Cuidarte lança Programa Cuidarte Mind

A Clínica Cuidarte, em parceria com a plataforma Close Doctor, lança o Programa Cuidarte Mind, visando facilitar o acesso da população aos serviços de psicologia, em diversas abordagens, por um preço acessível. Agora as pessoas que procuram atendimento na área por um valor em conta, mas sem abrir mão da qualidade do serviço, passam a contar com esse novo programa psicológico.

O intuito é promover cuidados com a saúde mental entre pessoas que não podem pagar o preço das consultas convencionais, mas desejam qualidade no atendimento e preços acessíveis.

Com a pandemia, frente à sensação de solidão, à ansiedade e ao estresse intensificados pela atual conjuntura, a busca por atendimento psicológico aumentou. Diante disso, surgiu a ideia de lançar um programa de atendimento psicológico popular presencial e on-line, no qual os interessados possam cuidar da sua saúde mental com qualidade e por um preço acessível, com acolhimento e escuta ativa realizada por um profissional especializado.

Para adquirir o programa (serviço), basta entrar no site https://closedoctor.com.br/cuidarte/ e preencher o formulário. Os formulários serão analisados observando os critérios do programa.

Na plataforma, o interessado terá acesso à disponibilidade de horários ofertados pelo nosso corpo clínico, além da opção de consultas on-line ou presencial. A adesão ao programa está condicionada à escolha de um dos horários disponibilizados na plataforma e atendimento dos critérios do programa, não sendo possível, ainda, a escolha do profissional responsável pelo atendimento.

Mais Informações sobre o Cuidarte Mind: 86.998103043

Dorme menos de 6 horas por noite? Estudo indica que você tem mais chances de ter problemas de saúde

Quem dorme menos de 6 horas tem maior risco de aterosclerose, afirma pesquisa.

Um estudo divulgado nesta segunda-feira (14) pode tirar ainda mais o sono de quem já dorme pouco. De acordo com os pesquisadores, quem dorme menos de seis horas por noite tem maior risco de aterosclerose – um acúmulo de placas nas artérias por todo o corpo – em comparação com aqueles que têm sono considerado normal, ou seja, de sete a oito horas por noite.

A pesquisa foi publicada no “Journal of American College of Cardiology”. Doença vascular crônica e progressiva, que geralmente aparece em adultos e idosos, a aterosclerose é uma inflamação da camada mais interna das artérias, também chamada de túnica íntima – justamente a parte que fica em contato direto com o sangue. Essa inflamação ocorre como consequência do acúmulo e oxidação de lipoproteínas nas paredes arteriais.

“Este é o primeiro estudo a mostrar que o sono objetivamente medido é independentemente associado à aterosclerose em todo o corpo, não apenas no coração”, afirma o professor e nutricionista José Ordovás, pesquisador do Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares Carlos III, de Madri, e diretor de nutrição do Centro de Pesquisa de Nutrição Humana Jean Mayer USDA Envelhecimento na Universidade Tufts, em Massachussetts.

Ele lembra que estudos anteriores já mostraram que a falta de sono aumenta o risco de doenças cardiovasculares, bem como favorecem os fatores de risco para problemas cardíacos – como alterações nos níveis de glicose, pressão arterial, inflamações e obesidade.

Considerados os fatores de risco tradicionais para doenças cardíacas, o estudo mostrou que os que dormem menos de seis horas têm 27% mais chance de ter aterosclerose em todo o corpo do que aqueles que dormem de sete a oito horas. E aqueles que têm um sono de má qualidade estão 34% mais propensos a ter a doença em comparação aos que dormem bem – o estudo avaliou a qualidade do sono considerando quantas vezes por noite a pessoa acordou e a frequência de movimentos enquanto estava dormindo.

“É importante destacar isso: um sono mais curto, porém de boa qualidade, pode superar os efeitos prejudiciais de sua menor extensão”, comenta o cardiologista Valentin Fuster, diretor-geral do Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares Carlos III e editor-chefe do “Journal of American College of Cardiology”.

Metodologia
Os pesquisadores monitoraram a rotina de 3.974 adultos espanhóis, todos empregados em uma mesma instituição bancária – ou seja, com rotinas profissionais semelhantes. O cardiologista Fuster realizou exames de imagem para detectar a prevalência e as taxas de progressão de lesões vasculares.

Os participantes da pesquisa tinham idade média de 46 anos e todos nunca haviam sido diagnosticados com problemas cardíacos. Dois terços eram homens. Todos utilizaram um aparelhinho para monitoramento constante de atividades e movimentos, durante sete dias. Este dispositivo mediu a rotina de sono deles de uma maneira objetiva e precisa – ao contrário de pesquisas que se baseiam em questionários declaratórios.

Eles foram divididos em quatro grupos: os que dormiam menos de seis horas, os que dormiam de seis a sete horas, os que dormiam de sete a oito horas e os que dormiam mais de oito horas. Todos os participantes realizaram um check-up do coração: ultrassonografia cardíaca 3D e tomografia computadorizada cardíaca.

Segundo os pesquisadores, a maneira como foram determinados os participantes deste estudo é o grande diferencial em relação a outras pesquisas relacionando sono e saúde do coração. Primeiramente, pelo tamanho da amostragem, maior do que o usual. Outra característica interessante foi o fato de que este estudo focou uma população originalmente saudável, enquanto pesquisas assim costumam selecionar pessoas com apneia do sono ou outros problemas.

Outras conclusões
Se dormir pouco pode ser ruim, exagerar também não é um bom hábito. Embora entre os participantes fosse pequeno o número daqueles que dormem mais de oito horas, os pesquisadores concluíram que esse comportamento também estaria associado ao aumento na aterosclerose, sobretudo no caso das mulheres.

O estudo também concluiu que consumo de álcool e cafeína está ligado a um sono de má qualidade. “Muitas pessoas acham que o álcool é um bom indutor de sono, mas há um efeito que precisa ser levado em conta”, afirma Ordovás. “Se uma pessoa toma bebidas alcoólicas, ela pode acordar depois de um curto período de sono e ter dificuldade em voltar a dormir. E, quando consegue, geralmente é um sono de má qualidade.”

O café, por sua vez, é daquelas substâncias que ora aparecem como vilãs, ora como benéficas para a saúde. De acordo com Ordovás, mesmo que algumas pesquisas mostrem que ingerir a bebida pode trazer efeitos positivos ao coração, tudo depende da maneira como a pessoa o metaboliza. “Dependendo da genética, se você metabolizar o café mais rapidamente, isso certamente não afetará seu sono”, comenta. “Mas se você metabolizá-lo lentamente, a cafeína pode afetar o sono e aumentar as chances de doenças cardiovasculares.”

“A medicina está entrando em uma fase fascinante. Se até agora tentávamos entender as doenças cardiovasculares, estudos como este nos ajuda a começar a entender a saúde cardiovascular”, compara Fuster.

 

Fonte: g1.co

O que os especialistas em sono fazem para dormir melhor?

Quais são os truques valiosos que eles usam para conseguir ter uma boa noite?

Se você não é uma pessoa que deita na cama e capota, com certeza sente inveja (nem que seja só um pouquinho) de quem tem facilidade para adormecer. Com a vida cada vez mais agitada, pode mesmo ficar difícil conseguir deitar a cabeça no travesseiro, relaxar e dormir. Mas, para tentar acabar com essa angústia de contar carneirinhos sem pegar no sono, pedimos dicas para médicos que estudam e trabalham diretamente com o tema. Quais são os truques valiosos que eles usam para conseguir ter uma boa noite? Revelamos a seguir.

Não largo a academia
“Eu não tenho muito problema para dormir, deito e durmo, mas talvez porque não abro mão de certos hábitos. O exercício físico é um deles e me ajuda demais! Treino, vou para o trabalho e chego em casa cansado, sem energia, já querendo cama. Só não vale malhar perto da hora de dormir. A atividade física acelera o metabolismo e você vai ficar elétrico em um horário que precisa se acalmar”, conta Fabio Porto, neurologista comportamental do Hospital das Clínicas, em São Paulo

Perto da hora de dormir fujo do celular e da TV
“Uma regra para mim, e que meu marido também segue, é evitar estímulos luminosos à noite. Não temos TV no quarto e não usamos computador ou celular no fim do dia. Essas luzes atrapalham a produção de melatonina e você demora mais para dormir. Baixo as luzes do ambiente, vou criando uma rotina, me preparando para o sono. Inclusive, tenho uma neném de um mês e já tento passar isso para ela, mesmo ainda tendo um sono bem diferente do nosso”, detalha Magali Lumertz, pneumologista pediatra especialista em medicina do Sono no Hospital São Lucas da PUC-RS.

Acordo sempre no mesmo horário
“O despertador sempre toca às 6h45 e eu me levanto às 7h. Crio essa rotina para me acostumar e não sofrer para acordar ou ter dificuldade de dormir. Quanto mais você mantém a regularidade do sono, mais fácil será dormir. Mesmo se não dormi bem não aumento o tempo na cama, esses cochilos a mais não descansam e desregulam todo o sono”, afirma Porto.

Sei quantas horas de sono preciso
“O sono é muito individual. Para mim, é importante valorizar o número de horas. As pessoas dormem menos do que precisam e isso é um erro, dormir não é luxo. Sei que eu preciso de sete a oito horas de descanso. Então, mesmo se quiser assistir mais um capítulo daquela série boa eu não vejo, não passo da meia-noite acordada e levanto sempre às 8h”, aconselha Luciana Palombini, especialista em medicina do sono e médica do Instituto do Sono e da Associação Brasileira do Sono.

O ambiente tem que estar perfeito
“Os detalhes do quarto são fundamentais para meu sono. Tem que ser um local confortável, escuro para não despertar, com uma temperatura nem quente, nem fria, com a roupa de cama adequada para estação do ano, e o travesseiro de acordo com a minha estatura e postura que costumo dormir, que é na lateral — você não pode ficar com a cabeça nem muito alta, nem muito baixa”, comenta Lumertz.

Não fico na cama quando não pego no sono
“Evito bebidas estimulantes durante à noite, como café, chá-preto e chimarrão. Perto da hora de dormir tento desacelerar. Se vou para a cama e fico mais de meia hora sem conseguir pegar no sono, começo a ficar ansiosa ou nervosa sem dormir, me levanto. O ideal é sair da cama, sentar em um lugar calmo, evitar o celular ou luzes, esperar o ritmo baixar e depois, menos ansioso e mais calmo, voltar para o colchão”, diz Lumertz.

Se acordo no meio da noite faço exercício de respiração
“Tem muita gente que, quando desperta no meio da madrugada, já fica desesperada achando que não vai conseguir mais pregar os olhos. Esse nervosismo realmente atrapalha o sono. Eu não sou de acordar muito durante a noite, mas se desperto não assusto. É normal acordar até duas vezes por noite. O importante é não se desesperar, não mexer no celular para ver que horas são, não acender luzes, não surtar… No lugar disso tudo faço um exercício de respiração, inspiro e expiro o ar lentamente, e me acalmo, logo pego no sono de novo”, conta Palombini.

Não levo para a cama problemas que não resolvi
“Ficar pensando em tudo o que deixamos de entregar no dia, nas reuniões, nas contas para pagar é terrível. Temos que nos acalmar. Antes de ir para a cama eu faço uma lista com as coisas que não consegui terminar e que farei no dia seguinte. Deixo essa preocupação no bloquinho, não levo para o travesseiro. Também gosto de comer uma fruta ou algo leve para não dormir com o estômago vazio. Mas não vale se empanturrar, que aí não vai ser fácil dormir. É uma coisinha para ir mais confortável para a cama”, afirma Palombini.

Fonte: UOL

Qual a melhor posição para dormir, segundo a ciência

17Dormir de lado é sempre melhor que de costas ou de bruços – e um dos lados oferece mais vantagens; descubra qual e por quê.

Da próxima vez que você estiver se revirando na cama em busca da posição ideal, lembre-se de uma coisa: os especialistas recomendam dormir de lado. Mas qual dos dois?

Dormir dessa forma proporciona um descanso maior e facilita o funcionamento do nosso organismo melhor do que dormir de bruços, o que pode dificultar a respiração, ou de barriga para cima, o que joga o peso do corpo sobre as costas, por exemplo.

No entanto, entre as duas posições laterais possíveis, há uma delas que traz mais benefícios. De acordo com a ciência, é melhor dormirmos sobre o lado esquerdo do corpo, algo que é especialmente válido para grávidas. Entenda a seguir por quê.

1. É bom para o cérebro
Dormir sobre o lado esquerdo beneficia a drenagem linfática do sistema nervoso central, garante um estudo realizado na Universidade de Stony Brook e na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica The Journal of Neuroscience.

Essa posição favorece a eliminação do excesso de proteínas, vitaminas, gorduras e resíduos, como os depósitos de proteínas beta-amilóides, altamente nocivos à saúde.

Essa função é muito importante para o nosso organismo, porque ajuda a manter constante o volume e a pressão sanguínea, assim como o melhor funcionamento do sistema imunológico.

Uma drenagem linfática deficiente pode levar a transtornos neurológicos, como a esclerose múltipla.

2. Melhora a circulação sanguínea
Nosso coração está do lado esquerdo do corpo, e dormir dessa forma impede a obstrução da artéria aorta, que bombeia sangue para o resto do sistema sanguíneo, explicou à CNN o médico William Christopher Winter, do Hospital Martha Jefferson, nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, a veia cava inferior permanece livre, sem ser pressionada por nenhum órgão, disse Winter. Então, o sangue retorna mais facilmente de outras partes do corpo até o coração.

3. Facilita a digestão

Essa é uma simples questão do efeito da gravidade sobre nós. O estômago e intestinos grosso e delgado estão ligeiramente inclinados à esquerda. Então, deitar-se sobre esse lado do corpo faz com que os alimentos passem por esses órgãos mais facilmente.

4. Alivia o peso sobre a coluna vertebral
Quando você fica deitado de lado, a coluna fica mais alinhada do que quando você se deita de costas ou de bruços. Além disso, evita-se que todo o peso do corpo recaia sobre as costas e, como já foi dito, evita pressão sobre importantes vias sanguíneas.

Dormir sobre o lado esquerdo é especialmente recomendável para grávidas, já que assim o bebê não pressiona a veia cava, e o sangue circula melhor, fazendo chegar à placenta os nutrientes necessários.

 

Fonte: Bem Estar

Como ter uma boa noite de sono

sono é o período de descanso do corpo e da mente. É o momento de relaxar nossos músculos e memorizar tudo o que aprendemos durante o dia. Além disso, várias funções biológicas são realizadas durante a noite. Nosso sistema imunológico produz substâncias fundamentais para o bom funcionamento do nosso organismo, além do hormônio do crescimento e do hormônio leptina (que causa sensação de saciedade), que também são secretados durante o horário.

Algumas pessoas não conseguem ter uma boa noite de sono, e isso afeta diretamente na qualidade de suas vidas. Por isso listaremos aqui algumas dicas básicas para uma boa noite de sono, que resultará em corpo e mente descansados.

Dicas para uma boa noite de sono

1. Refrigerantes, café e chá-preto são bebidas que devem ser evitadas antes do sono, pois contêm cafeína e xantina em sua composição e essas substâncias estimulam o sistema nervoso central, podendo atrapalhar o sono;

2. Evite o consumo de frituras e comidas gordurosas que possam provocar má digestão e azia, prejudicando o sono;

3. Não se deite logo após as refeições;

4. Não pratique atividades físicas até 4 horas antes de dormir;

5. Recomenda-se tomar uma xícara de leite morno com mel antes de dormir, pois o leite contém triptofano, um aminoácido essencial, que aumenta o nível de serotonina, um calmante natural do cérebro. E o mel, por ser um carboidrato, facilita a entrada de triptofano no cérebro;

6. Manter um ritmo de sono é importante. Tente se deitar e acordar no mesmo horário todos os dias, mesmo em finais de semana;

7. Evite fazer anotações, ler, estudar, trabalhar e assistir TV na cama;

8. Durma em um local onde esteja tudo calmo e escuro;

9. Nunca se deite com fome. Uma fruta é uma boa opção para enganar a fome e não dormir de barriga vazia;

10. Um banho morno relaxa o corpo e ajuda a prepará-lo para uma boa noite de sono;

11. Se tiver muita dificuldade para dormir à noite, é bom evitar dormir durante o dia;

12. Esqueça todos os problemas na hora de dormir;

13. Evite dormir com a TV ligada, pois isso impede que a pessoa chegue à fase do sono profundo;

14. O tabaco é estimulante, por isso evite fumar horas antes de se deitar;

15. Se você se deitar e não conseguir dormir, levante-se e faça alguma atividade relaxante, como ouvir músicas calmas;

16. Manter uma rotina de atividades físicas colabora para boas noites de sono;

17. Tenha colchão e travesseiros confortáveis.

Essas são algumas dicas que resultarão em uma excelente noite de sono. Basta segui-las para melhorar seu sono e sua qualidade de vida.

Fonte: MundoEducaçãoBol  

A maneira como as crianças consomem tecnologia

A tecnologia digital e a internet fazem parte do nosso dia a dia e da rotina das crianças, é fato. E tudo indica que esse é um caminho sem volta. O que muda constantemente é a maneira como nos relacionamos com ela. À medida que os aparelhos evoluem, adquirem novas e mais complexas funções, nós nos adaptamos e criamos mais espaços para eles. As telas não são mais exclusividade das salas, invadiram outros ambientes da casa e boa parte dos dispositivos pode ser carregada para onde você for – o que, certamente, influenciou no tempo que gastamos com eles.

Tudo isso (e muito mais) foi observado em uma pesquisa exclusiva da CRESCER feita com pais e mães (com filhos de 0 a 8 anos), com foco no uso da tecnologia pelas crianças. Para mostrar quanto e como o consumo dos principais gadgets mudou, comparamos os últimos dados com uma pesquisa realizada em 2013, com 1.045 participantes com filhos na mesma faixa etária. Desta vez, no entanto, a amostra praticamente dobrou: foram 2.044 pais e mães.

Entre os achados que mais se destacam, eis uma boa notícia: caiu o número de famílias que permitem o uso de aparelhos eletrônicos durante as refeições ou antes de dormir. Por outro lado, aumentou o tempo que meninos e meninas passam diante de algum tipo de tela – dos televisores aos smartphones. Hoje, 47% deles gastam mais de três horas com a atividade. Há cinco anos, o volume era de 35%. “Também chama a atenção o grande número de crianças que, com menos de 2 anos, já possuem algum dispositivo digital”, diz o neurologista infantojuvenil Marco Antônio Arruda, do Instituto Glia (SP), que analisou alguns dos dados da pesquisa. Segundo o estudo, 38% delas já têm um celular, tablet, computador, videogame ou TV – no passado, só 6% eram donas de um aparelho. Alguém se identifica?

Para o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria da USP, há algumas razões por trás disso. Em primeiro lugar, está o barateamento dos equipamentos, que aumenta o acesso a eles em todas as classes sociais. “Outro fato é que, cansados ao final de sua jornada de trabalho, os pais acabam utilizando a tecnologia para entreter as crianças”, diz. Por fim, como essa geração tem contato com esses aparelhos cada vez mais cedo, eles se transformam também em um estímulo de desenvolvimento das funções cognitivas”, completa. De fato, como mostrou a pesquisa, 60% dos pais acreditam que os dispositivos preparam melhor as crianças para o futuro.

 

Olho no olho?

Os números mostram, no entanto, que nem todas as orientações para garantir o bem-estar delas são seguidas na prática. A rigor, continuam valendo as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Para crianças com até 2 anos, o ideal é que não sejam expostas aos aparelhos digitais. A partir dessa idade até os 5 anos, o limite é de uma hora e meia por dia. As regras da Academia Americana de Pediatria (AAP) são parecidas: no máximo uma hora de tela dos 24 meses aos 5 anos. Esse controle rigoroso continua depois da primeira infância. Para a SBP, até os 10 anos, a garotada não deve usar os dispositivos em seu próprio quarto, longe dos pais. E por que tanto zelo?

As indicações são feitas com base no que se conhece sobre o desenvolvimento infantil. O cérebro é um órgão plástico. Isso significa que, quanto mais estimulado, mais potente ele fica. Enquanto as experiências analógicas recrutam um número maior de habilidades e demandam conexões complexas, a interação com aparelhos digitais é limitada e preestabelecida de acordo com as programações. Sendo assim, o contato olho no olho com o seu filho, por meio de diálogos e brincadeiras, é mais eficiente para o amadurecimento cerebral dele do que aquele jogo high-tech, acredite. “Já está comprovado, por exemplo, que o abuso de eletrônicos antes dos 2 anos causa atrasos na linguagem”, afirma Nabuco.

Por mais que os pais permitam o uso de gadgets, a pesquisa mostra que eles continuam preocupados com a influência desses aparelhos e da internet na vida dos filhos: foi o que afirmaram 51% dos entrevistados. E uma das maiores inquietações diz respeito ao fato de a criança deixar de brincar para usar as telas. Por isso, para garantir a saúde (e a segurança) do seu filho nesse mundo digital, os especialistas sugerem que os pais busquem informações em fontes confiáveis (como a CRESCER). “Como se trata de um universo novo para todos, sobretudo para os pais, é preciso educar também os adultos para essa realidade”, afirma a neuropediatra Liubiana Arantes de Araújo, presidente do Departamento de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

 

Menos TV, mais celular

Há seis anos, quando nasceu Felipe, o filho da fotógrafa Daniela Picoral, 40 anos, ela e o marido tinham uma televisão antiga, modelo tubular. Como ocorre em uma residência com bebê, a rotina mudou. Daniela não tinha mais tempo para assistir a filmes ou programas. “Nas poucas vezes em que liguei o aparelho, percebi que nada me interessava. Eu passava mais tempo trocando de canal do que assistindo a algo interessante”, diz a fotógrafa. Ela e o marido resolveram, então, cortar a assinatura de canais pagos e doar a TV. Mais tarde, quando Felipe tinha 1 ano e 7 meses, Daniela trouxe para ela um iPad mini de uma viagem ao exterior. Na época, o menino passou a acordar muito cedo e a mãe viu nos desenhos do Netflix uma saída para que ela pudesse dormir um pouco mais enquanto o bebê se entretinha.

O hábito se mantém até hoje: Felipe usa o tablet pela manhã, mas com o limite de uma hora por dia. Além dos vídeos, joga videogame também. À noite, porém, a família tem uma regra. Depois do jantar, nada de eletrônicos. “Em geral, lemos e contamos histórias”, afirma Daniela. Buscar equilíbrio no consumo dos gadgets é um desafio, até mesmo para os adultos. Mas exemplo dos pais é tudo. Não adianta proibir as crianças de levar o tablet à mesa se, a cada garfada, você checa o e-mail.

Assim como a família de Daniela, outras têm deixado a TV de lado. Segundo a pesquisa realizada por CRESCER, de 2013 para cá, caiu de 98% para 75% o volume de pessoas que usam o aparelho. Isso não significa, porém, redução no tempo diante das telas: 45% dos pais e mães afirmaram que seus filhos passam mais de três horas por dia jogando videogame ou usando o computador. O levantamento mostra que, na verdade, o que reduziu foi o tamanho das telas. Afinal, caiu também o uso de computador como aparelho de preferência (de 76% para 15%) e aumentou o dos smartphones: de 49% para 60%. E isso faz diferença, sim, no bem-estar da criança. “Quanto menor o dispositivo, maior o risco de dano visual”, alerta a neuropediatra Liubiana. Ela ressalta que, nos últimos anos, cresceram os casos de miopia na infância, sinal de que os olhos são pouco estimulados a avistar o horizonte.

Além de controlar o tempo de exposição, em vez de declarar guerra ao mundo hi-tech, garanta que o seu filho tenha mais experiências ao ar livre e em contato com a natureza – que tal uma ida ao parque? Quanto a isso, a pesquisa traz um dado otimista: o tempo gasto com os gadgets cai nos fins de semana. No caso do videogame, por exemplo, a porcentagem de crianças que passam mais de três horas brincando com o aparelho cai de 53%, nos dias úteis, para 26% nos fins de semana.

É o que acontece na casa da neuropediatra Rejane Campos, 38 anos, mãe de Sofia, 4, e Miguel, 8 meses. Moradora de um apartamento em São Paulo, no dia a dia, ela recorre a jogos e filmes para ocupar o tempo em que a mais velha não está na escola. O bebê também assiste a filmes. “Damos preferências a jogos educativos e desenhos com conteúdo próprio para a idade”, afirma. Em contrapartida, nos fins de semana, a família prefere outras atividades. “Saímos, vamos à casa dos avós e, em geral, meus filhos nem lembram da existência desses aparelhos”, diz.

 

Vídeos, Youtubers e afins

E o que as crianças mais curtem fazer com as telas? Nosso estudo revelou que para 98% delas é assistir a vídeos – filmes, desenhos ou canais de plataformas como o YouTube. Até aí, não há problema, desde que os limites de tempo sejam controlados. O risco está na qualidade do que está disponível. Recentemente, o Ministério da Justiça e a Procuradoria Geral dos Direitos do Cidadão deram início a discussões com o objetivo de buscar estratégias para fazer com que as produções a que os pequenos assistem online sejam mais educativas e adequadas para sua idade. O objetivo é criar uma classificação indicativa para sites como o YouTube, sem caráter de censura.

Enquanto nada sai do plano das ideias, os especialistas recomendam que os pais se informem sobre a temática e, se possível, assistam juntos antes de liberar a criança para ficar sozinha na tela, como faz boa parte das pessoas que responderam à pesquisa. Mais da metade (57%) só libera conteúdo na TV recomendado para a faixa etária e 41% só permitem que os pequenos utilizem gadgets acompanhados de um adulto. “É preciso avaliar se o conteúdo é violento, sexual ou incentiva o consumismo, o que é comum em vídeos feitos para e por crianças”, alerta Liubiana.

Outro dado da pesquisa, por falar nisso, mostra que quase metade (47%) dos pequenos já tem um influenciador digital ou canal que acompanha com frequência. “É natural que as crianças copiem os gestos, o linguajar e até a forma de pensar dos youtubers, o que nem sempre condiz com a educação que a família preconiza”, afirma a médica. Se você não concordar com a atitude de algum deles, converse com o seu filho e, se for o caso, proíba. No mês passado, por exemplo, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) julgou e tirou do ar oito ações publicitárias de canais do YouTube por considerar que eram inapropriadas para o público infantil. Não foi a primeira vez que isso aconteceu. Em 2017, o alvo do órgão foi o canal do influenciador Felipe Neto, que tem quase 22 milhões de assinantes. Na ocasião, foi determinada a suspensão de um vídeo em que ele e o irmão, Lucas Neto, convidavam a audiência a participar de um sorteio para passar um dia na casa da dupla. O Conar, no entanto, julgou que a peça não deixava claro que se tratava de um anúncio publicitário.

Ou seja, tem de ficar de olho. Rejane, a mãe de Sofia e Miguel, conta que escolhe com cuidado o que oferece para seus filhos assistirem. “Mas um dia eu mesma flagrei uma paródia pornográfica da Galinha Pintadinha e outra de uma Peppa Pig violenta”, diz. A partir de então, instalou o app YouTube Kids, que seleciona conteúdo infantil. “Apesar disso, fico atenta porque sempre há o risco de escapar alguma coisa.” Para evitar que algo impróprio fuja dos algoritmos de proteção, o Google, que detém a plataforma, anunciou recentemente a contratação de pessoas para trabalhar como curadores reais.

Independentemente do quanto as ferramentas de controle tenham ficado mais práticas, a supervisão dos adultos é ainda o principal filtro. “O diálogo entre filhos e pais sobre os benefícios e os riscos da internet deve ser aberto desde o primeiro clique e mantido até que a família tenha segurança de que eles já sejam maduros o suficiente para encarar o ambiente virtual sozinhos”, diz Rodrigo Nejm, diretor de educação da SaferNet, associação que atua em prol dos direitos humanos na internet. Sim, da mesma forma que você ensina seu filho sobre higiene, alimentação ou trânsito, está na hora de pensar em educação digital – esse é, aliás, o tema de uma cartilha recém-lançada pelo Google para pais e educadores.

 

E na escola, pode?

A quantidade de aparelhos eletrônicos de uma escola está longe de ser sinal de qualidade de ensino. “Os países mais inteligentes priorizam salários e isonomia dos professores”, adverte a jornalista Amanda Ripley em seu livro As Crianças mais Inteligentes do Mundo (Editora Três Estrelas). Para escrevê-lo, ela mergulhou no universo das escolas com os melhores índices de ensino do mundo. “Ao procurar uma educação de primeira qualidade, lembre-se de que pessoas são sempre mais importantes do que objetos.”

Os pais brasileiros estão mais cientes disso. Na pesquisa de 2013, quase todos (98%) afirmaram achar positivo que seus filhos usem eletrônicos na escola. Já no levantamento atual, o número caiu para 72%. Ainda assim, os gadgets e a internet podem ser aliados para incutir nos pequenos o gosto pelo saber. Para os especialistas, passados os primeiros 2 anos, as escolas e as famílias podem fazer uso eventual de jogos educativos e vídeos, por exemplo – como aproveitar aquela dúvida do seu filho sobre a vida dos dinossauros para uma busca em conjunto. “As crianças têm prazer em usar tecnologia e isso deve ser aproveitado para tornar o ensino mais atraente”, diz a neuropediatra Liubiana, da SBP. E o melhor é que esse aprendizado pode acontecer em casa, na escola ou onde quer que funcione o seu celular.

O uso da TV pelas crianças diminui, mas o do smartphone aumenta:

Videogame

 

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Computador

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TV

 

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Tablet

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Smartphone

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Melhor prevenir…

A exposição a conteúdos impróprios na internet é a grande preocupação da maioria (83%) dos pais que participaram da pesquisa. Conheça tecnologias disponíveis para ajudar a proteger as crianças:

Screen Time

No mês passado, a Apple anunciou um novo aplicativo para controle das atividades dos filhos em dispositivos com a tecnologia iOS. Prometido para chegar ao mercado em setembro, permitirá escolher horários para uso do aparelho e ainda selecionar quais funções podem ser habilitadas ou não. Além disso, ele deve gerar relatórios sobre o comportamento virtual das crianças.

Qustodio

Disponível para Android, iOS, Windows, Mac e Kindle, este software pode ser encontrado em duas versões. A anuidade da Premium custa de R$ 78,95 (para cinco dispositivos) a R$ 193,95 (para até 15 aparelhos). Entre suas funções estão o bloqueio de conteúdo impróprio e a possibilidade de limitar o tempo de uso do aparelho. Além disso, permite visualizar chamadas ou textos enviados por mensagem e bloquear alguns contatos. Já a versão gratuita tem funções restritas.

Karspersky Safe Kids

O software bloqueia o acesso a sites e aplicativos inadequados (selecionados pelo próprio programa ou pelos adultos) e permite configurações específicas para diferentes idades. Está disponível na versão gratuita, mas a Premium (R$ 49, licença para um ano) informa aos pais sobre postagens públicas em redes sociais e sobre o aumento do número de amigos.

YouTube Kids

A plataforma dispõe de um app (para Android e iOS) que seleciona, por algoritmo, o conteúdo indicado para o perfil de cada criança. Nas configurações, os pais podem definir um limite de tempo para que os filhos acessem o aplicativo e, se desejarem, também podem desligar a pesquisa.

Chrome

O navegador do Google dispõe de uma função de controle de pesquisas para crianças, que filtra conteúdo adulto. Para ativá-la, entre na página de “Configurações de Pesquisa” e marque “Ativar o SafeSearch”.

Nos celulares Android

Em aparelhos com esse sistema operacional, é possível restringir os aplicativos, filmes e músicas que podem ser baixados. Para isso, basta entrar na Play Store, ir em “Configurações” e, então, em “Controle dos pais”. Aqui você pode determinar a faixa etária dos apps e filmes que estão liberados para as crianças e ainda bloquear músicas com letras impróprias.

Netflix

Permite cadastrar diferentes usuários e libera o conteúdo de acordo com o perfil de atividade de cada um deles. A versão Kids filtra os vídeos e séries contraindicados para crianças.

Percentual de crianças, entre 0 e 8 anos, que utilizam seus próprios dispositivos:

Videogame

 

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Computador

 

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TV

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Tablet

 

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Smartphone

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Fonte: Crescer

Dormir tem função antioxidante, aponta estudo

 

Por que dormimos? Essa pergunta não encontra uma resposta muito clara na ciência pois, em termos evolutivos, parece um contrassenso um animal ficar em repouso por tanto tempo, à mercê de predadores. Além disso, quando dorme, um ser humano obviamente não obtém comida e acaba praticamente não interagindo com o meio ambiente.

Mas um novo estudo, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Columbia, de Nova York, e publicado nesta quinta-feira pela revista PLOS Biology, traz uma conclusão pertinente sobre a função do sono: dormir tem um efeito antioxidante no organismo.

Para chegar aos resultados, os cientistas utilizaram uma variedade mutante da drosófila, inseto mais conhecido como mosca-da-fruta, adaptada justamente para ter sono mais curto do que o normal – mantendo de modo intacto seus ritmos circadianos, no entanto. E encontraram novas evidências de como a falta de sono traz efeitos negativos para a saúde.

A conclusão principal foi que a privação do sono faz com que os animais tenham uma sensibilidade maior ao estresse oxidativo agudo – ou seja, uma noite bem dormida tem propriedades antioxidantes.

Para os pesquisadores, o entendimento da relação entre dormir e o estresse oxidativo pode ser um passo importante na compreensão de doenças humanas modernas – de distúrbios do sono a doenças neurodegenerativas.

“A maior parte dos animais dorme. Os seres humanos dormem quase um terço de suas vidas. E ainda hoje as funções fundamentais do sono permanecem desconhecidas”, afirma a pesquisadora Vanessa Hill, do Departamento de Genética da Universidade de Columbia, uma das autoras do estudo. “Utilizamos a drosófila de sono curto para descobrir o papel do sono na resistência ao estresse oxidativo. E observamos que quanto mais aumentávamos o tempo de sono das moscas, maior era essa resistência.”

Estresse prejudica o sono
Mas a análise não para por aí. Os pesquisadores descobriram que se trata de uma relação de mão dupla, ou seja, o estresse oxidativo também interfere no sono. “Quando reduzimos o estresse oxidativo em neurônios das drosófilas selvagens, observamos que elas reduziam seu tempo de sono”, explica Hill, indicando, portanto, que a necessidade do sono é decorrente do estresse oxidativo. “Isso sugere que o estresse oxidativo tem um papel regulador do sono.”

É uma relação intrigante: o estresse oxidativo desencandeia o sono, que então age como antioxidante tanto para o corpo como para o cérebro.

Estresse oxidativo é uma condição de quando o organismo apresenta um desequilíbrio entre a produção de reativos de oxigênio e sua remoção – por meio de sistemas enzimáticos ou não enzimáticos.

Em tese, todo organismo vivo precisa de um equilíbrio entre suas células. Perturbações desse sistema podem provocar a produção de peróxidos e radicais livres, o que acaba danificando os componentes celulares. De acordo com os pesquisadores de Columbia, esse estresse oxidativo, resultado do excesso de radicais livres, pode levar a uma disfunção orgânica. “Se a função do sono é defender-se do estresse oxidativo, o aumento do sono deve aumentar a resistência ao estresse oxidativo”, afirma Hill.

A atual pesquisa, portanto, mostra que sono tem propriedades antioxidantes, evitando justamente esses danos. Nos seres humanos, o estresse oxidativo é apontado como fator de predisposição a um espectro de doenças como Alzheimer, Parkinson, Huntington e aterosclerose.

Obesidade e falta de sono
Em linhas gerais, o estudo indica que, se há uma correlação entre os distúrbios do sono e tais doenças, a perda de sono pode tornar os indivíduos mais sensíveis ao estresse oxidativo e, consequentemente, às patologias. E o inverso também seria verdadeiro: o rompimento patológico da resposta antioxidante levaria à perda do sono. Um ciclo vicioso.

Privação de sono pode causar perturbações no organismo que levam à produção de peróxidos e radicais livres danosos às células

“Em geral, mudanças nos hábitos de sono estão sempre relacionadas a mudanças no comportamento metabólico do armazenamento de energia”, pontua Hill. “Em humanos e ratos, por exemplo, observamos que fatores como a obesidade estão relacionados com a perda de sono.”

As drosófilas utilizadas no estudo foram acondicionadas em tubos plásticos e monitoradas por computadores durante todo um ciclo de vida.

Sono ruim
De acordo com um levantamento realizado pela empresa Philips no início deste ano, 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionados ao sono. A mesma pesquisa foi realizados em outros 12 países – a média da América Latina é de 75%, com os mexicanos em pior situação (88%) e os argentinos, em melhor (64%).

Os principais problemas relatados são insônia, ronco, apneia (respiração que para e volta durante o sono) e a narcolepsia (sono súbito e inconsolável). Segundo a pesquisa, as causas apontadas para a dificuldade de dormir são preocupações financeiras, uso de tecnologias como o celular na cama e estresse decorrente de questões de trabalho.

De acordo com o Instituto do Sono, de São Paulo, ter horários regulares para dormir é um primeiro passo para conseguir ter uma boa noite de sono. Os médicos especialistas da instituição também aconselham que as pessoas se deitem somente na hora de dormir, justamente para não levar distrações para a cama. Álcool e café próximo ao horário de dormir são desaconselhados. Também é recomendável jantar moderadamente, e sempre no mesmo horário.

 

Fonte: BBC

Saiba como a postura pode influenciar seu humor

Pouco movimento e posições erradas podem nos deixar mais abatidos

Preste atenção no seu corpo. Você está lendo este texto de costas curvadas, ombros caídos, deitado na cama, coluna inclinada? Tais posturas não apenas refletem desânimo, mas podem ser a origem de abatimentos.

Estudo realizado em 2012 pela San Francisco State University, nos Estados Unidos, concluiu que a forma como andamos ou sentamos está diretamente ligada a nosso ânimo. Os pesquisadores reuniram um grupo de 110 jovens e pediram que eles andassem, por alguns minutos, com os ombros para frente, e, depois, com as costas retas. Questionados sobre como se sentiam após a experiência, os participantes relataram ter ficado mais descontentes e com menos energia ao andar com as costas curvadas, mas que melhoraram de humor ao mudarem a postura.

A descoberta reforça a ideia de que o modo como a pessoa “carrega” seu corpo influencia diretamente sobre a saúde e a qualidade de vida.

– A má postura deprime e, neste caso, com facilidade pode levar ao estresse, à contratura e, por fim, à dor – explica o ortopedista e traumatologista Carlos Alberto Macedo, professor na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Funcionamento dos órgãos

Fisicamente, a má postura interfere no funcionamento dos órgãos, impedindo que a “engrenagem” do corpo trabalhe 100%. Para começar, a postura ereta permite uma respiração mais profunda, que faz com que todas as partes do corpo sejam oxigenadas. Sentar ereto e relaxado expande o peito, de forma que a pessoa absorva mais fôlego, aumentando a energia e o foco.

– No momento em que você tem uma curvatura na coluna, não está oxigenando partes dos seus órgãos. A energia circula pelo sangue rico em oxigênio. A falta de circulação de energia traz a tensão – explica a terapeuta corporal Mariane Sabosa.

Sentar ou caminhar de forma torta afeta até mesmo a posição de órgãos internos, abrindo caminho para algumas doenças. Se você projeta seu ombro para frente e curva a coluna, o que caracteriza uma cifose (ou corcunda), alguns órgãos serão “esmagados” e não vão funcionar como devem.

– São situações mais extremas, mas, por exemplo, as deformidades torácicas e as da coluna determinam pressões e compressões nos pulmões. Cifoses muito acentuadas diminuem a ventilação pulmonar, e um sujeito que expande menos o pulmão tem mais chance de contrair uma pneumonia – afirma Carlos Alberto Macedo.

Por isso, segundo o médico, ao melhorar a postura, você corrige coisas que nem sabe que estavam lhe prejudicando ou que precisavam ser melhoradas. Inclusive o humor.

 

Fonte: Zero Hora

Artigo: Transtornos do Exagero

Esse tipo de distúrbio pode ser entendido dentro do espectro do cenário dos adictivos, nos quais se observam conflitos entre o prazer na efetivação das ações exageradas e as consequências negativas em função do seu descontrole.

Uma área muito desafiadora para o psicólogo clínico trabalhar é a que se refere aos transtornos do exagero. Fazem parte dos transtornos do exagero a dependência química, o jogo patológico, a dependência de internet, o sexo compulsivo, o comprar compulsivo e a tricotilomania, transtornos estes que têm um curso crônico e altas taxas de recaída. É preciso destacar que é necessário  que seja feito um diagnóstico diferencial entre os transtornos do exagero e outros diagnósticos  em que, por um período de tempo, há um descontrole de impulsos, como é o caso dos pacientes que apresentam o transtorno afetivo bipolar durante o episódio maníaco ou hipomaníaco. Os indivíduos com transtorno bipolar podem ter um aumento da atividade sexual ou do comportamento de comprar, mas isso, além de ocorrer em fases específicas, vem acompanhado de uma diminuição na sua capacidade crítica e de avaliação dos prejuízos decorrentes desses atos exagerados (American PsychiatricAssociation, 2014).

Em função da relevância desse tema para os profissionais de saúde mental, o objetivo do artigo é apresentar os mecanismos psicológicos que estão associados aos transtornos do exagero e as formas de abordar esse tipo de patologia na prática clínica.

Crenças exageradas

Todas as pessoas, independetemente de já terem ou não apresentado um comportamento exagerado, possuem expectativas de resultado quanto às consequências do mesmo. Com relação a uma droga, como a maconha, por exemplo, pode-se acreditar que ela tem o poder de causar relaxamento, e quanto ao ato de comprar, pode-se pensar que é um jeito de esquecer os problemas. Essa mesma lógica pode ser utilizada para compreendermos as expectativas de resultado quanto a qualquer comportamento exagerado que possamos imaginar.

Apesar do termo expectativas de resultado ser bastante utilizado na literatura científica e na prática clínica, quem tem um transtorno do exagero apresenta o que Beck et al. (1999) denominaram “crenças adictivas” ou, segundo Araújo (2016), “crenças exageradas”. Não se usa, nesses casos, o termo expectativas de resultado, pois as ideias que a pessoa com transtorno do exagero tem a respeito do seu comportamento são mais rígidas e difíceis de serem modificadas (Beck et al., 1999), em “crenças antecipatórias” (que antecipam o prazer associado ao comportamento exagerado – “Exagerando, vou me divertir mais”).

As crenças adctivas ou exageradas se conectam com as crenças centrais do individuo – as quais são ideias rígidas e hipergeneralizáveis que ele tem a respeito de si mesmo, do mundo e do futuro – de modo a se tornarem formas de lidar com essas crenças centrais (Araújo et al., 2013; Beck et al., 1999). Se alguém tem uma crença central “Sou frágil” e uma crença exagerada antecipatória “Vou me sentir mais forte” (ao exagerar), isso pode gerar euforia e fissura (desejo por exagerar) e levar à conduta adictiva – como usar uma droga. Esse mecanismo demonstra que ter o comportamento exagerado (nesse caso, usar uma droga) é uma estratégia compensatória utilizada para que a crença central “Sou frágil” não se ative. Existe um pressuposto, por trás “devo usar drogas”, que indica que, se o individuo “usar drogas, não será frágil”, mas que, do contrário, “não as utilizando, será frágil”. Obviamente, esses pressupostos e regras mantêm “vivo” o comportamento exagerado, pois eles indicam que cometer o exagero será um jeito efetivo de defender o indivíduo da ativação de sua crença central.

Identificação

Para a identificação das crenças dos pacientes utiliza-se um instrumento denominado Registro da Fissura (Beck et al., 1999), no qual será apresentada uma situação indutora de fissura para ter o comportamento exagerado e ficará explicito o que o paciente pensou antes de sentir a fissura.

Celular antes de dormir afeta sono, hormônios e desenvolvimento infantil

Crianças que têm acesso a eletrônicos, como celulares e tablets, na hora de dormir, estão sujeitas a desenvolver uma série de problemas de comportamento e de saúde.

Crianças que têm acesso a eletrônicos, como celulares e tablets, na hora de dormir, estão sujeitas a desenvolver uma série de problemas de comportamento e de saúde. Uma pesquisa do King’s College, de Londres, reuniu dados de 125.198 crianças e adolescentes entre 6 e 19 anos de idade, em diversos países, e detectou efeitos negativos do uso do aparelho no período de descanso em diferentes graus de gravidade. Os pesquisadores verificaram de má qualidade do sono a doenças como obesidade e depressão infantil.

E não são só pesquisadores e pais que têm se preocupado com o assunto. Neste fim de semana, dois grandes grupos de investidores com US$ 2 bilhões em ações da Apple pediram, em carta aberta, que a empresa desenvolva softwares que limitem o uso de smartphones por crianças. Os acionistas citam justamente estudos mostrando o impacto negativo do celular e das redes sociais em excesso na saúde física e mental dos jovensa para justificar o apelo. A Apple ainda não respondeu a eles.

Impactos
O modo como os jovens têm usado a tecnologia têm sido diversos e cada vez mais intenso, segundo o estudo do King’s College. E, para cada uso, há variados impactos gerados na vida deles. A médica Roberta Magalhães, no Rio de Janeiro, quase todos os dias precisa chamar a atenção da filha Roberta, de 9 anos, para desligar o celular na hora de dormir.

“Com certeza atrapalha. Ela fica horas navegando na internet, no Instagram, WhatsApp, Musical.ly, assistindo vídeos no YouTube. Depois demora a dormir. Fica rolando na cama”, conta. Roberta diz ainda não ter observado impactos negativos na rotina, mas observa atentamente: “Se interferir, tiramos o celular na hora.”
Na casa da professora carioca Rovana Machado, a situação na hora de dormir não é diferente com o filho Theo, de 14 anos. “Ele fica fissurado olhando a tela. Acho que atrapalha bastante e, quando vejo, mando desligar, mas adolescente é fogo. Fazem as coisas escondidos e temos que repetir mil vezes.”

Além dos efeitos sobre o sono e a propensão a desenvolver doenças, os pesquisadores mostraram que deixar o celular ou o tablet no quarto das crianças, mesmo que eles não os utilizem, também afeta o período de descanso. A mera expectativa de receber mensagens nas mídias sociais deixava as crianças e adolescentes em estado de alerta.

“Esse tipo de estudo endossa o que as pessoas de bom senso já sabiam. Os eletrônicos dão uma sossegada nas crianças por um tempinho mas, no médio e longo prazo, são muito ruins para o organismo”, observa o neurologista Leonardo Ierardi Goulart, médico especialista em doença do sono do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde também recebe crianças e adolescentes com problemas de sono e relatos de uso de eletrônicos à noite.

O estudo do King’s College observa que o distúrbio do sono na infância é conhecido por causar danos à saúde mental e física. Isso incluiria obesidade, queda do sistema imunológico, crescimento atrofiado e problemas mentais como depressão e tendência suicida. Em 2016, um estudo da Sociedade Real para Saúde Pública (RSPH, na sigla em inglês), na Grã-Bretanha, foi além e alertou que dormir pouco ou mal é um dos fatores que levariam a doenças graves como câncer e ataques cardíacos.

A importância do sono
Para a neurologista Anna Karla Smith, do Instituto do Sono, de São Paulo, o descanso é tão importante para o desenvolvimento e bem-estar da criança quanto a nutrição e a atividade física. “O sono é um estado em que há uma série de processamentos, onde há a fabricação de alguns hormônios muito importantes para o corpo”, comenta a médica. “Nas crianças existe o GH, o hormônio do crescimento, essencial para o desenvolvimento do corpo. Esse hormônio é liberado durante o sono profundo que a criança entra poucos minutos depois de adormecer. Nessa fase há o pico de sua fabricação.”

A neurologista explica que se a criança vai dormir tarde, por exemplo, os hormônios ainda serão liberados, mas de maneira antifisiológica. “Ela está indo contra a sua natureza. A quantidade de hormônio do crescimento produzida pode ser pouca ou até inexistente em casos extremos se houver patologia. A própria distribuição do hormônio do crescimento estará alterada ao longo do dia”, explica a especialista.

A liberação de outros hormônios também é prejudicada, segundo a médica, já que em diferentes etapas do sono há a produção da leptina (hormônio da saciedade), do cortisol (que ajuda a manter estabilidade emocional, controla inflamações e alergias) e do TSH (estimulador da tireóide).

Como o uso de eletrônicos atrapalha?
O simples fato de ligar o celular ou tablet para brincar com um jogo faz com que a criança, por exemplo, atrase sua hora de ir para cama e durma menos. Em segundo lugar, diz o estudo da King´s College, o conteúdo pode ser muito estimulante – e gerar uma excitação que atrase o início do relaxamento. Em terceiro lugar, a forte luz emitida pelas telas dos dispositivos gera um impacto no corpo, afetando o relógio biológico e a percepção do cérebro do que é noite ou dia.

A chamada “luz azul” já foi alvo de diversos estudos nos últimos anos. O mais recente, da Universidade de Haifa, em Israel, constatou que a luz azul, presente nas telas de celulares, tablets e computadores, inibe a secreção da melatonina, o hormônio que avisa o nosso corpo que está na hora de dormir. O organismo também não ativa seu mecanismo natural que reduz a temperatura corporal. O normal é que a temperatura do corpo caia durante a madrugada e volte a subir quando estamos prestes a despertar. Isso, contudo, não ocorre se o cérebro recebe a mensagem que ainda estamos em estado de vigília.

Prejuízos
De acordo com a neurologista, no curto prazo, os “prejuízos, às vezes, não são perceptíveis”. Mas a falta de sono “pode interferir no rendimento cognitivo porque o processamento de memória, que ocorre na segunda metade da noite, provavelmente não aconteceu ou não aconteceu de maneira satisfatória”. “Em curto prazo, pode afetar a consolidação de informações recém-aprendidas porque vai ter um sono mais superficial, mais fragmentado e não reparador”, afirma Leonardo Ierardi Goulart, médico especialista em doença do sono do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele explica que as atividades cerebrais que assimilam os conhecimentos adquiridos durante uma aula, por exemplo, ocorrem durante o sono profundo. É nesse momento que o cérebro processa, revisa e armazena a memória.

Em longo prazo, porém, os riscos são maiores. “Não é uma insônia, de dois, três, seis meses”, destaca Anna.
No longo prazo, ela explica, há uma “bagunça de hormônios” que controlam, por exemplo, a saciedade. Se não produz esse hormônio, a leptina, cuja liberação ocorre ao longo da noite e no início da manhã, o indivíduo vai comer mais, podendo ficar obeso e diabético.

 

Fonte: BBC