil tem solução e muitas vezes é resolvida com boa distração (passeios em seus lugares preferidos), mudança nos hábitos alimentares e uma maior disponibilidade de atenção por parte dos pais a criança, demonstrar interesse, conversar sobre o assunto, elogiar boa conduta, mas na maioria das vezes a criança quer sentir-se segura e amada esse é o primeiro passo para a cura.

Por Kislley Sá Urtiga
Psicóloga clínica e gestalt-terapeuta infantil
*Da equipe Cuidarte 

 

Saiba tudo sobre autismo e como tratar o transtorno

Em 2 de abril  aconteceu o dia mundial do autismo para conscientizar acerca do tema

 

O autismo caracteriza-se por um comportamento aparentemente alheio ao ambiente social, uma tendência a movimentos e vocalizações repetitivas, uma resistência variável, mas sempre presente, a mudanças na rotina e dificuldades típicas de aprendizagem de habilidades sociais e de autocuidados, cuja precocidade é impeditiva, causando um empobrecimento generalizado do repertório de conduta das pessoas afetadas pelo transtorno.

Esses problemas afetam praticamente todas as áreas do desenvolvimento e em diferentes intensidades.

Para compreender como se dá a intervenção comportamental, é necessário entender que princípios estão por trás da teoria. B.F. Skinner, um dos teóricos da Análise do Comportamento.

Ele defendia o estudo do comportamento com objetivos de prevenção e controle e propunha uma tecnologia do comportamento, assim com um planejamento cultural da sociedade.

Essas propostas coincidem com a influência da teoria darwiniana da seleção das espécies sobre a Análise do Comportamento. Partindo do pressuposto de que, assim como as espécies, os comportamentos e as culturas passam por processos de variação e seleção, cujos efeitos retroativos sobre os organismos e os grupos se mantêm na medida em que contribuem para sua sobrevivência.

É importante esclarecer que, para a Análise do Comportamento, o comportamento de uma pessoa é controlado por sua história genética e ambiental, sendo o próprio comportamento humano uma forma de controle. O controle sempre está presente, e é em grande parte social.

A ABA (Applied Behavior Analysis ou Análise do Comportamento Aplicada), como o próprio nome diz, é a aplicação da Análise do Comportamento ao estudo e à intervenção de comportamentos socialmente relevantes e em ambiente natural.

Ela utiliza-se de métodos baseados em princípios científicos do comportamento para construir repertórios socialmente relevantes e reduzir repertórios problemáticos.

Os pressupostos básicos são os comportamentos observados  passíveis de serem modificados, e a emissão de comportamentos considerados inadequados não são vista como sintoma de uma doença; todo comportamento possui uma função (causa); a emissão de comportamentos pode produzir diversas consequências, e baseado na análise funcional, podemos investigar o que mantém tal comportamento.

Dentro da perspectiva da Análise do Comportamento pode-se afirma que as pessoas com autismo apresentam dificuldade em responder a estímulos discriminativos sociais, ou seja, relativos aos comportamentos de outras pessoas. Muitos reagem a estímulos incondicionados em magnitude e latência diferentes da média das outras pessoas

A ABA se baseia em quatro passos: “1) avaliação inicial, 2) definição dos objetivos a serem alcançados, 3) elaboração de programas (procedimentos) e 4) avaliação do progresso”.

As avaliações iniciais estabelecem uma linha de base dos comportamentos do paciente, através de sua observação, da investigação periódica dos possíveis reforçadores. A partir daí são estabelecidos os objetivos, e o planejamento das tarefas é feito.

Um dos objetivos dessa abordagem é identificar as relações funcionais entre comportamentos problemáticos e eventos ambientais específicos e propor alternativas para se conseguir a mesma consequência com um comportamento diferente.

O analista do comportamento também prepara o ambiente para que novas habilidades possam ser aprendidas, não sem antes identificar as habilidades do paciente e as que precisa aprender.

Habilidades básicas tais como contato visual, sentar independente, seguir instruções simples e imitação motora devem ser ensinadas, se necessário, antes de se introduzir habilidades descritas em um currículo mais intermediário, tais como reconhecimento de objetos, nomeação, reconhecimento de números, atividades da vida diária (por exemplo: escovar os dentes ou lavar as mãos) e, finalmente, as habilidades pertinentes a um currículo mais avançado, tais como gramática, conceitos matemáticos, emoções.

É importante ressaltar que as intervenções se dão através de reforçamento positivo. O processo é lento, dividido em pequenos passos e constantemente avaliado, verificando-se a eficácia ou não do programa.

 

Flávia Barros
Psicóloga Comportamental
*Da equipe Cuidarte

 

 

Abordagens são caminhos distintos que levam ao mesmo lugar

 

Saiba mais sobre as abordagens da psicologia e como funcionam.

Quando a gente quer chegar a um determinado lugar pensamos qual o melhor caminho para atingir nosso objetivo. Ponderamos, por exemplo, qual o percurso é mais curto. Podemos também considerar qual tem menos sinal de trânsito e assim, apesar de ser mais longo, possibilitará andar com mais rapidez Independente de escolher um ou outro, no final chegaremos ao mesmo lugar.

Em se falando de psicologia, melhor, nas abordagens psicológicas podemos fazer uma comparação com o relatado acima, no sentido de que podemos escolher uma das abordagens (caminhos) na hora de ser atendido (a) por um psicólogo e, independente de qual, alcançaremos nosso objetivo (autoconhecimento, acolhimento, alívio do sofrimento subjetivo).

Ao optar por uma ou outra abordagem psicológica, o que vai mudar na prática é o caminho escolhido para chegar ao objetivo. Em linhas gerais, o que difere uma abordagem da outra é a base teórica que a sustenta, bem como as técnicas usadas pelo profissional de psicologia para atender seu cliente/paciente.

Entre as abordagens mais conhecidas podemos citar a Psicanálise, a Humanista, a Comportamental e a Cognitivo-Comportamental.

De modo simples, a primeira trabalha com o inconsciente e com conceitos como id, ego, superego, pulsões, transferências e contra transferências. O método básico da psicanálise é o manejo da transferência e da resistência em análise.

Já a abordagem Humanista abarca conceitos apropriados da filosofia, tais como existencialismo e fenomenologia. E está mais centrada em acolher o sujeito em sua singularidade, importando-se menos com o sintoma (o que/transtorno/doença) e mais com o que o provoca (o como), o modo de o sujeito funcionar no mundo. Acredita nas potencialidades do ser humano e na sua capacidade de autorregulação.

A abordagem Comportamental ou Análise do comportamento, por outro lado, trabalha em termos de comportamentos, seus antecedentes e consequentes. Acredita que a pessoa  se comporta pela consequência de comportamentos anteriores. É uma abordagem de cunho educativo.

Como a anterior, a abordagem Cognitivo-Comportamental (TCC) é educativa, toma como base o arcabouço teórico daquela. Assim como a Análise do Comportamento, a TCC é mais diretiva, tendo como foco não só o comportamento, mas o pensamento.

Para a TCC o pensamento modifica o comportamento, já para a Análise do Comportamento o pensamento é uma classe de comportamento.

Após ter claras as diferenças entre as abordagens psicológicas, é escolher a que mais se adéqua às suas necessidades e desejos. Por fim, é importante destacar que a empatia com o profissional que vai lhe acompanhar é outro ponto a ser considerado.

Adriana Lemos
Psicóloga e Jornalista
*Da equipe Cuidarte

Psicólogo ajuda paciente a enfrentar hospitalização

No contexto hospitalar,  esse profissional auxilia no manejo multidisciplinar.

Sabe-se que o processo de hospitalização altera a dinâmica da pessoa que o vivencia e interfere diretamente na saúde mental dessa pessoa, comprometendo a qualidade de vida e as respostas do sujeito ao tratamento administrado.

Quando o paciente procura o hospital, constata-se que a experiência de adoecimento assume várias conotações e constitui elemento importante a ser considerado no âmbito da assistência multidisciplinar, pois dada a sua variedade, envolve diferentes tipos de abordagens – seja nos aspectos biológico, psíquico (mental), social ou espiritual.

A abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental vem sendo também utilizada no contexto hospitalar ao auxiliar os indivíduos hospitalizados a terem um manejo mais adequado do quadro vivenciado, tendo em vista que ansiedade, depressão, hostilidade, hipocondria, estratégias passivas de enfrentamento e crenças frequentemente infundadas fazem parte do momento vivenciado pela grande maioria desses pacientes.

O significado pessoal e subjetivo que a enfermidade desperta no ser humano lhe possibilita reagir de formas diferentes ao adoecer. Desse modo, o suporte exclusivamente pautado no modelo biomédico passou a ser questionado, visto a necessidade de se valorizar os aspectos psicológicos e sociais; fato que aponta a relação destes com a saúde e a doença e representa o modelo biopsicossocial.

Tendo em vista, que esse modelo de terapia é de intervenção breve, semi-estruturada e orientada para metas, esta tem sido utilizada nos centros de pesquisa e tratamento de transtornos decorridos da hospitalização. Vários estudiosos da área avaliaram sua eficácia e relataram que um procedimento psicoterápico eficiente deve considerar o desenvolvimento de estratégias que produzam compreensão e modificação dos processos físicos e psicológicos do adoecimento, promovendo o conhecimento sobre a capacidade existente para lidar com essa situação.

Assim sendo, a atuação em Psicologia com abordagem na terapia cognitivo-comportamental junto ao paciente no contexto hospitalar, à medida que identifica e compreende fatores emocionais associados à experiência de adoecimento, resgata junto a ele estratégias de posicionamento ativo no tratamento. E neste contexto, busca trabalhar não somente conteúdos psíquicos subjacentes às limitações e incapacidades, mas, também, o que é saudável e possível de ser empreendido pelo paciente no transcurso de tal processo.

Carla Keline Marinheiro
Psicóloga Cognitivo-comportamental
*Da equipe Cuidarte