Neuropsicóloga fala sobre qual real significado da felicidade

A felicidade sempre desejada e cantada em verso e prosa é mais do que um objetivo na vida de muitas pessoas. Mas afinal o que é felicidade? Qual a chave para que pessoas alcancem alegria duradoura na vida? O dicionário aurélio classifica a felicidade como um estado de quem é feliz, estado de bem-estar, de contentamento. Sendo assim, podemos dizer que a felicidade é uma emoção, um movimento de dentro para fora, onde tudo que acontece no mundo exterior é percebido e interpretado forma diferente.

Para a neuropsicóloga Gildenir Martins, a percepção que cada indivíduo tem do mundo exterior é o responsável pelos pensamentos – cognições, emoções e comportamentos. Funcionando como um ciclo em cadeia, as situações do dia a dia, os estímulos do ambiente desencadeiam as percepções e estas as cognições, pensamentos que geram emoções e comportamentos.

“Os pensamentos são originados em um sistema mais complexos que chamamos de crenças, que são construídas ao longo do nosso desenvolvimento e estão diretamente relacionados com nossas experiências ao longo da vida. Quando recebo determinada notícia eu reajo, interpreto essa situação de acordo com minha crença gerando emoções negativas ou positivas, agradáveis como a felicidade. Sempre digo que nossas reações são de acordo com: eu penso, eu sinto, eu me comporto”, pontua a especialista.

Gildenir aponta a educação emocional como a chave para melhorar gerenciamento das emoções, o que permitirá encarar com paciência, percepção e sobriedade os problemas em nossos relacionamentos com os outros e com nós mesmos. “Não temos o hábito de nos preocuparmos com a nossa saúde emocional. Fazer psicoterapia e estimular o desenvolvimento das funções cognitivas na infância, principalmente as funções executivas, é fundamental para nossa saúde mental, e consequentemente para a nossa felicidade”, destaca.

A neuropsicóloga alerta que o uso de redes sociais pode trazer prejuízos emocionais na busca pela felicidade, uma vez que muitos caem na ilusão criada por fotos de momentos felizes, mas que nem sempre correspondem à uma realidade feliz de fato. “Tudo tem a sua medida para alcançar o equilíbrio. O uso das redes sociais também pode ser assim. Se usada da forma correta, ela pode contribuir para a felicidade. Isso vai depender de cada indivíduo, seus interesses, o que ele busca, e que tipo de emoção as redes sociais lhe proporciona”, finaliza.