15 distúrbios do sono mais comuns do mundo

Distúrbios do sono são problemas de diferentes origens que afetam a nossa capacidade de dormir adequadamente e que podem afetar negativamente a saúde do nosso corpo e mente.

Segundo Luciana Palombini, médica membro da Associação Brasileira do Sono(ABS), o sono é o estado no qual o corpo descansa para que funcione bem durante a vigília (isto é, quando estamos acordados). “É durante o sono que importantes funções do corpo são realizadas, por isso ele é tão essencial”, explica a especialista.

Quando não dormimos direito ou por um número de horas adequado, é comum surgirem sintomas como cansaço, sonolência excessiva durante o dia, irritabilidade e até problemas de memória.

No longo prazo, porém, o sono deficiente pode levar ao desenvolvimento de doenças e a disfunções do organismo, podendo comprometer muitas vezes nosso sistema cardiovascular e modificar o funcionamento do nosso metabolismo.

Mas você sabe quais são os distúrbios do sono mais comuns que existem? Abaixo, nós listamos os principais. Confira!

15 distúrbios do sono mais comuns

1. Apneia do sono

A apneia do sono é a condição na qual a pessoa apresenta paradas respiratórias durante o sono, causadas por uma diminuição no espaço da faringe (tubo pelo qual entra o ar que respiramos).

Geralmente, quem tem este problema não tem consciência disso, pois as paradas ocorrem durante o sono e não necessariamente são capazes de fazer o indivíduo despertar.

A apneia do sono é muito frequente em quem ronca e pode levar a uma série de consequências, entre elas a sonolência ou cansaço durante o dia, falta de energia, irritabilidade e dificuldade de concentração

Como o sobrepeso também é um fator de risco para o distúrbio, o tratamento muitas vezes inclui a perda de peso. O paciente também é orientado a evitar o consumo de bebidas alcoólicas e a fazer tratamentos para problemas nasais e usar aparelhos específicos que o ajudem a respirar durante a noite.

2. Bruxismo

O bruxismo é o apertamento ou ranger dos dentes que costuma ocorrer durante o sono, mas que também pode acontecer durante o dia. É associado a problemas articulares (problemas na articulação temporo-mandibular) e é mais frequentemente associada a estresse e ansiedade.

Pode levar ao desgaste dos dentes, a dores na região da mandíbula ou a dores de cabeça. O tratamento inclui o uso de uma placa dentária, controle do estresse e, quando necessário, o uso de medicamentos específicos também.

3. Distúrbio de comportamento do sono REM

É quando ocorrem movimentos agressivos e violentos durante o sono REM. Esses movimentos acontecem porque, neste distúrbio, existe um defeito no mecanismo natural que permite a inibição muscular.

Acontece geralmente em homens de meia idade e pode ser associado a um aumento do risco de doenças neurodegenerativas ao longo doas anos. O tratamento é feito à base do uso de medicações específicas.

4. Enurese noturna

A enurese noturna pode ser definida como uma micção involuntária durante o sono, pelo menos duas vezes por semana, em uma idade na qual o controle da urina normalmente está presente.

Este tipo de doença do sono pode ocorrer tanto por fatores genéticos quanto por motivações psicológicas, atraso no desenvolvimento do mecanismo fisiológico responsável pela micção, redução da capacidade funcional da bexiga, anormalidades no trato urinário ou na produção noturna do hormônio antidiurético e até dificuldades para despertar e ir ao banheiro.

A partir dos 5 anos de idade para as meninas e 6 anos para os meninos, é considerado anormal que ocorra enurese mais que duas vezes por mês. O tratamento pode incluir terapia comportamental, alarme noturno ou uso de medicações.

5. Insônia

A insônia é um dos distúrbios do sono mais comuns que existem. Ela consiste na dificuldade em dormir ou em manter o sono, mesmo sob todas as condições adequadas.

Quando persiste por mais de três meses, em três ou mais noites por semana e com conseqüências durante o dia, como cansaço, sonolência, mau humor, a insônia passa a ser considerada um distúrbio e deve ser avaliada e tratada.

Muitos acreditam que o tratamento muitas vezes inclui o uso de medicamentos que ajudam a pegar no sono, mas na realidade isso é apenas um paliativo. A terapia mais eficaz consiste em mudanças de hábitos para favorecer o sono nos horários mais adequados.

6. Narcolepsia

A narcolepsia ocorre quando há uma alteração da regulação da fase de sono REM (a fase dos sonhos intensos, cujo nome vem de “Rapid-Eye-Movement”, ou “movimento rápido dos olhos” em português).

Nela, a pessoa costuma pegar no sono repentinamente e em diversas ocasiões, como numa mesa de bar ou durante o expediente no trabalho.

É uma doença muito rara, porém, na maioria das vezes não é reconhecida e pode levar a consequências desastrosas. Isso porque na narcolepsia é comum que a pessoa sinta sintomas como sonolência excessiva, paralisia do sono e alucinações hipnagógicas (a pessoa vê imagens de sonho quando está acordada).

Ocorre também a chamada cataplexia (perda da força muscular decorrente de emoções mais fortes, principalmente gargalhada) e ataques incontroláveis de sono durante o dia. O tratamento é feito com uso de medicações específicas, devidamente prescritas por um especialista.

7. Paralisia do sono

É a perda temporária da capacidade de movimentar os músculos. Embora esteja consciente, a pessoa fica impossibilitada de se movimentar e falar.

Durante uma crise de paralisia do sono, é possível perceber as coisas ocorrendo ao redor, mas os músculos do corpo não são capazes de responder aos comandos do cérebro.

Este problema pode ser desencadeado na narcolepsia, mas também por estresse, ansiedade e falta de sono. Pode ser uma experiência bastante assustadora, mas tem tratamento.

8. Ronco

O famoso “ronco” nada mais é do que o ruído característico que surge da garganta durante o sono. Ele acontece quando existe uma diminuição do espaço pelo qual o ar passa.

As causas do ronco são semelhantes às da apneia do sono, e o tratamento muitas vezes envolve as mesmas medidas adotadas para a apneia: perda de peso, uso de aparelhos e mudanças de hábitos, como dormir de lado ou de bruços.

9. Sexomnia

É uma parassonia sexual, na qual o indivíduo apresenta comportamentos sexuais inadequados durante o sono. A pessoa não lembra no dia seguinte e muitas vezes gera um estresse na companheira(o).

O tratamento para a sexomnia é feito com uso de medicamentos voltados especialmente para tratar esta doença.

10. Síndrome da cabeça explosiva

É quando a pessoa acorda com a sensação de que a cabeça está explodindo. O distúrbio consiste em ouvir barulhos como trovões, explosões, fogos, batidas de portas e tiros.

Algumas pessoas, porém, têm até distúrbios visuais, como clarões repentinos. Normalmente, ocorre ao dormir ou logo ao acordar. É causada por estresse ou fadiga.

Pode ter alívio com uso de medicamentos, incluindo um tipo de antidepressivo. Evitar a cafeína antes de dormir e aprender técnicas de relaxamento podem ajudar a lidar com a síndrome da cabeça explosiva.

11. Síndrome das pernas inquietas

A síndrome das pernas inquietas, como o próprio nome diz, é uma doença em que a pessoa sente uma vontade incontrolável de mexer as pernas involuntariamente.

A pessoa sente um desconforto enorme que só é aliviado quando ela começa a movimentar as pernas, ou quando recente uma massagem e/ou aplicação de calor no local.

Pode ser associada a doenças médicas, à gravidez, deficiência de ferro e, eventualmente, pode nem ao menos ter alguma causa aparente.

O tratamento envolve medidas comportamentais, evitando álcool, tabagismo e mantendo exercícios físicos regulares. Muitas vezes, um médico especialista em sono pode indicar o uso de medicamentos específicos para combater esse desejo de mexer as pernas.

12. Síndrome do sono insuficiente

É quando o indivíduo voluntariamente dorme menos do que precisa e acaba apresentando muita sonolência durante o dia, levando a tirar pequenos cochilos enquanto tenta desempenhar atividades comuns do dia a dia.

Fora isso, além da sonolência diurna excessiva, é comum que as pessoas que sofram da síndrome do sono insuficiente também apresentem irritabilidade, dificuldade de concentração e problemas de memória.

Com o passar do tempo, se não houver tratamento adequado, a doença pode prejudicar a saúde como um todo e aumentar as chances de problemas cardiovasculares e metabólicos.

Estima-se que 5% da população brasileira apresente este problema.

13. Sonambulismo

Faz parte das parassonias, que são a classe de comportamentos inadequados durante o sono. O sonambulismo acontece devido a uma ativação de partes do cérebro em momentos inadequados, principalmente quando a pessoa está dormindo.

Existe uma tendência familiar genética para o sonambulismo, mas o problema também pode ser desencadeado por diferentes fatores, como períodos de estresse e de sono irregular.

É frequente em crianças, mas também podem ocorrer em adultos. Nos pequenos, também pode ser desencadeado por febre. Da mesma forma, problemas respiratórios durante a noite, como a apneia do sono, também podem desencadear o sonambulismo.

O tratamento envolve evitar os fatores desencadeantes, e, eventualmente, o uso de medicamentos também. Medidas de segurança devem ser tomadas, como tirar objetos pontiagudos do quarto e tapar as janelas, a fim de evitar acidentes.

14. Terror noturno

Também faz parte das parassonias. Porém, o terror noturno é mais dramático e geralmente ocorre em crianças.

Ele geralmente é caracterizado por gritos e períodos de muita agitação. Por isso, o tratamento também envolve principalmente a terapia comportamental.

Em geral, o terror noturno desaparece com o crescimento da criança e não requer uso de medicações. Fatores emocionais devem sempre ser investigados e tratados adequadamente.

15. Transtorno alimentar noturno

Também é uma parassonia, na qual a pessoa se alimenta durante o sono e não lembra disso no dia seguinte. Pode levar à perturbação do sono e ao aumento de peso. O tratamento também pode envolver o uso de medicações.

Fonte: Ativosaude.com

Tem insônia? Saiba o que comer quando o sono não vem

Já adiantamos que chocolate, café, refrigerante e chá-verde têm substâncias excitantes e devem ser consumidos com cautela.

Quando o assunto é dificuldade para dormir, o que não comer às vezes importa mais do que o que comer. Chocolate, café, refrigerante e chá-verde, por terem substâncias excitantes, deixam você contando carneirinhos, e eles completam uma maratona na sua mente sem que você pregue o olho.

“Dietas muitos restritivas em carboidrato também favorecem noites em claro”, avisa Laís Murta. Mas existe uma lista de alimentos que dão day off para os bichinhos e garantem um bom descanso. Saiba quais são eles:

Soja orgânica
Se você passou dos 40, talvez tenha percebido algumas mudanças no sono. A isoflavona do grão é uma aliada das mulheres no climatério (pré-menopausa), que, por causa da queda nos níveis dos hormônios, não dormem muito bem.

Vários estudos já comprovaram esse poder – o mais recente, publicado na revista Nutrition, mostrou: as voluntárias que consumiam duas ou mais porções diárias de soja apresentavam uma probabilidade duas vezes maior de dormir as tão sonhadas oito horas por noite do que as que rejeitavam o grão.

Kiwi, cereja, ameixa
Fonte de melatonina, são frutas que funcionam como um sedativo natural – reserve-as especialmente para a noite. Laís sugere bater 1/2 kiwi com 1 punhado de cerejas congeladas.

Leguminosas
São facilmente digeridas, além de ótimas opções de proteína vegetal e, por isso, perfeitas para substituir a carne no jantar. Consuma grão-de-bico, lentilha ou ervilha (1 concha média) ou, ainda, tofu orgânico (1 fatia fina) e cogumelos (1 xícara/chá).

Fonte: Boaforma

Remédios para dormir provocam dependência e devem ser prescritos com bastante cautela

Nenhum medicamento consegue reproduzir perfeitamente o sono fisiológico, os médicos chamam esse sono de farmacológico. Os medicamentos para dormir causam dependência, perdem o efeito com o tempo e precisam ser prescritos com bastante cautela.

Sedativos, hipnóticos, antidepressivos, relaxantes. A lista de medicamentos para dormir é imensa e a de efeitos colaterais também. Mas tem gente que realmente precisa!

Onze milhões de brasileiros tomam remédios para dormir! Será que vicia? O pneumologista do sono Dr. Geraldo Lorenzi tira essa dúvida. E o que acontece com as pessoas que trocam o dia pela noite? Dr. José Cipolla Neto, endocrinologista, explica.

Saiba mais

Melatonina – A melatonina é um hormônio e, entre outras funções, regula o sono. À noite, quando começa a ser produzida, ela sinaliza para o sistema nervoso central que é hora de acabar com o período de atividade e começar o período de repouso. Para isso, alguns mecanismos fisiológicos são acionados e o principal é o sono. Enquanto a melatonina é produzida normalmente, ela garante um sono saudável.

Alguns fatores podem interferir e até bloquear a produção da melatonina: a luz (principalmente a azul, proveniente dos celulares, tablets e televisão), remédios e a idade, pois a produção de melatonina cai com o passar dos anos. Aos 70/80 anos, a gente produz 20% menos melatonina que quando jovem.

No Brasil, a melatonina é vendida em farmácias de manipulação e a sua ingestão deve ser orientada por um médico. É preciso saber a dose correta, formulação adequada e o horário certo para tomar. Se tomado de maneira errada, o hormônio desregula todo o organismo: metabolismo, sono e vigília, sistema cardiovascular e imunológico.

Relógio biológico – Dr. José Cipolla explica que é a partir da informação do tempo, se é dia ou noite, que o nosso relógio biológico prepara o corpo para um dos períodos. DIA: a gente acorda, ficamos ativos, nos alimentamos, interagimos, o metabolismo está ativo e aproveita o que comemos, a pressão e a temperatura do corpo estão mais altas. NOITE: dormimos, estamos em repouso, o metabolismo garante o jejum, o sistema nervoso se recupera, os músculos se recuperam, a pressão e a temperatura do corpo permenecem mais baixas.

De acordo com o Dr. Geraldo, cada um tem um relógio biológico diferente, são os cronotipos. Algumas pessoas são vespertinas, outras matutinas e outras noturnas. Por conta disso, há muita confusão entre privação de sono e insônia. Por exemplo: uma pessoa que é vespertina, tem problemas para conseguir dormir cedo e acorda com muito sono. Essa pessoa vai ao médico e diz que tem insônia, mas na verdade, ela só não está respeitando o relógio biológico interno e tem privação de sono. Com o tempo, é possível flexibilizar esse relógio biológico, mas algumas pessoas têm mais dificuldade.

Remédios – Existem dois tipos de insônia: a inicial e a dificuldade de manutenção de sono. Os remédios agem dependendo da insônia de cada um, mas todos eles agem no sistema nervoso central com diferentes mecanismos.

Segundo Dr. José Cipolla, nenhum dos medicamentos consegue reproduzir perfeitamente o sono fisiológico, os médicos chamam esse sono de farmacológico. Apenas a melatonina é capaz de induzir ao sono naturalmente.

Dr. Geraldo alerta que os medicamentos para dormir causam dependência, perdem o efeito com o tempo e precisam ser prescritos com bastante cautela.

Tratamentos não-medicamentosos – O tratamento mais difundido é a terapia cognitivo-comportamental, que envolve a higiene do sono: horários regulares para dormir, evitar cafeína, evitar ir para cama sem sono, não ficar na cama após acordar.

Uma das peças-chave é diminuir o tempo de cama: pessoas vão para a cama às 21h e ficam até 9h. Mas quando você pergunta quanto tempo ela dormiu, foram só 4h ou porque enrolou para dormir ou porque enrolou depois de acordar, isso não é saudável.

Além da higiene do sono, tratar a causa da insônia é o recomendado, principalmente no caso de distúrbios como a apneia. Quando descoberta a causa, os remédios serão menos necessários.

Privação de sono e o álcool – Um estudo publicado na Nature mostrou que não dormir o suficiente tem um impacto no cérebro semelhante ao do abuso do álcool. Dr. José Cipolla explica que a privação de sono afeta o sistema nervoso central de forma a diminuir o desempenho durante a vigília. É um princípio diferente do álcool, mas os efeitos são semelhantes: diminuição dos reflexos, aumento no tempo de resposta a um estímulo, dificuldade de compreensão, lapsos de memória.

Fonte: Bem Estar