Mais uma reunião de entrosamento do corpo clínico da Cuidarte e administrativa aconteceu nesta sexta-feira, 24, na sede da clínica. Além de um bate-papo descontraído, as coordenadoras Kislley Sá e Janua Janson fizeram o sorteio, entre os presentes, do livro “Corações Descontrolados – o jeito borderline de ser”, da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva. Veja quem prestigiou o encontro na foto.
Dedicação ao filho único e a síndrome do ninho vazio
Essa semana, por conta do dia das mães, fui procurada por uma repórter para falar sobre os sentimentos e emoções que invadem a mulher que é mãe de filho único. A pauta tinha como gancho a síndrome do ninho vazio. Ela queria saber se as mulheres nessa condição são mais propensas a desenvolver a síndrome ou não. A literatura sobre o assunto traz que as mulheres de um modo geral são mais vulneráveis que os homens, mas isso acontece com eles também. A síndrome se caracteriza pelo sentimento de solidão, irritação e depressão quando os filhos deixam a casa. Confira a entrevista na íntegra e saiba como evitar o problema!
Quais os conflitos mais comuns na relação entre pais e filho único?
Não dá para precisar isso, então varia de família para a família. Mas um dos nós está no fato de que quando só se tem um filho é comum jogar muitas expectativas sobre ele e aí pode haver excessos, como superproteção, cobranças em relação às expectativas lançadas sobre o filho.
Como eles podem ser contornados?
Procurando não depositar no filho essas expectativas, conversar, ser maleável e dar uma educação maleável também; não viver apenas para o filho e em função dele, mas cuidar de si, ter vida própria. Isso evita adoecimento e proporciona a possibilidade de uma vida saudável em família.
Qual a fase mais difícil para o filho? E para os pais?
Isso também depende de vários fatores, de situação para situação. Todas as fases do desenvolvimento humano têm suas dificuldades e encantos.
A Síndrome do Ninho Vazio é mais comum em mães que tiveram apenas um filho?
Não está relacionada diretamente ao fato de existir só um filho. A síndrome se caracteriza pelo sentimento de solidão, irritação e depressão quando os filhos deixam a casa. A literatura sobre o assunto diz que é mais comum em mulheres que nos homens, mas pode acontecer com eles também, ou seja, pai e mãe.
O que o filho, na fase adulta, pode fazer para que os pais não se sintam abandonados?
Aqui prefiro falar o que os pais podem fazer para não se sentirem assim. Como falei, é cuidar de si também e não ter sua vida limitada ao filho. É natural do fluxo da vida ter o filho ou filhos, eles cresceram, ficarem adultos e saírem de casa ou para casar ou para estudarem ou trabalhar fora. Isso se chama amadurecer. Os pais têm de ver isso é como vitoria, e não como abandono. O filho adulto e criado rumo à independência tem na sua história ‘o dedo dos pais’, então eles contribuíram para sua formação e amadurecimento, no preparo para a vida.
O que é recomendado aos pais para que não se tornem superprotetores durante a adolescência do filho?
Já respondi anteriormente, no que se refere a maleabilidade da educação e do cuidado consigo mesmo. Se a mãe ou o pai sentirem depressão e tristeza quando os filhos saem de casa, a primeira coisa a fazer é reconhecer a situação e em seguida aceitar. A recomendação é que a pessoa procure fazer coisas que deem prazer, como dançar, viajar, fazer um curso para usar tecnologia, participar de grupos, praticar esporte. Enfim, iniciar uma nova fase da vida, pois nossa vida é processo e tem diversas fases. É preciso entender que a fase da vida mudou e se a pessoa não buscar outras fontes de prazer ela pode adoecer. O importante é tirar o foco da ausência do filho. Caso não consiga dar conta sozinha disso, é recomendado buscar apoio psicológico e /ou até ajuda médica, caso haja necessidade do uso de medicação.
Por Adriana Lemos – Jornalista e psicóloga
*Da equipe Cuidarte
*Foto: Wagner Santos
O fabuloso destino de Amelie Poulain e a personalidade de esquiva
“Ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente do que criar laços com aqueles que estão presentes.”
As obras cinematográficas, via de regra, nos emocionam, contam histórias baseadas em fatos reais, ou não; e ainda nos fazem refletir sobre diversos temas. É assim com o filme O fantástico Destino de Amelie Poulain, que traz como temática de fundo a personalidade de ‘esquiva’ da sua personagem principal.
A sinopse do filme diz que a ingênua Amélie (Audrey Tautou) deixa o subúrbio, onde morava com a família, e muda-se para o bairro parisiense de Montmartre, onde começa a trabalhar como garçonete. Certo dia encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e, pensando que pertencesse ao antigo morador, decide procurá-lo e é assim que encontra Dominique (Maurice Bénichou). Ao ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo. Então, a partir de pequenos gestos, ela passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência. Contudo, ainda sente falta de um grande amor.
Esta última frase da sinopse é, a meu ver, a principal para definir o ‘x’ da questão psicológica na temática do filme. Na verdade, essa mocinha tem um tipo de personalidade que denominamos de Esquiva. E assim sendo, tem uma desconfiança nas relações, ela não consegue ‘se entregar’/estar toda nelas; possui um medo de perder o que ainda nem tem: o amor, por isso vive a procurar sinais de rejeição para perder antes de ter.
Pessoas com esse estilo de personalidade parecem medrosas e ansiosas. Do ponto de vista gestáltico, podemos compreender a personalidade de esquiva, como àquela na qual uma pessoa tem dificuldade em certo ponto do contato, promovendo a descontinuidade deste. As pessoas com personalidade de esquiva são do tipo introjetoras, têm uma tendência ao humor depressivo; têm necessidade de afeto, mas vacilam entre isto e o medo da rejeição e o entorpecimento das emoções.
Ouvi de um professor de psicopatologia em uma especialização que estou terminando, que pessoas com esse padrão de personalidade dificilmente aparecem em nosso consultório. Bem, é verdade em parte a afirmação do mestre, mas na prática clínica conclui que mesmo em um padrão de comportamento, como o de Esquiva, há variação de pessoa para pessoa, pois a subjetividade é única. E o bom dessa experiência é que as pessoas com esse tipo de personalidade chegam em busca de ajuda, sim!
Para nos aprofundamos um pouquinho mais sobre o assunto, vamos falar sobre o conceito de personalidade. Numa compilação livre de vários conceitos, podemos entendê-la como um modo estrutural de pensar, sentir e comporta-se. Allport diz que personalidade é a organização dinâmica no indivíduo de sistemas psicofísicos que determinam as suas adaptações singulares ao próprio meio.
Isto quer dizer que temos envolvidos na personalidade componentes da genética, do crescimento e desenvolvimento, relações familiares (hereditariedade e apresentação do mundo), cultura, geografia, época (campo) e classe social (oportunidades).
Já para o DSM IV, “são padrões de perceber, relacionar-se e pensar sobre o ambiente e sobre si mesmo. Os traços de personalidade são aspectos proeminentes da personalidade, exibidos em uma ampla faixa e contextos sociais e pessoais importantes. Apenas quando são inflexíveis, mal adaptativos e causam prejuízo funcional significativo ou sofrimento subjetivo, os traços de personalidade constituem um transtorno de personalidade”.
Qualquer que seja seu estilo de vivenciar o mundo e se você está incomodado (a) com ele, a boa notícia é que pode ser trabalhado na psicoterapia. Como estrutura e sistema, a personalidade tem um padrão, mas ela pode ser flexibilizada e é nisso que a terapia vai ajudar. E sobre a Amelie, ela consegue entregar-se a um grande amor no final do filme, e assim, deduzi que ela flexibilizou seu estilo de personalidade.
Por Adriana Lemos – Jornalista e Psicóloga (gestalt-terapeuta)
*Da equipe Cuidarte
Falta de diálogo ainda é realidade na educação sexual dos filhos
Tema deve ser apresentado para os filhos desde a infância de modo natural
A falta de diálogo entre pais e filhos, principalmente, quando o assunto é sexualidade ainda é regra nos dias atuais. Essa é uma das conclusões que a psicóloga e terapeuta sexual Kislley Sá Urtiga chegou ao longo da sua experiência profissional com adolescentes.
O tema da exacerbação da sexualidade ficou na berlinda, no último mês, em Teresina, após vídeos íntimos de adolescentes vazarem numa rede social.
Segundo a psicóloga 40% dos seus pacientes são adolescentes e muitos trazem para o consultório a temática sexual. Para ela, esse número revela que a falta de diálogo dentro de casa tende a desencadear sofrimento psíquico e problemas na sexualidade, inclusive na vida adulta.
Isso catalisado, de um lado, pelo falta diálogo, e por outro pelo estímulo produzido pelos meios de comunicação, como a televisão e a Internet. “Percebemos que até mesmo as músicas que fazem sucesso na atualidade, via de regra, são carregadas de conteúdo erótico. As novelas têm sido outro meio de propagar e banalizar o tema.
“Essa acessibilidade é positiva pelo sentido de que a sexualidade não é algo para ser tratado veladamente ou com tabu. Ao contrário, ela deve ser apresentado para os filhos desde a infância de modo natural”, pontua Kislley Sá Urtiga.
De acordo com a terapeuta não há idade para se falar sobre sexualidade, mas existem sim maneiras e formas de linguagem para abordar o assunto.
“Medo de falar sobre sexo é inaceitável, porque nós precisamos educar os nossos filhos para a vida, incluindo a área da sexualidade. Se essa educação não vem de casa eles irão procurar em Internet e na experiência dos amigos da mesma idade, que podem não ser os mais seguros e adequados”, diz.
Kislley Sá encerra frisando que o diálogo franco com os filhos é o meio mais adequado para orientar e acolher as necessidades deles sobre a vida.
Por Adriana Lemos – Jornalista e psicóloga
Da equipe Cuidarte
A era do espetáculo e a exposição na Internet
Vivemos numa era midiática em que o ser é mostrar.
Recente episódio envolvendo a exposição de cenas íntimas de adolescentes nas redes sociais, em Teresina, traz o assunto para o campo das discussões mais uma vez. E a pergunta que se faz é até que ponto é saudável a exposição da ‘vida privada’ na Internet e cadê o controle dos pais?
É fato que cada vez mais os jovens, e também os adultos, estão usando a Internet e as redes sociais, como twitter, instagram, facebook e whats app. Isto tanto pela facilidade cada vez maior de acesso à Web através dos smartphones e tablets, quanto pelo fato de hoje vivermos a chamada era do espetáculo, na qual o ser é ou pode ser igual a mostrar. E aí mostra-se de tudo um pouco nas redes sociais: os sapatos novos, a recente conquista amorosa, a viagem das férias, o embarque no avião…
E acrescenta-se a isso o fato da adolescência ser uma fase na qual há uma disposição à onipotência e ao pensamento mágico. Seria como pensar mais ou menos assim: “eu posso fazer tudo, que não vai acontecer nada”. Essas características podem levar a mostra-se, inclusive nu o seminu, e o jovem ter como pensamento que a tela e a distância relativiza o perigo de expor-se, o que não é verdade. O perigo é real.
Há quem veja as redes sociais como um problema socio-educacional em si. A realidade, como já falado, é que vivemos em uma sociedade midiática e as redes sociais são fruto dessa era atual, como eram os cadernos e agendas do tempo da adolescência dos nossos pais e de quem tem na casa de 40 anos.
Se formos analisar existia naquele tempo um embrião das redes sociais de hoje: os questionários que passavam na escola entre as meninas, onde se respondiam perguntas pessoais. O fim podia ser o mesmo das redes de hoje: mostrar a vida e bisbilhotar à alheia também. E a garota que tinha sua agenda/caderno com mais perguntas do questionário respondidas era também uma das mais populares da turma.
Os meios de comunicação e interação da modernidade por si só não são culpados pela exposição excessiva que vemos hoje em meios como o instagram e o facebook, que a meu ver são os mais populares. Repito que vivemos na era do espetáculo, na qual o ser é/ou pode ser exibir-se/mostra-se e há as pessoas que gostam de ver e as que gostam de mostrar. É por isso que as fotos do instagram fazem tanto sucesso, bem como as postadas no facebook.
Temos que pensar no fato de que cada um é responsável pelo que publica nessas redes. Então é importante filtrar o que publicar para preservar sua intimidade e até mesmo manter sua segurança.
No caso dos adolescentes, é necessário que os pais sejam vigilantes e, sobretudo conversem com seus filhos, acompanhem o que eles fazem na Rede, quem são seus ‘amigos’, e não apenas deem computadores e telefones de última geração em substituição à presença qualitativa na vida deles. O diálogo e a presença são pontos fundamentais.
Por Adriana Lemos – Psicóloga e Jornalista
*Da equipe Cuidarte
O Cisne Negro e a automutilação
O ato de cortar-se é uma forma de por para fora uma dor emocional não falada
Quem já assistiu a obra cinematográfica Cisne Negro vê não só belas imagens, maquiagem perfeita, mas também pode acompanhar uma história rica em conteúdo sobre o ser humano. Em linhas gerais, o filme trata do drama vivido pela personagem interpretada pela atriz Natalie Portman, dos polos de sua personalidade frágil/forte, do mundo de competição do balé e, fala ainda, do transtorno de automutilação ou cutting (cortar/cortando).
Em momentos de angústia e ansiedade a personagem costuma se ferir, promovendo o alívio daquele momento de dor emocional. Esse transtorno, na vida real, é mais comum que se imagina, e pode ser desencadeado por distúrbios psicológicos.
Segundo os especialistas, a prática estaria ligada à culpa e é comum entre os adolescentes, podendo ainda ocorrer em casos de ciúme, por exemplo, quando a pessoa se fere para atingir o outro. A depressão também é um dos casos que leva a automutilação devido à necessidade de deixar de sentir tristeza, bem como os transtornos alimentares podem estar presentes em comorbidade com o cutting.
A automutilação pode ser olhada como a externação de algo não dito, o não falado. Assim, a automutilação seria um ‘grito’, ‘um pedido de socorro’, o ‘externar o silêncio’ e ainda o meio encontrado para liberar a ansiedade.
Ainda segundo os estudiosos da área, a automutilação é feita de forma consciente e não está ligada a ideação suicida. Os ferimentos são realizados geralmente em locais que não podem ser vistos por familiares e amigos. Mas por outro lado, as lesões podem ser feitas em área visíveis para chamar a atenção ou se obter os chamados ganhos secundários.
Para a psicóloga de base psicanalítica, Polliana Melo, a automutilação é um comportamento agressivo, mesmo que algumas pessoas fiquem se machucando, muitas vezes até “sem perceber” o que estavam fazendo.
Ela pontua que geralmente que tem a prática do cutting, afirma automutilar-se com a intenção de interromper uma dor emocional muito forte. É como se fosse uma troca da dor emocional pela dor física.
“Mas logo após uma crise de automutilação é comum sentirem culpa e uma sensação de fracasso ainda maior. Também existe a possibilidade de que a pessoa que mutila seu próprio corpo está tentando sentir algo. Esta pessoa tem tamanha dificuldade em entrar em contato com seus sentimentos que não percebe qualquer sensibilidade em si mesmo, e na tentativa desesperada de sentir, machuca seu corpo”, acrescenta.
Para o tratamento deste transtorno se faz necessário acompanhamento interdisciplinar de médico psiquiatra e de um profissional de psicologia. De modo que o sujeito possa ser acolhido em sua singularidade e, a partir do encontro entre humanidades propiciado pela psicoterapia, possa elaborar seus sentimentos, emoções e atos.
Aos pais e familiares a orientação é fomentar o diálogo nas suas relações, já que a automutilação, como já falado é uma forma de gritar, de comunicar sobre a dor emocional que se sente e não se fala. Em suma, o encontro genuíno entre as pessoas se faz pelo diálogo, onde cada um pode comunicar e se sentir aceito em sua singularidade, sobretudo aceito por si mesmo e ter a confirmação da aceitação do outro.
Por Adriana Lemos – Jornalista e psicóloga
*Da equipe Cuidarte
*Colaborou a psicóloga Polliana Melo
Psicóloga dá dicas de como diminuir a dependência da tecnologia
Janua Janson diz que é comum ver amigos interagindo no mundo virtual em vez de no real
A tecnologia do telefone celular, sobretudo dos smartphones é fantástica, diminui distância, gera comodidade e mobilidade, mas por outro lado, o fato de estar sempre conectado à tecnologia pode gerar problemas, entre eles prejuízo nos relacionamentos interpessoais, no trabalho, e junto à família.
Foi sobre este tema que a psicóloga Janua Janson falou em entrevista recente no podcast do site Medplan, onde pontuou que adição ao uso do aparelho tem se tornado comum. “A pessoa deixa de viver no mundo real para viver o virtual. E este não é real”, frisa Janua.
“O hábito de estar sempre conectado tem causado dificuldade nos relacionamento. Não é incomum ver num local público grupo de amigos que em vez das pessoas estarem interagindo entre si estão mexendo em seus telefones, nas redes sociais, como facebook e twitter”, observa.
A psicóloga explica que o uso excessivo do celular compromete a sociabilidade, fazendo os usuários substituírem o contato pessoal, com amigos e parentes, pelo virtual. Além disso, a pessoa se sente desprotegida e ansiosa quando percebe que está sem o aparelho. Se ela esquece o aparelho em casa, por exemplo, passa o dia desatenta, tendo queda na produtividade.
“Hoje nos temos a tecnologia para facilitar a vida da gente e não para nos prender, todavia não é isso que temos observado. Isso causa dificuldade no relacionamento, porque as pessoas não interagem mais, vivendo assim, apenas no mundo virtual”, diz Janua Janson.
Entre as dicas que a profissional dá para os que não consegue viver sem mexer no telefone, é tentar diminuir a frequência do uso, desabilitando as notificações, deixando-o desligado em alguns momentos, a fim de amenizar a dependência da tecnologia.
*Por Adriana Lemos
Com informações do site Medplan
Psicólogas da Cuidarte são homenageadas
A homenagem é pelo dia da Mulher, que ocorre nesta sexta-feira.
As profissionais de psicologia da Cuidarte estão sendo surpreendidas com uma bela e sensível homenagem da clínica, nesta semana dedicada às mulheres. Todas recebem mensagem e chocolate pela passagem do Dia da Mulher, que transcorre nesta sexta-feira, 08.
A data tem como simbologia maior as lutas e conquistas que elas conseguiram ao longo da história. Dentre elas o direito de trabalhar fora de casa e receber por isso, incluindo profissões que exigem habilidades já tão peculiares ao universo feminino, como o ato de cuidar.
Veja a mensagem na íntegra:
“Todos os efeitos são recíprocos, e nenhum elemento age sobre outro sem que ele próprio tenha se modificado.” (Carl Jung)
Essa é uma homenagem as lindas mulheres psicólogas da CLINICA CUIDARTE.
Psicopedagoga realiza oficina de escrita na Cuidarte
A oficina é lúdica e voltada para crianças com disgrafia
A psicopedagoga Nádia Maria Alves Pinheiro está oferecendo na Cuidarte um trabalho diferenciado na área. Trata-se da Oficina de Escrita, voltado para o desenvolvimento de técnicas de reeducação para alunos disgráficos (dificuldade na escrita/leitura/letra inadequada).
Nádia explica que a oficina tem como objetivo melhorar a qualidade do traçado das letras. “Trabalhamos as habilidades de percepção visual, auditiva e tátil. Isso é feito em cima das dificuldades da criança. Se a ela tem, por exemplo, dificuldade na letra cursiva usamos a arte, como a pintura, tudo de modo lúdico”, diz.
Ela acrescenta que jogos, recortes, colagem, uso de massinhas são outros recursos usados na oficina, além do trabalho com a postura da criança, posicionamento do papel e a direcional idade do traçado
Infância é tempo de brincar e se estruturar
O lúdico serve como base de estruturação e desenvolvimento da criança.
Hoje em dia, tem-se percebido uma maior preocupação com a formação das crianças. Tanto pais, como educadores, procuram a melhor forma de as tornarem responsáveis e equilibradas; contudo, não é raro esquecerem-se que o brincar pode ser uma ferramenta para esse desenvolvimento. Através do brincar, ela desenvolve capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação.
Ao brincar, exploram e refletem a realidade e na qual estão inseridas, interiorizando e ao mesmo tempo, questionando as regras e papéis sociais. O brincar potencia o desenvolvimento, já que assim aprende a conhecer, aprende a fazer, aprende a conviver e, sobretudo, aprende a ser. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção.
Quando brincam, as crianças ultrapassam a realidade, projetando na brincadeira as suas dificuldades em relação à vida real. O brincar apresenta características diferentes de acordo com o desenvolvimento das estruturas mentais, existindo, segundo Piaget, três etapas fundamentais. É importante ressaltar também que quando brinca a criança revive eventos que foram significativos, mostra seus sentimentos, comportamentos e dificuldades relacionadas a algumas situações. O ato de brincar permite que a criança procure soluções adequadas para essas dificuldades e através de brincadeiras e o uso de fantasias dirigidas, aumenta as chances de a criança buscar alternativas para esses comportamentos inadequados que primeiramente atuam através de personagens que representa e, só depois generaliza para o ambiente em que vive.
O brinquedo representa uma oportunidade de desenvolvimento. Ele traduz o real para a “realidade infantil”, suavizando o impacto provocado pela intensidade com que os adultos colocam tal situação para as crianças, diminuindo o sentimento de impotência da criança. Os problemas que surgem na manipulação dos brinquedos, jogos, fazem a criança crescer através da procura de soluções e alternativas. Por exemplo, um boneco pode ser um bom companheiro, no qual a criança demonstra agressividade; uma bola, um promotor do desenvolvimento motor; um quebra cabeça estimula o desenvolvimento cognitivo; etc.
O adulto pode (e deve) estimular a imaginação das crianças, despertando ideias, questionando-as de forma a que elas próprias procurem soluções para os problemas que surjam. Além disso, brincar com elas, procurando estimular as crianças e servir de modelo, ajuda-as a crescer.
O brincar com alguém enriquece os laços afetivos da criança. Um adulto, ao brincar com uma criança, está fazendo uma demonstração do seu amor. A participação do adulto na brincadeira eleva o nível de interesse, enriquece e estimula a imaginação das crianças. É através da atividade lúdica que a criança se prepara para a vida, assimilando a cultura do meio em que vive, integrando-se nele, adaptando-se às condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a cooperar com os seus semelhantes: a conviver como um ser social.
“A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típica da vida humana enquanto um todo… Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo… O Brincar em qualquer tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação.” (Froebel, 1912).
É importante que as crianças tenham tempo livre para brincar, um brincar que não seja controlado, cheio de regras. Mas onde possa expressar livremente seus sentimentos, pois não há melhor forma de comunicação para as crianças que não seja através da brincadeira. Pois nos dias de hoje, as crianças estão cada vez mais cheias de responsabilidades, de atividades estruturadas que ocupam todo o seu dia, sem tempo livre para ser criança. Muitas vezes, todas essas ocupações lhes causam danos à saúde, como o estresse infantil.
Polliana Melo – Psicóloga
*Da equipe Cuidarte